terça-feira, 12 de janeiro de 2016

Além do Tempo – o que poderia acontecer mesmo - uma visão espírita por Alexandre Machado

A TV Globo constuma colocar no ar, enredos com viés espírita, mais uma vez explora a temática através da novela Além do Tempo, assistindo a alguns capítulos começei a pensar se toda a trama poderia realmente acontecer.

Além do Tempo - uma visão espírita Kardecista


Cerca de 20 pessoas se reencontram, cem anos depois, vivendo em famílias que mantém uma certa semelhança com o passado. A novidade é que a novela começa no passado, no que parecia ser o século XIX e retoma, após alguns acontecimentos traumáticos, em pleno século XXI, nos dias atuais.
Analisando as mudanças dos personagens, que carregam consigo, algumas características muito semelhantes às que possuíam, na encarnação passada no século XIX. 

Claro que para facilitar o entendimento dos telespectadores, todos os personagens voltam com o mesmo nome que possuíam na encarnação passada. Este detalhe tem muito a ver com o que Allan Kardec propõe no livro – Obras Póstumas – no capítulo “Tribunal das Vidas Futuras”, ou seja, mudamos de uma encarnação a outra por fruto de nossas reflexões no período de erraticidade e pela influência do meio familiar e social da nova encarnação.

Esta questão do nome, evidentemente, é impossível, pois, fico imaginando o Plano Extrafísico, a espiritualidade tentando planejar e influenciar, não apenas os 20 personagens, mas apenas para fazer com que eles tivessem o mesmo nome, teríam também que influenciar ao menos outras 40 pessoas, que seriam os seus pais.

Na trama passada no século XIX, vários personagens que se encontraram na cidade fictícia de Bela Rosa, na serra gaúcha vinham de São Paulo, por diversos motivos profissionais. Já na narrativa do século XXI, os personagens não locais, vem do Rio de Janeiro. Vale a ideia, pois todo o enredo busca mostrar que as encarnações servem para nos ensinar. Na realidade, todo este planejamento até então, à época de Kardec era possível de imaginar, pois um homem ou mulher, na média, durante toda a sua vida, não saía de um raio de 20 km, do ponto em que nascia. Nos dias de hoje, esta transitoriedade aumentou infinitamente. Conseguir reunir, todos os envolvidos nos dramas do passado, ficou muito mais difícil. Outros agentes aleatórios entrariam na vida destas pessoas. A população mundial, neste 100 anos, aumentou em mais de 10 vezes.

Alguns dirão, mas a força de atração espirtual que carregamos todos nós é maior que tudo isto, isso pode ser verdade, mas a reencarnação não está para corrigir ou reparar os erros do passado, mas sim para ajudar a que nós Espíritos melhoremos e para isto, não necessitamos voltar para os mesmos dramas. As multiplas oportunidades que a vida nos proporciona já nos depura naturalmente.
Gostaria de citar um dos princípios da Ciência da Alma – proposta por Jaci Régis: “Justificando o fato da reencarnação ser um processo natural ... “A reencarnação é um processo natural, psíquico-físico. Ocorre automaticamente sempre que se crie um clima vibracional decorrente da fecundação do óvulo no ventre materno.”

Na Ciência da Alma, portanto, Jaci Régis irá dizer que “ nesse novo dicionário de entendimento, não haverá espaço para pecado, nem para a visão dolorosa da vida e reconhecerá que a alma humana caminha, com altos e baixos, para o seu destino de superação, apreensão do conhecimento e desenvolvimento das virtudes, pelo fato de viver, de reciclar, de morrer, viver, reencarnar.

As vicissitudes da alma, expressão de seus conhecimentos e, sobretudo, na expressão de seus sentimentos serão analisadas num amplo sentido de reparação e renovação, no qual o sofrimento vem como resposta e até uma solução, mas de modo algum como ação divina de revanche, vingança ou punição. A questão da culpa será entendida como reação natural da violação dos valores individuais e sociais”.

Portanto a novela serve para provocar a curiosidade das pessoas sobre o espiritismo, sobre a realidade da reencarnação, mas a proposta é praticamente impossível de ocorrer nos dias de hoje. Pelas dificuldades práticas que descrevemos mas também , porque não se faz necessário, evoluiremos e melhoraremos de qualquer maneira, pela melhora de nossa conduta.

Artigo originalmente publicado no Jornal Abertura de dezembro de 2015

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