sábado, 25 de março de 2017

sábado, 18 de março de 2017

EXPOSIÇÃO - SBPE 26 ANOS ABRINDO ESPAÇO PARA NOVAS IDEIAS – XIV SBPE – Grupo de Estudos do ICKS

 EXPOSIÇÃO - SBPE 26 ANOS ABRINDO ESPAÇO PARA NOVAS IDEIAS – XIV SBPE – Grupo de Estudos do ICKS

Adaptado para este espaço do Jornal Abertura

Exposição - SBPE 26 anos abrindo espaço para novas ideias. O ICKS fundado em 3 de outubro de 1999, por Jaci Regis, é uma instituição cultural criada para divulgar a Doutrina Kardecista que é a designação de um segmento que encara o legado do Espiritismo como um processo dinâmico de compreensão dos problemas humanos, sem conotações místico-religiosas.

Introdução

O grupo de estudos do Instituto Cultural Kardecista de Santos - ICKS, com este presente trabalho, teve o objetivo de pesquisar um quarto de século de trabalhos apresentados nos Simpósios Brasileiros do Pensamento Espírita, com mais de 170 trabalhos, alguns deles inéditos, escritos numa nova visão espírita  e abordando temas como: artes, ciência, filosofia, relação com o mundo dos espíritos, mediunidade, evolução do espírito, bases do espiritismo, pluralidade dos mundos habitados entre outros.
Foi atendido o chamamento inicial de Jaci Régis em 1989 no SNPE ( Simpósio Nacional do Pensamento Espírita) em seu discurso de abertura disse que procurou convidar pessoas que defendiam diferentes linhas do pensamento dentro do Espiritismo para um encontro de controvérsia, mas não de confronto num primeiro momento.

Dizia ainda que esperava no futuro, que eventos fossem promovidos como um espaço para a exposição de trabalhos originais de pesquisa que funcionaria como uma corrente de ideias, um caminho para renovação e evolução das ideias alinhadas com o contexto atual da sociedade moderna.
Todos os trabalhos foram importantes para este objetivo traçado em 1989, no entanto, neste estudo buscamos avaliar quais trabalhos contribuíram de forma mais impactante e que geraram ações multiplicadoras no ambiente espírita laico e livre pensador.

Desenvolvimento

Iniciamos nossa pesquisa dividindo entre os integrantes do ICKS, os anais de todos os simpósios para leitura dos textos. Após a leitura preenchemos uma ficha de classificação caracterizando-os por área (científicos, filosófico, social). Ainda buscamos se eles tinham ideias inovadoras, pontos novos ou de impacto, e tratando de desenvolver um pequeno resumo sobre o tema.

Passamos então a escolher por votação livre e aberta, em cada ano de Simpósio, 2 ou 3 trabalhos que em nossa opinião tinham uma ideia inovadora e de grande impacto. Esses trabalhos foram apresentados, em planilha excel, filtrados pelas condições acima descritas e defendidas por aquele que leu e preparou as fichas do referido simpósio.  Ao todo elegemos 31 trabalhos da primeira à 13ª edição, pois este trabalho seria apresentado no XIV SBPE.

Durante algumas semanas,em nossa reuniõs de estudos, alguns desses trabalhos foram expostos ao grupo, para que pudéssemos recordar o tema e os pontos abordados para uma nova discussão.
O grupo decidiu também entrar em contato com os autores encarnados para que estes revelassem se seus trabalhos pós simpósio tiveram repercussão das ideias, tais como: lançamento de livros; palestras; participação em outros eventos, etc.

Pesquisamos nos jornais Abertura fatos relevantes ocorridos pós simpósios para recordar momentos marcantes.
Como reconhecimento especial e também como uma homenagem, destacamos os trabalhos de Jaci Régis o criador do SBPE, pelo brilhantismo, inovação das ideias, pela incansável persistência no trabalho de renovação e grande amor demonstrado ao Espiritismo.

Metodologia de Apresentação

Com todo material compilado foi apresentado da seguinte forma:
·         Através de vídeo / fotografias fazer um documentário com a seguinte títulos “26 anos da nossa história”.
·         Levantamento estatístico através da linha do tempo – “ 26 anos consolidando o movimento laico e livre pensador” - onde vamos situar o simpósio com os acontecimentos no Brasil e no mundo em cada ano.
·         Trabalho escrito detalhando todo processo.
·         Escultura – “ 26 anos construíndo o DNA do espiritismo livre pensador” - representando o total de páginas estimada dos trabalhos do SBPE.
·         Banners - “ 26 anos de contribuiçoes representativas” - com depoimento de alguns autores dos trabalhos escolhidos. Além de depoimento de grupos que são parceiros dos simpósios (CEPA, CEPABrasil e CPDOC).

A seguir apresentaremos alguns destaques de alguns dos trabalhos escolhidos:

Influência das ideias de Emmanuel no Pensamento Espírita Brasileiro
I  SNPE – 1989  - Jaci Régis

"A partir da década de trinta quando Francisco Cândido Xavier publica sua obra Parnaso de Além-Túmulo, torna-se figura central no movimento Espírita, nacional e internacional.  Com ele surgia uma outra personalidade marcante - Emmanuel - que imprimiu um perfil ao Espiritismo, como contribuiu para a consolidação do projeto de tornar o Espiritismo uma religião.”

Abaixo mostramos como este trabalho foi apresentado ao público




Passe: discussão e propostas
III SBPE – 1993 - Reinaldo di Lucia

“A mudança dos nomes "passe" e "passista" ocorreu efetivamente para "emissão energética" e "emissor" em parte dos centros mais próximos da CEPA. Com isso houve toda uma reavaliação prática e teórica sobre o papel da emissão nessas casas.”

Da mesma forma apresentamos o exposto no Simpósio





domingo, 12 de março de 2017

Sobre o Racionalismo Científico - por Manoel Carlos Saraiva

Coluna Opinião do leitor:
Manoel Saraiva  por email:
Olá amigos do Abertura ! 
Aproveitando este espaço democrático estou enviando em anexo um texto de minha autoria que gostaria de ver publicado neste importante jornal de cultura espírita. 

Um abraço a todos, 
Manoel Carlos Saraiva
...  mas quem disse que a onisciência é para os “mortais”?
“ O racionalismo científico dos Modernos é nada mais que uma ilusão um modo de, no fundo, perseguir a ilusão das cosmologias antigas”.
(Transcrição do pensamento do filósofo alemão Friedrich Nietzche feito por Ricardo Nunes para o jornal Abertura nº 325 em setembro de 2016).
O artigo, muito bem elaborado por Ricardo Nunes, nos proporciona o ensejo de uma análise daquilo que, para nós, é uma tentativa de harmonizar esse “monstro de forças”, Tentar com o que conhecemos, descobrir uma “ordem no caos”.
Dessarte; na ciência e em todos os ramos desta, temos utilizado estruturas teóricas e tecnológicas em formatações que trazem-nos um certo “conforto”.
Dentro desses modelos, conseguimos um padrão da estrutura atômica clássica (Niels Bohr); a origem das espécies (Charles Darwin); a álgebra Booleana, mãe da era digital (George Boole).
Nessa epistemologia, alcançamos áreas como as ciências sociais e seus padrões sócio econômicos (Karl Marx), pedagogia (Jean Piaget), psicologia (Carl Jung), etc.
No Espiritismo, como nos falava Jaci Régis a “ciência da alma”, somos amparados pela metodológica obra de Allan Kardec, tendo o crivo da razão e do bom senso como vigas mestras.
Como ciência de observação utilizamo-nos hoje, com auxílio de algumas luzes lançadas pelas antigas filosofias orientais baseadas na reencarnação e da sobrevivência da alma , alguns autores se aproveitam regularmente de conceitos utilizados pela mecânica quântica. 
Dentro destes conceitos, mesmo presos a algumas limitações e fraquezas neles contidas, nos sentimos de certa forma seguros.
Teóricos argumentam que 23% de toda matéria do universo não é feita de prótons, nêutrons, elétrons, nem de outras partículas do modelo atômico.
Essa matéria desconhecida foi batizada de “matéria escura”, indicando que no futuro o modelo empregado poderá ser ampliado.
O físico e filósofo norte americano Thomas S. Khun (1922 – 1996) em 1952 responsável pela queda das fronteiras entre ciência e humanidades escreveu:
“A incomensurabilidade, é justamente a condição necessária para que a ciência continue progredindo, no sentido de investigar parcelas da realidade até então desconsideradas”.
Provavelmente, nossa curiosidade jamais será saciada, nada axiomático, nada incontestável; ou como disse Nietzche:
“Nada de verdades absolutas”.
Mas quem disse que a onisciência é para os “mortais”? 
Um abraço a todos, 
Manoel Carlos Saraiva

Texto originalmente publicado no jornal ABERTURA de desembro de 2016


domingo, 5 de março de 2017

Livre Pensamento e Livre Consciência - por Egydio Régis

Revista Espírita em foco (LXXV)

Livre pensamento e livre consciência


Abrindo o exemplar de fevereiro de 1867, Kardec escreve um longo e denso artigo com o título acima. Trata-se de uma análise crítica à posição de dois jornais parisienses denominados:  Libre conscience e La libre penseé. Assim começa o mestre: “ Num artigo do nosso último número, sob o título de Olhar retrospectivo sobre o movimento espírita, fizemos duas classes distintas de livres pensadores: os incrédulos e os crentes e dissemos que, para os primeiros, ser livre pensador não é apenas crer no que se quer, mas não crer em nada; é libertar-se de todo o freio, mesmo do temor a Deus e do futuro; para os segundos, é subordinar a crença à razão e libertar-se do jugo da fé cega”. Obviamente o cerne dessas publicações era desacreditar toda e qualquer crença de ordem metafísica ou espiritual, pois sua orientação é absolutamente materialista. Claro que o Espiritismo e suas ideias era um dos alvos preferidos. Kardec argumenta com muita propriedade que não existe livre pensamento quando se pretende limitar seu campo a aspectos puramente materiais e simplesmente ignorar tudo o que está fora da possibilidade de comprovação científica. Diz Kardec: “ Desde que o pensamento é detido por uma convicção qualquer, não é mais livre. Para ser consequente com vossa teoria, a liberdade absoluta consistiria em nada crer, nem mesmo em sua própria existência, porque isto seria ainda uma restrição... Encarado deste ponto de vista, o livre pensamento seria uma insensatez”  E dá uma noção mais ampla do que seria o livre pensamento: “ Em sua concepção mais larga, o livre pensamento significa: livre exame, liberdade de consciência, fé raciocinada: simboliza a emancipação intelectual, a independência moral, complemento da independência física...” Kardec reforça a impossibilidade de livre pensamento quando se restringe sua atividade, escravisando-o  à matéria. Significa dizer: “ Tu és o mais livre dos homens, com a condição de   mais longe do que a ponta da corda a que amarramos”. E em relação ao Espiritismo, o que dizer quanto à sua filosofia de livre pensar e de livre escolha, vejamos o que ensina o mestre: ” É o Espiritismo, como pensam alguns, uma nova fé cega substituída a outra fé cega? Por outras palavras, uma nova escravidão do pensamento sob nova forma? Para o crer, é preciso ignorar os seus primeiros elementos. Com efeito o Espiritismo estabelece como princípio que antes de crer é preciso compreender. Ora, para compreender há que usar o raciocínio... Não se impõe a ninguém; diz a todos: Vede, observai, comparai e vinde a nós livremente, se vos convier”.

Egydio Régis

Artigo publicado no Jornal Abertura de Julho de 2016