terça-feira, 18 de setembro de 2018

Tolerância, diversidade e as próximas eleições - por Alexandre Cardia Machado


Tolerância, diversidade e as próximas eleições

O jornal ABERTURA mudou o seu logotipo, invertendo o B em março de 2017. Fizemos isto como forma explícita de apoio à diversidade e a tolerância, ao novo e ao menos comum, mas também natural. Aceitar que todos tenham direito às suas próprias escolhas. A sociedade plural funciona, desde que todos respeitem os limites de seu livre arbítrio, entendendo que o direito de um termina, onde começa o direito do outro.

Apoiar a diversidade significa dizer que independente de nossas escolhas devemos respeitar, no sentido mais amplo, as escolhas dos outros. Isto vale para ideias conservadoras e também para ideias liberais, pois a sociedade é plural, sempre teremos diferenças e isto nos faz melhores.

Sobre a intolerância recorro a um trecho do artigo Intolerância e Falta de Conhecimento da coluna Mundo Atual do Abertura de junho de 2017 de Reinado di Lucia e Caroline Régis di Lucia: “ Se há algo que é completamente incompatível com o Espiritismo é essa não aceitação da possibilidade de haver pensamentos distintos daqueles que abraçamos. Tal postura, revelando consciente ou inconscientemente a certeza de ser possuidor de uma “verdade absoluta”, é inconciliável com a proposta da evolução contínua que constitui o cerne da Filosofia Espírita”.

Próximas eleições

Que estamos com o nosso país dividido não há dúvidas, isto nada mais é do que democracia em essência. Estar dividido no campo das ideias, mas respeitando a ética nas relações entre as partes é normal e desejável.  O debate que daí nasce é o que produzirá soluções mas abrangentes e possíveis de implementação. A democracia propõe o melhoramento contínuo, não é uma forma de mudança revolucionária. Ainda que aqui e ali, em condições especiais, face a crises importantes, os estados possam tomar medidas mais radicais, com apoio popular e de seus representantes mas idealmente deveríamos mudar aos poucos e incessantemente, ou seja monitorar as condições socias e ir agindo para melhorar. Este é o que se espera de uma democracia.

Volto a citar num editorial um trecho atribuído a Allan Kardec em Obras Póstumas – As Aristocracias: “ ...dizemos primeiro que os bons, sobre a Terra, não são inteiramente tão raros quanto se crê; os maus são número, isto infelizmente é verdade; mas o que os faz parecer ainda mais numerosos, é que são audazes, e sentem que esta audácia mesma lhes é necessária para triunfarem ... os bons ao contrário, não exibem as suas boas qualidades; não se colocam em evidência e eis porque parecem tão pouco numerosos ...”

Nos últimos 15 anos a revolução digital mudou um pouco isto, hoje as pessoas se expõe muito mais nas redes sociais, existem formas novas de influenciar o mundo ao nosso redor. Portanto está mais do que na hora de fazermos algo, participarmos mais, sem criar fake news, mas sabendo detalhes da atuação dos candidatos, a que grupos está associado, sobre como se portou no passado.  Os candidatos querem o seu voto, sim seu voto irá para quem você decidir outorgar seu poder.

Dar de ombros e votar em qualquer um, ou pior, nem votar, não ajuda a resolver os problemas de nosso estado, nem do país. A solução passa pela decisão de cada um de nós.

Começe a sua lição de casa agora, assista aos debates, informe-se, converse com seus amigos, participe. No final do processo, urnas abertas, aceite as divergências. O congresso, as assembléias representarão o conjunto de ideias e varições da nossa sociedade e não apenas as nossas crenças e valores.
Este artigo foi publicado no editorial do jornal ABERTURA de agosto de 2018.

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