quinta-feira, 18 de julho de 2019

Livro - Novo Pensar Sobre Deus, Homem e Mundo: Livro de Jaci Régis


Livro - Novo Pensar Sobre  Deus, Homem e Mundo:

Em 2009 no 11° Simpósio Brasileiro do Pensamento Espírita, Jaci Régis apresentou e lançou, aquele que seria seu último livro.



Em 2013 o grupo de estudos do ICKS que desenvolveu um trabalho chamado: Exposição – SBPE 26 anos abrindo espaço para novas idieas - sobre o impacto do SBPE no Movimento Espirita. Neste evento escrevemos em nosso trabalho o seguinte: “ Como reconhecimento especial e também como uma homenagem, destacamos os trabalhos de Jaci Régis o criador do SBPE, pelo brilhantismo, inovação das ideias e pela incansável persistência no trabalho de renovação e grande amor ao Espiritismo”. Jaci Régis teve a sua desencarnação no dia13 de Dezembro de 2010.

Novo Pensar Sobre  Deus, Homem e Mundo:

Este livro que trata de pontos tão sensíveis aos seres humanos, nas palavras do autor extraída do primeiro capítulo assim discorre: “  Um novo pensar sobre Deus começará por deixar de lado o Deus Jeová, as afirmativas bíblicas e, de modo geral, as teorias  que fazem dele uma pessoa.
As palavras do louco de Nietzsche sobre a morte de Deus não devem ser tomadas como blasfêmia mas como a exclamação maior da decepção com o amor de Deus.

Este livro também está disponível em pdf, grátis:


O Deus que Nietzsche matou é esse criado à semelhança das pessoas e cultuado, imposto pelas teologias de todos os tempos.

Isso não significa  a completa e satisfatória resolução da questão divina. Nem elimina a crença em Deus.

O que colocar em nossa mente a respeito de Deus. em substituição ao modelo rejeitado? É difícil fugir da realidade sensorial. Quando pensamos criamos imagens. Atendendo a essa necessidade do ser humano, todas as crenças criaram imagens concretas dos entes invisíveis.

Pensamos em Deus como “alguém”. Mas um “alguém” transcendendo o  delineamento corporal que nos dá o sentido das coisas. Deus continua invisível. O silêncio é a resposta das preces e imprecações. Há até um ditado “uma imagem vale mais do que mil palavras”. Daí a dificuldade de pensar num Deus sem face, sem corpo, sem imagem.

Mas Deus é o que é, não o que queremos que seja.

Isso nos autoriza a pensar em Deus sem imagem, limitações e sem ser uma pessoa.
O que seria então?

Não temos como saber, atualmente.

Todavia, a sua presença se faz na visão macro da vida, no encaminhamento através do tempo, que resulta invariavelmente no benefício da pessoa. Tudo começa no nível microscópico  num desenrolar dinâmico, atemporal dos elementos envolvidos para surgir, depois, um corpo, um animal, um primata, um homem, como conseqüência da seleção das espécies, da sobrevivência dos modelos mais resistentes transmitindo DNA que cria a cadeia genética.

O novo pensar vê nesse extraordinário poder de  desenvolvimento seqüencial dos seres a presença da inteligência divina. Na semente, como no embrião, existem códigos perfeitos que no ambiente adequado produzem a árvore e os frutos, o feto, a criança, a pessoa humana.

Assim como a ciência não sabe como esses fatores começaram a interagir, assim também não sabemos como a inteligência divina intervém para  dotar a natureza de princípios básicos, genéticos, que redundaram no panorama atual da Terra.

Entretanto, o novo pensar sobre Deus refaz o entendimento da relação divina com o ser humano.
Liberta-nos das cadeias de pecado, punição, morte e castigo que definem o Deus Jeová travestido no Deus cristão de amor, misericórdia e justiça.

O crente pergunta, onde está o Deus onipotente que não atua para eliminar o mal, punir os que praticam crimes e não salva e cura livrando-nos da morte?

A decepção provém do que se fala e diz sobre o amor de Deus.

A natureza não é lírica, mas objetiva, eficiente. Todavia não é perfeita. Esse paradoxo  precisa ser entendido:  a imperfeição dentro da perfeição.

Ou seja,  a perfeição absoluta atribuída à divindade comporta a imperfeição dinâmica dos processos evolutivos.

Um novo pensar sobre Deus nos conduz à compreensão de que a dinâmica da vida, em qualquer dos setores em que se manifesta, prima pela criação de  ambientes de oportunidade, seleção e superação.
Podemos questionar porque as coisas são assim. Todavia elas são assim.

O novo pensar sobre Deus pensa que o objetivo da vida é a felicidade.

A inteligência divina proporciona meios para isso, no tempo, através da lei da evolução.

A singularidade individual se envolve no processo para adquirir a sua própria identidade como ser único, imortal, progressivo, atemporal. O novo pensar sobre Deus tenta harmonizar a presença divina com  as necessidades do ser humano, oferecendo um conjunto de leis e sistemas vivenciais que abrem oportunidade de resolução dos problemas.

Dar atributos morais a Deus e sua transformação numa pessoa é fruto da criação da divindade à nossa imagem. Neste modelo não existe espaço para a personalização do Ser Supremo, nem cabe o estabelecimento de atributos, que o humanizariam, porque o paradigma disponível para pensar as virtudes é o humano.

O novo pensar começará por estabelecer que o universo não é estruturado, mas delineado. Seria, metaforicamente talvez, uma projeção da intenção divina, inteligência suprema e causa primária, centro ordenador e controlador, manifestado através da Lei Natural. Porque onde há Lei existe necessariamente controle.

A Lei Divina ou Natural está na base do universo, regulando a vida. Ela exprime a sabedoria divina na condução da humanidade, só apreciada ao longo do tempo.

A Lei divina ou natural, não cogita de julgar, condenar. Ou seja, Lei Natural não é uma lei moral. Ela controla a vida universal estabelecendo uma diretriz positiva que sobrevive e se impõe no aparente caos e nos limites do livre arbítrio.

E a Lei Natural está inscrita no Espírito através do processo evolutivo.

A existência da Lei Natural como centro irradiador do pensamento divino, é fundamental para compreender como o universo pode ser simultaneamente controlador e caótico. Para argumentar sobre essa polarização, poderíamos  aplicar a definição do elétron que pode ser substância e onda, sem alterar a estabilidade universal.

A Lei Natural exprime a sabedoria divina, com mecanismos extremamente competentes, estabelecendo o ritmo e a sucessão dos fatores com o fim de equacionar, no universo energético, tanto quanto no universo inteligente, o princípio do equilíbrio. Atuando através da lei de causa e efeito ou ação e reação, ferramenta de busca do equilíbrio, pela reciprocidade dos fatores.

Reside no campo moral, no campo das inteligências menores que somos nós, nos nossos anseios e esperanças, medos e expectativas, o principal problema.

Quem somos e porque somos. Eis a questão.


Se você se interessou e quiser saber o final desta reflexão poderá ler o trabalho completo. O nosso estoque está acabando, temos somente  15 unidades do livro  NOVO PENSAR SOBRE DEUS, H0MEM E O MUNDO de Jaci Régis. Para adquirir o livro diretamente com o ICKS., compre aqui mesmo, basta enviar um email para ickardecista1@terra.com.br com os os seus dados que entreremos em contato. Você poderá depositar R$ 20,00 na conta do Instituto. O ICKS se encarregará do frete.






segunda-feira, 15 de julho de 2019

Entrevista com Deus - Reinaldo di Lucia


Entrevista com Deus

O título acima é de um filme que, ao que me concerne, passou sem grandes burburinhos pelos cinemas. Filmado em 2018, conta a história do jornalista Paul Asher, que volta para os Estados Unidos após cobrir a guerra do Afeganistão. Apesar de cristão, as visões da guerra abalaram seriamente sua fé; isto, aliado a problemas de ordem pessoal, deixaram Paul completamente desesperançado.

Em meio a todo este drama, ele tem uma oportunidade ímpar: entrevistar um homem que diz ser Deus. E pasmem: apesar de profundamente cristão, ele absolutamente não acredita que o homem seja mesmo Deus. Mas porque não tentar, não é mesmo?

E aí começa o problema: antes de mais nada, o que perguntar a Deus? Que tipo de indagações fazer ao criador de todas as coisas, que não pareçam pueris demais, e ao mesmo tempo não sejam genéricas a ponto de parecerem arrogantes? E mais, como ter certeza que não é uma mistificação, que não estamos na frente de um lunático ou um humorista?

E aí é que o filme entra numa espiral muito interessante. Entre perguntas de verificação de identidade “qual o resultado de uma multiplicação com números muito grandes” e outras bastante lógicas, apesar de óbvias “Porque coisas ruins acontecem a pessoas boas”, o filme trata com leveza e seriedade algumas questões de fundo para a religião e, porque não, para a filosofia: o que é a fé? O que fazer quando a perdemos? O que é a salvação? O que digo às pessoas que acham que você não existe?

Algumas vezes as respostas surpreendem, para um filme que possui um óbvio viés religioso – mais especificamente, cristão. Quando, por exemplo, é dito que o mundo é exatamente o que parece, ou quando exalta o livre arbítrio acima de tudo, inclusive de um eventual “plano de Deus”.

Ao mesmo tempo, bate de frente com as concepções mais comuns das religiões (inclusive a espírita), de que a vida de verdade não é esta, mas a vida no além, seja no paraíso ou em Nosso Lar: “Sua vida não é um teste para a vida pós morte”, diz Deus. Ao fim, o filme enfatiza que a única forma de continuarmos a viver é exercer o perdão – não só para com os outros, mas, principalmente, para conosco.

Enfim, ao quebrar com alguns paradigmas caros às mais diversas religiões do mundo, Entrevista com Deus faz-nos pensar não necessariamente nele, mas na vida, em seu significado e nas necessidades práticas que temos para seguir em frente. Afinal, de que adianta a crença se não conseguimos colocá-la em prática no nosso dia a dia?

A propósito, apenas mantermos a conversa viva: se você tivesse a oportunidade de entrevistar Deus, que perguntas você faria?

Nota: Artigo originalmente publicado no Jornal Abertura de Santos junho de 2019.

Quer ler o jornal completo:

https://cepainternacional.org/site/pt/cepa-downloads/category/28-jornal-abertura-2019?download=218:jornal-abertura-junho-de-2019


Gostou? Você pode encontrar muito mais no Jornal Abertura – digital, totalmente gratuito.

Acesse: CEPA Internacional



quarta-feira, 10 de julho de 2019

Kardec o Filme - por Alexandre Cardia Machado


Kardec o filme

Foi assim no Brasil inteiro, o filme Kardec – história por trás do nome - arrastou muita gente para o cinema e todos queriam tirar uma foto junto ao cartaz. Não poderíamos ficar fora desta onda.


Na foto: Carolina e Reinaldo di Lucia; Heloisa e Evaristo da Lopestur amigos e nossos Apoiadores Culturais do ABERTURA, Palmyra Régis e Cláudia e Alexandre Machado um pequeno grupo entre tantos grupos santistas que foram prestigiar o filme.


Kardec: A história por trás do nome - tem a duração de 1hora e 38 minutos, aborda os momentos que antecedem o aparecimento e fundação do Espiritismo. Em sua resenha apresenta “ história do educador francês Hypolite Leon Denizard Rivail, reconhecido mais tarde como Allan Kardec. Além de tradutor e escritor, Kardec é conhecido por ter codificado o espiritismo”
O filme tem a direção de Wagner de Assis e foi lançado em 16 de maio de 2019. O roteiro é uma adpatação do livro Kardec – A Biografia de Marcel Souto Maior que escreveu também a biografia de Chico Xavier.

O filme balanceia bem as dificuldades, dúvidas e o intenso trabalho do professor Rivail e de sua esposa Amelié Boudet. A história é conhecida, mas talvez em função do trabalho biográfico ter sido feito por um jornalista não espírita tenha contribuído para uma edição mais realistas e menos corporativa do filme, comparado aos produzidos anteriormente.

Do site de FEB extraímos para os nossos leitores trechos da entrevista que foi publicada na Revista Reformador, trazemos Marcel Souto Maior o biógrafo, com Wagner de Assis o diretor  e  Leornardo Medeiros que protagonizou Kardec no filme:


Reformador: O que chamou a sua atenção para contar a história de Allan Kardec?
Marcel Souto Maior: Fui movido por uma pergunta-chave:  o que faz um professor cético mudar de vida e de nome, aos 53 anos, para dar voz aos Espíritos? Quis contar a história desta transformação radical – a do pesquisador cético, que se torna um missionário. O que o moveu? Que obstáculos – e preconceitos – ele enfrentou nesta caminhada?
O processo de escrita de uma biografia requer uma grande pesquisa. Nessa pesquisa você se identificou, de alguma forma, com Allan Kardec, no processo de Codificação da Doutrina Espírita?
Marcel Souto Maior: Sim. Eu me identifiquei com Kardec (ou com o professor Rivail) em dois pontos fundamentais: o cuidado com a pesquisa (precisamos estar sempre checando e “rechecando” informações para evitar erros) e o ceticismo (um dos traços marcantes de sua personalidade, como professor e pesquisador, na primeira etapa de sua vida). Moveu-nos um misto de curiosidade e de desconfiança.
Como é adaptar para o cinema a história do responsável por codificar a Doutrina Espírita?
Wagner de Assis: Por um lado, um novo desafio cinematográfico, com grande complexidade de realização, pois é um filme de época, cuja história se passa num outro país. Por outro lado, um respeito absurdo, uma humildade extrema e uma alegria imensurável. Não temos a pretensão de ser definitivos a respeito de Kardec. Há diversos trabalhos e estudos sobre ele e acho que devem ser feitos cada vez mais. Também não temos a pretensão de contar toda a sua vida, embora seja uma cinebiografia como gênero. Nós nos concentramos no que de mais importante aconteceu na vida dele. É um recorte, uma escolha e assim seguimos adiante. Vale lembrar também que não é um documentário, mas sim uma ficção, dramaturgia, que precisa respeitar algumas leis quando se conta uma história. O filme tem como base a forma como o Marcel Souto Maior escreveu a biografia.
Queremos contar um pouco da vida do professor Rivail para os que o conhecem, mas também para os que não o conhecem. Porque os primeiros sempre podem se surpreender com detalhes, aspectos humanos pouco comentados em geral. Os demais, com certeza, vão se surpreender muito ao encontrar um homem de seu tempo, um homem de ciências, um educador e professor à frente de seu tempo, e, acima de tudo, um homem de muita coragem e bom senso.
Está gostando? Quer ler no original? está disponível em pdf.

O que representa para você interpretar Allan Kardec?
Leonardo Medeiros: Sinto-me ao mesmo tempo imensamente agradecido e temeroso. Estou representando um ícone que faz parte da minha vida dentro de uma família espírita.
Como foi a escolha do elenco para este filme?
Wagner de Assis: Costumo dizer que é maravilhoso ver quando o filme tem vida própria e vai “escolhendo” os profissionais que nele tomarão parte. Claro que procuramos artistas que possam estar sintonizados com os personagens, na verdade sintonizados com pessoas que fazem parte de toda a história de Kardec. Mas a escolha em si tem sempre algo “mágico”, que foge aos aspectos puramente “acidentais”.
Um desses casos, por exemplo, foi Leonardo Medeiros. Nós nos conhecemos, falamos do projeto, lemos um pouco o roteiro e vimos claramente que ali havia um profissional absolutamente capaz de defender a história do professor Rivail na tela. Só depois é que, para nossa surpresa, soubemos de sua ligação com o tema, com a família do Eurípedes Barsanulfo. Isso é muito legal, mas de forma alguma representa um peso para a sua escolha. Assim o fizemos com todos do elenco. Os personagens vão se afeiçoando aos seus intérpretes e pronto. Ganham vida.
Rivail mudou de vida e de nome. Tornou-se Allan Kardec para dar voz aos Espíritos… A história de Kardec é a história de uma conversão, citou Marcel Souto Maior. O que podemos esperar desta adaptação nos cinemas?
Wagner de Assis: Uma jornada de transformação, movida por uma busca  incessante pela verdade, com um pano de fundo de uma sociedade muito sofrida, com índices altos de suicídio, qualidade de vida baixíssima e uma guerra de ideologias. Não poderemos jamais entender o passado com os olhos do presente. Mas podemos delinear como era a Paris de 1850, por exemplo. E buscar entender o papel das instituições como a Ciência, a Igreja, o Estado francês, para que os personagens possam vivenciar os dramas, os receios, os sonhos daquela época. Esta é a história de um homem que aceitou recomeçar de certa forma uma nova vida depois dos 50 anos. Costumo pensar metaforicamente que ele descobriu um tesouro e quis compartilhar com o mundo. Mas, claro, tinha um preço muito alto. E ele pagou para ver.
Sem dar muito spoiler, resumimos que o filme é muito bom e vale a pena conferir.