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terça-feira, 9 de abril de 2024

Abrindo a Mente - O que significa Xenoglossia - por Alexandre Cardia Machado

 O que significa Xenoglossia?

Este termo foi criado por Charle Richet, em seu livro Tratado de Metapsíquica, fato este que motivou o famoso cientista Ernesto Bozzano mais tarde, a também escrever um livro com este mesmo nome.

Nessa obra de Bozzano são narrados os fenômenos de Xenoglossia, ou mediunidade poliglota, nos quais um espírito se manifesta através de um médium, falando ou escrevendo em idioma desconhecido aos presentes ou ao próprio medium. O livro discorre sobre casos mediúnicos divididos em quatro categorias, definidas pelo autor como: automatismo falante; psicografia; escrita direta e voz direta. O termo “xenoglossia” proposto pelo professor Richet, com o intuito de distinguir, de modo preciso, a mediunidade poliglota propriamente dita, pela qual os médiuns falam ou escrevem em línguas que eles ignoram totalmente e, às vezes, ignoradas de todos os presentes, dos casos afins, mas radicalmente diversos, de “glossolalia”, nos quais os pacientes sonambúlicos falam ou escrevem em pseudolínguas inexistentes, elaboradas nos recessos de suas subconsciências, pseudolínguas que não raro se revelam orgânicas, por serem conformes às regras gramaticais. 

O professor Richet ao estudar alguns casos, não encontrou evidências absolutas sobre o não conhecimento de linguas extrangeiras, assim se referindo: “ nenhum dos casos expostos apresenta suficiente valor probante... Segue-se que não é possível se lhes conceda direito de cidadania no vasto domínio da metapsíquica subjetiva. Seja, porém, como for, inclino-me a crer que um dia, talvez não distante, se terá de reconhecer autêntico algum caso de tal natureza. Nessa expectativa, cumpre se apresentem exemplos melhores, que venham relatados de forma menos fragmentária, menos imperfeita do que a que se nota nos até agora conhecidos...” (Tratado de Metapsíquica, pág. 280 da primeira edição.)” 

Nos anos 90 do século passado, quando ainda fazíamos parte do GPCEB – Grupo de Pesquisas Científicas Ernesto Bozanno, aqui em Santos no Centro Espírita Allan Kardec, fomos testemunha de um fenômeno que se parecia com Xenoglossia, mas que após testes não se confirmaram. 

Um dos médiuns do centro passou a receber comunicação de um espírito que se auuo denominou Abdul Al Abdul, servo de Alá. O mesmo deu uma série de comunicações em perfeito português, mas dizía falar ao médium em lingua Universal. 

- Pensamos então em fazer uma prova e gravamos uma frase em árabe, um amigo de descendência árabe de um dos membros a fêz, gravou a mensagem e escreveu o seu significado em um envelope fechado. 

O espírito voltou e ligamos o gravador e pedimos que dissesse o que estava gravado. Abdul – disse que se tratava de uma frase de amor e nos proporcionou a tradução. 

Terminada a reunião, abrimos o envelope lacrada e “surpresa” – a mensagem era algo bem banal, sobre uma atividade diária simples. Conclusão: ainda que o fenônomeno que presenciamos tratar-se de um pseudosábio e portanto uma farsa do espírito, nenhuma prova deste tipo foi feita nos fenômenos relatados por Bozzano e Richet. 

Por isto a dúvida levantada pelo último. Mediunidade precisa, sim ser testada o tempo todo.

Para abrir a mente: Busquem em sua biblioteca espírita por Tratado de Metapsíquica – Charles Richet e Xenoglossia de Ernesto Bozzano 

Este artigo foi publicado no jornal ABERTURA de janeiro-fevereiro de 2018, gostou do texto, quer ler o Jornal Completo?

https://cepainternacional.org/site/pt/cepa-downloads/category/37-jornal-abertura-2018?download=260:jornal-abertura-janeiro-fevereiro-de-2018


sábado, 22 de agosto de 2020

O desenvolvimento do Espírito, até o surgimento da vida na Terra, uma hipótese livre pensadora Kardecista - por Alexandre Cardia Machado

 

XIII Simpósio Brasileiro do Pensamento Espírita

O desenvolvimento do Espírito, até o surgimento da vida na Terra, uma hipótese livre pensadora Kardecista

Alexandre Cardia Machado


Sumário:

1 – Importância do tema

2 – Limites da hipótese proposta

3 – O que teria acontecido com o espírto no Big bang

4 – Qual a trajetória do Espírito após o big bang e o aparceimento da vida

4.1 – O aparecimento da vida

4.1 – no Universo

4.2 – na Terra

5 – Conclusões

6 – Referências


1 – Importância do tema

Allan Kardec e os Espíritos formularam teorias de formação do universo, estas teorias em vários aspectos não são confirmadas pela observação moderna e portanto merecem uma atualização, ...

Kardec entendia bem isto e declarou em A Gênese “Caminhando de par com o progresso, o Espiritismo jamais será ultrapassado, porque se as novas descobertas lhe demonstrassem estar em erro acerca de um ponto qualquer, ele se modificaria nesse ponto. Se uma verdade nova se revelar, ele a aceitará”.

Portanto, Kardec tinha noção de que o Espiritismo haveria de evoluir o que, no entanto, não foi entendido por seus seguidores que elegeram a Doutrina escrita em 1857 como a verdade acabada. Quase nada mais se acrescentou e incorreu-se no erro e no risco de passar-se de Científico para Pseudocientífico ou, nas palavras de Gewandsznajder “Não é por acaso que algumas pseudociências estagnaram e seus seguidores tenham se limitado a repetir as mesmas ideias, técnicas e princípios pretensamente verdadeiros de centenas até milhares de anos atrás. As pseudociências,... costumam se isolar-se da ciência. Seus seguidores ostentam às vezes completa indiferença para com as descobertas científicas, sustentando princípios e leis que frequentemente contradizem os princípios científicos”. (4)

2 – Limites da hipótese proposta

Estamos desenvolvendo um modelo de desenvolvimento do espírito, desde a sua criação como princípio espiritual até o surgimento da vida.

Partimos da proposta existente no Livro dos Espíritos (LE)  da existência de Deus, do espírito e da matéria, esta última representada desde as mais diversas formas de energia até a menor partícula sub-atômica, passando por todos os estados em que a mesma pode se apresentar (sólido, líquido, gasoso, plasma ou energia).

Consideramos também o exposto no LE - Sabemos que o espírito é criado simples e ignorante[1] (princípio), devemos portanto admitir que o espírito vá se tornando mais complexo desde a sua criação até um momento qualquer que o analizemos. Algo que evolua, que seja imortal e sede da inteligência, deverá necessariamente desenvolver-se ou seja passar de simples e ignorante a algo complexo e inteligente.

As observações do universo levam à conclusão de que a hipótese do Big Bang é a mais provável para o surgimento do universo, sendo esta a marca mais clara da ação do Criador, tres observações reforçam esta tese:

1 – Existência de uma radiação de fundo de microondas no espaço;

 2– O universo está em expansão;

 3– Idade da matéria e os isótopos do Urânio teriam entre 10 e 15 bilhões de anos e a idade das estrelas entre 12 e 14 bilhões de anos. [2]

Entender, nestas condições como aparece o espírito no cenário universal é o objetivo deste trabalho.

 ABRIR MAIS A SUA MENTE: Alexandre Cardia Machado lançou um livro digital gratuito da Série Literaria Abrindo a Mente do ICKS de nome: Uma Breve História do Espírito, em português e espanhol.


Baixe aqui:

Português:

https://cepainternacional.org/site/pt/cepa-downloads/category/27-icks-colecao-abrindo-a-mente?download=200:uma-breve-historia-do-espirito-alexandre-cardia-machado

Espanhol:

https://cepainternacional.org/site/es/component/phocadownload/category/27-icks-colecao-abrindo-a-mente?download=246:una-breve-historia-del-espiritu-alexandre-cardia-machado

 3 – O que teria acontecido com o espírito no Big Bang


O Espírito e a Matéria tem uma trajetória de evolução extremamente interligada,  para que o espírito possa encarnar é preciso que indivíduos existam ou seja, é preciso que a vida surja no Universo.

Mas como os processos naturais levam aos estados de menor energia, só mesmo com a participação, deste espírito que é o componente do universo que tem a capacidade da inteligência, ou do aprendizado, para fazer com que a matéria bruta orgânica ganhe vida.

Sendo a matéria o laço que prende o espírito[3], enquanto princípio espiritual, passemos então a analisar a evolução do espírito:

Evolução do espírito:

Sabemos que o espírito é criado simples e ignorante[4] (princípio), devemos portanto admitir que o espírito vá se tornando mais complexo desde a sua criação até um momento qualquer que o analizemos. Algo que evolua, que seja imortal e sede da inteligência, deverá necessariamente desenvolver-se ou seja passar de simples e ignorante a algo complexo e inteligente.

Natureza do Espírito:

1.é um ser criado potencialmente, perfectível, como um projeto

2.é imortal, um ser realizável, possui como qualidade própria a capacidade de permanecer individualizado para sempre

3.é necessário a presença de um elemento externo, adequado ao seu desenvolvimento      ( mundo material)[5]

O  que é o espírito,como princípio então ?

A resposta imediata para qualquer espírita é: “é o principio inteligente do Universo” [6]– esta é a resposta do Livro dos Espíritos-LE, mas poderíamos dizer também que é algo que está preso à matéria por um laço[7]. Este laço é tão importante ao ponto de não ser possível ao espírito se expressar senão ligado à matéria.

Onde se localizaria o princípio espíritual?


O Físico Francês Jean Charon chega a conclusão de que o espírito se localiza em um “micro buraco negro” encontrado junto ao elétron – por ser este um elemento da natureza que migra por todo o universo. Partindo desta idéia – na Teoria Kardecista estaríamos falando aqui do Princípio Espiritual. A esta fase de vida deste espírito em formação que passo a denominar de Princípio Espiritual Arcaico( PEA)

 

Pensando em “Big Bang” por volta de 0,000006 seg após o início da expansão do universo o elétron foi criado, por consequência o PEA poderia estar iniciando a sua jornada, no laço da matéria neste momento.

Por que o elétron ?

Porque na região do elétron, segundo as equações da relatividade, passaríamos a vivenciar uma situação negaentrópica – isto é possível porque algo que esteja nesta região não segue uma lógica normal, busca uma nova ordem teríamos os micro-constituíntes da situação negaentrópica que caracteriza a vida[8]. Nesta região surge um micro buraco-negro que poderia ser o laço que prende o PEA.

Nesta região aplica-se também o princípio da incerteza de Heisenberg[9], hoje, segundo Greene, sobre o elétron “a Mecânica quântica não é capaz de dizer se a onda de probabilidade é o elétron, ou se ela é associada ao elétron, ou se é o instrumento matemático que descreve o movimento do elétron, ou se é a incorporação do que podemos saber sobre ele”[10] . Por isto mesmo acredito que se um dia entermos plenamente o elétron teremos dado um passo fundamental para entender o espírito.

Para me ajudar nesta afirmação recorro ao próprio Kardec[11], “Desde os animais do último grau, passando pelos Espíritos inferiores, até chegar ao arcanjo tudo se encadeia na Natureza. O próprio arcanjo começou pelo átomo.”

André Luiz, também, ao  se referir à matéria mental destaca o papel do elétron:

“Identificando o fluído elementar ... por base mantenedora de todas as associações da forma nos domíneos inumeráveis do cosmo, do qua conhecemos o elétron como sendo um dos corpúsculos-base, nas organizações e oscilações da matéria...encontraremos a matéria mental que nos é própria, em agitação constante...”[12]

Hernani Guimarães[13] chega mesmo a desenvolver toda um teoria à respeito da matéria Psi, como tratamos aqui das idéais básicas não nos aprofundaremos, deixando apenas as pistas para aqueles que assim se interessarem.

Todo este detalhamento científico se fez necessário, para que possamos estabelecer um patamar, capaz de nos permitir demonstrar que etapas ainda seriam necessárias, na evolução do universo, à partir da sua criação no bigbang, até que as mínimas condições para aparecimento de vida se façam presentes.

 

 4 – Qual a trajetória do Espírito após o Big Bang e o aparecimento da vida

4.1 – O aparecimento da vida:

A questão 37 de O Livro dos Espíritos diz: “O Universo foi criado ou existe de toda a eternidade como Deus? É fora de dúvida que ele não pode ter-se feito a si mesmo. Se existisse como Deus, de toda a eternidade, não seria obra de Deus”.

Com relação à vida na Terra, na questão 45, os Espíritos respondem a Kardec, referindo-se aos elementos orgânicos: ”Achavam-se por assim dizer, em estado fluido no espaço no meio dos Espíritos, ou em outros planetas, à espera da Criação da Terra para começarem existência nova em novo globo”.

Mas o que pensam os cientistas, ou melhor, em qual caminho marcha a Ciência na busca da origem da vida na Terra, ou no universe à partir do que se conhece na Terra? Os cientistas pesquisam as moléculas mais básicas, presentes em todos os organismos ou a capacidade de reproduzir-se que são as proteínas e ácidos nucléicos, como cita Carl Sagan, em artigo publicado na Revista Superinteressante de janeiro de 1988, intitulado “como a vida começou”.

“As proteínas controlam a química e a arquitetura de cada célula (...)”. “Elas determinam o ritmo segundo o qual outras moléculas interagem. Elas guiam o metabolismo. Os ácidos nucléicos são as moléculas mestras da vida. Com apenas algumas poucas possíveis exceções, contém toda a informação hereditária”, afirma o cientista no seu artigo.

Foi nessa linha de pesquisa que dois cientistas americanos- Harold Urey e Stanley Muller- da Universidade de Chicago, no começo dos anos 50, realizaram uma experiência que simulava as condições atmosféricas existentes no nosso planeta há 4 bilhões de anos (os sinais de vida já detectados datam de 3,8 bilhões de anos).

O experimento consistia em introduzir num frasco de vidro, hidrogênio, metano, amônia e água que, acredita-se, formavam a atmosfera da Terra, naqueles tempos. A água foi mantida fervendo enquanto, periodicamente, descargas elétricas cortavam o ambiente. Após dois dias formou-se um caldo amarelado; com maior fervura passou a rosa, ou seja, foi possível obter compostos orgânicos mais complexos. Naturalmente, não se criou vida naquele frasco, mas comprovou-se como poderiam ter surgido as primeiras proteínas.

A colocação “estes germes permaneceram em estado latente de inércia, como a crisálida e as sementes de plantas”, que esta na questão 44, de O Livro dos Espíritos, considerando, pois, literalmente, que os princípios vitais estariam como germe, pode ser interpretado de diversas maneiras.

Se, contudo, apenas compararmos os conhecimentos científicos da época, que também seriam os que possivelmente teriam os Espíritos que deram comunicações a Kardec, podemos tirar algumas posições. O Livro dos Espíritos foi publicado em 18 de abril de 1857, enquanto o trabalho mais importante e que abriu canal de discussão sobre a origem da vida, “Origem das Espécies”, foi publicado por Charles Darwin em 24 de novembro de 1859.

Antes de Darwin, todos os trabalhos baseavam-se na criação espontânea, a cargo de um ato executivo de Deus. Dessa forma, interpreta-se que os Espíritos não tinham uma visão evolutiva, sendo suas posições mais próximas da criação espontânea do homem, na origem dos tempos, como dá entender a questão 49, do capítulo citado.

A Ciência não busca  acabar com Deus, nem nada parecido, na verdade a ciência isola a ação Divina. Apenas procura descobrir as leis naturais e os mecanismos de ação dessas leis. Aliás, a existência de Lei, admite um legislador.

As experiências feitas em nossos dias pela Engenharia Genética jamais conseguiram criar a vida. Mas ajudaram muito a viabilizar uma condição acessória (exemplo do bebe de proveta), mas a ligação do principio espiritual às moléculas orgânicas continuam um mistérios a ser decifrado.

Hoje se conhece muito mais que em 1857, acerca da evolução material, mas pouco ou nada se acrescentou a questão fundamental: o que é a vida? Mas isso é tema para outro artigo.[14]

 

4.2 – no Universo

 

Como se desenvolveu o Espírito?

tese que desenvolvo é que Deus criou a matéria e o espírito ao mesmo tempo, no chamado “Big Bang” ,há 14 bilhões de anos atrás, sendo a matéria o laço que prende o espírito (LE – questão 22). Tomando como base o nosso planeta, a evolução dos espíritos que aqui se desenvolveram, seria como no quadro acima.

Desta forma, o princípio espiritual evolui, de seu estado inicial que chamamos didaticamente de Principio Espiritual Arcaico, até a forma Espiritual que habita os nossos corpos físicos

Assim teríamos as seguintes fases que o espírito passaria, desde a sua criação até a fase de sabedoria:

1 -Do Big Bang até o surgimento da vida em algum planeta é necessário um processo de formação de matéria, o que chamarei a seguir de tijolos da viida, na Terra, 10,5 bilhões de anos após o Big Bang só , existia  o Principio Espiritual Arcaico, este evoliu muito pouco absorvendo os reflexos de suas interações com a matéria, através das constantes transformações que a mesma é sumetida. Neste período há o predomínio do Principio Espiritual Arcaico.

2 – Quando  surge a vida, na tese da pluralidade dos mundos habitados, nos diversos locais do universo  o Principio Espiritual começa a se desenvolver em seres vivos primitivos dos reinos mais simples que acreditamos possam surgir semelhantes aos Reinos  Monera, Protista, Fungo e Planta, que conhecemos na Terra. Nesta fase este Principio receberá o nome didático de Principio Espiritual Vital, onde o Principio Espiritual Vital  aprende por reflexos e por instinto e torna-se o agente da manutenção da própria vida; Neste período então existe o predomínio do Principio Espiritual Vital sobre o Principio Espiritual Arcaico  que segue interagindo com a matéria e coexistindo com  o Principio Espiritual Vital, já diferenciado do seu antecessor.

3 – Como não detectamos a vida fora da Terra ainda, vamos usar o exemplo terreno para explicar a trajetória evolutiva do Espírito. A busca de vida fora da Terra persiste, portanto a Doutrina Kardecista precisa estar atualizada e capaz de explicaá-la a luz da ciência.

 

4 – Acreditamos que à partir de seres com características semelhantes aos dos animais da Terra, ou seja com mobilidade, com corpos físicos mais desenvolvidos, adaptados aos planetas onde se desenvolveram através da lei natural da sobrevivência do mais forte e da adaptabilidade, o Princípio Espiritual sofra um grande avanço evolutivo, comparado aos outros tipos de vida disponíveis até então. O desenvolvimento destes seres vivos até um nível civilizatório, é uma incógnita, pois os corpos precisariam passar por dificuldades as mais diversas que levassem a este desenvolvimento. Mas é possível imaginar que isto tenha ocorrido ou esteja ocorrendo em diversos pontos do universo, dado onúmero impressionante de estrelas e planetas existentes no universo e claro à existência da lei natural de progresso.

Atualmente existem diversas pesquisas de busca de vida extra-terrestre que não entraremos em detalhes aqui, mas que desenvolvemos no trabalho -  Análise da necessidade de recorrermos à exobiologia , quer física, quer espiritual para explicar o desenvolvimento das civilizações na Terra. Apresentado no X SBPE em 2007[15]. Existem alguns estudos no MIT (Massachusetts Institute of Technology) onde um projeto está sendo desenvolvido para cirar um equipamento capaz de analisas rochas marcianas e comparar possíveis DNAs de microorganismos existentes ou fossilizados com os DNAs terrestres buscando correlação entre eles[16].

 

Ou seja, se no futuro as missões robóticas que estamos enviando a Marte conseguirem obter algum sinal de vida em sua superfície, seremos capazes de saber se existe relação entre estas formas de vida e as desenvolvidas na Terra, e porque isto? Pois permanentemente nosso planeta tem recebido metoritos oriundps de Marte, sim, porque há cerca de 2 bilões de anos todos os planetas do sistema solar estavam permanentemente entrando em choque com asteroides.

 

A grnade incógnita aqui é que, a vida pode surgir e não permanecer, por razões que entenderemos melhor no próximo capítulo.

 

 4.3 – na Terra

Como foi o desenvolvimento do corpo físico?

Os tijolos da vida - a composição da química da vida em todas a formas de vida que conhecemos, dependem da presença de alguns elementos químicos principais: são eles:  Hidrogênio, Oxigênio, Carbono e Nitrogênio. Todos os outros elementos químicos juntos representam menos de 1% da massa do corpo humano, como exemplo.

Não é a toa que os quatro elementos principais fazem parte dos seis elementos mais comuns do Universo, os demais são Hélio e Neón. Curiosamente, estes 4 elementos básicos para a vida não são tão presentes na Terra, como o são no espaço, ou seja a incidência destes elementos na Terra, onde sabidamente há vida, é menor do que na média dos outros locais do universo, demonstrando que os componentes químicos necessários ao aparecimento da vida, são muito comuns no universo, nos permitindo pensar que, se as condições ambientais favorecerem, a vida pode se originar em qualquer lugar no espaço onde são gerados no interior de estrelas.

O processo de formação de uma estrela até a sua destruição não é muito rápido e está na casa de bilhão de anos. Assim é provável que nos primeiros 2 bilhões de anos pouco ou quase nenhum carbono estivesse disponível. Passado portanto esta primeira etapa orfã de Carbono, começam novos ciclos de vida de estrelas, e neste aspecto é importantíssimo o caos a que se segue a uma explosão de uma nova ou de uma supernova, pois ela espalha nas regiões interestelares, uma nebulosa, repleta destes elementos mais pesados, como Carbono, Silicio, Ferro, Níquel misturados a uma quantidade enorme de gases, como hidrogênio, oxigênio, hélio e neón.

Como toda a vida até hoje detectada, está baseada no Carbono e na química orgânica, podemos pensar que nos primeiros bilhões de anos após o Big Bang, nenhum princípio espiritual pudesse ter evoluído a espírito.

À partir de uma nebulosa há cerca de 5 bilhões de anos atrás, fez-se surgir o Sol e seu sistema planetário e com o tempo a vida na Terra.

Processo de aparecimento da vida na Terra:

1. Formação da crosta sólida no planeta (desta crosta todos os elementos químicos serão extraídos;

2. Formação de grandes oceanos ( existência de água no estado líquido que se deveu muito provavelmente a uma série de choques de cometas contra o nosso planeta[17]);

3. Existência de uma atmosfera rica em CO2, CH4 e vapor d’água que favoreceu o aparecimento do efeito estufa que tanto nos incomoda hoje, mas que provocava grandes convecções na atmosfera e como consequência tempestades e raios elétricos)- isto permitiu a sintetização de aminoácidos;

4. Existência de um satélite de proporções planetárias[18] – a Lua, que a 3,5 bilhões de anos estava a 1/3 da distancia atual da Terra e provocava marés 9 vezes mais altas e vulcanismos na superfície da Terra. Com isto os oceanos varriam a superfície da Terra com força colossal, trazendo e misturando os elementos químicos necessários para o surgimento dos primeiros sistemas autonomos[19] ( vida) provavelmente no fundo dos oceanos, adsorvidos às conhecidas pedras pome;

 Ao surgir a vida na Terra, há 3,5 bilhões de anos, por cerca de 2 bilhões de anos o Principio Espiritual desenvolve-se em seres vivos primitivos dos reinos  Monera, Protista, Fungo e Planta. Nesta fase este Principio receberá o nome por nós criado didáticamente como de Principio Espiritual Vital , onde o Principio Espiritual Vital aprende por reflexos e por instinto e torna-se o agente da manutenção da própria vida; Aqui, na Terra, como na regra geral do Universo - Neste período então existe o predomínio do Principio Espiritual Vital sobre o Principio Espiritual Arcaico  que segue interagindo com a matéria e coexistindo com  o Principio Espiritual Vital, já diferenciado do seu antecessor

Há cerca de 500 milhões de anos, surge a vida animal, muito mais complexa. Esta é a fase na qual Kardec costuma chamar o espírito de Principio Espiritual Propriamente Dito - PE. O Principio Espiritual Propriamente Dito aprende por reflexo, instinto e inteligência rudimentar; Iniciamos então o período onde o predomínio do Principio Espiritual Propriamente Dito, seguem atuam, cada qual em seu nível de evolução  o Principio Espiritual Vital e o Principio Espiritual Arcaico.

O Princípio Espiritual estagiou, desde os primeiros organismos unicelulares até os animais de hoje. Através da análise do DNA de todos os seres vivos podemos determinar que o primeiro animal a surgir na Terra foi a esponja marinha (DNA)[20]

Há  cerca de 4,5 milhões de anos o PE evolui para a forma de Espírito, encarnando em corpos de hominídeos onde o senso moral passa a preponderar em sua jornada, sendo o fator diferencial, associado ao desenvolvimento da inteligência. O Espírito passa a aprender por reflexo, instinto, inteligência e por interação moral.

A partir deste primeiro animal, os mecanismos já citados de evolução, fizeram em 500 milhões de anos, evoluíssemos até as formas humanídeas e bem mais perto de nós, nos últimos 500 a 250 mil anos evoluir até o Homo Sapiens.

Hoje, todas as fases de evolução espiritual estão presentes na Terra e no Universo. Se concentrarmos nossa atenção no espírito enquanto potência da natureza, poderemos dispensar alguns conceitos como, fluído animal, princípio vital e princípio inteligente que muito mais confundem que esclarecem a natureza das coisas.

 

Descrevemos em mais detalhes este processo e mesmo a evolução do princípio espiritual no planeta Terra, através dos seguintes trabalhos apresentados em Simpósios Brasileiros dos pensamento Espírita;

1 – O Ser humano e a evolução – Uma análise pré-histórica[21]

2 - A Evolução do Princípio Espiritualdo átomo ao Espírito Superior - Uma releitura da Codificação:[22]

 


5 – Conclusões:

 

Considerando os limites impostos a nossas reflexões, ou sejam existência de Deus, do espírito e da matéria, esta última representada desde as mais diversas formas de energia até a menor partícula sub-atômica, passando por todos os estados em que a mesma pode se apresentar. Sabendo  que o espírito é criado simples e ignorante (princípio), devemos portanto admitir que o espírito vá se tornando mais complexo desde a sua criação até um momento qualquer que o analizemos além de que as observações do universo levam à conclusão de que a hipótese do Big Bang é a mais provável para o surgimento do universo que conhecemos.

Considerando também os mecanismos de conhecidos até o momento para o aparecimento e o desenvolvimento de vida no Universo, partindo da experiência terrestre propomos que:

1 – O espírito foi criado junto com a matéria no Big Bang, denominado por mim de Pricípio Espiritual Arcaico, com baixa taxa de evelução, no contando com o potencial de evoluir.

2 – Quando a vida surge, os Pricípios Espirituais Arcaicos passam a ter maior mobilidade e evoluem a outro tipo de princípio espiritual que chamo de Pricípio Espiritual Vital, que irá evoluir nas espécies inferiores da natureza.

3 – Quando a vida evoluiu a espécies animais – o princípio espiritual agrega mais desenvolvimento e passa a incoporar o instinto, aqui chamamos didaticamente de Princípio Espiritual Propriamente Dito.

4 – Quando o pricipio Princípio Espiritual Propriamente Dito chega a fase de compreender a existência do outro, ele se eleva a categoria de Espírito, isto ocorre em nosso planeta quando surgem os hominídeos.

Consideramos também que o mecanismo de evolução seja o da adaptação do mais forte, ou como é conhecido como a teoria da evolução das espécies primeiramente descrita por Darwin. Existe sempre a atuação do Princípio Espiritual no processo, mas não há indicação de evolução por saltos.

 

 6. Referências:

 

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ANDRADE, HERNANI G. – Morte Renascimento Evolução – uma biologia transcendental – Ed. Pensamento –1983 – página 18.

––- Psi quantico – uma extensão dos conceitos Quânticos e Atõmicos à Idéia do Espírito – Ed. Pensamento – SP – 1986  página 98.

BEISER, ARTHUR – Conceptos de fisica moderna – McGraw-Hill Mexico – 1973.

CHARON, JEAN E. - Espírito este desconhecido – Ed. Melhoramentos, 1977.

CIAMPONI, DURVAL – A Evolução do Princípio Inteligente – FEESP – 1999.

––- Perispírito e corpo mental – sede da memória, geração espontânea e Evolução anímica – FEESP -1999 SP- Brasil.

FERREIRA, AURÉLIO B. DE HOLLANDA – Pequeno Dicionário Brasileiro da Lingua Portuguesa –11a edição Gamma editora .

GLEISER, MARCELO – A dança do Universo – dos mitos de Criação ao Big-Bang - Ed. Companhia das Letras , 1997 – página 356.

GREENE, BRIAN – O tecido do cosmo – o espaço, o tempo e a textura da realidade – Ed. Companhia das Latras – 2004.

HAWKING, STEPHEN W – Uma breve história do Tempo – do Big Bang aos buracos negros;Editora Rocco, 1988 –Rio de Janeiro – RJ.

––- O Universo em uma casca de noz - Ed. Mandarim –São Paulo 2002, página 178.

JÚNIOR, ELISEU F. DA MOTA – Que é Deus? – Editora O Clarim – 2a Edição 1998 – página  33.

KARDEC, ALLAN – O Evangelho segundo o espiritismo – FEB.

-– O Livro dos Espíritos – Ed FEB 1860 2a edição.

-– O Livro dos Médiuns – Ed FEB –50a Edição.

––- Revista Espírita –1860- Março Editora Edicel .

––- Revista Espírita –1868- Julho Editora Edicel.

––- A Gênese – os milagre e as predições segundo o Espiritismo ed. FEB 27a Edição.

LIMA, MOACIR COSTA DE ARAUJO – A Era de Espírito, AGE Editora, 2004 Porto Alegre, página 14.

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MACHADO, ALEXANDRE C - A Evolução do Princípio Espiritualdo átomo ao Espírito Superior - Uma releitura da Codificação.

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––-  Abrindo a sua mente – O que são supercordas e a sua relação com o espiritismo – Jornal Abertura. Editora ICKS -Outubro 2004 – Santos. SP.

––- Abrindo a sua mente-O que é vida? Jornal Abertura Fevereiro 2006.

––- Análise da necessidade de recorrermos à exobiologia , quer física, quer espiritual para explicar o desenvolvimento das civilizações na Terra – X SBPE, santos –SP 2007.

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––-  Uma proposta de desenvolvimento do campo científico do Espiritismo – Teoria Científica Kardecista (TCK) –XI SBPE – 2009.

MORRIS, RICHARD – O que sabemos sobre o universo; Jorge Zahar Editor, 2001 Rio de Janeiro – página 48.

NATIONAL GEOGRAFIC – Origens da vida – A evolução das Espécies – Filme O início de tudo.

TERRA –Portal - Vida na Terra e em Marte podem ter origens comuns – Março 2011.

 

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UZUNIAN, ARMÊNIO E BIRNER ERNESTO – Biologia – volume único – Editora HARBRA – página 9 São Paulo – SP – 2001.

VIDEIRA, A & Charbel Niño EI-Hani -  Para entender a biologia do século XXI. Editora Relume Dumara – Rio de Janeiro RJ –Brasil -2000.



[1] Kardec, Allan – O Livro dos Espíritos 1858 Ed. FEB – questão 115

[2] Trabalho do SBPE - A Evolução do Princípio Espiritualdo Átomo ao Espírito Superior – Machado, Alexandre

[3] Kardec, Allan – O Livro dos Espíritos 1858 Ed. FEB – questão 22

[4] Kardec, Allan – O Livro dos Espíritos 1858 Ed. FEB – questão 115

[5] Régis, Jaci - Do Homem e do Mundo – Ed. Licespe – Santos SP –1994 - página 39

[6] Kardec, Allan – O livro dos Espíritos - questão

[7] Kardec, Allan – O livro dos Espíritos - questão

[8] Charon, Jean E. - Espírito este desconhecido – Ed. Melhoramentos, 1977

[9] Greene, Brian – O tecido do cosmo – o espaço, o tempo e a textura da realidade – página 117

[10] Greene, Brian – O tecido do cosmo – o espaço, o tempo e a textura da realidade – página 115

[11] Kardec, Allan – O Livro dos Espíritos – questão 540.

[12] Luiz, André – Mecanismos da Mediunidade – Francisco C. Xavier e Waldo Vieira. Ed. FEB – 1939 – página 43

[13] Andrade, Hernani G. – Psi quantico – uma extensão dos conceitos Quânticos e Atõmicos à Idéia do Espírito – Ed. Pensamento – SP – 1986  página 98

[14] Jornal Abertura – a origem da vida – Alexandre Machado – Fevereiro 1989

[15] Análise da necessidade de recorrermos à exobiologia , quer física, quer espiritual para explicar o desenvolvimento das civilizações na Terra

[16] Vida na Terra e em Marte podem ter origens comuns – Site Terra Março 2011

[17] Tyson, Neil DeGrasse e Goldsmith, Donald – Origins Fourteen Billion Years of Cosmic Evolution – Norton & Company – 2004 – página 233

[18] Hubble – 15 anos de descobertas – Scientific American Brasil - DVD

[19] Origens da vida – a Evolução das Espécies – National Geografhic - DVD

[20] National Geografic – Origens da vida – A evolução das Espécies – Filme O início de tudo.

[21] O Ser humano e a evolução – Uma análise pré-histórica – Alexandre Cardia Machado

[22] A Evolução do Princípio Espiritualdo átomo ao Espírito Superior - Uma releitura da Codificação – Alexandre Cardia Machado

 Nota: Artigo originalmente publicado no Jornal Abertura de Santos.

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segunda-feira, 20 de julho de 2020

Abrindo A Mente: E se Deus fosse um de nós e a conquista da galáxia - por Alexandre Cardia Machado

O título pode ser um pouco exagerado mas ele decorre de um estudo e trabalho que desenvolvemos no ICKS há alguns anos. 

Estou transformando este trabalho em uma série de artigos explorando a possibilidade de que humanos venham e ocupar os diversos planetas que já sabemos que poderiam, sob determinadas circunstâncias abrigar vida. Vamos conversar sobre algumas hipóteses e como, com persistência, determinação e muito tempo, isto poderia acontecer. Estou me baseando num artigo publicado na Revista Scientific American em seu blog de autoria de Caleb Scharf – Diretor do Instituto de Astrobiologia da Universidade de Columbia. 

O Espiritismo tem como um de seus princípios a Pluralidade dos Mundos Habitados, as evidências cientificas nao demonstram isto, precisamos entender por que e quem sabe a vida seja muito mais rara do que imaginávamos.

 Na Via Láctea, talvez haja até 300 bilhões de estrelas. As melhores estimativas dos esforços de busca de exoplanetas, como as realizadas com o telescópio espacial Kepler da NASA, sugerem que dentro desse oceano de corpos estelares pode haver mais de 10 bilhões de mundos pequenos e rochosos em configurações orbitais propícias a condições de superfície temperadas. Essas manchas exoplanetárias podem gerar e suportar sistemas vivos e podem fornecer uma rede de pontos de referência para qualquer espécie determinada a migrar pelo espaço interestelar. Alguns estudos sobre o tema no século XX: O mais famoso é que, durante um almoço em 1950 com colegas cientistas, o físico Enrico Fermi reconheceu esse fato e, segundo a história, deixou escapar: “Você nunca se perguntou onde estão todos?” O paradoxo de Fermi: “a menos que espécies tecnologicamente proficientes sejam extremamente raras, elas deveriam ter se espalhado praticamente por toda a galáxia até agora, mas não vemos nenhuma evidência para elas”. Fermi calculou em termos aproximados que a Via Láctea poderia ser ocupada em alguns milhões de anos. 

Em 1975, o astrofísico Michael Hart produziu o primeiro estudo quantitativo e matizado dessa ideia, no qual apresentou o que ficou conhecido como "fato A." de Hart. Isso se refere à ausência de alienígenas na Terra hoje. Esse fato até agora cientificamente incontestável levou Hart à conclusão de que nenhuma outra civilização tecnológica existe atualmente - ou jamais existiu - em nossa galáxia. A chave dessa afirmação, assim como no insight original de Fermi, está no tempo relativamente curto, em termos espaciais, que aparentemente levaria para que uma espécie se espalhasse pelos 100.000 anos-luz da Via Láctea, mesmo usando modestos e muito mais lentos que sistemas de propulsão de foguetes como os que usamos na Terra nos dias de hoje. 

O físico Frank Tipler também estudou o problema e relatou seu trabalho em 1980, demonstrando, assim como Hart, que em poucos milhões de anos alienígenas adequadamente motivados poderiam realmente visitar todos os lugares. Dado que nosso sistema solar existe há 4,5 bilhões de anos e que a Via Láctea foi montada há pelo menos 10 bilhões de anos, houve tempo mais do que suficiente para que as espécies terminassem em todos os mundos habitáveis. Porém, essas investigações consideraram a propagação da vida um tanto diferente. 

Hart assumiu um processo de colonização “na carne” por uma espécie biológica, enquanto Tipler imaginou enxames de sondas, de máquinas auto-replicantes, ou seja carregando micro-organismos que se espalhariam sem restrições. Na maioria dos cenários de assentamento, os sistemas estelares e seus planetas tornam-se habitados, se ainda não eram, e servem como a próxima base de operações para o lançamento de novos sistemas. Para as máquinas auto-replicantes da Tipler, os principais limites de sua expansão seriam a disponibilidade de energia e matérias-primas suficientes para produzir cada geração subsequente e intensão permanente, pois trata-se de um processo de milhares de gerações. Sempre existem muitas suposições importantes em qualquer estudo como esse. 

Alguns são razoáveis e facilmente justificáveis, mas outros são mais complicados. Por exemplo, todos os cenários envolvem suposições sobre o escopo da tecnologia usada para viagens interestelares. Além disso, quando a espécie está “pronta para o passeio”, em vez de enviar emissários robóticos sofisticados, a suposição mais fundamental é que os seres vivos podem sobreviver a qualquer tipo de viagem interestelar. Sabemos que viajar a até 10% da velocidade da luz exige alguma tecnologia bastante selvagem - por exemplo, propulsão por bomba de fusão ou velas de luz colossais acionadas por laser. 

Também deve haver proteção contra os impactos desgastantes dos átomos de gás interestelares, bem como das migalhas de rochas que destroem as naves, cada uma das quais carrega o soco de uma bomba para uma espaçonave a qualquer fração decente da velocidade da luz. Viajar em velocidades mais modestas é potencialmente muito mais seguro, mas resulta em tempos de trânsito entre estrelas de séculos ou milênios - e está longe de ser óbvio como manter uma equipe viva e bem por períodos de tempo que podem exceder muito a vida útil individual. 

Veremos agora um pouco mais as dificuldades desta empreitada. 

Em outros lugares da galáxia, pode haver arquipélagos de espécies interestelares para quem os visitantes cósmicos são a norma, ou seja, aglomerados muito próximos de estrelas que em tese permitiriam vistas entre elas. Imaginemos que possam existir outras civilizações avançadas em outros planetas na nossa galáxia. As suposições mais controversas, no entanto, giram em torno de questões de motivação e projeções que se pode fazer sobre a longevidade de civilizações inteiras e seus possíveis assentamentos planetários. Ou então se uma espécie exótica simplesmente possa não estar interessada em alcançar outras estrelas? Toda a ideia de um possível assentamento galáctico literalmente desapareceria. 

Esse foi um argumento proposto por Carl Sagan e William Newman em 1983 como uma refutação ao que eles chamaram de "abordagem solipsista (idealista)" à inteligência extraterrestre. Já para o cosmólogo Jason Wright, esse tipo de proposição é, sem dúvida, uma "falácia". Dito de outra forma: parece impossível especular com precisão o comportamento de uma espécie inteira como se estivesse pensando com uma mente unificada. Nós, humanos, certamente não nos encaixamos nessa categoria, dificilmente a humanidade concordaria numa empreitada de séculos. 

Por outro lado mesmo que a vasta maioria das supostas civilizações espaciais da Via Láctea não tente se espalhar pela galáxia, basta uma cultura ( um planeta) indo contra a corrente para espalhar sinais de vida e tecnologia por centenas de bilhões de sistemas estelares. De fato, a história do paradoxo de Fermi está inundada de diversos debates sobre suas suposições subjacentes, bem como de uma enorme variedade de "soluções" postuladas. Poucas, se houver alguma, dessas soluções são prontamente testáveis. Embora alguns incluam ideias bastante diretas, outros são estritamente ficção científica.

Por exemplo, pode ser que o custo em recursos para atingir a capacidade de atravessar rapidamente o espaço interestelar seja muito alto, mesmo para uma espécie soberbamente tecnológica. Isso certamente poderia reduzir o número de exploradores. Ou talvez o crescimento populacional não seja, como muitos pesquisadores supõem, uma forte motivação para viajar para as estrelas, especialmente para uma espécie que restrinja quaisquer impulsos vorazes e desenvolva um ambiente verdadeiramente sustentável de coexistência em seu sistema doméstico e ambiental.

A derradeira revolução verde removeria o ímpeto de ir mais longe em busca de algo que não fosse a exploração científica. Podem também existir alguns tipos de impedimentos, como os religiosos, morais ou simplesmente desinteresse. Como alternativa, talvez cataclismos naturais, de explosões de supernovas a explosões do buraco negro central da Via Láctea, simplesmente eliminem a vida galáctica com regularidade o suficiente para impedir que ela se espalhe. 

Propostas mais ultrajantes incluem a hipótese do zoológico. Nesse cenário, estamos sendo mantidos deliberadamente isolados e no escuro pelos poderes alienígenas que eventualmente existem. Limitantes: Existem fatores básicos e universais em jogo, desde a escassez de bons lugares para ancorar até o tempo que leva para uma população se preparar para avançar mais no vazio. Cientistas tentando elaborar uma estratégia investigativa que fizesse o menor número possível de suposições não substanciadas e que pudesse ser testado ou restringido de alguma forma com dados reais chegaram a algumas conclusões:

No centro deste exercício, havia o simples pensamento: como ondas de exploração ou assentamento poderiam ir e vir através da galáxia, com humanos surgindo em um dos períodos solitários. Essa ideia está relacionada ao fato original de Hart - de que não há evidências aqui na Terra hoje de exploradores extraterrestres. Mas vai além, perguntando se podemos obter limites significativos para a vida galáctica, restringindo o período exato de tempo que a Terra poderia ter passado despercebida. 

Talvez há muito, muito tempo, alienígenas chegassem e se fossem. Ao longo dos anos, vários cientistas discutiram a possibilidade de procurar artefatos que poderiam ter sido deixados para trás após essas visitas ao nosso sistema solar. O escopo necessário de uma pesquisa completa é difícil de prever, mas apenas a situação na Terra acaba sendo um pouco mais gerenciável. 

A pesquisa local: 

Em 2018 Gavin Schmidt, do Instituto Goddard de Estudos Espaciais da NASA, junto com Adam Frank, produziu uma avaliação crítica para saber se poderíamos dizer com absoluta certeza se houve uma civilização industrial anterior a nossa na Terra. Por mais fantástico que possa parecer, Schmidt e Frank argumentam - como fazem a maioria dos cientistas planetários - que na verdade é muito fácil para o tempo apagar essencialmente todos os sinais da vida tecnológica na Terra.

 A única evidência real depois de um milhão ou mais de anos se resumiria a características estranhas, como moléculas sintéticas, plásticos ou precipitação radioativa. Restos fósseis e outros marcadores paleontológicos são tão raros e dependem de condições tão especiais de formação que podem não nos dizer nada neste caso. Schmidt e Frank também concluem que ninguém ainda realizou as experiências necessárias para procurar exaustivamente essas assinaturas não naturais na Terra. 

O ponto principal é que, se uma civilização industrial em escala própria existisse alguns milhões de anos atrás, talvez não soubéssemos disso. Isso absolutamente não significa que tenha existido; indica apenas que a possibilidade não pode ser rigorosamente eliminada. Nos últimos anos, buscam as implicações maiores e mais abrangentes da galáxia dessas idéias em uma investigação liderada por Jonathan Carroll-Nellenback, da Universidade de Rochester, e com Jason Wright, da Universidade Estadual da Pensilvânia. 

Um avanço no desenvolvimento de uma série de simulações de computador que permitem construir uma imagem mais realista de como as espécies podem se mover em uma galáxia considerando o seu próprio movimento. Como todas as estrelas se movimentam, elas podem abrir janelas de oportunidade ao se aproximarem, uma das outras. Se você tirar uma foto instantânea de estrelas a algumas centenas de anos-luz do sol, verá que elas estão se movendo como as partículas de um gás. 

Em relação a qualquer ponto fixo nesse espaço, uma estrela pode estar se movendo rápida ou lentamente e no que é efetivamente uma direção aleatória. Reduza o zoom ainda mais, para escalas de milhares de anos-luz, e você começará a registrar o grande movimento orbital compartilhado que carrega uma estrela como o nosso Sol pela Via Láctea, dando uma volta ao redor de seu núcleo a cada 230 milhões de anos. 

Estrelas muito mais próximas do centro galáctico demoram muito menos tempo para completar uma volta. odo este movimento tende a proporcionar oportunidades de aproximação entre estrelas, permitindo “janelas” de milhões de anos para que uma determinada civilização possa enviar missões a planetas que orbitem as estrelas com que se aproximam no espaço. Como estamos falando de números enormes de estrelas, a possibilidade de migração de seres vivos que possam existir na galáxia aumenta muito. 

Costumo sempre reforçar que a estrela mais próxima da Terra está a 4,25 anos-luz é a Próxima -Centauri, para termos uma ideia, chamamos a distância média da Terra ao Sol de 1 UA. Ou seja – uma unidade astronômica. Próxima - Centauri está a 268 mil UA. O objeto terrestre que está mais distante da Terra é a nave Voyager 1, lançada em 1977 e que está hoje a 148 UA, ou seja está 147 vezes mais longe do Sol que a Terra, isto em anos-luz significa 20, 35 horas-luz. Se a Voyager 1 estivesse indo na direção de Próxima-centauri poderia chagar lá daqui a 76 milhões de anos. 

O grande problema para a colonização interestelar é a distância. Mas se consideramos a possibilidade de uma aproximação de uma estrela, por este movimento da galáxia e se tivermos mais tecnologia e capacidade de viajar a velocidades maiores, em algum momento poderíamos saltar a outro sistema estelar. Em tempos de pandemia é bom pensarmos em como dar este salto. 

Estamos ainda que nos primeiros passos desta corrida. 

Gostaria de reforçar o novo princípio Espírta que defendo: Alguns planetas são habitados, quem sabe nos caiba vir a habitar outros planetas em algum momento no futuro. 

Para abrir mais a sua mente: veja no site da revista ScienficAmerican – home page – www.scintificamerica.com; veja também sobre a missão Voyager –  https://voyager.jpl.nasa.gov/mission/status/ 

Artigo publicado em 4 edições do Jornal Abertura de Janeiro a maio de 2020

Nota: Artigo originalmente publicado no Jornal Abertura de Santos.

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