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quarta-feira, 11 de janeiro de 2017

A evolução do espírito e da matéria - por Jaci Régis

A evolução do espírito e da matéria


Na revelação cristã é filosoficamente fundamental, básico, o conceito de uma queda original do homem no começo da sua história, e também o conceito de um Messias, um reparador, um redentor. Conceitos indispensáveis para explicar o problema do mal, racionalmente premente e racionalmente insolúvel. A solução integral do problema do mal viria unicamente do mistério da redenção pela cruz - necessário complemento do mistério do pecado original.

Jaci Régis



As palavras acima, retiradas de um site católico, mostram claramente a diferença entre o cristianismo e o Espiritismo.

Como a Doutrina Kardecista pode analisar esse fato?

Se considerarmos a Teoria Evolutiva do Espiritismo, que contempla a criação do ser espiritual “simples e ignorante”, compreenderemos que o planejamento da evolução do ser espiritual, possui a mesma coerência que pode ser constatada na análise do processo evolutivo geral.  Ou seja, existe uma total coerência nos processos de evolução dos elementos materiais e espirituais.

É o que nos ensina O Livro dos Espíritos, sobre a Lei Natural ou divina.  “a lei natural abrange todas as circunstâncias da vida”.

A Teoria Evolutiva do Espiritismo, torna o ser espiritual parte do mesmo processo que dinamiza e constitui o universo material. Esse dualismo conceitual parece ser inevitável no encaminhamento intrínseco entre todos os fatores da vida universal, entrosando matéria e espírito, embora cada um determinando um caráter e um perfil que conjugado possibilita a vida.

No processo de evolução do universo, encontramos a inevitável seqüência de nascer, viver, morrer e renascer, aplicada tanto ao ser espiritual quanto aos elementos materiais. Em ambos os casos, temos uma “imortalidade”, isto é, como disse Lavoisier, nada se perde, nada se cria, considerando a reciclagem dinâmica dos fatores.

Dada a natureza diferenciada do elemento espiritual, a imortalidade do espírito, contudo, conteria um elemento singular, consistente, que determina uma individualidade permanente, isto é, embora intrinsecamente ligado ao elemento material não se perde na dissolução eventual dos elementos, nem na dissipação da energia produzida por eles. Na verdade como elemento da natureza o princípio espiritual guarda a qualidade de ser, de constituir uma individualidade que deteria a essência do movimento vivo, agregador, e dissipador dos elementos.

Conforme se auto desenvolve esse elemento individual e espiritual, ganha a capacidade de pensar, criar e recriar, submetendo elementos esparsos ao vetor diretor de sua vontade.

Nesse sentido, assim como os elementos materiais são conjugados, reciclados ao sabor da inteligência motriz, natural, o Espírito também precisa de tempo e espaço para alongar-se, desenvolver-se.

No ciclo vida, morte, renascimento, o elemento espiritual possui o ritmo acelerador da reencarnação, uma vez que está mais que evidente que, nessa simbiose espírito-matéria que é a base do universo, a inteligência ou essência motriz do ser espiritual organiza organismos para manifestar-se. É o princípio da encarnação, entendida como elemento de aglutinação, ajuste e processual do desenvolvimento das potencialidades do Espírito.

Na verdade podemos afirmar que a lei natural não é moral.

Se acompanharmos a evolução do princípio espiritual, por exemplo, no nível animal, verificaremos que ai o elemento moral inexiste. Ou seja, um pedrador ao atacar sua vitima não expede um julgamento moral, uma incerteza do certo ou do errado. Ao destruir sua presa satisfazendo sua necessidade ele não sente culpa.

Essa culpa será desenvolvida no nível hominal. Na transição de elemento espiritual para Espírito, o ser agora dispõe de capacidade de analisar, comparar e decidir. Mas, sobretudo, descobre o outro. É nessa descoberta que se inicia propriamente o senso moral.

É nessa relação conflitiva e ao mesmo tempo essencial que ele desenvolve o senso moral, o certo e o errado, o bem e o mal, dentro de parâmetro que a organização social estabelece.

Ao iniciar a organização social houve a necessidade de nomear os que, por eleição divina passaram a estabelecer as regras de comportamento, o bem e o mal.de modo a permitir vida comum.

Por isso no estágio de desenvolvimento das civilizações primordiais que povoaram a Terra o princípio da causalidade, ou seja, a análise dos fatores a partir da realidade sensorial, a busca da razão e do porquê das coisas e dos eventos, teria que centrar-se não apenas num criador poderosos, mas num criador capaz de punir, reagir, zangar-se. Ou seja, um criador humanizado, como Jeová dos judeus e os deuses de todos os povos e dos gregos, porque há, não obstante, uma certa similitude entre todas as concepções sobre Deus nas civilizações que se sucederam.

Afirmamos isso porque partindo do aqui e do agora, o comportamento das pessoas teria que ser comparado a parâmetros definidos como sendo a lei de Deus e, por isso, sujeitos a julgamento, condenação, punição e absolvição.

A visão científico-materialista sobre o homem decorre da análise sensorial e das experiências genético-cerebrais, todavia inconclusivas.

Falta-lhe o sentido espiritual como o Espiritismo propõe, isto é, sem conteúdo moral.

O conteúdo moral, como vimos foi estabelecido diante dos fatos concretos do nascimento, da morte. Ele, portanto, é uma criação social, uma forma de conter ou explicar o mal.

Mas o mal, segundo o Espiritismo, não é fundamento do ser, mas conseqüência do conflito existencial, ao longo do processo.

Então, todo o quadro moral, punitivo e todo o julgamento divino que as organizações sociais controladoras do comportamento e agenciadoras do consolo perante e a morte criaram não pertence à lei natural.

Não é crível que a lei naturall ou divina estabeleça qualquer forma de punição que é um estágio temporário e localizado na vida da pessoa, nas suas relações e no convívio social.

Jaci Régis - 2006

NR: Texto publicado no Jornal ABERTURA de agosto de 2015



terça-feira, 12 de janeiro de 2016

Além do Tempo – o que poderia acontecer mesmo - uma visão espírita por Alexandre Machado

A TV Globo constuma colocar no ar, enredos com viés espírita, mais uma vez explora a temática através da novela Além do Tempo, assistindo a alguns capítulos começei a pensar se toda a trama poderia realmente acontecer.

Além do Tempo - uma visão espírita Kardecista


Cerca de 20 pessoas se reencontram, cem anos depois, vivendo em famílias que mantém uma certa semelhança com o passado. A novidade é que a novela começa no passado, no que parecia ser o século XIX e retoma, após alguns acontecimentos traumáticos, em pleno século XXI, nos dias atuais.
Analisando as mudanças dos personagens, que carregam consigo, algumas características muito semelhantes às que possuíam, na encarnação passada no século XIX. 

Claro que para facilitar o entendimento dos telespectadores, todos os personagens voltam com o mesmo nome que possuíam na encarnação passada. Este detalhe tem muito a ver com o que Allan Kardec propõe no livro – Obras Póstumas – no capítulo “Tribunal das Vidas Futuras”, ou seja, mudamos de uma encarnação a outra por fruto de nossas reflexões no período de erraticidade e pela influência do meio familiar e social da nova encarnação.

Esta questão do nome, evidentemente, é impossível, pois, fico imaginando o Plano Extrafísico, a espiritualidade tentando planejar e influenciar, não apenas os 20 personagens, mas apenas para fazer com que eles tivessem o mesmo nome, teríam também que influenciar ao menos outras 40 pessoas, que seriam os seus pais.

Na trama passada no século XIX, vários personagens que se encontraram na cidade fictícia de Bela Rosa, na serra gaúcha vinham de São Paulo, por diversos motivos profissionais. Já na narrativa do século XXI, os personagens não locais, vem do Rio de Janeiro. Vale a ideia, pois todo o enredo busca mostrar que as encarnações servem para nos ensinar. Na realidade, todo este planejamento até então, à época de Kardec era possível de imaginar, pois um homem ou mulher, na média, durante toda a sua vida, não saía de um raio de 20 km, do ponto em que nascia. Nos dias de hoje, esta transitoriedade aumentou infinitamente. Conseguir reunir, todos os envolvidos nos dramas do passado, ficou muito mais difícil. Outros agentes aleatórios entrariam na vida destas pessoas. A população mundial, neste 100 anos, aumentou em mais de 10 vezes.

Alguns dirão, mas a força de atração espirtual que carregamos todos nós é maior que tudo isto, isso pode ser verdade, mas a reencarnação não está para corrigir ou reparar os erros do passado, mas sim para ajudar a que nós Espíritos melhoremos e para isto, não necessitamos voltar para os mesmos dramas. As multiplas oportunidades que a vida nos proporciona já nos depura naturalmente.
Gostaria de citar um dos princípios da Ciência da Alma – proposta por Jaci Régis: “Justificando o fato da reencarnação ser um processo natural ... “A reencarnação é um processo natural, psíquico-físico. Ocorre automaticamente sempre que se crie um clima vibracional decorrente da fecundação do óvulo no ventre materno.”

Na Ciência da Alma, portanto, Jaci Régis irá dizer que “ nesse novo dicionário de entendimento, não haverá espaço para pecado, nem para a visão dolorosa da vida e reconhecerá que a alma humana caminha, com altos e baixos, para o seu destino de superação, apreensão do conhecimento e desenvolvimento das virtudes, pelo fato de viver, de reciclar, de morrer, viver, reencarnar.

As vicissitudes da alma, expressão de seus conhecimentos e, sobretudo, na expressão de seus sentimentos serão analisadas num amplo sentido de reparação e renovação, no qual o sofrimento vem como resposta e até uma solução, mas de modo algum como ação divina de revanche, vingança ou punição. A questão da culpa será entendida como reação natural da violação dos valores individuais e sociais”.

Portanto a novela serve para provocar a curiosidade das pessoas sobre o espiritismo, sobre a realidade da reencarnação, mas a proposta é praticamente impossível de ocorrer nos dias de hoje. Pelas dificuldades práticas que descrevemos mas também , porque não se faz necessário, evoluiremos e melhoraremos de qualquer maneira, pela melhora de nossa conduta.

Artigo originalmente publicado no Jornal Abertura de dezembro de 2015

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segunda-feira, 9 de março de 2015

Ainda precisamos de Deus - por Roberto Rufo

“Se Deus não existe então tudo é permitido“ (Dostoiévsky).


O diretor Woody Allen admitiu não ter razão para existir e que isso causa nele uma profunda tristeza.
Filho de mãe judia, Woody Allen se declara ateu. Durante uma coletiva de imprensa em Paris, na divulgação de seu último filme, ele disse que sua vida foi vazia, triste e sem sentido. “Por ser ateu e não acreditar numa razão para estarmos aqui, tive uma vida muito triste, sem esperança, assustadora’, confessou.

Kardec em comentário à pergunta de número 06 do Livro dos Espíritos afirma que “se o sentimento da existência de Deus não fosse senão o produto de um ensinamento, ele não seria universal, e não existiria, como as noções de ciência, senão naqueles que teriam podido receber esse ensinamento“.
Continuo achando que uma vida sem a existência de Deus, espiritualidade e vida futura, é um excelente caminho para a depressão e a melancolia, fenômeno esse que por coincidência acometeu diversos pensadores ateus do século XX.  Fico com Kardec no comentário à pergunta 09 de que “quaisquer que sejam os prodígios realizados pela inteligência humana, essa inteligência tem, ela mesma, uma causa, e quanto mais o que ela realiza é grande, mais a causa primeira deve ser grande. Esta inteligência é a causa primária de todas as coisas, qualquer que seja o nome sob o qual o homem a designe“.

 O que deixa os intelectuais modernos receosos em acreditar em Deus é a falta de argumentos científicos de sua existência, bem como o risco de serem incluídos entre os crédulos fanáticos. O que eles talvez não tenham entendido até hoje é que acreditar em Deus não precisa de argumentos científicos ou teológicos para existir e trazer resultados.

Tenho repetido que próximo dos 60 anos sinto algumas transformações em meu ser. Volto a afirmar a necessária presença de Deus e dos valores espirituais de forma equilibrada no dia a dia das pessoas. Diante do imenso aumento nos casos de depressão e consumo de entorpecentes no mundo dito civilizado, acho que Deus faz diferença em nossas vidas. É a marca do criador em nossa consciência como nos falam os espíritos.

Diante dos problemas acredito que faz muita diferença esse acreditar num ser superior.  São nos momentos difíceis que uma visão espiritual nos dá o suporte para que o ser humano tenha exatamente o que tem faltado a Woody Allen : felicidade , esperança e um projeto de vida como falava Jaci Regis.


                                                                                                                                                                                                                              Roberto Rufo.
Artigo originalmente publicado no Jornal Abertura - outubro 2014

domingo, 15 de abril de 2012

Declaração de Princípios do ICKS

Apresentamos abaixo os princípios que o ICKS aplicará em suas atividades de 2012. Estes princípios foram construídos a partir de discussão interna dos sócios do Instituto em quatro sessões, partindo de dois documentos: A Doutrina Kardecista, de Jaci Régis, e a carta de posicionamento da CEPA Brasil.

Princípios ICKS:

01 - O ICKS é, por definição, Kardecista. Portanto, ser Kardecista é entender Kardec através das obras assinadas por ele e interpretar a sua aplicação nos dias de hoje, sem se fechar no passado.

02 - O ICKS se declara uma instituição laica.

03 - O ICKS considera que a Doutrina Espírita foi concebida como ciência, filosofia com consequências morais, resultante de estudos e análises dos planos material e espiritual. O ICKS deve sempre utilizar uma linguagem tipicamente espírita evitando assim viciações de cunho cristão.

04 - O ICKS deverá manter-se atualizado com a cultura atual e que possua relevância com a Doutrina Espírita.

05 - O ICKS será um pólo irradiador de ideias, desenvolvendo cursos, pesquisas, fórum de debates e ideias, a fim de propiciar aos interessados em estudos espíritas o maior rol possível de temas, procurando aplicar metodologia de cunho científico e de princípios consagrados pela ciência acadêmica, para obtenção de novos dados, mantendo atualizados os conceitos espíritas e a realidade atual.

06 - O ICKS entende que os relacionamentos humanos não estão baseados em culpa e castigo.

07 - O ICKS entende não existir um ser definido como salvador.

08 - O ICKS entende que a ‘mediunidade’ é uma faculdade natural e foca a sua atenção para o público dos encarnados.