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Para compreender melhor esse assunto é preciso entender como funciona a federação americana. Historicamente o governo federal americano sempre deixou para os estados a tarefa de definir e sacramentar legalmente o casamento. Porém em 1996 o congresso americano promulgou o Defense of Marriage Act, definindo explicitamente o casamento como a união entre um homem e uma mulher, portanto considerando inválido em nível federal o casamento gay. Porém os estados americanos são independentes para legislar sobre esse tema e sendo assim podem considerar legal em nível estadual o casamento homossexual. Do ponto de vista prático, um casal gay casado em New York é tratado perante a lei estadual e tem acesso aos mesmos benefícios estaduais que qualquer outro casal, porém, como sua união não é reconhecida em nível federal, não tem acesso a nenhum dos benefícios federais tais como seguro social (pensão e aposentadoria,) medicare (seguro médico), food stamps (algo como o bolsa família), partilhas de bens fora do estado, etc. Atualmente 10 países reconhecem o casamento homossexual irrestritamente: Argentina, Bélgica, Canadá, Islândia, Noruega, Países Baixos, Portugal, Espanha, África do Sul e Suécia, porém vários outros países europeus reconhecem alguma forma de união civil entre pessoas do mesmo sexo e oferecem acesso a benefícios similares ou idênticos aos casais heterossexuais (adoção, herança, decisões medicas, etc.). Casamentos desse tipo também são realizados e reconhecidos no estado brasileiro de Alagoas e na Cidade do México.
Obviamente, nenhum país muçulmano aceita a união homossexual tratando-a como crime capital, punível até com a pena de morte. China e Índia também não tem legislação sobre o tema. Portanto, como quase sempre ocorre com avanços sociais e direitos humanos, são os países ocidentais que lideram o debate. Porem, na maior democracia do planeta o tema alimenta debates apaixonados entre conservadores e liberais e promete esquentar mais durante a campanha eleitoral. O debate entre as partes normalmente concentra-se em volta dos seguintes argumentos:
Argumentos contrários: moralmente a união homossexual seria contrária aos desígnios de Deus, conforme definido pelo cristianismo e outras religiões. Alguns argumentam que haveria um grande impacto na criação e desenvolvimento das crianças criadas por esses casais, impactando as novas gerações e colocando em risco a estabilidade e prosperidade do país. A união gay destruiria os valores familiares que são a base da sociedade, estimularia mais pessoas ao homossexualismo e também facilitaria a legalização da poligamia – afinal ao abrir-se o caminho para a união gay, por que não reconhecer outras formas heterodoxas de casamento? Os contrários as uniões homossexuais sustentam que crianças criadas em lares homossexuais estariam mais expostas e mais inclinadas ao homossexualismo e que ao perderem a referência do modelo familiar tradicional estariam mais propensas ao desenvolvimento de problemas psicológicos e a serem mais infelizes. Em geral se parte do pressuposto que o homossexualismo seria um mal, uma doença ou aberração e que legalizar o casamento gay, seria como legalizar qualquer outra aberração sexual e portanto a sociedade não deveria incentivar tal prática.
Argumentos a favor: legalmente os argumentos se concentram em que o homossexual ao pagar seus impostos como qualquer outro cidadão teria os mesmos direitos e deveres legais que qualquer outro heterossexual. Além disso, o reconhecimento legal viria apenas reconhecer algo amplamente aceito e praticado abertamente e evitaria os constrangimentos atuais – hoje mesmo que estejam juntos por mais de 30 anos, um parceiro do mesmo sexo não tem direito de opinar sobre decisões médicas, não tem acesso ao seguro médico federal, nem ao plano de pensão federal do parceiro, não tem direitos legais na herança e partilha de bens do parceiro, etc. A união gay conta também com amplo apoio da comunidade científica no que se refere à saúde mental e psicológica de filhos criados por casais gays. Diversas associações médicas e psicológicas americanas concordam que não há nenhuma evidência negativa que justifique a proibição da união e constituição de família por pessoas do mesmo sexo. De fato os dados disponíveis confirmam que crianças criadas por casais gay têm exatamente o mesmo desenvolvimento que qualquer outra criança. Também não se achou nenhuma correlação entre homossexualismo dos filhos e preferência sexual dos pais ou qualquer outro indício de que a perda da referência familiar tradicional impacte o desenvolvimento normal e sadio das crianças.
publicado originalmente no ABERTURA de Junho de 2012Espiritismo: o Livro dos Espíritos trata o casamento implicitamente como a união entre um homem e uma mulher e não encontramos muitas referências a homossexualidade nas obras básicas. A realidade é que o homossexualismo está presente em nossa cultura e sociedade desde os tempos tribais, é uma realidade e não é possível ignorá-lo. Parece-me o mais justo e condizente com a Doutrina Espirita deixar que pessoas adultas definam seus próprios destinos, desde que não prejudiquem um ao outro, a sociedade ou a comunidade em geral. Dessa forma me parece que mais dia, menos dia todos os países democráticos irão reconhecer legalmente a união homossexual e conceder a esses cidadãos os mesmos direitos e deveres impostos a qualquer outro casal.
“A moral é a regra para se conduzir bem, quer dizer, a distinção entre o bem e o mal”. (Resposta dos Espíritos à pergunta 629, de O Livro dos Espíritos).
É revoltante. Acaba de ser absolvido pelo Supremo Tribunal Federal, por falta de provas, o ex-presidente Fernando Collor de Mello. Passados 20 anos ele agora é indicado pelo seu partido, o PTB, para compor a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que irá investigar as ações do contraventor Carlinhos Cachoeira.
Hoje, constato tristemente, que a corrupção está nas entranhas do Estado, em todos os seus poderes. E isto é aceito até com certa naturalidade, tendo como argumentos o presidencialismo de coalização, ser indispensável para a governabilidade, permitir que o Brasil cresça, e por muitas outras desculpas esfarrapadas. A quem interessa esse estado de coisas?
Pergunta 634: Porque o mal está na natureza das coisas? Eu falo do mal moral. Deus não poderia criar a Humanidade em melhores condições?
Resposta dos Espíritos: “Já te dissemos: os Espíritos foram criados simples e ignorantes. Deus deixa ao homem a escolha do caminho; tanto pior para ele, se toma o mau: sua peregrinação será mais longa”. Fernando Collor de Mello não teve que passar por essa longa peregrinação. Hoje no Senado preside comissões e até indica diretores de empresas estatais, como a BR Distribuidora. Por onde andam os “caras-pintadas”? Por certo muitos deles estão usufruindo agora de alguma sinecura estatal. A quem interessa esse estado de coisas?
Temo que essa CPMI do Carlinhos Cachoeira vá como as outras para as calendas, em termos de punição efetiva. Lembram-se quando o publicitário Duda Mendonça chegou a confessar na CPMI do Mensalão, que havia recebido dinheiro numa conta do exterior pelos serviços prestados na campanha do ex-presidente Lula? O fato foi recebido, inclusive pela oposição, como natural. Por que será que a oposição agiu desse modo?
Pergunta 893: Qual a mais meritória de todas as virtudes?
Resposta dos Espíritos: “Todas as virtudes têm seu mérito, porque todas são sinais de progresso no caminho do bem. Há virtude toda vez que há resistência voluntária ao arrastamento das más tendências. Mas o sublime na virtude consiste no sacrifício do interesse pessoal para o bem do próximo, sem oculta intenção”.
A nossa sorte, se podemos assim chamar, é que economia se descolou da política. O País vai avançando, não tanto quando poderia, mas muitos cidadãos constroem dignamente suas vidas.
Espero, se vivo estiver, não ver daqui 20 anos o Senador Demóstenes Torres, tal como o Collor, fazendo parte de uma CPMI, feita para apurar outra denúncia de corrupção bilionária. Algumas perguntas em nome da curiosidade: quando o Congresso vai revogar o impeachment do ex-presidente Collor e fazer uma sessão de desagravo para ele? Onde estão os “caras-pintadas”? Ninguém vai sair vestido de preto pelas ruas?
Porque em todos os indícios de malversação do dinheiro público o nome do ex-deputado José Dirceu aparece em destaque? Porque a oposição é tão bovina? A quem interessa esse estado de coisas?
Começo a suspeitar que alguns desejam que a coisa beire o insustentável, para depois aparecerem com as velhas fórmulas salvacionistas, ou seja, a “revolução redentora” (até a TFP começa a reaparecer), ou finalmente a redenção pela via do socialismo revolucionário (alguns nunca esqueceram esse velho sonho da Internacional Socialista).
Em ambos os casos a liberdade será a primeira vítima.
Numa sessão do tipo “vale a pena ler de novo” vamos à pergunta 895 do Livro dos Espíritos: Além dos defeitos e dos vícios sobre os quais ninguém se enganaria , qual é o sinal mais característico da imperfeição? "O interesse pessoal. As qualidades morais, frequentemente, são como a douração colocada sobre um objeto de cobre e que não resiste à pedra de toque. Um homem pode possuir qualidades reais que o fazem, para todo o mundo, um homem de bem. Mas essas qualidades, ainda que sejam um progresso, não suportam certas provas e basta, às vezes, tocar a corda do interesse pessoal, para por o fundo a descoberto. O verdadeiro desinteresse é uma coisa tão rara sobre a Terra, que é admirado como um fenômeno quando ele se apresenta. O apego às coisas materiais (eu acrescentaria às causas ideológicas) é um sinal notório de inferioridade, porque quanto mais o homem se prende aos bens deste mundo, menos compreende sua destinação. Pelo desinteresse, ao contrário, ele prova que vê o futuro de um ponto de vista elevado”. Na mosca!
Curso Mediunidade de Cura:
Alexandre Cardia Machado
1 – Introdução – Mediunidade de Cura:
• Como surgiu a idéia do curso.
• Bases Teóricas da mediunidade de cura e dos médiuns curadores.
• Experiência de passe em plantas - Trabalho apresentado no XII Simposio Brasileiro do Pensamento Espírita - Alexandre Cardia Machado
2 – Grandes Médiuns Curadores:
• José Arigó
• Edson Queiroz
• Maurício da Silva Magalhães
• Rúbens Farias Jr entre outros
Textos complementare:
Fonte: Revista Internacional de Espiritismo – março/2005 Orson Peter Carrara – Mediunidade de Cura
O CURANDEIRO “PATO”: ASCENÇÃO E DECADÊNCIA DA PRÁTICA DE RELIGIOSIDADE POPULAR NO NORTE DO PARANÁ E SUAS IMBRICAÇÕES COM A DIOCESE DE JACAREZINHO Patrícia Batista Depizzol1
3 – Riscos e Metodologia de contrôle da Mediunidade Curadora
• Trabalho apresentado no IV Simposio Brasileiro do Pensamento Espírita - Alexandre Cardia Machado - GPCEB
4 – Estudos de Casos:
• Espírito Dr. Fritz
• Espírito Dr. Freerman:
• Trabalho Apresentado no III Simpósio Brasileiro do Pensamento Espírita – Alexandre Cardia Machado - GPCEB
Ouvia a propaganda: o que faz você feliz, faz feliz também outra pessoa?
O anúncio denuncia o que se sabe teoricamente. Que não há felicidade possível isolada e egoisticamente. Embora a maioria persiga ardentemente esse objetivo de felicidade para si e o resto que se dane.
Mas a reciprocidade está na base da existência humana. O cenário que nos cerca nos faz personagens dos fatos, das relações.
Todavia, como manter a própria serenidade? Como evitar absorver o desequilíbrio que nos cerca? Uma expressão me chamou a atenção.
– Isso não me pertence! Dizia a mulher.
Era uma senhora de talvez uns 60 anos, falando no celular. Interessei-me e, curioso, perguntei-lhe de que se tratava.
Ela não se fez de rogada.
Sorriu e disse: – Era uma questão de priorizar e cuidar apenas daquilo que nos pertence.
Diante do meu silêncio prosseguiu.
– Veja só. Acabei de receber um telefonema de minha filha. Ela queria que eu interviesse numa discussão entre ela e o marido. Ora, isso não me pertence.
Como assim, arrisquei?
– Ela é adulta, casada, dona de seu destino, continuou. Não há porque eu me intrometer nas suas desavenças e nos momentos em que precisa decidir.
E, sintomaticamente afirmou “o que não me pertence, não me angustia”.
Depois pensei sobre o episódio. O que me pertence?
Pertence-me o caminho que dou à minha vida.
Pertence-me o dia de hoje.
Pertence-me o trabalho que quero realizar.
E o que não me pertence?
Não me pertence dirigir a vida dos outros.
Não me pertence tornar-me juiz de disputa que não tenho nada a ver.
Não levarei essa atitude de defesa, pensei, a um ato de egoísmo, de indiferença?
Afinal, todos estamos entrelaçados. Nossos caminhos se cruzam, nossos interesses também.
Não somos uma ilha cercada de indiferença.
Há a questão do amor, do carinho, do auxílio, da ajuda. Entretanto, concluí, fixar-se naquilo que nos pertence não significa indiferença.
Indiferença pela dor alheia.
Indiferença pelos amigos.
Indiferença para os problemas que nos cercam.
Sou um cidadão, político. Tudo o que diz respeito à humanidade, aos problemas humanos, me interessa.
Na medida do possível não apenas me interesso por eles, mas interajo, intervindo no real.
Mas, se pratico a psicologia clínica, não sou indiferente ao problema do cliente. Ao contrário. É meu dever e meu interesse ajudá-lo a superar seus obstáculos e neuroses. Todavia, seus problemas não me pertencem.
Não vejo indiferença, mas sabedoria. Assim, creio que é sabedoria acompanhar a agitação do mundo, seus problemas, suas notícias, mas manter a visão da separação de minhas energias, meu equilíbrio diante das perturbações sociais e humanas.
Dessa forma evito entrar nessa lamentável formatação mental em que muitos entram, ao introjetar, vivenciar as dores do mundo, os desequilíbrios das pessoas, como se fossem seus mesmos.
É o que sucede, por exemplo, quando certas pessoas se fixam na visão mórbida da vida e se sentem morrer a cada notícia da morte de alguém, de desastres, calamidades.
A dor do próximo compartilho. Mas não a introjeto, nem deixo dominar minha mente.
Porque não me pertence.
E o que não me pertence não me angustia.
E me deixa pronto para refletir e decidir.
Um trabalho recente apresentado no XII SBPE por Alexandre Cardia Machado pode ser encontrado no link abaixo:
http://www.cepainfo.org/index.php?option=com_abook&view=book&catid=31%3Axii-simposio&id=155%3Aexperiencia-do-passe-em-plantas&Itemid=3&lang=pt
Vamos publicar a sequência de fotos, dia a dia e depois o resultado final.
Dia 5 ( 26/5/2012) - todas as plantas começaram a crescer, vamos manter a vibração à distãncia, para que no final encontremos um desenvolvimento médio superior ao das plantas de controle.
Dia 6 (27/5/2012) - a Experiência evolui bem, em 2 dias teremos uma nova sessão de passe e na quarta-feira 30/5 faremos a medição e cálculos. Segue para apreciação a foto do dia.
Dia 7 (28/5/2012) - Tudo segue muito bem, as plantas estão se desenvolvendo bem, amanhã haverá mais uma sessão de passe!
Dia 8 (29/5/2012) - hoje é um dia chave para o sucesso da experiência, pois levaremos as plantas para a sala de aula e para nova sessão de passe e irradiação na garrafa de água que é utilizada no teste.
Vejam o grupo dando passe nas plantas - amanhã será o último dia. (29/5/2012)
Hoje é o grande dia, na aparência o grupo de teste está mais desenvolvido que o controle, mas só medindo é que efetivamente saberemos, não é mesmo? Ainda hoje sairão os resultados, vamos deixar a água energizada atuar por mais algumas horas, alunos continuem com a emissão energética e demais blogueiros, torçam. À noite mediremos e pesaremos as plantas e depois publicaremos os resultados.
Após calcularmos, obtivemos um crescimento do caule e folhas de 6,8 % maior que o controle, desprezando-se o maior valor e o menor valor tanto nas plantas de teste, como no controle, chega-se a 6,9% - demonstrado com sucesso que o passe e a água fluidificada em conjunto dão um resultado positivo.
A pluralidade dos mundos habitados, é um dos princípios espíritas, estabelecidos por Allan Kardec, ele o fez baseado na razão, pois pensou, não haveriam razões para que apenas a Terra assim o fosse, pela confirmação de vários espíritos que se apresentaram como extraterrestres, não só a Kardec mas em diversas partes do mundo – o que garantiria a universalidade das comunicações.
A tese então apresentada era: “ todos os planetas são habitados”, convido os leitores a irem até a questão 55 do LE. São habitados todos os globos que se movem no espaço? E a resposta dos Espíritos é – sim.
Aplicando o critério de falseabilidades, testaríamos a antítese, ou seja:
Nem todos os planetas (globos) são habitados? Hoje a ciência tem feito experimentos em diversos planetas e em especial no nosso planeta irmão, que chamamos de satélite que é a Lua. Em nenhum deles até o momento foi possível observar algum sinal evidente de vida extraterrestre. Isto nos leva inevitavelmente a confirmar a antítese, ou seja: Nem todos os planetas são habitados.
Alguns espíritas seguem tentando explicar o inexplicável, dizendo que os espíritos que habitam estes planetas ou corpos celestes estão em faixas de ondas diferentes e etc. Solicito então que revisem a nota de Kardec na mesma questão, ele fala claramente de seres vivos (encarnados) e não de espíritos desencarnados.
Assim, deveríamos seguir com a tese da pluralidade dos mundos habitados, apenas que, um pouco reduzida, pois o fenômeno da vida, como já amplamente discutido em artigos anteriores é algo que leva tempo para ocorrer e não é possível imaginar, nos dias de hoje que esteja presente em todos os lugares ao mesmo tempo.
Para saber mais:
Texto originalmente publicado no Jornal Abertura - Maio de 2008.
Era respeitado pela sabedoria. Morava numa casa no alto de uma pequena colina de frente para o mar. De sua larga janela via o mar ao longe, como a perder-se no infinito das ondas. Mas assim que Ahmed entrou ele voltou-se e sorriu. -Mestre o que estavas fazendo, perguntou Ahmed. -Ouvindo o silêncio respondeu ele O aprendiz mirou-o admirado e surpreso. Como se pode ouvir o silêncio? Na sua mente havia a surpresa, porque ouvir é uma ação de escutar sons, vozes. Teria o silêncio um som? -Sim, disse Aghan, adivinhando a perplexidade do jovem discípulo. O silêncio é provido do som sem ruído, de musica sem sonoridade, de imagens sem imagens. -Oh! Mestre recamou Ahmed, assim como posso aprender. -Aghan passou a mão delicadamente na cabeça do jovem e permaneceu silencioso. Depois, disse,ouvimos no silencio da noite o piar de passarinhos e sons controversos. Ouvimos no silêncio de nossas preces o leve rumor da túnica do Senhor roçando docemente nossa cabeça, sem vê-lo. A pausa seguiu-se de um silencio doce. -Sobretudo, continuou Aghan, após tomar um gole de água, ouvimos nossa alma. Quando sabemos ouvir nossa alma, é como houvesse um estouro sem som, uma erupção sem ruído, mas que nos desperta para as realidades de nosso coração. -Ah! Mestre, interrompeu Ahmed, é uma ação difícil. Quando fico em silêncio minha cabeça estoura é de pensamentos diversos, imagens difusas, sensações esquisitas. Raramente saem emoções suaves, pensamentos serenos. -Não se aflija meu amigo, respondeu Aghan, no seu silêncio você ouve o vento e não o silencio, E o veno pode ser uma brisa suave, refrescante, como um vendaval destruidor. O vento é um mensageiro, com mensagens boas e mensagens más. Ahmed era um jovem de pouco mais de vinte anos. Era um rapaz bonito, de olhos claros, altura mediana e que se decidira buscar a sabedoria. Entre seus colegas destacava-se pelo pensamento diferente, pela procura do que seria a verdade. Conhecera Aghan e se afeiçoara a ele e dele recebeu carinho e atenção. Pelo menos uma vez por semana ia até sua casa e ali ficavam horas ouvindo o mestre. Aghan ofereceu-lhe água fresca. O rapaz aceitou com alegria pois fazia calor e a subida na colina provocara suor e sede. -Mestre, fala-me mais sobre o silêncio. Para mim, ficar em silêncio é calar a boca, não emitir som, mas não impede que meu pensamento voe. Não articulo a palavra mas discurso em mim mesmo. -É natural Ahmed que seja esquisito eu dizer que ouço o silêncio. Mas devemos aprender a buscar no interior de nós mesmos respostas sem palavras e decisões sem articular pensamentos. E prosseguiu -Há formas de comunicação sutis, além da palavra e da imagem. São ondas espontâneas que invadem o silêncio de nossa mente, com surpreendentes soluções que nos inundam, nos capturam, com respostas de antigas questões. -Seria a meditação profunda que muitos conseguem realiza/ -Certamente que sim. Mas também podemos ouvir o silêncio na multidão, dentro do vozerio externo. É uma questão de postura, não de falsa superioridade. Ahmed ficou pensativo. Ainda não penetrara no ensinamento do mestre. -Ahmed, continuou Aghan, o pensamento é uma onda que oscila, ondula no espaço, em nos e em torno de nós. É uma fonte inesgotável de sensações sem palavras, sem som. Claro que podemos povoá-lo de sons e imagens. Mas de comum, ele é um dialogo mudo da alma consigo mesma. -Continue mestre, pediu o rapaz. -Veja. Um casal de amantes, falo amantes como resultado do amor, comunica-se silêncio das expressões do olhar. Muitos se fazem entender sem palavras pelo simples franzir da testa, quando essa mensagem muda é compreendida por aqueles que a conhecem. Sinalizo com isso que todos nós temos uma vida íntima, indevassável onde construímos as idéias os sonhos. Estes sim, cheios de ação, cor, movimento e até palavras, Mas são produto do silêncio em busca de expressões visuais nas reentrâncias de nosso cérebro. Ahmed ficou pensativo e depois falou -Mestre compreendo que ouvir o silêncio é esse momento solitário mas não penoso de se aconchegar íntimo. Nesse momento embora integrado no mundo esterno, vivemos um mundo diferente, sem limites, sem fronteiras. Vou aprender a ouvir o silêncio. Ahmed e Aghan ficaram m silêncio. Depois sorriram mutuamente e se despediram