quarta-feira, 26 de agosto de 2015

Nós e a intolerância por Reinaldo di Lucia

Aconteceu em abril último o X Fórum do Livre-Pensar da Baixada Santista. O evento, organizado por sete entidades espíritas de Santos e região, todos ligados à CEPA, é realizado anualmente e objetiva colocar em debate temas atuais e, de certa forma, polêmicos. Os palestrantes, convidados, são instados e falar tendo como base uma ementa previamente proposta, observando os temas à luz da doutrina espírita.

foto - Reinaldo Di Lucia


Neste ano, a proposta do evento foi discutir a intolerância, nos aspectos político, religioso e científico. Foi o que fizeram os convidados, analisando historica e teoricamente como se apresenta o sectarismo intolerante ao longo dos séculos. Apesar de não ter havido grandes debates, já que os palestrantes tinham pontos de vista semelhantes, algumas conclusões interessantes podem ser extraídas do evento. Vamos a elas.

A conclusão mais básica é que, uma vez que a tal intolerância aparece sempre que o ser humano sente-se ameaçado em seu conhecimento, sua posição social ou em suas ideias por outros, ela existe desde que o homo sapiens surgiu. Mas, de alguma forma, observamos que esse sentimento se potencializa quando entra em cena uma suposta ameaça ao patrimônio ou a vontade de apoderar-se do patrimônio alheio. Então, o motivo aparente é ideológico, mas a base é quase sempre econômica.

Em segundo lugar, mesmo com os problemas que o sectarismo político trouxe ao mundo, as piores atrocidades sempre ocorreram (e continuam...) graças à intolerância religiosa. Por mais paradoxal que isto pareça, é muito fácil justificar a violência contra o outro jogando a culpa na revelação divina de sua própria religião.

E nem aquela disciplina que o senso comum associa à busca incessante pela verdade, doa a quem doer, escapa. Na ciência, a tendência ao conservadorismo, principalmente pelo receio de perda do status – e consequentemente do financiamento de pesquisa – leva fatalmente à desqualificação de qualquer ideia diferente daquela do paradigma vigente.

Lembram do nosso amigo Allan Kardec? Ele já avisava, desde o Livro dos Espíritos, que os principais inimigos da humanidade eram o egoísmo e o orgulho. E esses dois vícios levam, fatalmente, à intolerância. Mas, infelizmente, nem mesmo a doutrina espírita escapa. A intolerância dos espíritas, entre si ou com relação a outras formas de pensamento, não chega à violência física, mas estão cheias de ataques pessoais de brigas pelo poder e de um tipo de arrogância intelectual (“o Espiritismo já está onde os outros ainda vão chegar”) ufanista absolutamente injustificável numa doutrina que se pretende progressista.


O combate à intolerância só pode ser feito individualmente, porque é totalmente interno. Por mais que entendamos isso na teoria, a prática é uma luta constante contra alguns sentimentos obscuros que todos temos em nós. A ética espírita ajuda, mas a decisão é sempre nossa. 

Artigo publicado no Jornal ABERTURA de Santos em Maio de 2015

segunda-feira, 24 de agosto de 2015

Mulheres - Os números são alarmantes - por Roberto Rufo

“É muito difícil para uma mulher que vive uma situação violenta denunciar” ( ONG Casa del Encuentro – Argentina ) “Deus deu ao homem e à mulher a inteligência do bem e do mal e a faculdade de progredir” ( Livro dos Espíritos – Pergunta 817 ) 

  
   A manchete do jornal “A Tribuna” de Santos, por si só já espelha a tragédia vivida pelas mulheres em nosso continente:

“Feminicídio em alta causa dor e envergonha a América Latina”. E aí aparecem os números estarrecedores de mortes das mulheres latino-americanas: uma morte a cada 31 horas na Argentina; 15 por dia no Brasil e quase 2 mil por ano no México. Foram criadas leis para evitá-las, mas o número de crimes de gênero continua alto.

O interessante nisso tudo, para não dizer lamentável, é que em sua maioria são crimes cometidos por homens jovens ou de meia idade, que são de uma geração participante da liberação sexual e dos costumes. No entanto, continuam a ver nas mulheres uma propriedade sua. Aliado ao fato de que as mulheres adquiriram, e isso é muito bom, o direito de dizer não quando algo lhe desagrada na relação, indo até mesmo à separação, se julgar necessário . No passado, as mulheres da geração da minha mãe, por exemplo, não tinham essa ousadia de se afirmar como seres pensantes e participativos. Aí reside o problema e a desgraça para muitas mulheres.

Os senhores do sexo masculino não assimilaram a batalha cultural que as mulheres tiveram que lutar para se afirmarem como seres humanos  plenos. Quando elas manifestam sua independência, muitos não aceitam por se julgarem donos dessa mulheres. A deputada Gabriela Alegre, da cidade de Buenos Aires, diz que esse problema não se resolve apenas com a legislação e a penalização, mas é preciso, segundo ela, enfrentar uma mudança cultural e apontar para a educação.

Allan Kardec, na pergunta 818 do Livro dos Espíritos, indaga de onde se origina a inferioridade moral das mulheres em certos países? A resposta pode ser estendida à violência contra as mulheres: “do império injusto e cruel que o homem tomou sobre ela. É um resultado das instituições sociais e do abuso da força sobre a fraqueza . Entre os homens pouco avançados, do ponto de vista moral, a força faz o direito”. Percebam que os espíritos falam “do ponto de vista moral”, pois entre os agressores há muitos com educação superior.

Maria Eugenia Lanzetti, 44 anos, professora de jardim de infância na província de Córdoba, era separada de um marido obsessivo, contra quem pesava uma ordem judicial de afastamento. Maria chegou a instalar um botão antipânico em seu celular. Infelizmente essas medidas não foram suficientes para evitar o pior. Na manhã de 15 de abril passado, o ex-marido entrou na sala de aula e cortou o pescoço dela na frente das crianças. O ódio era seu habitat cotidiano. Por isso sempre coloquei em dúvida uma afirmação rotineira nos meios espíritas, de que por não ter sexo, o espírito reencarna senão simultaneamente, mas algumas vezes como homem ou mulher.

Fosse assim, aqueles espíritos, como o ex-marido citado, ao passar por algumas encarnações no sexo feminino, já teriam adquirido alguma sensibilidade quanto aos desejos e anseios femininos.   
Conversa fiada, ele sempre reencarnou no sexo masculino e traz seus impulsos machistas há várias encarnações.  A erraticidade não lhe tem sido de grande valia.

Por isso, andou muito bem a Presidente Dilma Rousseff, a primeira mulher a governar o Brasil, ao promulgar uma lei que inclui o feminicídio no Código Penal. E enfatizou que a violência de gênero “acontece em todas as classes sociais”. Kardec tinha muito apreço na modernização das legislações, que segundo ele acabariam levando a uma mudança de comportamento. Em parte isso é muito verdadeiro, pois uma boa legislação devidamente aplicada tem o poder de induzir comportamentos.
Todavia, a mudança cultural é mais lenta e tão importante, até mesmo na Doutrina Espírita, quando diz que a mulher tem igualdade de direitos e não de funções. Isso não é mais válido, pois muitas mulheres são agredidas, por reclamarem justamente por igualdade de funções.   


sábado, 22 de agosto de 2015

BREVE SINTESE CRONOLÓGICA DA QUESTÃO RELIGIOSA – por Jaci Régis

BREVE SINTESE CRONOLÓGICA DA QUESTÃO RELIGIOSA – por Jaci Régis



1979

Creio que posso dizer que o inicio de tudo começou em setembro de 1979 quando lancei no jornal Espiritismo e Unificação, a campanha da Espiritização.

1980

Nas edições seguintes, no ano de 1980, o tema da Espiritização esteve presente, inclusive com adesões e rechaço.
Já em setembro desse ano foi sugerida uma Campanha Nacional pela Espiritização
Em seqüência, na edição de Novembro de 1980, escrevi um artigo com o título:
Espiritismo religioso. existe isso?

1981

No ano de 1981 prossegui com a idéia da Espiritização.

1982

Também em 1982, o tema da Espiritização continuou.
Maio de 1982 – publiquei artigo do Krishnamurti “Polêmica Espírita”.

1983

Artigo do Krishnamurti “O Discurso de Abertura”, analisando o discurso de Kardec de novembro de 1868.
Artigo “Kardec afirmou que o Espiritismo não é religião”.

1984

Dezembro de 1984 – fórum debate religião espírita –  na sede da Federação Espírita do Estado de São Paulo entre eu e Heloisa Pires.

1985

Publiquei uma coluna sobre a questão religiosa durante alguns meses,
Lançado o livro “O Laço e o Culto” de Krishnamurti
Foi apresentada a Chapa Unificação Hoje, para a diretoria da USE, com a candidatura de Henrique Diegues à presidência.
Editorial do Boletim da Federação do Rio Grande do Sul sobre a questão religiosa

1986

Participação ativa de Ciro, Jaci e Miguel na elaboração do 7º Congresso Espírita Estadual, realizado de 22 a 24 de agosto de 1986.
Centros ligados à UMES pedem definição não religiosa

1987

Realização do 7º Congresso Espírita Paulista1896:

Comentário

A discussão sobre o Espiritismo religioso, mobilizou muita gente, pró e contra. Artigos, cartas, editorais, foram publicados em vários jornais e realizados fóruns e debates.
A apresentação de uma chapa notoriamente não religiosa, para a diretoria da USE foi o ponto culminante da reação do sistema.
A situação cresceu quando a UMES de Santos e a 4º UDE, representadas por mim e por Ciro propôs e conseguiu a realização do 7º Congresso Estadual, que foi, afinal, o ponto de ruptura final.
A direção da UME de Santos foi praticamente destituída pela Diretoria da USE, DEIXAMOS A Dicesp, que criamos como parte da UMES como editora do jornal Espiritismo e Unificação e de livros.
Embora se tenha veiculado que existia o “grupo de Santos”, na verdade era eu, Jaci Regis, o único componente.
Vários espíritas contribuíram como Ciro Pirondi, Egydio Regis, Marcos Miguel, Krisnamurti C. Dias do nosso lado e vários do outro lado.

1988


Deixamos a direção do jornal Espiritismo e Unificação, no mês de fevereiro.

Note: Artigo publicado no jornal ABERTURA - maio 2015 - obtido das anoações pessoais de Jaci Régis

terça-feira, 18 de agosto de 2015

Egoísmo a base da corrupção - por Alexandre Cardia Machado

Egoísmo a base da corrupção

Pensando sobre os últimos acontecimentos que vem ocupando todos os espaços na imprensa, a vasta rede de corrupção que se instalou no seio de uma das maiores companhias petrolíferas do mundo, não vejo como não buscar o entendimento recorrendo ao Livro dos Espíritos.

Na questão 487, Allan Kardec pergunta: “Dentre os nossos males, de que natureza são os de que mais se afligem os Espíritos por nossa causa? Serão os males físicos ou os morais? “.

E assim nos respondem e ensinam os Espíritos que assistiram a Allan Kardec:

“O vosso egoísmo e a dureza dos vossos corações. Daí decorre tudo o mais. Riem-se de todos esses males imaginários que nascem do orgulho e da ambição...”

O egoísmo é a incapacidade de dividir, é a necessidade de possuir mais, não importando por que meios. É uma calamidade de nível mundial, a inveja, a ganância, são parentes próximos do egoísmo.
A alta disponibilidade de artigos de luxo, o fácil acesso apenas passando um cartão de crédito, a propaganda, são alguns dos aceleradores deste processo. Juntando-se dois gananciosos em uma mesa de negociação e potencialmente temos aí, uma oportunidade para a ilegalidade.

Não iremos comentar os casos recentes, que afrontam pelos valores astronômicos envolvidos, creio que a imprensa vem fazendo um grande trabalho divulgando os fatos e a justiça e a Polícia Federal estão se encarregando da questão jurídica.

O que me preocupa é a questão moral, a corrupção moral ocorre em todas as faixas da população, envolvendo não só dinheiro, mas o ‘jeitinho” o empurrãozinho, o parente bem colocado, parece existir uma vontade, dissiminada de levar vantagem.


Falta a muitos o freio moral, interno, construído pela educação, por isto sempre buscamos os bons exemplos, para nos lembrar que é possível viver bem, sem se corromper.

originalmente publicado no Jornal Abertura - Março 2015

segunda-feira, 10 de agosto de 2015

RESPOSTAS DAS BRINCADEIRAS DE KADU MARÇO/ABRIL/JUNHO E JULHO 2015 - JORNAL ABERTURA

MARÇO/ 2015

 COLOQUE AS SÍLABAS DE MANEIRA A COMPLETAR O TEXTO ABAIXO

"ESTAR NO XIV SIMPÓSIO BRASILEIRO DO PENSAMENTO ESPÍRITA É PODER APRENDER, EXPOR ESTUDOS E TRABALHOS ESPIRITAS REALIZADOS INDIVIDUALMENTE OU EM GRUPO.
É PODER REVER E FAZER AMIGOS, COMPANHEIROS DE IDEAL.
VENHA NÃO DEIXE DE SE INSCREVER.
ESTE ANO DE 2015, COMPLETAMOS A 14ª EDIÇÃO DO SBPE.MUITO SE FEZ MAS
SEMPRE HÁ NECESSIDADE DE PROGREDIR E EVOLUIR NAS IDEIAS E NAS ATITUDES.ISTO ESTÁ NO 'DNA' DOS ESPÍRITAS.

Errata: Palavra Muito(não saiu) e as silabas Sa e Gru (não saiu impressa)

ABRIL/2015
PREENCHAS AS PALAVRAS CRUZADAS E DESCUBRA NOS QUADRINHOS CINZA O COMPLEMENTO DA FRASE

 A FELICIDADE DOS .... "ESPÍRITOS É SEMPRE PROPORCIONAL A SUA ELEVAÇÃO"

JUNHO/2015
PALAVRAS CRUZADAS


ERRATAS: Horizontal - Faltou a referência de nº 5- sincero, franco.
                                         Na grade- faltou a numeração nº 28, a numeração de nº 24 era de nº 29, e                                                  onde eta nº 36 era nº 35.          
                    Vertical- Faltou a referência de nº 9- qualidade, valor.
                                               a referência de nº 21- não era para sair.
                                               Saiu a referência de nº 14 e era  nº 11 e a de nº 19 e era nº 18.



JULHO/2015

 QUAL DOS CONJUNTOS ABAIXO TEM MAIOR NUMERO DE TERMOS EFETIVAMENTE ESPÍRITAS .
RESPOSTA: CONJUNTO DE NÚMERO 3

sábado, 8 de agosto de 2015

20 REFLEXÕES ESPÍRITAS PARA O BEM VIVER - por Ricardo Nunes

Ricardo de Morais Nunes


1 -   Amar o presente. O passado já passou. O futuro ainda não existe. É necessário vivermos na dimensão do agora.

2 -    Precisamos nos conscientizar da impermanência de todas as coisas. Devemos aprender a transitar.

3 -       O pressuposto do amor ao próximo é o amor a si mesmo.

4 -   É necessário nos livrarmos da ideia da culpa e do castigo. Nossas ações têm consequências.

5 -     Não devemos nos comparar com ninguém. Temos a nossa própria individualidade. Somos únicos.

6 -    Confiar na existência de um sentido profundo, de uma diretriz maior, para a realidade.  

7 -   Somos hoje o produto do que fizemos ontem. E amanhã seremos o produto do que fizermos hoje.

8 -    Somos, em essência, espíritos imortais neste universo complexo e misterioso.  
9 -  Devemos renunciar às nossas pretensões de segurança absoluta. Nossa jornada na terra é uma verdadeira “aventura existencial”.

10 - A reencarnação e o tempo são os instrumentos de nosso aprimoramento intelecto-moral.

11 -  É necessário distinguir entre as vitórias reais e as aparentes. Nem todos que aparentam sucesso são realmente bem sucedidos, segundo as leis maiores que regem a vida.

12 -   Não precisamos ficar procurando exaustivamente as causas da dor nas vidas anteriores. A dor é inerente ao fenômeno da vida. A reencarnação é uma flecha que nos lança para o futuro e não uma âncora a nos prender ao passado.

13 - O diferente não precisa ser nosso inimigo, pode ser alguém que nos proporciona outra maneira de enxergar a vida.

14 - A solidariedade é nos reconhecermos na pessoa do outro. A indiferença ao sofrimento alheio é próprio das almas ainda egocêntricas.

15 - A família e as amizades são os pequenos grupos onde exercitamos o amor que um dia teremos à humanidade.

16 - A vontade é o grande instrumento para transformação de nós mesmos e do mundo.

17 - O prazer é o que nos move para a ação.

18 - Para a nossa saúde emocional é necessário estabelecermos sintonia mental com as mensagens positivas, desligando-nos, o quanto possível, das mensagens negativas.

19 - Possuímos amigos no plano extra-físico que desejam o nosso bem, e atuam em nossa vida através da intuição, desde que nos coloquemos em sintonia mental com eles.

20 - Conhecer e amar são os objetivos fundamentais das existências sucessivas. A felicidade é o destino final da evolução. Porém, existe uma felicidade possível já neste mundo.


Ricardo Nunes

quinta-feira, 30 de julho de 2015

Gente que faz - um garoto holandês e a poluição marinha - por Alexandre Machado

Gente que faz – um garoto holandês e a poluição marinha

A revista Superinteressante de janeiro de 2015, publica uma reportagem sobre um garoto holandês que, aos 16 anos de idade, em viagem de férias pela Grécia, percebe o mar repleto de plásticos boiando. Ao contrário da maioria das pessoas que só se lamentam, ele bolou um plano de como limpar os oceanos.

Anotem este nome: Boyan Slat. A história que começamos a relatar aconteceu em 2011, hoje este jovem, já com 20 anos, vem recebendo todos os prêmios possíveis, pois desenvolveu um projeto de ciência, com uma solução simples, capaz de capturar o lixo plástico que flutua nos oceanos. Ele criou um site na internet e com as contibuições voluntárias  contratou especialistas para desenvolverem o projeto, já agora, para aplicação global.

Do que se trata este projeto?  Boyan estudou as correntes marítimas cíclicas e percebeu que, com a utilização de boias extensas, em forma de “U”, com cerca de 100 km, localizadas em cada uma destas correntes,  poderíamos coletar  cerca de 16% do plástico já existente no oceano a cada 10 anos, ou seja, em pouco mais de 50 anos, praticamente limparíamos o oceano. O projeto se completa com a utilização de cargeiros que recolheriam este plástico para reciclagem.

Boyan já arrecadou cerca de 2 milhões de dolares, pela internet. Recebeu muitas críticas de especialistas, que se referiam principalmente em  como reciclar um plástico atacado pelo mar e pelos raios solares, ou pela dificuldade técnica de execução. Um exemplo disto seria  como fixar as boias ao fundo do oceano. Ele não se intimidou, contratou mais cientistas e elaborou um procedimento detalhado, com 530 páginas provando a viabilidade de sua empreitada.

O tempo nos mostrará se ele tem razão, pois o problema que ele busca atacar é real e muito maior do que pensamos. Todos os anos, nós humanos jogamos 6,4 milhóes de toneladas de plásticos no oceano.

Boyan certamente é uma pessoa determinada e, sem conhecer o espiritismo trata  aqui  de uma série de leis naturais aplicadas. São elas: lei da sobrevivência, da destruição e do progresso. Alguém motivado pode fazer uma grande diferença. A partir de sua iniciativa,  a Universidade de Caxias do Sul fez uma pesquisa e encontrou maneiras de limpar o plástico, rico em microorganismos vivos e assim, permitir a sua reciclagem. É o efeito dominó.

Se de um lado temos pessoas empenhadas, com ideias interessantes, de outro temos uma grande maioria de pessoas que não pensam nas consequências de seus atos:  a maior parte do lixo plástico que chega ao mar  vem carregado pelas chuvas. Nós não jogamos o plástico no mar, jogamos na rua e é  a chuva que leva ao oceano, ou seja, é uma poluição gerada pela ignorância, pela falta de educação ambiental.

Ver gente que faz a diferença nos demonstra que temos encarnados Espíritos mais adiantados, capazes de se diferenciar em muitas áreas de saber. Temos gênios em matemática, física, artes, mas também temos gênios na arte de melhorar a vida de nossos semelhantes, mesmo quando a grande maioria é incapaz de percebê-los.


Publicado originalmente no Jornal Abertura, na edição de Janeiro - Fevereiro de 2015 - seja assinante, entre em contato conosco pelo email: ickardecista1@terra.com.br.

terça-feira, 21 de julho de 2015

Corrupção à Brasileira - Reinaldo di Lucia

Conversava recentemente com um grande amigo sobre coisas sérias e amenidades quando ele soltou a pergunta: como é possível que um país que junta milhões na parada gay, milhões na marcha com Jesus, outros tantos nos protestos contra o aumento das passagens de ônibus não consiga estruturar uma manifestação contra a corrupção?

À primeira vista, isto é realmente um paradoxo. O Brasil, apesar de não ser conhecido por ser incisivo quanto a manifestações, tem um povo que, de modo geral, não se furta às manifestações. Mesmo em condições adversas, como na passeata dos cem mil – em plena ditadura militar! – a população vai às ruas, seja pela festa, seja para dar voz às suas insatisfações. Então, porque as manifestações contra os diversos casos de corrupção são tão tímidas e, normalmente, eivadas do viés político partidário inevitável? Porque não nos levantamos contra a corrupção como tal, exigindo o fim desta prática e a punição dos culpados por tais crimes contra o povo?

Tenho para mim, e foi o que respondi ao meu interlocutor, que o brasileiro tem a corrupção introjetada em seu DNA. É claro que todos, de modo geral, ficam indignados quando tomamos conhecimento da quantidade de dinheiro que é desviada e que, vez ou outra, chega ao domínio do público. Principalmente quando nos damos conta que os 50 ou 100 milhões do último escândalo seriam suficientes para resolver os problemas da saúde ou educação de muitas cidades brasileiras.

Mas algumas atitudes do brasileiro comum são interessantes: conheço mais de uma pessoa que anda com 50 reais na carteira do documento do veículo, para o caso de ser parado por uma blitz de trânsito. Ou que paga, sem pestanejar, uma “taxa de urgência” para que um documento do cartório, que demoraria seus 30 dias, saia na hora. Ou ainda que compra aquela pechincha num celular de última geração, mesmo sabendo, lá no fundo, que é roubado.

Fico com a nítida impressão que o que causa a indignação das pessoas é o volume, não o ato. Quantas vezes não ouvi que “perto desses aí do mensalão, os trinta mil reais do Magri (ex-ministro do trabalho do governo Collor, demitido por corrupção) eram dinheiro de pinga”. Há quase que um perdão ao “coitado” que roubava tão pouco que, poxa, nem conta. E quantos, quantos se rendem ao bordão “rouba, mas faz” e mantém o Maluf ativo na política desde... sempre!


O grande problema do Brasil é ético. Falta ética nas relações pessoais, comerciais e políticas, seja no cotidiano, seja nos grandes momentos. Não agimos, não nos comportamos, não votamos eticamente. Enquanto não compreendermos isso e nos esforçarmos conscientemente para mudar este estado de coisas, continuaremos na situação de, vez ou outra, nos depararmos com um evento grande de corrupção – e nos admirarmos porque não há uma mobilização contra isso.

terça-feira, 14 de julho de 2015

Entrevista com Alexandre Cardia Machado - Editor-chefe do Jornal Abertura

O jornal ABERTURA, no mês de abril de 2015,  apresentou  uma entrevista com o editor-chefe do jornal, Alexandre Cardia Machado, que desde a internação e posterior desencarnação do fundador do jornal Jaci Régis passou a dirigir este veículo de comunicação. Estamos completando nesta oportunidade, a publicação de 50 edições do mesmo, sob a batuta de Machado.

Roberto Rufo pelo ABERTURA entrevista Alexandre.


Foto: Alexandre Cardia Machado

RR - Como você se sentiu tendo a missão de assumir o jornal ABERTURA após o desencarne do Jaci Régis?

Quando Jaci Régis foi internado, todos pensamos que como em ocasiões anteriores, seria por pouco tempo. Infelizmente não foi assim que ocorreu e Jaci passou quase um mês sem comunicação conosco. No momento da hospitalização o jornal de outubro de 2010, já estava em processo de elaboração, assim decidi conversar com a Danielle Pires e ver em que pé estava e claro ver como fechar a redação do mesmo.

Nesta oportunidade aprendi como o jornal era feito, as datas das fases críticas, ou seja, compor, diagramar, preparar os fotolitos, imprimir e depois preparar para enviar aos assinantes.

Acho que na verdade, eu me voluntariei para a tarefa, que pensei seria apenas para aquela edição.

RR - Como avalia estes 05 anos em que você esta como editor do jornal?

Tem sido um período de muito aprendizado, escrevo para o jornal há mais de 20 anos, meus artigos eram em sua maioria mais ligado a ciência, no entanto, desde que assumi este posto, foi necessário aprender a escrever editoriais, comunicar-me com os nossos articulistas e pensar no jornal como um todo. Na verdade, além de escrever alguns artigos, tenho que desenhar o jornal e ocupar todos os espaços. Manter o jornal atual, renovador e interessante também é uma tarefa importante. Creio que isto estamos conseguindo fazer.

RR - Quais os desafios e objetivos do ABERTURA daqui para frente?

Nosso maior desafio é continuar existindo como uma opção cultural atrativa, com custos de produção baixos e qualidade alta, de outra forma as pessoas simplesmente não renovam a assinatura e não nos indicam aos amigos. Buscamos também combinar o ABERTURA com o Blog do ICKS, aumentando o nosso alcance e permanência dos nossos artigos.

RR -  Há muitas parcerias para o desenvolvimento do ABERTURA. Qual o papel de cada parceiro?

Começamos pelos articulistas, contamos com você, com o Reinaldo de Luccia e a Caról Régis de Luccia, com o  Milton Medran, Egydio Régis, Cláudia Régis, Ricardo Nunes, temos o Marcelo Régis e Eugenio Lara como os mais frequentes e claro com os diversos componentes do CPDoc que já há alguns anos mantemos uma parceria importante. Estes escrevem o jornal junto comigo. Temos claro a revisão dos textos com a Camila Régis, a diagramação e projeto gráfico com a Danielle Pires. Ainda temos a elaboração dos fotolitos e impressão com a Márcia. Outro aspecto importantíssimo é o atendimento aos assinantes, manter os endereços atualizados, preparar os jornais para envio e o contato permanente com os nossos apoiadores culturais, feito pela Cláudia Régis . Não podemos deixar de citar Mauricy Silva que cuida da contabilidade e controle de pagamentos.

RR -  Neste 50 números do ABERTURA  em que você esteve à frente da edição quais matérias ou artigos merecem destaque ?

Esta é uma pergunta difícil de responder, sob o aspecto emocional, o jornal mais importante foi a edição de janeiro/ fevereiro de 2011 – com a capa vermelho magenta toda dedicada a Jaci Régis.


No aspecto editorial, artigos relacionando os problemas que nos afetam no dia a dia processados sob a ótica da Doutrina Kardecista são, no momento, os que detem o meu maior interesse e acreditamos o interesse dos nossos leitores.