quinta-feira, 13 de julho de 2017

Afinal, para que serve o discurso espírita? E a moral de Jesus de Nazaré? por Roberto Rufo

Afinal, para que serve o discurso espírita? E a moral de Jesus de Nazaré? por Roberto Rufo

“A moral dos espíritos superiores se resume, como a do Cristo, nesta máxima evangélica: agir para com os outros como quereríamos que os outros agissem para conosco; quer dizer, fazer o bem e não fazer o mal. ( Allan Karde, Introdução ao Livro dos Espíritos ).

“Como se pode definir a justiça? ( pergunta 875 L.E. )? A justiça consiste no respeito aos direitos de cada um, respondem os espíritos”.

 Imaginemos as seguintes situações, a primeira delas um alto executivo de uma multinacional tendo que tomar decisões que concorrem para o futuro da empresa onde trabalha pressionado pela concorrência ; a segunda delas um líder político com a oportunidade de vender US$ 110 bilhões de dólares em armamento a um parceiro aliado, mesmo que esse aliado seja um país onde vigora uma ditadura. A terceira delas a de um líder popular, geralmente um populista de esquerda ou direita e que necessita de uma ótima quantia monetária para dar andamento aos seus sonhos de poder.

Arrisco a dizer que nenhum deles levará em conta qualquer preceito ético defendido pelo Espiritismo, e muito menos qualquer viés da moral ensinada por Jesus de Nazaré.  

Certa ocasião, há pelo menos vinte anos atrás, quando iniciávamos uma mudança de gestão na empresa, foi contratada uma consultoria para nos situar no que se chamava de Gestão Empresarial Moderna. Lá pelas tantas um funcionário que poderíamos chamar de cristão, se contrapôs a um dos”ensinamentos”dizendo que Jesus Cristo não concordaria com aquela posição conceitual apresentada pela consultoria. Na hora foi severamente admoestado pelo professor líder  “aqui não vamos discutir religião, aqui estamos tratando de negócios”. O rapaz falava apenas de moral.
Num tempo mais recente, o pensador espírita Milton Rubens nos falou de algo preocupante que ocorreu nos dias atuais, que foi a separação do que é campo próprio das ”religiões” e aquilo que pertence às ciências, sejam elas de que matizes forem. Com isso o Espiritismo também ficou nessa amarra de ter o seu conteúdo aprisionado nas religiões.

Portanto, nas decisões empresariais ou políticas, o materialismo que eu chamo de funcional, alicerçado na segunda metade do século XX, é a pedra de toque do século XXI, dominado pelo materialismo, do qual Kardec tinha verdadeiro pavor. Pode até ter crescido o número de seitas evangélicas, todavia seus dirigentes são materialistas ao cubo. 

Quem já teve a oportunidade de ler o livro ”A peste” do escritor argelino Albert Camus, ele aventava o perigo do crescimento da xenofobia e das revoltas populistas diante do perigo do fascismo e do stalinismo. A maior das guerras tinha deixado um gosto amargo nos intelectuais da época. Através de um de seus personagens ele alerta que o bacilo da peste não morre nem desaparece nunca. Pode ficar adormecido por dezenas de anos esperando pacientemente o momento adequado para acordar seus ratos para perturbar a sociedade. O Brasil passa por um desses momentos. Os ratos dominam os discursos. Pessoas como o recém falecido Antônio Cândido são figuras inexistentes nos tempos atuais onde tão somente o dinheiro define a escolha empresarial, o ato político e os sonhos de poder.
Confiemos nos espíritos, pois ao mesmo tempo que nos falam que o orgulho e o egoísmo são o maior obstáculo ao progresso, nos alegram ao dizer que o estado de coisa onde o mal parece dominar mudará à medida que o homem compreenda melhor que há, fora dos prazeres terrenos, uma felicidade infinitamente maior e infinitamente mais durável. A esperança num comportamento equilibrado, fruto do aprendizado na razão progressista e evolutiva parece ser o antídoto para eliminar a sensação de impotência que passamos a ter nas atitudes íntegras e sinceras.  

O discurso espírita e a moral de Jesus de Nazaré não devem ser jogados na lata do lixo. Eles são a solução.



                                                                                                                     Roberto Rufo.

sábado, 8 de julho de 2017

Não existem duas pessoas iguais por Alexandre Cardia Machado


Não existem duas pessoas iguais

Se pararmos para pensar, não existem mesmo, nem mesmo gêmeos univitelíneos são iguais, portanto a regra geral para  humanidade é, somos todos diferentes.

Ora, se somos todos diferentes por que estamos o tempo todo discutindo, brigando, querendo convencer outras pessoas a serem iguais a nós, a pensarem da mesma forma que pensamos?

Porque todos nós, seres humanos, nos acostumamos a enxergar padrões, buscamos semelhanças, nosso cérebro foi treinado durante gerações a buscar estes padrões, eliminando ou não levando em considerações muitas informações secundárias, focando na semelhança. Esta forma de pensar, parece ter sido capaz de nos fazer evoluir, pois nos ajuda a identificar riscos, é a tal regra de aprendizado conhecida como tentativa e erro, ao enfrentarmos uma situação semelhante onde tivemos insucesso tenderemos a mudar o comportamento para não errar novamente.

Isto foi também muito útil no desenvolvimento da cultura pré-histórica, mas com o desenvolvimento da civilização, novos componentes passaram a surgir com muito mais frequência, como a convivência multiracial ou multicultural. Não preciso nem comentar que nem sempre funcionou muito bem esta relação. Logo surgiram conflitos e a valorização de outros instintos humanos como o de enfrentar ou fugir, povos se degladiaram por riquezas, para apoderar-se da riqueza gerada pelo grupo rival, logo um grupo diferente, em alguns casos os vencedores matavam todos os rivais, em outros os escravizavam e em poucos casos os absorviam. Toda esta herança cultural nos chega através dos atuais preconceitos socias.

Excluíndo as ditaduras que cerceiam as liberdades individuais tais como: crenças, culturas, ou comportamentos, nos dias de hoje, no mundo livre, vivemos um momento historicamente muito importante que é o da busca pela aceitação das diferenças. As grandes empresas possuem políticas internas de inclusão, ninguém deve ser preterido, escolhido ou julgado por razões de sexo, raça, paixão clubística, convicção política ou religiosa, em contra partida ninguém deve expressar-se fortemente, no trabalho sobre estes pontos. Busca-se um meio termo que permita a convivência tranquila com as naturais diferenças.

Trago este assunto por que, logo após o resultado das eleições para Presidente da República, no Brasil surgiu uma forte confrontação nas mídias sociais eletrônicas, ideias separatistas, que em nada contribuem para o crescimento harmônico de nossa nação. Em uma eleição sempre alguém ganha e alguém perde, isto é da natureza do processo democrático.

Aos vencedores cabe o trabalho de reaglutinar as forças de oposição às que lhe suportam com vistas ao bem comum. O grande movimento de acensão da classe C no Brasil demonstra que posições políticas também mudam, o que era bom há quatro anos atrás talvez já não seja hoje tão bom, por isto o equilíbrio de forças que vimos neste pleito. Mais uma vez conviver com as diferenças, encontrando pontos em comum deverá ser o grande desafio. Se somos todos diferentes, ao mesmo tempo também somos todos humanos e isto nos iguala.

O que diferencia uma empresa de um país é o objetivo, na empresa está muito claro e todos focam suas ações em atender o que a empresa entende que seja este objetivo, quer seja vender um produto ou prestar um ou vários serviços. Para a Nação, cabe ao estadista eleito capitalizar as intenções de seu povo em uma determinada direção, para isto claro ouvindo o cliente, que nada mais é que o próprio povo.

Como espíritas acreditamos no progresso individual e da socidade, devemos ombrear os esforços para aceitação das diferenças, sempre que mantido o respeito às Leis Morais ou Naturais.
Publicado no jornal ABERTURA em Novembro de 2014

sexta-feira, 7 de julho de 2017

É possível ser livre-pensador espírita? por Alexandre Cardia Machado

É possível ser livre-pensador espírita?

Muitos de nós já nos fizemos esta pergunta, seria possível ser livre-pensador espírita? O fato de nos auto denominarmos espíritas, já não trás consigo uma série de restrições ao pensamento?
Tentando responder esta inquietação, poderíamos pensar que ter o pensamento livre nos permite ir além dos conceitos originais da Kardequiana, comparar o que foi dito e pesquisado, ao tempo de Kardec, com os avanços das diversas áreas do conhecimento humano atuais. Podemos também incoporar novos ensinamentos espirituais, desde que façam sentido.

Ser livre-pensador é não aceitar amarras, outras que não sejam as do limite da razão, é questionar o até então considerado verdade, buscando sempre um novo aprofundamento, uma nova abordagem, ou mesmo uma nova aplicação para um determinado conhecimento.

Trazer novos conhecimentos, para o âmbito do Espiritismo, nos torna Livre-Pensadores Espíritas. A espiral do saber não para nunca, quando algo novo é descoberto, volta-se ao que sabíamos antes e por obrigação, devemos repensá-lo, este é o método científico. A cada evolução de instrumentos de medição, de métodos de estudos, de novos estudos publicados, outras pessoas podem apoiar-se sobre este conhecimento e fazer novas perguntas, novos testes, enfim aprimorar o conhecimento até então dominado sobre uma área de saber.

Esta sistema de perguntar e testar as respostas é o que produz o conhecimento, as perguntas movem o mundo, através de novas respostas. Isto acontece em todas as áreas. Esta é a razão principal de Allan Kardec escrever, no livro a Gênese que: “Assimilará as idéias reconhecidamente justas, de qualquer ordem que sejam físicas ou metafísicas. Pois não quer ser jamais ultrapassada, constituindo isso uma das principais garantias de credibilidade”.

Ser livre-pensador é ser questionador, inconformado, ser culto, integrado, atualizado, ser livre-pensador é ser progressista por natureza, pois estaremos sempre pensando em coisas novas, novas perspectivas, um novo olhar.

Estas considerações, não se restringem apenas ao aspecto científico, vale para tudo, para uma análise social, para uma abordagem poética, não importa. O mundo muda o tempo todo, os conceitos evoluem, novos problemas éticos surgem e merecem uma nova observação e um novo pensamento sobre eles.

Aqui está a beleza, a estética de uma Doutrina em permanente mutação. Mudanças estas que devem ser feitas observadas algumas condições que permitam a formulação deste pensamento livre e isto seria através do método científico. Recorro a Reinaldo di Lucia, em seu trabalho “ EPISTEMOLOGIA E CIÊNCIA ESPÍRITA - Contribuição para Debate” donde extraio:

“Assim, podemos definir os princípios do moderno método científico:

- A experimentação, através da qual se pode comprovar ou não a teoria, e que permite a repetição por qualquer cientista convenientemente aparelhado.

- A universalidade, isto é, a confirmação dos experimentos em diversos locais por diversos cientistas.

- O critério de falseabilidade, que permite que uma teoria possa ser falseável, para que possa, também, ser convenientemente demonstrada.

- A quantificação, que permite uma delimitação precisa do "até onde" podemos considerar válida a teoria. A partir da definição do princípio da incerteza, esta quantificação passou a incluir, necessariamente, critérios estatísticos.

Seguir estes passos, garantem ao menos uma ordem, um processo facilmente reproduzível, explicável, e vale, como já mencionamos, para todos os aspectos do conhecimento.

Assim voltando à questão de ser Livre-pensador Espírita, sim, temos limites metodológicos e de princípios. Pois se ao estudarmos, refletirmos, venhamos a mudar algum ponto central do Espiritismo, alteraremos tanto a Doutrina que ela necessariamente passaria a ser outra coisa. Agora se este princípio central se demonstrar errado, não haveria outro caminho a seguir senão denunciá-lo, pois não poderíamos admitir um erro central no Espiritismo, pelo medo de balançar as estruturas. Este risco tem que estar presente sempre, pelo bem do progresso do conhecimento. Este seria quem sabe exatamente este ponto que diferencia o Espiritismo de uma religião.

Este risco é intrínseco ao Espiritismo, desde a sua fundação, pois Kardec o considerava progressivo: do trabalho do ICKS - Pode o Espiritismo ser considerado Ciência da Alma?  Uma análise epistemológica da  proposta do pensador espírita Jaci Régis


“Porque já dizia que o Espiritismo terá que estar alinhado ao desenvolvimento das ideias que contribuem para o melhor entendimento do homem.
É progressista porque atendendo os anseios da alma que está em evolução acompanhará as mudanças e crescimento para atender os seus conflitos, problemas, respondendo as suas inquietações.

As regras de moralidade e as relações sociais e interpessoais progridem e a ciência da alma terá que interagir com estas mudanças, influindo e sendo influenciada para que siga progredindo.”
Este caráter de progresso atende a lei de progresso e é sustentado por Kardec na criação da Doutrina Espírita num de seus postulados como coloca Jaci no livro Doutrina Kardecista “é capaz de superar os entraves contextuais e projetar-se para o futuro, porque teve a sabedoria de abrir o caminho para o progresso, de tal forma que seria capaz de reciclar-se, aceitando as novas idéias e mudar o que fosse necessário para não imobilizar-se, que seria, disse, o suicídio da doutrina”.

Reafirmado no livro A Gênese “Um último caráter da revelação espírita, a ressaltar das condições mesmas em que ela se produz, é que se apoiando em fatos, tem que ser, e não pode deixar de ser, essencialmente progressiva, como todas as ciências de observação...”

Portanto, ser Livre-Pensador Espírita obriga a pensar com responsabilidade, visando o aprimoramento e atualização de uma Doutrina que tem a capacidade de abrir um caminho para o engrandecimento da sociedade, de uma maior compreensão da sua imoratalidade dinâmica.
O jornal Opinião de Porto Alegre publicou em sua última edição de Janeiro/Fevereiro um artigo denominado “Os Espíritas são Livres-Pensadores” de onde extraio uma frase muito interessante de Allan Kardec “ O Livre-pensamento eleva a dignidade do homem, dele fazendo um ser ativo, inteligente, em vez de uma máquina de crer”.

Recorro a Allan Kardec, que na revista Espírita no ano de 1867 escreve um artigo denominado “ Livre Pensamento e Livre Consciência” que foi analisado aqui no ABERTURA na coluna Revista Espírita em Foco de Julho de 2016, lá Kardec assim se refere “ é o Espiritismo, como pensam alguns, uma nova fé cega substituíndo a outra fé cega? Por outras palavras, uma nova escravidão do pensamento sob nova forma? Para o crer, é preciso ignorar os seus primeiros elementos. Com efeito o Espiritismo estabelece como princípio que antes de crer é preciso compreender. Ora, para compreender há que usar o raciocínio ... Não se impõe a ninguém; diz a todos: Vede, observai, comparai e vinde a nós livremente, se vos convier”. Acredito que o que precisa ser dito está mais do que exposto.

Alexandre Cardia Machado




quinta-feira, 25 de maio de 2017

Sobre a vida em Jupiter, segundo a Revista Espírita de 1858 - por Alexandre Cardia Machado

Sobre a vida em Jupiter, segundo a Revista Espírita de 1858


Existe um parágrafo inteiro descrevendo as características dos habitantes de Júpiter. Na Revista Espírita (RE) no ano de 1858, em diversas edições. Aqui só destacarei alguns deles:
-          “ Enquanto nós rastejamos penosamente na Terra, o Habitante de Júpiter se transporta de um a outro lugar, deslizando pela superfície do solo, quase sem fadiga, como o pássaro no ar ou o peixe na água”;
-          “ a alimentação é formada de frutas e plantas”

 Allan Kardec recebe um comunicação e a publica, sobre esta comunicação Kardec, faz a seguinte referência:

“ignoramos onde e quando se realizaram, não conhecemos o interpelante, nem o médium, somos completamente estranhos a tudo isso...entretanto é notável a perfeita concordância ...”

-          “ 25 – nosso globo terrestre é o primeiro desses degraus, o ponto de partida, ou vimos ainda de um ponto inferior?
-          Há dois globos antes do vosso, que é um dos menos perfeitos.
-          “ 26 – qual o mundo que habitas? Ali és feliz?
-          Júpiter. Ali desfruto de uma grande calma; amo a todos os que me rodeiam. Não temos ódio.”
- “ ... No planeta Júpiter, onde habito, há melodia em toda parte: no murmúrio das águas, no ciciar das folhas, no canto do vento; ...”


Em outro número da RE do mesmo ano – Agosto de 1858 “A propósito dos desenhos de Júpiter” - Nesta edição Kardec publica o desenho da “famosa casa de Mozart” feita em agua forte – gravada em uma placa de cobre por um médium que não sabia desenhar, nem gravar. Kardec ressalva “ora, como fato de manifestações, estes desenhos são, incontestávelmente, os mais admiráveis, desde que se considere que o autor não sabe desenhar, nem gravar, e ...mesmo que esse desenho seja uma fantasia do Espírito que o traçou, o simples fato de sua execução, não seria um fato menos digno de atenção...”

Análise crítica deste conjunto de textos:

As naves espacias  Pionner no início da década de 80,  as Voyagers, na década de 90, a sonda Galileu, no final da década de 90 e a recente passagem da nave New Horizon que se encaminhava a Plutão nos enviaram fotos fantásticas em diversos comprimentos de onda dos planetas externos do sistema solar, nos revelaram a existência dos anéis de Júpiter e suas 67 Luas.

Sabemos hoje que Júpiter não tem superfície, trata-se de um planeta gasoso, muito massivo, mas com a densidade ¼ da terrestre.
Alguns cientistas admitem que o núcleo do planeta possa ser formado por um líquido altamente pressurizado, formado por Hidrogênio e Hélio.
Com o exposto acima não acreditamos que Mozart pudesse ter uma casa, como desenhada na “Revue”, em um planeta sem superfície sólida.
Jupiter trata-se de um planeta gasoso e portanto insistir na justificativa da existência desta casa seria chover no molhado, todas estas publicações só poderiam ser oriúndas de um Espírito pseudo-sábio.


Para abrir a sua mente: Kardec, Allan – Revista Espírita – Jornal de Estudos Psicológicos Editora EDICEL SP- Brasil– 1858


sexta-feira, 12 de maio de 2017

O Laço Mental - Alexandre Cardia Machado

O Laço Mental




Krisnamurti de Carvalho Dias no seu livro O Laço e o Culto fala sobre a religião como um laço, uma união entre pessoas que comungam da mesma ideia.

Muitas vezes nos perguntam se o jornal ABERTURA tem uma pauta, uma reunião de definição de assuntos que devem ser escritos. A verdade é que isto não existe, temos sim em muitas edições um laço mental entre os articulistas.

Esta edição é uma delas, temos dois artigos que tratam profundamente do livre-pensamento, um de nosso editor Alexandre Machado e outro de Ricardo Nunes, na coluna do CPDoc. São artigos que se complementam e ajudam a propagar nossa maneira de pensar o mundo.

Reinaldo di Lucia tem seu trabalho, apresentado no SBPE em 1995 citado no editorial abaixo e também parcialmente reproduzido na coluna Espiritismo para o Século XXI.

Roberto Rufo, na coluna Fato Espírita comenta o livro Revolução Espírita de Paulo Henrique de Figueiredo, este que estará em Santos em Março no 12° Forum do Livre-Pensar da Baixada Santista, vejam os detalhes na capa do Abertura.

Creio que estas coincidências, são na verdade união de pensamento, demontra a força de nosso pensamento plural, livre-pensador. Na página 8, Roberto Rufo aborda a questão do preconceito de cor algo que ao tempo de Kardec, já haviam algumas considerações, mas que nos dias de hoje, todo este modo de ver e pensar foi atualizado e o Espiritismo não pode ficar para trás. Hoje nosso grupo enfrenta de frente todo e qualquer ataque à liberdade do ser humano.

Esta força plural, aberta, nos motivou a mudar um pouco nosso logotipo, queremos reforçar a ideia de abertura de pensamento e de pluralidade. Nosso jornal tem o subtítulo Jornal de Cultura Espírita o que nos impulsiona para a necessidade de nos abrirmos aos fatos. Tem também em sua barra azul a frase Espiritismo – Ciência da Alma, pois o que importa mais ao espiritismo são as coisas que afetam o ser humano e sua alma encarnada.

Já temos hoje um conjunto de ideias estabelecidas que cada vez mais nos aprofundamos, buscando com isto desenvolver o progresso do Espírito, foco da Ciência da Alma. O nosso movimento progressista já é um segmento separado do Espiritismo à Brasileira, somos um grupo que trabalha, dedica-se a ratificar a ideia de um Espiritismo Livre-Pensador.

NR: Artigo publicado no Jornal Abertura - Janeiro/Fevereiro de 2017


quinta-feira, 4 de maio de 2017

Kardec e os desertores - por Eugenio Lara

KARDEC E OS DESERTORES, por Eugenio Lara

Nota do Redator: Destacamos neste mês o trabalho apresentado por Eugenio Lara, em 2013 no 13° Simpósio Brasileiro do Pensamento Espírita, Lara ressalta a dificuldade de manter alinhadas as diversas personalidades que participaram da construção do Espiritismo.

Daremos ênfase a dois sub-capítulos, esperamos capturar o sua atenção e para a leitura do trabalho completo é só visitar o blog do ICKS. Fiquem com Eugenio Lara


***
Nos últimos escritos de Allan Kardec, podemos observar sua preocu-pação para com os rumos do Espiritismo, com os desertores, com as divi-sões que o incomodavam. Segundo ele: “Se todas as grandes ideias tiveram apóstolos fervorosos e devotados, mesmo nas melhores tiveram desertores. Não poderia o Espiritismo escapar às consequências da fraqueza humana”. (Os Desertores, em Obras Póstumas). Neste texto, o fundador do Espiritismo desenvolve interessante caracterização dos vários tipos de desertores:

1. Os primeiros desertores consideravam o Espiritismo apenas como divertimento, passatempo, distração social. No século 19, com o modismo das mesas girantes ou dançantes, o Espiritismo como fenômeno ocupava o tempo da elite nos salões parisienses, atraindo a curiosidade e o interesse pelo oculto. No entanto, quando essas mesmas pessoas viram que o Espiritismo era algo sério e não simples objeto de entretenimento, se afastaram.

2. Na segunda categoria se inserem os que viam no Espiritismo uma forma de ganho pessoal, um negócio vantajoso. Seu desejo era obter dos espíritos informações que lhes desse algum tipo de benefício: ganhar na loteria, achar algum tesouro escondido etc. qualquer tipo de vantagem material, pecuniária. Porém, logo se afastaram quando perceberam que o Espiritismo emergia como ciência e filosofia, como uma doutrina séria, racional e, portanto, jamais se prestaria aos seus interesses frívolos. “É destes que se constitui a categoria mais numerosa dos desertores, mas vê-se perfeitamente que não se pode, conscienciosamente, qualificá-los de espíritas”, conclui Kardec.

3. A terceira categoria se caracteriza pela ação dos espíritas de contrabando (spirites de contrebande): “Pregam a união e semeiam a cisão; atiram ardilosamente à arena questões irritantes e ofensivas; excitam a rivalidade de preponderância entre os diferentes centros.” A única utilidade dessa categoria de desertores foi a experiência obtida: “Ensinaram o verdadeiro espírita a ser prudente, circunspeto e não se fiar nas aparências.”

4. E por último, aqueles espíritas que, por divergirem do Espiritismo, se afastaram e seguiram outro caminho. Allan Kardec os divide em dois tipos: a) Os que são guiados pela sinceridade e b) Os que são guiados pelo amor-próprio.

Os primeiros não podem ser considerados desertores porque têm o pleno direito de divergir e buscar outro caminho, pois são sinceros e guiados “pelo desejo de propagar a verdade”.
Quanto à segunda subcategoria, Kardec é bem claro e incisivo: “Seus esforços tendem unicamente para se porem em evidência e captarem a atenção pública, satisfazendo seu amor-próprio e seu interesse pessoal.”

O fundador do Espiritismo enfrentou todo tipo de desertor, desde o mais frívolo até o mais preparado. Essa categorização é fruto da experiência, de seu olhar perspicaz e observador, podendo inclusive ser aplicada na aná-lise do movimento espírita contemporâneo.

O caminho apontado por Kardec para a superação dos conflitos e da rivalidade entre grupos e pessoas é moral, ético: “Espíritas! Se quiserdes ser invencíveis, sede benevolentes e caritativos. O bem é uma couraça contra a qual sempre se anulam as manobras da malevolência.” E, para finalizar, não deixa de lado seu ufanismo e o otimismo exagerado ao ver o intenso desenvolvimento do Espiritismo num curto espaço de pouco mais de dez anos: “A vulgarização universal do Espiritismo é questão de tempo, e, neste século, o tempo caminha a passos de gigante, sob o impulso do progresso”.

Allan Kardec era um homem prático, empreendedor. Ele apontou um caminho moral, ético, mas não se limitou a esse discurso. Ciente da força filosófica do Espiritismo e de sua capacidade de penetrar no âmago das consciências, propôs o Projeto 1868. Publicado inicialmente na Revista Es-pírita (dezembro de 1868) e posteriormente ampliado, em Obras Póstumas, Kardec estabelece nesse texto parâmetros seguros a fim de que as inevitáveis cisões e deserções pudessem comprometer o futuro do Espiritismo, como veremos a seguir.

CHEFE COLETIVO

Allan Kardec tinha plena consciência de que as fraquezas humanas não poderiam ser ignoradas em se tratando do futuro do Espiritismo, tanto que elaborou o Projeto 1868 com a intenção de neutralizar sua ação insidiosa.

A fim de evitar dissidências, procurou dotar o Espiritismo de uma linguagem aberta, objetiva, que desse pouca margem a interpretações. Precisão e clareza foram dois critérios adotados por ele na elaboração de toda a Kardequiana: “Podem formar-se, paralelas à Doutrina, seitas que não adotem os seus princípios, ou todos os seus princípios, mas não dentro da Doutrina por questões de interpretação do texto, como se formaram tantas pelo sentido que deram às próprias palavras do Evangelho. É este um pri-meiro ponto, de importância capital”.

Manter-se no círculo das ideias práticas, deixando de lado teses utópicas que poderiam ser rejeitadas por homens positivos e abrir as portas doutrinárias ao progresso do conhecimento foram outros dois critérios bem definidos pelo fundador do Espiritismo.

Kardec propõe em detalhes a criação de um comitê central dirigente, gestor, encarregado de manter a unidade doutrinária e o caráter progressivo do Espiritismo, sempre sob a responsabilidade exclusiva dos encarnados: “Que os homens se contentem em ser assistidos e protegidos pelos bons Espíritos, mas não descarreguem sobre eles a responsabilidade que lhes cabe como encarnados”.

Esse comitê central teria suas ações controladas por assembleias ge-rais, congressos, a fim de desempenhar o papel de “chefe coletivo que nada pode sem o assentimento da maioria.” A proposta kardequiana fundamenta- se em ações de caráter democrático, sem esquemas hierarquizantes e centralizadoras.

O mais interessante de sua proposta é a relação libertária desse comitê central com os grupos espíritas, que funcionariam num esquema de au-togestão, de independência e liberdade de ação, como células autônomas, cada qual com sua forma peculiar de organização, porém fiel aos princípios doutrinários aceitos por todos, princípios estes que Kardec não pôde finalizar em razão de sua súbita desencarnação.


O profundo respeito à liberdade de pensamento, a tolerância e a alteridade não poderiam ficar de fora, fatores que nos conduzem ao respeito por todas as crenças: “Se estou com a razão, os outros acabarão por pensar como eu; se estou errado, acabarei por pensar como os outros. Em virtude desses princípios, não atirando pedras em ninguém, não dará pretexto a represálias e deixará aos dissidentes toda a responsabilidade de suas palavras e de seus atos”. 

segunda-feira, 1 de maio de 2017

Uma dor que parece não ter fim por Roberto Rufo

Uma dor que parece não ter fim 



" O Maior é o que serve " . ( Jesus de Nazaré ) .


                                                       " Não é tudo dizer ao homem que ele deve trabalhar , é preciso ainda que aquele que espera do seu labor encontre em que se ocupar, e é o que nem sempre ocorre " ( comentário de Allan Kardec à pergunta 685 ).

                                              O Brasil já tem 14,2 milhões de seres humanos à procura de uma vaga de emprego , praticamente o equivalente à população dos Estados de Pernambuco, Sergipe e Piauí juntos . A taxa de desemprego alcançou a marca recorde de 13,7% no trimestre encerrado em Março/2017.

                                              Isso se deve à péssima gestão econômica de bandidos travestidos de políticos que assaltaram o poder nas esferas municipal , estadual e federal e que hoje se traduz em dor e sofrimento para milhares de famílias.

                                            " Quando a suspensão do trabalho se generaliza, toma as proporções de um flagelo como a miséria " . ( comentário de Allan Kardec à pergunta 685 ) . Agora assistimos na televisão os delinquentes culpando uns aos outros pela grave situação . Assumir responsabilidades nunca foi o forte deles . Falta-lhes a educação que consiste na arte de formar caracteres e com isso adquirir hábitos de pensar no próximo como um ser que merece atenção e respeito.

                                                                                                                                           Roberto Rufo .
                                            

sábado, 29 de abril de 2017

Os três anos que mudaram o Brasil - por Alexandre Cardia Machado

Os três anos que mudaram o Brasil

Não há como parar de pensar em como a operação da Polícia Federal denominada Lava-Jato mudou o país, e refletir no porquê chegamos a este ponto e no que mudará após o seu término?

Começaríamos listando uma série de acontecimentos relacionados à operação Lava-Jato:
Escândalo envolvendo altos escalões do governo, mostrando um descontrole proposital ou não na gerência das empresas do governo. Não foi a causa básica mas contribuiu para o impedimento  da Presidente da República.

Os ex-presidentes do Senado e da Câmara foram removidos do cargo, sendo que o ex-presidente da Câmara dos Deputados já foi condenado em primeira instância.
Dois ex-governadores do mesmo estado, presos no mesmo dia.
Muitos empresários de sucesso e as diretorias de grandes construtoras foram presos e condenados.
Dezenas de políticos acusados, em delações premiadas.
Foro previlegiado de parlamentares em discussão.
Vários parlamentares que já perderam o mandato.
Incontáveis Ministros de Estado precisaram deixar o cargo por serem acusados ou por tramarem contra a operação Lava-Jato são alguns exemplos disto.

Mas o que isto afeta o cidadão comum. Como nós leitores do ABERTURA reagimos a tudo isto, e o país de uma forma geral?

É evidente que nem todos reagem da mesma forma, uns acham que a legislação existente hoje é ainda muito frouxa, permitindo brechas para os que buscam vantagem ilegal, outros entretanto, pensam que foi dado poder demais para a Polícia. Tudo isto porque a avalanche de corrupção nos deixa atordoados, culpar a polícia seria equivalente a culpar o guarda por nos multar, quando estamos com excesso de velocidade. A origem da multa está no egoísmo e não no controle exercido pelas autoridades.

Estamos todos mais atentos e isto nos fortalece como sociedade. Todas as grandes coorporações se já não dispunham de um sistema de “compliance” ou integridade passaram a adotá-los. Esta é uma mudança importante.

Poderá acontecer uma mini reforma do legislativo, alterando as regras de formação de chapas de candidatos  ao parlamento e a forma de  financiar campanhas, mas nada disso funcionará se não passarmos a acreditar que realmente temos vóz, que somos ouvidos e respeitados.

Acreditamos que pouco a pouco é maior a percepção de que o crime, pode não compensar. 

Especialmente esta classe de crime de colarinho branco que quase nunca se dava mal. Isto mudou.
Como tudo terminará, quantos anos mais teremos de conviver com estas notícias é uma resposta que não saberíamos dar, mas fica a convicção de que ao passarmos por isto geraremos uma Nação.

Tomando as palavras de Allan Kardec, nossas esperanças estão depositadas nas novas gerações que estão encarnando na Terra,  sejam elas “ compostas de Espíritos melhores, ou Espíritos antigos que se melhoraram, o resultado é o mesmo. Desde que tragam disposições melhores, há sempre uma renovação ... “. Que nossos jovens absorvam tudo o que está acontecendo e tirem disto uma lição,  conseguindo a partir desta vivência seguir um caminho mais positivo. Tornando  sua vida mais proveitosa e mais focada no bem comum, menos imediatista e egoísta.


As novas gerações trazem este potencial renovador, com mais disposição, pois a velha guarda de hoje, fracassou, esqueceu os seus sonhos de juventude na amargura da busca do luxo, sem ética.

NR - texto originalmente publicado no Editorial do Jornal Abertura de Março de 2017

domingo, 9 de abril de 2017

Recuperação Econômica - por Roberto Rufo "dialogando" com Domenico De Masi

Domenico De Masi .

Entrevistado pelo reporter Ubiratan Brasil do Estadão o sociólogo italiano Domenico De Masi falou de seu novo livro " Alfabeto da Sociedade Desorientada " , onde analisa a desorientação do mundo, a queda das ideologias e o impacto dos avanços tecnológicos na sociedade atual . Cabe uma análise levando-se em consideração os conceitos espíritas da resposta dada à seguinte pergunta :

. Por que o senhor acredita que a expressão " recuperação econômica " não passa de uma invenção da elite governante ?

" Em nenhuma nação do mundo a elite governante demonstra ter a inteligência adequada para resolver os problemas que estão à sua porta . O comunismo perdeu, mas o capitalismo não ganhou . O comunismo sabia distribuir a riqueza, mas não sabia produzí-la, enquanto o capitalismo sabe produzir a riqueza, sem saber distribuir . São gastos bilhões na publicidade da comida de gatos , mas faltam financiamentos mínimos para garantir a nossas crianças o direito ao estudo ou à saúde .

O PIB do planeta cresce de 3% a 5% . Apesar disso , o Brasil, como em grande parte do mundo, não se consegue acabar com a pobreza, a violência, a corrupção e o analfabetismo . Sobretudo, as elites governantes não conseguem considerar a felicidade dos cidadãos como principal objetivo de todo bom governo " .

  Minha contribuição ( Roberto Rufo) : partindo da moral de Jesus de Nazaré , o Espiritismo defende o amor ao próximo e a busca de concialiação entre todas as classes sociais . No campo da educação , por exemplo , em se tratando do Brasil ,a busca de nossas elites pelo ensino particular e caro , afastou o contato das crianças de todas as classes . É notório o " temor " de certas pessoas em colocar seus filhos numa escola pública . É como se estivessem " diminuindo " a categoria de seus filhos .

A partir daí seria ingênuo imaginar que os " winners " (os vencedores )  olhariam frontalmente para os problemas dos " loosers " ( os perdedores ) . Tanto isso é verdade , que no ranking da educação o Brasil aparece num lugar humilhante . As consequências são do conhecimento de todos . 

A doutrina espírita é rica no impulso ao avanço social . A presença dos dirigentes espíritas no debate nacional é paupérrimo .


                                                                                                                                                 Roberto Rufo .

sábado, 18 de março de 2017

EXPOSIÇÃO - SBPE 26 ANOS ABRINDO ESPAÇO PARA NOVAS IDEIAS – XIV SBPE – Grupo de Estudos do ICKS

 EXPOSIÇÃO - SBPE 26 ANOS ABRINDO ESPAÇO PARA NOVAS IDEIAS – XIV SBPE – Grupo de Estudos do ICKS

Adaptado para este espaço do Jornal Abertura

Exposição - SBPE 26 anos abrindo espaço para novas ideias. O ICKS fundado em 3 de outubro de 1999, por Jaci Regis, é uma instituição cultural criada para divulgar a Doutrina Kardecista que é a designação de um segmento que encara o legado do Espiritismo como um processo dinâmico de compreensão dos problemas humanos, sem conotações místico-religiosas.

Introdução

O grupo de estudos do Instituto Cultural Kardecista de Santos - ICKS, com este presente trabalho, teve o objetivo de pesquisar um quarto de século de trabalhos apresentados nos Simpósios Brasileiros do Pensamento Espírita, com mais de 170 trabalhos, alguns deles inéditos, escritos numa nova visão espírita  e abordando temas como: artes, ciência, filosofia, relação com o mundo dos espíritos, mediunidade, evolução do espírito, bases do espiritismo, pluralidade dos mundos habitados entre outros.
Foi atendido o chamamento inicial de Jaci Régis em 1989 no SNPE ( Simpósio Nacional do Pensamento Espírita) em seu discurso de abertura disse que procurou convidar pessoas que defendiam diferentes linhas do pensamento dentro do Espiritismo para um encontro de controvérsia, mas não de confronto num primeiro momento.

Dizia ainda que esperava no futuro, que eventos fossem promovidos como um espaço para a exposição de trabalhos originais de pesquisa que funcionaria como uma corrente de ideias, um caminho para renovação e evolução das ideias alinhadas com o contexto atual da sociedade moderna.
Todos os trabalhos foram importantes para este objetivo traçado em 1989, no entanto, neste estudo buscamos avaliar quais trabalhos contribuíram de forma mais impactante e que geraram ações multiplicadoras no ambiente espírita laico e livre pensador.

Desenvolvimento

Iniciamos nossa pesquisa dividindo entre os integrantes do ICKS, os anais de todos os simpósios para leitura dos textos. Após a leitura preenchemos uma ficha de classificação caracterizando-os por área (científicos, filosófico, social). Ainda buscamos se eles tinham ideias inovadoras, pontos novos ou de impacto, e tratando de desenvolver um pequeno resumo sobre o tema.

Passamos então a escolher por votação livre e aberta, em cada ano de Simpósio, 2 ou 3 trabalhos que em nossa opinião tinham uma ideia inovadora e de grande impacto. Esses trabalhos foram apresentados, em planilha excel, filtrados pelas condições acima descritas e defendidas por aquele que leu e preparou as fichas do referido simpósio.  Ao todo elegemos 31 trabalhos da primeira à 13ª edição, pois este trabalho seria apresentado no XIV SBPE.

Durante algumas semanas,em nossa reuniõs de estudos, alguns desses trabalhos foram expostos ao grupo, para que pudéssemos recordar o tema e os pontos abordados para uma nova discussão.
O grupo decidiu também entrar em contato com os autores encarnados para que estes revelassem se seus trabalhos pós simpósio tiveram repercussão das ideias, tais como: lançamento de livros; palestras; participação em outros eventos, etc.

Pesquisamos nos jornais Abertura fatos relevantes ocorridos pós simpósios para recordar momentos marcantes.
Como reconhecimento especial e também como uma homenagem, destacamos os trabalhos de Jaci Régis o criador do SBPE, pelo brilhantismo, inovação das ideias, pela incansável persistência no trabalho de renovação e grande amor demonstrado ao Espiritismo.

Metodologia de Apresentação

Com todo material compilado foi apresentado da seguinte forma:
·         Através de vídeo / fotografias fazer um documentário com a seguinte títulos “26 anos da nossa história”.
·         Levantamento estatístico através da linha do tempo – “ 26 anos consolidando o movimento laico e livre pensador” - onde vamos situar o simpósio com os acontecimentos no Brasil e no mundo em cada ano.
·         Trabalho escrito detalhando todo processo.
·         Escultura – “ 26 anos construíndo o DNA do espiritismo livre pensador” - representando o total de páginas estimada dos trabalhos do SBPE.
·         Banners - “ 26 anos de contribuiçoes representativas” - com depoimento de alguns autores dos trabalhos escolhidos. Além de depoimento de grupos que são parceiros dos simpósios (CEPA, CEPABrasil e CPDOC).

A seguir apresentaremos alguns destaques de alguns dos trabalhos escolhidos:

Influência das ideias de Emmanuel no Pensamento Espírita Brasileiro
I  SNPE – 1989  - Jaci Régis

"A partir da década de trinta quando Francisco Cândido Xavier publica sua obra Parnaso de Além-Túmulo, torna-se figura central no movimento Espírita, nacional e internacional.  Com ele surgia uma outra personalidade marcante - Emmanuel - que imprimiu um perfil ao Espiritismo, como contribuiu para a consolidação do projeto de tornar o Espiritismo uma religião.”

Abaixo mostramos como este trabalho foi apresentado ao público




Passe: discussão e propostas
III SBPE – 1993 - Reinaldo di Lucia

“A mudança dos nomes "passe" e "passista" ocorreu efetivamente para "emissão energética" e "emissor" em parte dos centros mais próximos da CEPA. Com isso houve toda uma reavaliação prática e teórica sobre o papel da emissão nessas casas.”

Da mesma forma apresentamos o exposto no Simpósio