sábado, 16 de fevereiro de 2013

Os riscos de viver em um planeta – meteoritos e asteroides por Alexandre Cardia Machado

Muitas vezes não nos damos conta que vivemos em um planeta, que viaja no espaço a 40 km por segundo, girando em torno do sol, e que além de planetas, existem objetos menores, como asteroides, cometas e restos de cometas ocupando o mesmo espaço por onde passamos, com isto, todos os dias a Terra coleta cerca de 100 toneladas de detritos espacias, a maioria é muito pequena e pulveriza na alta atmosfera, apenas uma parte muito pequena chega ao solo. Acredita-se que cerca de 100 mil meteoros com mais de 1 quilo entrem na atmosfera da Terra por ano.



Meteoritos maiores, são mais raros, nesta sexta-feira, dia 14 de Feverieiro de 2013 um grande meteorito caiu em uma zona povoada da região russa dos Urais, onde deixou pelo menos 950 feridos e causou pânico entre a população, horas antes da passagem de um grande asteroide que está sendo monitorado pela NASA a 27 mil quilômetros da Terra. "Havia vários fragmentos bastante grandes que chegaram até a Terra", afirmou Vladimir Puchkov, ministro para Situações de Emergência da Rússia. Isto na verdade não foi o que ocorreu, como já dissemos o espaço do sistema solar entre as órbitas da Terra , Marte e Júpiter existem milhões de asteroides e pequenos pedaços que sobraram da construção dos planetas do sistema solar.

No Livro dos Espíritos Allan Kardec chega a discutir um pouco esta questão, vejam a questão:

41: Pode um mundo completamente formado desaparecere disseminar-se de novo no Espaço a matéria que o compõe?

“Sim, Deus renova os mundos, como renova os seres vivos.”



O perigo existe, vejam em detalhes o que o ocorreu na Rússia.

O meteorito de aproximadamente 10 toneladas caiu a cerca de 80 quilômetros da cidade de Satka, por volta das 9h20 local (1h20, horário de Brasília), mas a onda expansiva afetou várias regiões adjacentes e até a vizinha república centro-asiática do Cazaquistão.

"Quando soaram as ensurdecedoras explosões, pensávamos que era um terremoto. As crianças que patinavam no gelo caíram devido à onda expansiva", afirmou Aleksandr Martents, residente na cidade Cheliabinsk.

Feridos

Segundo o governador de Cheliabinsk, cerca de 950 pessoas ficaram feridas devido à queda dos fragmentos do meteorito, enquanto milhares de casas na cidade foram afetadas pela onda expansiva. Em uma primeira contagem, o número era de 500 feridos. As autoridades cifram em 100 mil metros quadrados os vidros das janelas que quebraram pelos ares devido às explosões, o que deixou centenas de casas sem proteção em pleno inverno.

O governador regional de Nas notícias, temos ouvido que aumentaram os níveis de radiação e que é aconselhável ficar em casa e fechar as janelas", comentou uma farmacêutica da cidade de Kopeisk.

No entanto, Puchkov afirmou que "não foi registrado um aumento dos níveis de radiação", o que foi corroborado pelo chefe sanitário russo, Gennady Oníschenko.

Este funcionário pediu para população local que não tenha pânico, argumentando que os níveis de radiação estão dentro da norma e que nas povoações afetadas há calefação, luz e água.

Chelyabinsk disse que a chuva de meteoritos causou danos superiores a 30 milhões de dólares, e, de acordo com o Ministério das Emergências, cerca de 300 edifícios foram afetados.

Segundo o Ministério da Saúde, 112 pessoas foram internadas, sendo duas delas em estado grave, e outras 22 apresentam diversos traumas, ferimentos e cortes, muitos deles provocados por vidros. A maioria dos hospitalizados (cerca de 80) é formada por crianças.

Apesar dos especialistas afirmarem que os fragmentos do meteorito não são radioativos, o Ministério para Emergências aconselhou que a população não se aproxime do objeto.

Os astronautas da Estação Espacial Internacional asseguraram que não viram a queda do meteorito, já que nesse momento sobrevoavam Nova Guiné.

Quanto a uma possível repetição do fenômeno, o especialista em meteoritos da Academia de Ciências da Rússia, Dmitri Badiukov, descartou a hipótese. "Não há ameaça de repetição. Os meteoritos caem de maneira periódica, mas é bem raro. A repetição do dito fenômeno é praticamente impossível", disse.

Para quem quiser ver o meteoro caindo, ele foi filmado e pode ser acessado no link abaixo.



http://noticias.terra.com.br/ciencia/espaco/queda-de-meteoro-causa-explosoes-no-ceu-e-deixa-feridos-na-russia,73ad0eb2d3cdc310VgnVCM3000009acceb0aRCRD.html



terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

O Papa desistiu - Bento XVI renunciará - por Alexandre Cardia Machado

Em Abril de 2007 publicamos um editorial com o título “As razões do Papa”, do mesmo destacamos as principais bandeiras defendidas pelo Papa Bento XVI, eram elas: Não ao divórcio, missa em Latim, acusação de praga ao segundo casamento com a recusa aos sacramentos à estas pessoas, dentre outras, como podemos perceber quase nada mudou, talvez as razões do Papa em 2007 e o insucesso na mudança da Igreja, ainda sejam as mesmas razões de o fazer desistir.




No dia 11 de Março de 2013, o Papa Bento XVI surpreendeu os católicos do mundo inteiro. Anunciou a decisão em latim, em uma reunião do conselho de cardeais. “Queridos irmãos, convoquei vocês para comunicar uma decisão de grande importância para a vida da Igreja. Depois de ter repetidamente reexaminado minha consciência perante Deus, cheguei à certeza de que minhas forças, devido a minha idade avançada, não são mais adequadas para o exercício do ministério de Pedro”, anunciou.

O último Papa a renunciar havia sido Gregório XII, em 1415, antes do descobrimento da América e ainda na idade média, não deixa de ser uma raridade. Joseph Alois Ratzinger foi eleito no dia 19 de abril de 2005, não deixará de ser Papa, só perderá o poder e deve ficar recluso para meditação, teremos dois Papas, o que é mais uma vez uma novidade. Os noticiários irão cobrir a maratona da eleição de um novo pontífice, mas o que aprendemos disto.

Acreditamos que o primeiro ensinamento é que a sociedade evolui, nas suas leis e na forma de conviver em sociedade, mesmo o Papa é incapaz de deter o progresso, a Igreja já deveria ter aprendido ao perder a corrida do conhecimento para a ciência, já no século XVII. Está perdendo a corrida da fé cristã para as igrejas pentecostais, a corrida social para os movimento de defesa de monorias, poir por mais que publique encíclicas, nem mesmo os católicos as leem.

A Igreja há de eleger um Papa ligado aos movimentos sociais, moderno, mais novo, ou, mais uma vez verá o mundo mudar ao seu redor, sem poder fazer muito para ajudar na orientação de seus fiéis. O novo pontífice terá que enfrentar de frente a corrupção interna no banco do vaticano, a pedofilia praticada por padres mundo afora, a camisinha, o sexo livre, o divórcio, ou ficará distante do mundo no qual o seus seguidores vivem, há que saber orientar, sem uma reforma interna, acreditamos que não terá sucesso, a saída de Ratzinger demontra cabalmente a humanidade de seus líderes, quem sabe os faça descer do pedestal e se aproximar do povo.



segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Abrindo a mente - Ainda a questão de Marte – Dezembro 2012

Ainda a questão de Marte

Alexandre Cardia Machado



A Nasa disponibilizou mais algumas informações preliminares a respeito das amostras coletadas e analisadas pelo robo Curiosity. “Ao aquecer as amostras, eles também conseguiram detectar uma quantidade significativa de água na areia, junto com algum dióxido de carbono, oxigênio e dióxido de enxofre.” Estes são os elementos que formam os tijolos da vida.

Seguiremos atentos, pois uma vez que seja observada a existência de vida fora da Terra estabeleceremos um novo patamar para o conhecimento científico, para a filosofia e, fundamentalmente, para as religiões. Se não estivermos sozinhos agora ou no passado, como quem sabe constaremos em Marte, toda a base religiosa de um Deus que nos fez a sua imagem e semelhança cairá por terra , ou melhor, cairá pela evidência universal.

A questão da Educação científica

Este não é um problema só com os espíritas, de uma forma geral as pessoas não se interessam muito pelos detalhes científicos e preferem, claro, a tecnologia aplicada. Mas tecnologia não se faz sem ciência básica. Como nosso país tem um déficit educacional, o tem maior ainda em ciência.

Hoje com a internet e com as mídias eletrônicas é possível planejar aulas muito mais interessantes e isto é o que vem fazendo nos EUA, Salman Khan, na área de filosofia e, mais recentemente, o Gaúcho de 22 anos, Miguel Andorfy, que começou a fazer o mesmo com conceitos matemáticos no YouTube.

O espiritismo já tem alguns bons conceitos e palestras na Internet, há que procurar bem, mas é possível encontrar. Talvez este seja um caminho a seguir rapidamente para difundir os conceitos atuais da Teoria Kardecista.

Prêmio Jovens Inspiradores

Miguel Andorftty foi um dos quatro ganhadores do Prêmio dado pela revista Veja e Fundação Estudar. Foi um dos quatro ganhadores entre 8000 candidatos. Miguel faz um trabalho semelhante à Salman Khan, ensinado cálculo via internet. Saber que tantos jovens estão fazendo algo capaz de mudar a sociedade para melhor é um reforço à ideia que veiculamos insistentemente. Só melhoraremos o planeta à partir de investimentos fortes em educação básica e universitária.

Um mundo, uma escola

Salman Khan lançará no Brasil seu livro “The one world Schoolhouse: Education Reimagined”. Khan se notabilizou por criar vídeos de assuntos importantes em 40 áreas de conhecimento, em geral com até 2 minutos, tempo que ele acredita ser o máximo que os jovens são capazes de manter a atenção. Seus vídeos já foram assistidos por 200 milhões de pessoas.

Artigo originalmente publicado no Jornal Abertura - Dezembro de 2012  

Outros artigos de Alexandre Cardia Machado:


Pode o Pensamento deslocar-se acima da velocidade da luz?

http://icksantos.blogspot.com/2011/10/pode-o-pensamento-deslocar-se-acima-da.html


Abrindo a Mente - Uma entrevista com Hernani Guimarães de Andrade

http://icksantos.blogspot.com/2011/10/abrindo-mente-uma-entrevista-com.html


Curso sobre a EVOLUÇÃO DO PRINCÍPIO ESPIRITUAL

http://icksantos.blogspot.com/2009/06/blog-post.html


Abrindo a mente - A pluralidade dos mundos habitados e o critério de falseabilidade por Alexandre Cardia Machado
http://www.blogger.com/blogger.g?blogID=8190435979242028935#editor/target=post;postID=2096406799399550055

Abrindo a mente:60 bilhões de humanos – nossa história. Por Alexandre Cardia Machado
http://www.blogger.com/blogger.g?blogID=8190435979242028935#editor/target=post;postID=1617735720002438799

O Ser Humano e a Evolução- - Uma análise pré-histórica
http://icksantos.blogspot.com/2011/12/o-ser-humano-e-evolucao-uma-analise-pre.html

Abrindo a Mente - 7 bilhões de humanos – estaríamos ‘raspando’ o umbral? Por Alexandre Machado
http://www.blogger.com/blogger.g?blogID=8190435979242028935#editor/target=post;postID=4262199681238734422

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Tragédia de Santa Maria e os nossos filhos por Roberto Rufo

Uma pequena contribuição de minha parte por esse momento muito triste que passa o país .


SOLIDARIEDADE E REVOLTA .



" Diante da noite carregada de sombras , lembre-se do amanhecer “ . ( Emmanuel , psicografado por Chico Xavier ) .

                                                                     Foto do site Terra


Quando a gente coloca filhos no mundo , estamos cientes das alegrias e tristezas que podem advir deste ato . Mas todos querem ter o prazer de tê-los , pois não há nada tão saboroso do que vê-los crescer , evoluir , tornarem-se adultos , e por sua vez tornarem-se pais , com a chegada dos seus filhos . É a marcha da vida , onde o nascer e o morrer soam tão naturais . E o natural nos parece é irmos embora primeiro , os filhos ficarem e assim sucessivamente .


Infelizmente nem sempre isso acontece . A imprudência , as falhas de fiscalização , a ganância têm o poder de quebrar esse ciclo que nos parece tão natural .  Costumo dizer que se pudesse pedir algo especial a Deus , seria que me levasse primeiro para não ser testemunha da partida , mesmo que temporária de um ente querido . Todavia esse é o desejo de todos os pais .  O Espiritismo tem um forte conteúdo consolador por nos provar a existência de outras vidas e as futuras reencarnações que virão . Isso não impede a dor do afastamento precoce das pessoas a quem amamos tanto . É natural . Além disso , o Espiritismo também nos alerta da enorme consequência dos nossos atos e comportamentos , pois eles certamente têm influência na nossa vida e de outras pessoas .


Uma tragédia como a de Santa Maria ( RS ) , não tem nada a ver com resgate coletivo , ou outras bobagens que se costuma apregoar nos meios espíritas , quando fatos dessa natureza acontecem . Essa tragédia é fruto da negligência , falta de cuidado e total desprezo pelos seres humanos que frequentavam a
boate Kiss em Santa Maria . No momento espero que aquela comunidade gaúcha mantenha a calma , ore por seus parentes , mas que seja também tomada pela revolta , que nas palavras do escritor gaúcho Luis Fernando Veríssimo é a única emoção útil para o porvir , pois pode acelerar consequências .

As demais emoções , completa , são manifestações humanas de solidariedade .


A presidenta Dilma chorou , eu chorei , me colocando no lugar daqueles pais que ligaram centenas de vezes para o celular de seus filhos , na esperança vã de ouvir um alô abençoado . Mesmo tendo já 27 anos , ligo para o meu filho solteiro quando demora para retornar de mais uma balada . Que alegria e tranquilidade ouvir a sua voz do outro lado da linha . Meu amado filho está vivo .


Penso que talvez fosse mais prudente e inteligente aos jovens procurarem outros meios de expressarem a sua vontade de viver , de participar , de se comunicarem socialmente . Hoje temos essa tragédia num incêndio em Santa Maria , ontem inúmeras mortes por acidentes de carro , ao retornarem das baladas muitas vezes embriagados . As estatísticas no Brasil são estarrecedoras .


Se tivesse que dizer algumas palavras aos parentes das vítimas , faria uso da indagação de Allan Kardec se a felicidade terrestre é relativa à posição de cada um e se há uma medida de felicidade comum a todos . Nossos amigos espirituais respondem que para a vida material é a posse do necessário ; para a vida moral é a consciência tranquila e a fé no futuro .  Só resta mesmo nesse momento manter a consciência tranquila e a fé no futuro .


Finalizo com as palavras do poeta e cronista gaúcho Fabrício Carpinejar , e tenho certeza que muitos pais se identificarão com elas :

“ Os adolescentes não vão acordar na hora do almoço . Não vão se lembrar de nada . Ou entender como se distanciaram de repente do futuro “ .


Roberto Rufo .

NR: 27/01/2017: Ainda ninguém foi preso.

A tragédia na boate Kiss, na cidade de Santa Maria, no Rio Grande do Sul, que provocou a morte de 242 pessoas completa quatro anos nesta sexta-feira (27).   
O incêndio, considerado o segundo maior já registrado no Brasil, foi provocado por um integrante da banda Gurizada Fandangueira, que se apresentava no local. Ele acendeu um sinalizador que emitia fagulhas e logo atingiram o teto revestido de espuma, que rapidamente pegou fogo.   
De acordo com o inquérito policial, 28 pessoas foram apontadas como responsáveis, entre elas os dois donos da boate, um músico e o produtor da banda, que são denunciadas por homicídio.   
Além disso, quatro bombeiros foram denunciados. Um foi absolvido, dois condenados pela Justiça Militar por expedição de alvará e outro pela Justiça comum por fraude processual. Todos cumprem penas em liberdade.   
Desde o incêndio, a Justiça já recebeu mais de 370 ações com pedidos de indenização familiares de vítimas e sobreviventes da tragédia. Do total, 250 ainda estão em andamento e 20 processos já foram julgados.   
Na madrugada de hoje, diversas pessoas se reuniram na Praça Saldanha Marinho e caminharam até a frente da boate, onde foi realizada uma vigília. Flores, velas e mensagens foram deixadas em frente ao local. (ANSA)
Leia Também:
A Tragédia da Boate Kiss - por Milton Medran Moreira:






quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

JACI, O CONSTRUTOR DE BARCOS

Por Ciro Pirondi



Jaci tem o sentido da direção, percepção dada a poucos. Uma espécie de norte interior.


Esta clareza vezes é confundida com rigidez e intolerância. Nada mais normal para um dos maiores pensadores espírita de vanguarda do século XX.

Nos anos 70 o pensamento espírita estava estagnado. Alguns poucos – Herculano Pires, Deolindo Amorin – tentavam uma teoria filosófica para conciliar religião e ciência; revelações mediúnicas e pensamento crítico.

Sem a metodologia acadêmica, natural dos dois outros grandes filósofos, Jaci chega com textos claros, diretos: fala da família, do casamento, de sexo e dos problemas cotidianos.

Com a maturidade adentra em temas mais delicados: mediunidade, movimento e suas associações, religião.

Deste momento em diante, experimenta a solidão. Poucos o entenderam, tempos de muita reflexão, abandono, perdas e ganhos.

As idéias modificam o entorno e o autor é modificado por elas.

Como um construtor de barco, sábio de seu ofício, mas cujo objetivo maior não é a construção da nau, mas a viagem, o processo no tempo, que ela proporciona: novas paisagens, outros hábitos, novos afetos, um olhar mais sensível e tolerante.

Jaci persegue este ideário até o fim. Leal consigo mesmo se renova a cada texto.

Distante das convenções e distinções, ele ascendeu um holofote no Pensamento Espírita contemporâneo.

Para mim ele foi um mestre, um amigo e um interlocutor que sentirei saudade... pois se é verdade que o Espiritismo resolveu o problema da morte, ele não solucionou a questão da ausência, esta sim é de cada um, intransferível e permanente no tempo sem fim.

Texto originalmente publicado no Jornal ABERTURA de Jan/ Fev de 2011

Outros artigos de Jaci Régis:


Livros de Jaci Régis a venda pela Internet:

http://icksantos.blogspot.com/2011/12/livros-de-jaci-regis-venda-pela.html

Um ano sem a presença física de Jaci Régis

http://icksantos.blogspot.com/2011/12/um-ano-sem-presenca-fisica-de-jaci.html

Do Jesus Pré-cristão ao Jesus Cristão - Jaci Régis

http://icksantos.blogspot.com/2011/10/do-jesus-pre-cristao-ao-jesus-cristao.html


Jaci Régis biografia e vida – por Ademar Arthur Chioro dos Reis

http://icksantos.blogspot.com/2011/10/jaci-regis-bibliografia.html

Ligação espírito cérebro

http://icksantos.blogspot.com/2009/08/ligacao-espirito-cerebro-jaci-regis.html



quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Considerações sobre a Reencarnação - Jaci Régis

A Lei divina não cogita de ética ou moral. Ou seja, Lei Natural não é uma lei moral.


A ética e a moral são estágios criados a partir da racionalidade.




Nos estágios pré-humanos da vida terrena, o princípio da sobrevivência determina o comportamento, sem considerações de reciprocidade. Apenas o treinamento dos fatores que, posteriormente, comporão o comportamento do ser racional.

Na visão evolucionista, o princípio inteligente conhece nos conflitos da experiência que define o seu processo de desenvolvimento, a reciprocidade natural entre ação e reação, nos campos das relações de sobrevivência. Depois, no desencadeamento das mutações, ele sofrerá as consequências do choque da convivência e inscreverá na sua mente perene os rigores das respostas. A decorrência será a estruturação dos valores que se chamarão depois de “ética”, ou seja, a definição básica do certo e errado, bem e mal.

Já a moral é estabelecida pela autoridade, dentro de padrões criados pela observância das necessidades de manter um relativo equilíbrio nas relações humanas no círculo em que se desenvolvem, e também para garantir o poder.

Aí nascem as noções sobre o poder sobrenatural, a delegação de poderes a missionários e profetas, com as noções da culpa e da punição.

Ainda que esses sejam elementos historicamente encontrados nas civilizações de todos os tempos, constituem uma moral relativamente mutável, adaptável.

Não se pode confundir a reciprocidade da lei de causa e efeito com a polarização entre culpa e castigo, que numa serie infinita limitaria drasticamente o desenvolvimento do ser espiritual, perdido na circularidade permanente.

Somente essa perspectiva poderá dissolver a aparente contradição entre o livre-arbítrio como instrumento de expansão e evolução do ser espiritual e a Lei. Isto é, não existem limites morais na Lei. Os limites não estão fora, mas delineados e funcionam inevitavelmente dentro do universo pessoal, nos mecanismo do processo de causa e efeito.

A lei de causa e efeito é o princípio fundamental de balanceamento e reajuste constante da rota desdobrada pelo ser, na trilha evolutiva. Esse jogo permite a construção e reconstrução do equilíbrio interno.

Não se confunde, todavia, a questão da culpa como conseqüência da infrigência dos valores elegidos pessoal ou coletivamente, com o instituto da culpa como ação divina, resultado de um julgamento exterior. A pena de Talião é expediente que o próprio ser promove nos trâmites da culpa e da reparação.

A própria Lei Natural ou divina estabelece os mecanismos de manutenção do equilíbrio, definido como fator de balanceamento dos fatores concorrentes, visando o objetivo de manutenção e expansão positiva do conjunto.

O processo evolutivo do ser é instável porquanto ele estagia no nível de imperfeição natural em constante mutação, gerando desequilíbrio que, na reciprocidade da lei de causa e efeito, promove o equilíbrio, seja internamente, seja na relação com o outro, com o ambiente.

O livre-arbítrio, essa liberdade essencial, poderia levar à anarquia incontrolável, não estivessem gravados na consciência os parâmetros da Lei, construídos no conflito existencial.

Na trajetória evolutiva do ser espiritual, os fatores externos provocam repercussões que mobilizam suas potencialidades, reestruturando níveis mentais e motivações. Esses confrontos causam dor e sofrimentos que produzem situações penosas e insatisfatórias.

O equilíbrio é a felicidade ou a condição de satisfação e compensação do ser, ou se quisermos, podemos chamar de Eros.

A infelicidade é a quebra do equilíbrio com a criação de estados de desconforto e desintegração mental, ou se quisermos, podemos chamar de Morte ou Tanatos.

O interesse de preservação, ou instinto de conservação, que se instala no ser desde o início, e a necessidade que lhe é inerente de participar de relações compensatórias com semelhantes, são as forças propulsoras que o movem para a procura da homeostase.

A “inscrição na consciência” dos valores da Lei se dá, como se viu, na própria vivência dos conflitos e pelo desejo de preservação do ser e constitui, no tempo, os fundamentos da ética, considerada como o fator que estabelece o julgamento dos fatores para a persistência do ser.

No período humano, a ética e a moral se expressam, inicialmente, com o nascimento dos tabus, dos medos diante dos fatores naturais, nos mistérios do nascimento e da morte, e apelação para as forças sobrenaturais, no interesse da preservação pessoal e grupal.

Assim, como as forças do universo energético seguem um curso aparentemente ao acaso, mas permanecem dentro do fluxo orientador da Lei, o ser espiritual também parece seguir uma forma anárquica, sem limitações. Todavia, através dos mecanismos da Lei instalados pela experiência na mente do Espírito, o equilíbrio se faz invariável, mas não imediato.

Na dinâmica do processo, o que, dentro da visão sensorial sugere o caos, o acaso, na verdade, caminha para a busca do equilíbrio. A questão, nessa visão sensorial, se complica pela variável do tempo, cronológico ou sensível.

No modelo que estamos pensando, a evolução do ser inteligente só tem sentido se considerarmos a vida dele como uma estrutura imortal, dotado de um sentido natural de autopreservação, de imortalidade, realizada atemporalmente, da mesma forma que as mutações do mundo energético se impõem como condição de efetivação.

Nesse modelo não cabe o acaso, nem a vacuidade de intenções, pois há sempre a intenção de alcançar o patamar da satisfação, tanto na realização dos fenômenos biológicos e físicos, como nos fenômenos da consciência.

Não fora assim e o universo energético e a vida inteligente não teriam sido possíveis.

Não se trata de nenhuma imposição moral ou retaliação divina. O que se grava na consciência, quer dizer na memória profunda do Espírito, é os resultados das contradições vividas a partir do exercício vital, dentro do básico princípio de causa e efeito. Essa “consciência” retrata a realidade das reações aos atos e ações realizadas que, ao longo da experiência, estabelecem uma reação automática, condicionante, a motivando e ajuste imprescindível para o equilíbrio do ser, no conflito do conforto e desconforto existencial.

Não estamos esquecendo o valor das interações, dos conflitos entre as pessoas e a influência dos mortos na vida dos vivos. Nem a influência de entidades mais equilibradas na indução de encontros e respostas. Estamos enfatizando a auto-evolução, a escolha e principio do certo e do errado na decisão pessoal e coletiva.

Artigo recuperado e publicado no Jornal Abertura em agosto de 2012

Outros artigos de Jaci Régis:


Livros de Jaci Régis a venda pela Internet:

http://icksantos.blogspot.com/2011/12/livros-de-jaci-regis-venda-pela.html

Um ano sem a presença física de Jaci Régis

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Do Jesus Pré-cristão ao Jesus Cristão - Jaci Régis

http://icksantos.blogspot.com/2011/10/do-jesus-pre-cristao-ao-jesus-cristao.html



Jaci Régis biografia e vida – por Ademar Arthur Chioro dos Reis

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Ligação espírito cérebro

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terça-feira, 6 de novembro de 2012

O que eu penso sobre crianças índigos e cristais? por Cláudia Régis Machado


Cláudia Régis Machado



A autora deste artigo é Psicóloga, com Pós Graduação em Psicopedagogia, autora do livro infanto-juvenil - Kadu e o Espírito Imortal e da Revistinha - Desafios do Kadu

Este tema retoma espaço devido à novela das seis horas “Amor, eterno amor” da Rede Globo que trata, como pano de fundo na trama, da existência destas crianças.


Foi uma onda, que começou no movimento “new age” (1982) onde a parapsicóloga Ann Tappe que por ter a possibilidade de ver a aura, observou que das crianças nascidas a partir do final dos anos 70, tínham ,segundo ela, uma aura azul, daí surgiu a expressão índigo. Tornando-se mais popular em 1999 depois da publicação do livro Crianças Índigos (Lee Carroll e Jan Tober) obtido por comunicação mediúnica.

Este tema já foi trazido ao jornal Abertura em agosto 2007 por Marcelo Régis que fez uma reflexão da qual compactuo. Divaldo Franco e alguns do movimento espírita trabalham com a ideia de crianças índigos e cristais como crianças especiais. Uma nova geração de espíritos reencarnantes, vindo de outra estrela, com o objetivo de iniciar a transição do planeta Terra para um mundo melhor.

Lendo como o assunto é abordado no Movimento Espírita, no fundo me entristece, como é possível que se apeguem a comunicações mediúnicas sem qualquer critério de avaliação e sem fundamento científico.Colocam que as publicações que Criança Índigo - são uma condição humana defendida pela pseudociência e a parapsicologia.

Uma Criança Índigo seria aquela que apresenta um novo e incomum conjunto de atributos psicológicos e que mostra um padrão de comportamento geralmente não documentado ainda. Geralmente são crianças irrequietas, inteligentes, onde os limites não são fáceis de serem estabelecidos.

Embora alguns livros tenham sido publicados nos últimos anos, não há comprovação científica sobre o fenômeno, bem como inexiste um sistema de classificação "crianças índigo" e "crianças cristais" , sendo mesmo até rejeitado por conselhos de pediatria e especialistas em educação infantil.

Não encontrei nenhum estudo que analise essas crianças levando em consideração o ambiente social, a modificação dos parâmetros da família, os novos valores da geração ou os novos modelos estruturais das famílias. Geralmente as explicações são cheia de especulações e ilações fantasiosas e místicas. Mostrando espíritas com uma grande dificuldade de ver a população do planeta Terra, capaz de buscar a evolução pelo seu esforço e empenho, insistindo na necessidade da vinda de seres especiais para provocar esta melhora.

Parece que não consideram a evolução como um processo natural aonde cada um vai conquistando a sua melhora com dedicação, persistência absorvendo as modificações culturais, econômicas e de progresso do próprio planeta. Infelizmente os espíritas e o movimento se envolve com assuntos nos quais a abordagem não é consistente e acabam por mostrar uma doutrina arraigada as explicações mediúnicas e religiosas.

Artigo originalmente publicado no jornal ABERTURA em junho de 2012

Artigos relacionados:

Entrevista com a Psicóloga Cláudia Régis Machado

http://www.blogger.com/blogger.g?blogID=8190435979242028935#editor/target=post;postID=3284182443467595521
Resposta da atividade da Coluna Brincando com Kadu


http://www.blogger.com/blogger.g?blogID=8190435979242028935#editor/target=post;postID=8454870676877542008



E você? O que pensa sobre o assunto? Deixe o seu comentário.

sábado, 20 de outubro de 2012

Jogos Paraolímpicos - Editorial Jornal Abertura Setembro 2012



É lindo ver o que a força de vontade é capaz de fazer, ver aquelas pessoas pelas quais muitos teriam pena se esforçarem ao máximo em jogos de muito bom nível técnico, onde a dedicação é tão grande ou até maior do que nos Jogos Olímpicos.


Pena é coisa do passado. Hoje, jovens com má formação congênita se juntam em grupos para praticar esportes adaptados, ou não, e veem nisto uma oportunidade de viver com felicidade, de trabalhar sem preconceitos. Os resultados paraolímpicos brasileiros têm sido muito melhores do que os obtidos pelos atletas das Olimpíadas e, talvez exista uma explicação para isto. Somos um dos campeões mundiais de acidentes de trânsito; infelizmente este é o lado obscuro disto: um contingente enorme de jovens acidentados em motocicletas, engrossando o número de atletas paraolímpicos.

Como Kardecistas, não podemos deixar de lado esta grande demonstração, na vida prática, de que nada adiantaria imaginar que má formações ou acidentes fossem causados por erros em vidas passadas, pois a dinâmica da vida em sociedade tem seus meios de contrabalancear e encontrar alternativas para incorporar no trabalho, no esporte e no lazer este contingente de pessoas que, como cada um de nós, está nesta encarnação enfrentando todos os desafios que a vida proporciona.

Aqueles que imaginam que possa haver um determinismo por trás de tudo isto, se veem sem argumentos, pois os humanos dão sempre a volta por cima. Somos sobreviventes em um planeta em transformação constante e rumando para o progresso.

Prestamos nossa homenagem a estes brasileiros e também aos demais atletas de outras nacionalidades, que estão suando e buscando o máximo de si nestes jogos tão interessantes – é a prova clara de que o Espírito está sempre buscando uma forma de melhor se expressar.

A vida encarnada nos possibilita o aperfeiçoamento do espírito, como fruto de seu trabalho. E que trabalho desenvolvem estas pessoas especiais! O espírito alcança o seu progresso na razão e na boa vontade que emprega para adquirir as qualidades que lhe faltam, assim nos ensinou o professor Rivail.

Originalmente publicado no Jornal Abertura - Setembro 2012

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25 Anos de Jornal Abertura - Depoimentos de leitores

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quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Sobre o Pseudônimo de Rivail - Eugenio Lara

Artigo originalmente publicado no Jornal ABERTURA - Agosto de 2012

Deixe o seu comentário, qual teria sido afinal a orígem do nome Allan Kardec?


Sobre o Pseudônimo de Rivail - Eugenio Lara

Já perdi a conta das vezes que me perguntaram, durante a palestra em centros espíritas, sobre a origem do pseudônimo Allan Kardec, adotado pelo grande pedagogo francês Hippolyte Léon Denizard Rivail (1804-1869) na assinatura de sua obra espírita. Teria sido mesmo ele um druida? Em que época viveu? Por que Rivail adotou esse estranho pseudônimo? Trata-se de um tema controverso, principalmente devido à carência de fontes fidedignas.


Nós, espíritas, aceitamos que Allan Kardec foi uma das encarnações de Rivail, mais pela tradição oral, pelo argumento de autoridade do que pela escrita. O primeiro biógrafo de Rivail, Henri Sausse (1851-1923), afirmou em uma conferência comemorativa da desencarnação de Kardec, em 1896, que o fundador do Espiritismo teria tido uma encarnação entre os celtas: “segundo lhe revelara o guia, ele tivera ao tempo dos Druidas.” Um detalhe: esse guia a que Sausse se refere é o Zéfiro (ou Zephyr), espírito protetor de Rivail.

Sausse não cita a fonte dessa informação e nem afirma que ele teria sido um druida. Muito provavelmente teve acesso a dados biográficos compartilhados por contemporâneos e amigos mais íntimos de Rivail, à sua correspondência e seus manuscritos, ainda intactos, mas que seriam em quase sua totalidade destruídos durante a II Guerra Mundial, quando os nazistas invadiram a França, ocuparam Paris e destruíram quase todo o legado kardequiano.

Todavia, Sausse não é a única fonte. Se formos confrontá-la com outras disponíveis, a compreensão torna-se mais obscura ainda, controversa, deixando o tema ainda em aberto.

A seguir, o leitor poderá apreciar um panorama das fontes existentes, de fontes primárias, apesar de contraditórias, que evitariam afirmações equivocadas e pouco fiéis acerca da origem do pseudônimo do fundador do Espiritismo.



HENRI SAUSSE

“Esse livro [O Livro dos Espíritos] era em formato grande, in-4, em duas colunas, uma para as perguntas e outra, em frente, para as respostas. No momento de publicá-lo, o autor ficou muito embaraçado em resolver como o assinaria, se com o seu nome — Denizard-Hippolyte-Léon Rivail, ou com um pseudônimo. Sendo o seu nome muito conhecido do mundo científico, em virtude dos seus trabalhos anteriores, e podendo originar uma confusão, talvez mesmo prejudicar o êxito do empreendimento, ele adotou o alvitre de o assinar com o nome de Allan Kardec que, segundo lhe revelara o guia, ele tivera ao tempo dos Druidas.”



“Assim, também, se deu a respeito do seu pseudônimo. Numerosas comunicações, procedentes dos mais diversos pontos, vieram reafirmar e corroborar a primeira comunicação obtida a esse respeito.”

(Biografia de Allan Kardec - FEB – Grifo meu).



CANUTO ABREU

“Uma noite veio o Professor com Madame RIVAIL. Nosso Guia os recebeu amistosamente, saudando o professor com estas palavras: — ‘Salve, caro Pontífice, três vezes salve!’. Lida, em voz alta, a saudação, todos rimos. Para nós, ZEPHYR estava pilheriando. Papai, então, explicou ao Professor o costume do Espírito Familiar apelidar quase todos os visitantes. O senhor RIVAIL não se agastou e respondeu ao Guia, sorrindo — ‘Minha bênção apostólica, prezado filho’. Nova risada geral. ZEPHYR, porém, respondeu ter feito uma saudação respeitosa, a um verdadeiro pontífice, pois RIVAIL havia sido, no tempo de Júlio CÉSAR, um chefe druídico.”



“— UMA NOITE, INESPERADAMENTE, disse-nos ZEPHYR: — Vocês irão brevemente para Paris. BAUDIN arrumará os seus negócios; Emile entrará na Escola Naval; Caroline e Julie tomarão professoras mais competentes e... encontrarão seus noivos; e eu, ZEPHYR, procurarei contato com um velho amigo e chefe desde o ‘nosso’ tempo de Druidas.” (O Livro dos Espíritos e Sua Tradição Histórica e Lendária - Ed. LFU – grifo meu).



LÉON DENIS

O continuador da obra kardequiana, Léon Denis (1846-1927), sustenta que Allan Kardec não teria encarnado como druida na Bretanha, mas sim na Escócia. O próprio Denis considerava-se um druida reencarnado, chamado por Arthur Conan Doyle de “O Druida de Lorena”:

“Foi nessas profundas fontes que Allan Kardec ilustrara seu espírito; foi com meios idênticos que ele viveu outrora. Não na Bretanha, talvez, mas antes na Escócia, segundo a indicação de seus guias.”

(...)

“Kardec ali aprendeu a filosofia dos Druidas; preparava-se no estudo e na meditação para as grandes empresas futuras.”

“(...) Até o nome de Allan Kardec, que escolheu, até este dólmen erigido no seu túmulo por sua expressa vontade, tudo, digo eu, lembra o homem do visco do carvalho, que voltou a esta Gália para despertar a fé extinta e fazer reviver nas almas o sentimento da imortalidade.” (O Mundo Invisível e a Guerra, cap. VI - Ed. CELD).



ALEXANDRE DELANNE

O pai de Gabriel Delanne, grande amigo, vizinho de Rivail, ao lado do filho e da esposa, médium da Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas (SPEE), fundam o periódico Le Spiritisme, em março de 1883. Em um artigo deste periódico, Alexandre Delanne revela um dado bem interessante, que destoa das fontes conhecidas:

“Há ainda um outro detalhe que temos do próprio autor [Kardec]. Veja como ele apresenta o pseudônimo que haveria de assinar seus escritos: Você tomará o nome de Allan Kardec, que nós te damos. Não se preocupe com isto, ele é seu, você já propiciou muita dignidade em uma encarnação anterior, quando vivia na antiga Armórica.” (Le Spiritism, maio de 1888 – Grifo meu).

Na Antiguidade, Armórica era o nome de uma região da lendária Gália, território dos celtas gauleses, que incluía a península da Bretanha, localizada a oeste da atual França.



AMÉLIE BOUDET

“— Todos os literatos – responde Madame Kardec – adotam pseudônimos. Meu marido jamais pilhou coisa alguma”. Em resposta à insinuação do promotor público de que Rivail teria retirado o pseudônimo Allan Kardec de um manual de magia negra. (Mme. Leymarie - Processo dos Espíritas - FEB).



GEORGES D’HEILLY

O escritor francês Georges D'Heilly publicou um interessante livro em 1867, intitulado Dicionário de Pseudônimos. O autor afirma que o próprio Rivail contou-lhe a origem de seu codinome:

“Quanto à escolha de seu pseudônimo, ele próprio [Rivail] contou sua origem. Tinha-lhe sido revelado, diz ele, pelos espíritos, que numa encarnação bem anterior à vida presente, chamava-se realmente assim, e também, como tal, foi chefe de um clã bretão no século XII.” (Dictionnaire des Pseudonymes, recueillis par Georges D'Heilly, p. 7 - 2ª ed. E.Dentu, Libraire-Éditeur - Libraire de la Société des Gens de Lettres, Paris-France [1869]. Tradução de Eugenio Lara.)=







ALLAN KARDEC

Não há fonte mais convincente do que ouvir do próprio Rivail o que ele tem a dizer sobre seu pseudônimo. Entretanto, ele sempre foi discreto quanto à sua origem. Nada consta em sua obra publicada. Pelo fato de seu nome civil ser muito notório e reconhecido nos meios culturais e científicos franceses, o fundador do Espiritismo preferiu assinar com outro nome, um pseudônimo, a exemplo de escritores e literatos, a fim de não causar confusão. Como sempre fazia, consultou os espíritos, certamente O Espírito de Verdade, seu guia espiritual. Todos os biógrafos de Kardec são unânimes quanto a esse seu procedimento.

O ideal seria termos acesso à correspondência e manuscritos de Rivail. No entanto, o que não foi destruído também não é divulgado. Boa parte do patrimônio kardequiano encontra-se em poder da família do historiador e tradutor Silvino Canuto Abreu (1892-1980). O Museu Espírita de São Paulo, localizado na Lapa, Grande São Paulo, fundado e dirigido por Paulo Toledo Machado, expõe uma pequena parte deste patrimônio, doado pela família.

Deste acervo, temos acesso a uma carta de Rivail ao barão e empresário Tiedeman, “amigo seu e dos espíritas”, segundo o biógrafo André Moreil, que hesitou em investir no projeto da Revista Espírita:

“Duas palavras ainda a propósito do pseudônimo. Direi primeiramente que neste assunto lancei mão de um artifício, uma vez que dentre 100 escritores há sempre ¾ que não são conhecidos por seus nomes verdadeiros, com a só diferença de que a maior parte toma apelidos de pura fantasia, enquanto que o pseudônimo Allan Kardec guarda uma certa significação, podendo eu reivindicá-lo como próprio em nome da Doutrina. Digo mais: ele engloba todo um ensinamento cujo conhecimento por parte do público reservo-me o direito de protelar... Existe, ainda, um motivo que a tudo orienta: não tomei esta atitude sem consultar os Espíritos, uma vez que nada faço sem lhes ouvir a opinião. E isto o fiz por diversas vezes e através de diferentes médiuns, e não somente eles autorizaram esta medida, como também a aprovaram.” (Zeus WANTUIL e Francisco THIESEN, Allan Kardec - vol. II, p. 76).



ANNA BLACKWELL

A jornalista, poetisa e tradutora inglesa Anna Blackwell (1834-1900) conheceu pessoalmente, na intimidade, o casal Rivail. Tornou-se correspondente da Revista Espírita na Inglaterra, em 1869. Verteu O Livro dos Espíritos para o inglês, em 1875, tradução esta dedicada à esposa de Rivail, Amélie Boudet:

“E você o publicará [O Livro dos Espíritos], não com seu próprio nome, mas sob o pseudônimo de Allan Kardec (*). Guarde seu próprio nome Rivail para seus próprios livros já publicados, mas tome e guarde o nome que agora lhe demos para o livro que você irá publicar sob nossa ordem, e em geral, para todos os trabalhos que você terá no desempenho da missão que, como já dissemos, lhe foi confiada pela Providência e que será gradualmente aberto a você na medida em que prosseguir nele, sob nossa orientação”.

(*) “Um antigo nome Bretão da família de sua mãe.”

(Prefácio à tradução inglesa, de Anna Blackwell em The Spirit’s Book - FEB, tradução de Myrian de Domênico Rodrigues).



ALEXANDRE AKSAKOF

A partir de depoimentos pessoais de Ruth Celina Japhet, médium colaboradora de Kardec, o pesquisador russo Alexandre Aksakof (1832-1903) publica um artigo em 1875, onde critica a formulação do conceito de reencarnação na França. Editado por ocasião do lançamento da tradução inglesa de O Livro dos Espíritos, por Anna Blackwell, o artigo causou, na época, muita celeuma. Pierre Gaëtan Leymarie e Anna Blackwell contestaram Aksakof de forma contundente. O médium citado, Roze, era membro da SPEE, assim como Japhet:

“Como ele [O Livro dos Espíritos] também foi anexado a um jornal importante, o L’Univers, ele [Rivail] publicou seu livro com os nomes que ele teria tido em suas duas existências anteriores. Um destes nomes era Allan — revelado a ele pela senhora Japhet, e o outro nome, Kardec, foi revelado a ele pelo médium Roze.”

(Pesquisas Sobre a Origem Histórica das Especulações Reencarnacionistas dos Espiritualistas Franceses, artigo originalmente publicado no periódico londrino “The Spiritualist Newspaper”, em 1875. Tradução de Vital Cruvinel – Grifo meu).



JACQUES LANTIER

O sociólogo francês realizou um interessante e abrangente estudo histórico-sociológico sobre o Espiritismo, onde cita trecho de uma carta redigida por Allan Kardec sobre seu pseudônimo:

“O Sr. Leymarie, editor e livreiro, na rua Saint-Jacques nº 32, herdeiro de Pierre-Gaëtan Leymarie, um dos pioneiros do espiritismo, fez-me saber que possuía um documento manuscrito de Allan Kardec, até hoje inédito, no qual este explica a “verdadeira” origem do seu pseudônimo: Rollon, primeiro duque dos Normandos, no século IX, teve um filho que foi curado por um chefe de comunidade que se chamava Allan Kardec. (O Espiritismo, p. 71. - Edições 70 – Grifo meu).



CARLOS IMBASSAHY

Para finalizar, citamos o grande escritor espírita brasileiro Carlos Imbassahy, não por ser uma fonte primária, mas porque seu depoimento é imprescindível neste caso, como argumento de autoridade, que corrobora a existência do misterioso acervo kardequiano, o qual teve acesso, em função da amizade com Canuto Abreu:

“Revelaram os espíritos que Denizard Rivail, em encarnações anteriores, vivera na Gália, onde se chamara Allan Kardec. Daí a proveniência do pseudônimo que adotou. Em nova encarnação fora o infortunado João Huss.”

“A notícia de que Allan Kardec tivera uma existência ao tempo de Júlio César data de 1856; a de ter sido João Huss veio em 1857.”

“Revelaram os Espíritos que Denizard Rivail, em encarnações anteriores, vivera na Gália, onde se chamara Allan Kardec. Daí a proveniência do pseudônimo que adotou. Em nova encarnação fora o infortunado Jean Huss. A notícia de que Allan Kardec tivera uma existência ao tempo de Júlio César data de 1856 e a de ter sido Jean Huss veio em 1857; ambas por via medianímica: a primeira pela cestinha escrevente de Baudin, com a médium Caroline; a última por psicografia de Ermance Dufaux.”

“As fontes preciosíssimas – esclarece o Dr. Canuto Abreu – estavam, em 1921, na Livraria de Leymarie, onde ele as copiara na sua quase totalidade. Passaram em 1925 para o arquivo da Maison des Spirites, onde os alemães, durante a invasão de Paris, as destruíram em 1940.”

Carlos Imbassahy ainda cita uma enciclopédia inglesa que consideramos oportuno transcrever:

“His pseudonym originated in mediumistic communications. Both Allan and Kardec were said to have been his names in previous incarnations”.

“Seu pseudônimo é originado de comunicações medianímicas. Diz-se que Allan e Kardec foram os seus nomes em encarnações anteriores.”

(A Missão de Allan Kardec - Ed. FEP).



Como se vê, as informações são contraditórias. Em encarnação anterior, teria vivido Rivail na Escócia ou na antiga Bretanha? Mas, e a reencarnação como Jean Huss, como fica? Foi druida ou chefe de comunidade? Allan Kardec é um nome próprio ou é junção de Allan com Kardec? A questão se complica ainda mais se formos analisar a origem etimológica do nome próprio Allan Kardec. Não é de origem céltica, porque provem do germânico, melhor dizendo, dos normandos, oriundos da atual Dinamarca. O nome Allan Kardec é de origem normanda, viking. Fosse gaulesa, teria de ser Alan Karderix. Ou seja, nunca existiu um druida de nome Allan Kardec. Mas, essa é uma questão para ser abordada em outra oportunidade...



Eugenio Lara, arquiteto e designer gráfico, é fundador e editor do site PENSE - Pensamento Social Espírita [www.viasantos.com/pense], membro-fundador do Centro de Pesquisa e Documentação Espírita (CPDoc) e autor dos livros em edição digital: Racismo e Espiritismo; Milenarismo e Espiritismo; Amélie Boudet, uma Mulher de Verdade - Ensaio Biográfico; Conceito Espírita de Evolução e Os Quatro Espíritos de Kardec.

E-mail: eugenlara@hotmail.com

Outros artigos de Eugenio Lara:


O Humanismo Espírita - Eugenio Lara

http://icksantos.blogspot.com/2011/10/o-humanismo-espirita-eugenio-lara.html

Entrevista com Eugenio Lara - “O inimigo não está mais lá fora, está aqui dentro”

http://www.blogger.com/blogger.g?blogID=8190435979242028935#editor/target=post;postID=8811987568475862799

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Reencarnação e o desenvolvimento do homem - quantas vezes reencarnamos?

Reencarnação e o desenvolvimento do homem


Alexandre Cardia Machado

Trabalho apresentado no XXI Congresso Espírita Pan-americano, realizado em Santos de 5 a 9 de Setembro.




1 - Introdução:


Qual afinal teria sido a nossa trajetória enquanto Espírito encarnado na Terra?

Escrevi, em 1996 um trabalho, denominado - O Ser Humano e a Evolução - desde então meu interesse pelo tema só aumentou, Este trabalho inaugurou a pesquisa mais detalhada a respeito da evolução do Princípio Espiritual na Terra até a sua realização na forma Humana.

Este trabalho pode ser encontrado aqui mesmo em nosso blog -

http://icksantos.blogspot.com/2011/12/o-ser-humano-e-evolucao-uma-analise-pre.html


 

Procuramos fazer uma comparação entre o conhecimento científico e a visão Kardequiana.

Em 2009, no XI SBPE apresentamos um novo trabalho - A Evolução do Princípio Espiritual do átomo ao Espírito Superior - Uma releitura da Codificação, onde procuramos propor uma hipótese para o desenvolvimento do Espírito em nosso planeta, evidentemente que a desenvolvemos sem recorrer a exobiologia, quer física, quer espiritual, ou seja desconsiderando a pouco provável migração interplanetária de Espíritos.

Este estudo que apresentamos busca focar na questão do número de reencarnações, compatíveis com as curvas de crescimento populacional, considerando as duas hipóteses possíveis, sem ou com migração de espíritos de outros planetas.

2 – Desenvolvimento das hipóteses reencarnacionistas:

2.1 - A visão de evolução humana – à época de Kardec:

De forma simplificada, os principais pontos da Doutrina Espírita sobre a evolução do homem, extraídos das obras básicas.

a. Aceitação da existência de diversos ramos de primatas, que deram origem a diversas árvores (homem, chimpanzés, gorilas, etc.);

b. aceitação do princípio, ainda que à nível de hipótese “de que o homem tenha se utilizado da vestimenta do macaco” na fase de elaboração do envoltório definitivo;

c. o Espírito modela o seu envoltório, talha-o de acordo com a sua inteligência;

d. os mundos progridem, fisicamente, pela elaboração da matéria e, moralmente, pela purificação dos Espíritos que o habitam;

e. existência da raça Adâmica ( migrações de outros planetas);

f. os selvagens também fazem parte da humanidade, evoluirão, mas sem dúvida, não será em corpos da mesma raça física;

g. existência de dois tipos de seres, os que não são procriados (geração espontânea) e os que se propagam por reprodução, dando origem a novas espécies (teoria da evolução de Darwin).

2.2 – Aurora Humana:

2012 encontrado fóssil de primata que viveu há 20 milhões de anos



  Figura 1 - Pesquisadores apresentam mandíbula descoberta na África Foto: AFP

“ O fato é que o homem e o macaco têm um ancestral em comum. A determinação da espécie exata que deu origem ao homem moderno tem ocupado a atenção mundial, no campo da Paleontologia. Allan Kardec, em A Gênese, tratou do assunto nos capítulos X (Gênese Orgânica), XI (Gênese Espiritual – Princípio espiritual). ... Os humanos têm uma estrutura semelhante à dos chimpanzés e gorilas (a mesma estrutura anatômica básica e constituição genética similar), provavelmente herdadas de um ancestral que deve ter vivido há cerca de 10 milhões de anos. Sabe-se que o primata mais antigo descoberto ate o momento foi um lêmur, pequeno animalzinho que vive até hoje, na ilha de Madagascar, no entanto, seus ancestrais já estavam por aqui a cerca de 50 milhões de anos.”

Este ancestral pode ser um dos primeiros passos do Princípio Espiritual para a sua destinação como Espírito.

A importância da existência de uma mentalidade científica é a possibilidade de manter a mente humana de estar permanentemente reprocessando as novas informações e verificando se as teorias antigas continuam válidas, encontrar um fóssil mais velho em 10 milhões de anos só reforça o que já era possível prever que primatas existissem há cerca de 50 milhões de anos. Tudo indica que nossa linha de evolução espiritual passou por encarnações sucessivas em corpos de primatas.

O portal Terra publicou esta pequena nota “Paleontólogos do Museu de História Natural e do College de France apresentaram nesta segunda-feira em Paris fósseis de um primata que viveu há 20 milhões de anos. Segundo os pesquisadores, os restos do animal foram encontrados em Uganda. Os cientistas Brigitte Senut e Martin Pickford afirmam que o animal certamente vivia em árvores. Ele seria um "primo" distante da Hominidae (família que inclui o ser humano e o chimpanzé, por exemplo). O fóssil foi descoberto em 18 de julho no monte Napak.
Como se deu este caminho, como a quantidade de espíritos cresceu até chegar à população atual de encarnados e desencarnados é o objetivo deste trabalho.


Hoje temos excelente informação sobre o crescimento populacional humano nos últimos 300 anos. Existem estimativas razoáveis sobre a quantidade de humanos que nasceram na Terra o que nos permite teorizar sobre isto.



2.3 - Sete bilhões de humanos

Atingimos a marca de sete milhões de seres humanos neste planeta Terra. Mas o que queremos abordar são os 120 mil anos de Homo Sapiens Sapienses. Temos a menor taxa de crescimento populacional dos últimos 110 anos, agora estamos com uma taxa de 2,5 filhos por mulher. A população continuará a crescer até que chegue a 2,0 por mulher, quando a população estabilizará. O IBGE acredita que isto não ocorrerá até o século XXII. A esta altura deveremos ser 10 bilhões de encarnados.



Muito se fala em transição planetária , afora qualquer devaneio, isto só poderá ocorrer quando a população estacionar ou reduzir. Com a população estabilizada os recursos necessários, os meios de produção e as oportunidades começam a equilibrar, fazendo com que, pouco a pouco, as diferenças econômicas e sociais se reduzam.



Com oportunidades semelhantes, aumentará com o tempo o nível educacional e cultural, impulso necessário para a evolução conjunta da humanidade. Na forma em que vivemos hoje há progresso, mas de forma desigual e desparelha e, portanto, injusta. Apenas o mecanismo da reencarnação não é suficiente para equilibrar tamanha população em crescimento. De um lado o crescimento populacional acelera o processo reencarnatório, reduzindo o tempo na erraticidade; por outro lado, ainda continuamos com as grandes desigualdades com um contingente mal alimentado e recebendo pouco acesso à educação de cerca de 1 bilhão. O crescimento moral pelo sofrimento é possível, claro, mas é muito pouco produtivo e incompatível com a existência de um Deus soberanamente justo e bom.



2.4 - Sessenta bilhões de humanos – nossa história na superfície da Terra.

Consultando várias fontes, obtive um número médio de 60 bilhões vidas (encarnações) de hominídeos seguidos de humanos, que estiveram sobre a superfície da Terra, nos últimos quatro milhões de anos.

Outras fontes chegam a um número maior de 107 bilhões , tomaremos o número menor por segurança para nossa análise.

A fotografia abaixo demonstra em escala o salto dado na população encarnada na Terra, nos últimos 12 mil anos:




Figura 2: Salto populacional nos últimos 2000 anos em escala

Dados obtidos do estudo de Luis Queirós sobre evolução da emissão de carbono – aqui utilizado para demonstrar em escala a mudança radical pela qual a população terrestre passou.

Ao contrário do que previa Kardec, baseado nas explicações dadas pelos Espíritos, quanto mais evoluímos, nesta fase em que estamos na Terra, mais rápido reencarnaremos. Pois já somos 7 bilhões de encarnados e o estoque espiritual do planeta é limitado, como veremos.

A nossa grande incógnita é saber qual o número de desencarnados neste momento, mas seja ele qual for, é limitado pela lei de evolução. Há de ser um número bem menor que 53 bilhões, calculado através do número total de vidas ao longo de toda a existência do homem (60 bilhões), menos o número dos atualmente encarnados (7 bilhões). Porém, 53 bilhões só existiriam se encarnássemos somente uma vez. Portanto a nossa Espiritoesfera é menor do que isto.

Portanto, com o aumento da população, mais rapidamente reencarnamos. Vejo isto como algo bom porque aceleramos a evolução conjunta da humanidade.

Passado o momento que vivemos, onde espíritos atrasados naturalmente forçados a reencarnar, com este número muito maior de encarnados, tudo indica que em poucos ciclos reencarnatórios a mais no futuro teremos a possibilidade matemática de refinar o caráter de todos os humanos.

Sem recorrer a migrações de Espíritos a outros planetas, a regeneração da Terra acontecerá mesmo através da reencarnação que fará, a cada ciclo, o nosso planeta Terra um planeta melhor, que progredirá pelas leis, pelo progresso da sociedade. Esta é a verdadeira lei de Progresso.



Allan Kardec, apesar de crer nas migrações entre planetas, também previu a mudança em nosso planeta ocorreria pelo que nela fizessemos como meio de purificação e melhoria da humanidade, como pode ser visto nesta comunicação do Espírito Dr. Barry, publicada na Gênese “A Humanidade terrestre, tendo chegado a um desses períodos de crescimento, está em cheio, há quase um século, no trabalho da sua transformação, pelo que a vemos agitar-se de todos os lados, presa de uma espécie de febre e como que impelida por invisível força. Assim continuará, até que se haja outra vez estabilizado em novas bases. Quem a observar, então, achá-la-á muito mudada em seus costumes, em seu caráter, nas suas leis, em suas crenças, numa palavra: em todo o seu estado social.”



2.5 - Estudos sobre o crescimento populacional:



Teoria da Transição Demográfica – Warren Thompson:



“ A teoria arranca dos estudos iniciados pelo demógrafo americano Warren Thompson no ano de 1929 e é hoje mais vigente que nunca. Thompson observou as mudanças (ou transição) que tinham experimentado nos últimos duzentos anos as sociedades industrializadas do seu tempo com respeito às taxas de natalidade e de mortalidade. De acordo com estas observações expôs a teoria da transição demográfica segundo a qual uma sociedade pré-industrial passa, demograficamente falando, por 4 fases ou estágios antes de derivar numa sociedade plenamente pósindustrial”



“Fase 1

A natalidade se dava de forma descontrolada, porém, ao mesmo tempo, a taxa de mortalidade, por fatores ligados à época: conflitos bélicos, crises, epidemias, baixas condições sanitárias básicas, e pouca higiene, também tinha índices altíssimos, resultando num acréscimo populacional muito pequeno.

Fase 2

Os índices de mortalidade iniciam uma importante descida motivada por diferentes razões: a melhoria nas condições sanitárias, a evolução da medicina, e a urbanização, aumentando a expectativa de vida, mas os índices de natalidade não acompanham essa tendência, causando um rápido crescimento populacional. Em muitos países, essa fase teve início com a revolução industrial. Hoje em dia, muitos países subdesenvolvidos vivem essa fase

Fase 3

Ocorre uma queda na taxa de natalidade devido ao acesso à métodos anticoncepcionais, e à educação (fazendo com que o planejamento familiar fique mais difundido). O resultado é um crescimento vegetativo reduzido em relação à fase 2.

Fase 4

Os índices de natalidade e mortalidade voltam a se estabilizar criando um crescimento populacional novamente pequeno.

Para uma fase 5?

Enquanto o modelo original de Transição Demográfica descrito por Warren Thompson apresenta só quatro fases, atualmente se aceita uma quinta fase, onde a mortalidade superará a natalidade, devido ao alto custo de se criar filhos (principalmente em países desenvolvidos), famílias optam por ter um número muito reduzido (entre 1 e nenhum) de filhos para manter o padrão de vida. Esse efeito é muito temido por analistas, e já está iniciado em países como a Alemanha ou Itália pois com crescimento populacional negativo, a população terá num futuro próximo, mais idosos do que jovens, o que pode acarretar num rombo para a previdência dos países na quinta fase.”

Nesta fase 5, que será bem próxima, algo como 150 ou 200 anos no futuro, as condições planetárias ficarão estáveis, permitindo condições melhor de vida e de aproveitamento da reencarnação.





2.6 - Explicação segundo a lei de reencarnação:



2.6.1 - Hipótese fechada – sem transmigração de espíritos de outros planetas.

Como explicar, através da lei de reencarnação, a multiplicação da população da Terra em seis vezes, em apenas 250 anos? Em 1750 éramos, apenas, pouco mais de 1 bilhão de habitantes no planeta; hoje ultrapassamos os 7 bilhões. Mas de onde vieram todos estes Espíritos? Quantas encarnações cada um deles teve como humano? Como referência, no ano Zero da era Cristã, a população mundial era de 250 milhões de habitantes, levamos 1500 anos para dobrar este número e chegar aos 500 milhões em 1500, ano do descobrimento do Brasil. De lá até o referido ano de 1750 – mais 350 anos – e, após a conquista da América e a ocupação da Austrália pelos europeus, a população mundial chegou a 1 bilhão.

Se fosse somente este o salto populacional da humanidade não seria tão complicado de imaginar os ciclos reencarnatórios, pois teríamos a nosso favor cerca de 4 milhões de anos desde que nos diferenciamos de nosso elo perdido, passando pelos diversos hominídeos e chegando ao Homo Sapiens, há cerca de 250 milhões de anos. Portanto, nesse tempo saímos de um pequeno grupo de cerca de 50 espécimes, que se diferenciaram e, a partir daí, pelo acúmulo de vantagens competitivas. Os novos Espíritos que se agregavam aos humanos iam sendo absorvidos d os outros hominídeos que coexistiam com o Homo Sapiens como os Homo Eréctos e o Homo de Niendertal encarnando na população humana em formação. Mas como chegamos aos 7 bilhões, sem contar um número muito difícil de estimar de desencarnados? A conta não parece fechar

O contraponto aqui é que não existiam 7 bilhões de primatas na Terra, ou seja, durante todo este período, necessariamente, princípios espirituais encarnaram pela primeira vez como hominídeos e, finalmente, como humanos. Estes foram os responsáveis pela criação de nossa Espiritoesfera Terrestre.

Esta questão é importante, pois pode explicar porque seguimos convivendo de um lado com um certo progresso social, mas porque pontualmente vemos ações individuais que beiram a barbárie. Acredito que estejamos ‘raspando’ o umbral, dando oportunidade de reencarnação àqueles que possivelmente não puderam reencarnar tanto anteriormente, mas que pela explosão demográfica estão podendo reencarnar neste momento.

A grande vantagem que um avanço social proporciona a estas pessoas é a oportunidade de reencarnar em patamares de educação melhores, numa sociedade que busca a valorização do homem, ainda que com muitas dificuldades, causadas pelas desigualdades socias. Mas o fato de existirem telecomunicações, educação básica para muitos, o domínio da escrita, da leitura e da tecnologia acelera o crescimento individual. Estamos todos à caminho da luz, de uma forma ou de outra.

Vejam a curva que podemos traçar do desenvolvimento humano:



Figura 3 – Cálculo de número médio de encarnações

Esta curva, nos permite calcular uma média de 685 encarnações por espírito ( 60.000.000/ 87.500 = 685). Mas não sabemos como foi este incremento, por quanto tempo princípios espirituais se transformaram em humanos ou mesmo se ainda, nos dias de hoje esta promoção continua existindo.

No entanto, conforme pode ser visto na figura 2, o grande salto de desenvolvimento humano, acontece em todas as áreas de conhecimento. Nos últimos 2000 anos, período em que já havíamos desenvolvido a agricultura, a escrita, as principais religiões e a ciência, onde não existe o menor espaço para especulações de que culturas extraterrestres – ainda que espirituais estejam presentes. O que ocorreu foi que o excedente de riqueza gerado foi capaz de sustentar uma população maior, veja Teoria da Transição Demográfica, fase 2. Necessariamente os espírtos habitantes de nossa orbe foram forçados pela oportunidade a reencarnar mais e mais rápido, aumentando assim o progresso geral.



2.6.2 - Hipótese extraterrestre para explicar os saltos de conhecimento da humanidade:

Existe, é claro, a hipótese defendida por Emmanuel em A Caminho da Luz de que muitos espíritos tenham emigrado da constelação de Capela (estrela dupla). Não sou favorável a ela, pois não é possível observar saltos na evolução humana que não tenham explicações muito mais simples – a hipótese da emigração traz este componente de missão que não passa pelo meu senso crítico. É perfeitamente defensável a evolução humana através de coisas simples como o domínio do fogo, do artesanato, da agricultura; depois da pecuária, da escrita cuneiforme, da escrita moderna e outros tantos que podem muito bem ser entendidos passo a passo sem intervenções drásticas do ‘Alto’. O desenvolvimento do corpo físico, sem dúvida, é resultado dos mecanismos de adaptação ao meio – mais conhecido como “evolução natural das espécies” – assim, somos o produto de nossa história aqui na Terra.

Sugiro a leitura do trabalho - Análise da necessidade de recorrermos à exobiologia , quer física, quer espiritual para explicar o desenvolvimento das civilizações na Terra - de minha autoria, ver referência bibliográfica, no mesmo apresentamos uma profunda análise que demonstra não existir evidências da presença de migrações em massa capaz de provocar mudanças radicais na cultura ou mesmo no desenvolvimento humano.





3. Conclusões:

Apresento uma série de hipóteses que penso serem razoáveis para se ajustarem ao modelo de crescimento populacional terrestre.

1 – Migração de várias espécies proto-humanas para os corpos mais bem sucedidos.( desde 20 milhões de anos, sendo que ocorrerá em massa nos último período de 4 a 2 milhões de anos)

2 – No início, como não havia muita diferença entre um australopiteco e um antepassado do chimpanzé as migrações entre estas espícies era muito frequente.( Faixa de 4 a 2 milhões de anos)

3 – Ao longo dos últimos 4 milhões de anos, onde várias espécies de homenídeos conviveram, a evolução foi lenta porque os períodos entre encarnações tiveram que ser muito longos ( contrário do proposto pelos espíritos à Allan Kardec), pois havia necessidade de absorver os Principios Espirituais que buscavam encarnar, pela lei de progresso na raça mais bem sucedida e que formariam o estoque espiritual terrestre.

4 – Com o aumento populacional a taxa de reencarnação aumentou, por que após um período longo, após o surgimento do Gênero homo, o salto evolutivo entre outros primatas e os homo se torna enorme, com o início de organização do mundo espiritual, obstáculos maiores à encarnação de princípios espirituais devem ter sido impostos pelos Espíritos já organizados no mundo dos Espíritos, limitando este acesso ao genero homo a taxas mínimas. À partir deste momento começam realmente as oportunidades de desenvolvimento do espírito.

5 – Foi necessário 3,75 milhões de anos para que o homo sapiens se desenvolvesse e absorvesse uma população espirtual na orbe um número de Espíritos entre 7 bilhões e 60 bilhões de espíritos.

6 – nos últimos 10 mil anos a população multiplicou 116 vezes, como nenhum espírito alegou em qualquer comunicação que o aumento se deu pela migração de Espíritos de outros planetas, salvo a hipótese dos Exilados de Capela que vieram, segundo Emmanuel, para melhorar os caracteres da raça humana sem, no entanto, qualquer comprovação científica – a exemplo da frase citada - “ a moderna genéticanão poderia fixar, como hoje, as expressões dos “genes”, portanto no laboratório das forças invisíveis, as células ainda sofriam longos processos de acrisolamento, imprimindo-se-lhes elementos de astralidade”.

Não podemos aceitar esta possibilidade pois para explicar o salto populacional ao invés de “alguns milhões de espíritos” como se refere Emmanuel seriam necessários nada menos que bilhões de espíritos.

7- O aumento populacional e como consequência o aumento na taxa de reencarnação é o grande responsável pelo progresso da humanidade. Os motores deste progresso são hoje bem conhecidos, ver Transição Demográfica, fase 2.

8 – O aumento do número de espíritos na orbe terrestre se explica pelos itens de 1 a 5.



4 - Bibliografia:



1 -Somos 7 Bilhões – coluna de Celso Ming – Jornal A Tribuna - Santos

- http://www.prb.org/

2 - www.google.com.br; www.bing.com.br ; http://pt.wikipedia.org/wiki/Espiritismo

3 - LEAKEY, RICHARD; A origem da espécie humana, Rio de Janeiro, tradução Alexandre Tort, Rocco, 1995. 159p. 
4 - http://pt.wikipedia.org/wiki/Crescimento_populacional#Previs.C3.B5es_sobre_a_popula.C3.A7.C3.A3o_mundial_futura
5 - http://poscarbono.blogspot.com.br/2012/02/ainda-o-crescimento-populacional.html - Transição - reflexões sobre o modelo de transição para a era poscarbono – Luis Queirós.

6 - O Ser Humano e a Evolução – Alexandre Cardia Machado VSBPE , Cajamar SP -1996
http://icksantos.blogspot.com/2011/12/o-ser-humano-e-evolucao-uma-analise-pre.html


7 - 7 bilhões de humanos – Alexandre Cardia Machado, Abrindo a Mente: Jornal ABERTURA Novembro de 2011
http://icksantos.blogspot.com/2012/03/abrindo-mente-7-bilhoes-de-humanos.html



8 - 60 Bilhões de humanos – Alexandre Cardia Machado , Abrindo a mente – Jornal ABERTURA - Julho de 2011

9- A Caminho da Luz – Emmanuel psicografado por Francisco Xavier

10 - Análise da necessidade de recorrermos à exobiologia , quer física, quer espiritual para explicar o desenvolvimento das civilizações na Terra – Alexandre Cardia Machado IX SBPE – Santos SP – 2007

11- A Evolução do Princípio Espiritual do átomo ao Espírito Superior - Uma releitura da Codificação – Alexandre Cardia Machado X SBPE – Santos SP – 2009

12 - Transição Planetária – Psicografada por Divaldo Pereira Franco – Espírito Manoel Philomeno de Miranda

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Pode o Pensamento deslocar-se acima da velocidade da luz?

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O Ser Humano e a Evolução- - Uma análise pré-histórica

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Abrindo a Mente - 7 bilhões de humanos – estaríamos ‘raspando’ o umbral? Por Alexandre Machado

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