sábado, 6 de dezembro de 2014

Entendendo Flávio Gikovate

Entendendo Flávio Gikovate

Em entrevista dada ao jornal o Estado de São Paulo para a divulgação de seu mais recente lançamento, o livro Mudar- Caminhos para a Transformação Verdadeira- o médico psiquiatra Flávio Gikovate fala das mudanças pessoais como transformações possíveis que podem ser verdadeiras, mas que são muito trabalhosas.
Coloca ainda que “graças a tecnologia as pessoas estão ficando mais individualistas e isto pode ser o fim do egoísmo”. Defende a tese que o egoísmo é necessariamente ruim e que sua matriz é a generosidade. O egoísta é aquele que recebe mais do que dá. E para que ele receba mais do que dá, alguém tem que dar mais do que recebe (generoso).
Tem fundamento esta colocação, mas será que o egoísta recebe mais necessariamente? E o generoso dá mais do que recebe?
Neste prisma que ele analisa principalmente nas relações parentais mais próximas isto pode ocorrer “uma mãe generosa tende a criar filhos egoístas, folgados naturalmente”. É uma possibilidade que pode ocorrer ou não. 



É próprio do egoísta não se colocar no lugar do outro, ele é um explorador que não tem sentimento de culpa.
Os avanços tecnológicos geram mudanças no estilo de vida, sendo a sociedade moderna individualista, cria a necessidade de autossuficiência e leva a situações não planejadas como o desenvolvimento de recursos próprios, desenvolvimento de habilidades, diminuindo a interdependência entre o egoísta e o generoso.
 O individualismo é o maior inimigo do egoísmo trazendo o seu fim.
Esta é uma análise do ponto de vista psicológico do egoísmo e não do ponto de vista moral.
O egoísmo nos dois aspectos não é nada bom, mas uma abordagem não obstrui a outra, pelo contrário, o entendimento fica mais consistente e amplo.
Mas e a generosidade? Como fica neste mundo de transformações.
Na Doutrina Kardecista onde a mudança e as transformações são traços necessários e fundamentais para a evolução do homem e do mundo, vemos as mudanças em relação ao servir ao próximo como possibilidade de abrir-se para outros prismas, tanto na atuação como no conceito.
Almejamos e trabalhamos para uma sociedade melhor que alcance outros patamares, onde a pobreza material não mais exista, onde não seja necessárias instituições de caridade, onde cada sociedade e indivíduo possa suprir suas necessidades e não necessitar de ajuda material.
O generoso, o solidário, o que gosta de servir terá um olhar diferente e mudará a sua forma de atuar.
Nós já começamos a observar essa mudança na atuação em muitos setores da sociedade, suprindo as mais diversas necessidades do ser humano que não ficam apenas no material. Muitos estilos de atuar para o bem comum que prezam acima de tudo a promoção social e não a interdependência que, é algo que diminui as possibilidades de cada um, e que não auxilia no crescimento pessoal e espiritual.

Cláudia Régis Machado

Resposta Brincadeiras do Kadu - Setembro de 2014

Setembro de 2014


Resposta da Brincadeira do Kadu de Outubro de 2014

Outubro 2014

terça-feira, 11 de novembro de 2014

A participação de Deus 




                    Por mais irônico que possa parecer foi um padre católico , astrônomo e físico belga de nome Georges-Henri Édouard Lemaître ( 1894 – 1966 ) quem  primeiro propôs o que ficou conhecido como teoria da origem do Universo do Big Bang, que ele chamava de "hipótese do átomo primordial",
que posteriormente foi desenvolvida por  George Gamow .  
                    Isso no entanto não exigiu nenhuma intervenção divina afirma o filósofo e jornalista italiano Paolo Flores d’Arcais , contrariando o Papa Francisco que afirmou que o big-bang , hoje entendido como a origem do mundo, não
contradiz a intervenção do divino criador , mas a exige “. Segundo o citado filósofo a afirmação do Papa é falsa . Nenhuma teoria e lei científica , aliás , jamais exigiu que se recorresse a Deus como hipótese . 
                    A ciência é autossuficiente, mas deixa uma porta aberta quando fala que a ciência reconstitui o que aconteceu a partir da infinitesimal fração de segundo após o big-bang . A ciência não sabe , diz o filósofo , o que aconteceu “ antes “, ou se aconteceu algo , mesmo porque “ antes “ já implica a existência da dimensão temporal .
                    Concordo com o filósofo , especialmente no “ depois “ ao big-bang onde  o universo passou a ser regido pelo que denominamos no Espiritismo como Lei Natural . Da matéria quem tem autoridade para falar é a ciência .
                    Mas no “ antes “ a hipótese da ação daquele a quem o espiritismo denominou como inteligência suprema , causa primária de todas as coisas , continua perfeitamente válida .

Roberto Rufo 

quinta-feira, 6 de novembro de 2014

O Boom da Literatura Espírita

Alguns dados interessantes sobre a venda de livros espíritas, que são classificados no Brasil como literatura religiosa. Com um  percentual declarado em censo de 2% da população, nós espíritas consumimos 33% do mercado religioso.

Um fenômeno recente foi a descoberta, deste mercado, pelas grandes produtoras de livros  que provocou a elevação do preço médio do livro espírita, tornando-o o mais caro , na média 30% que os católicos e evangélicos.

Alguns dados de venda obtidos em diversos sites, via pesquisa livre pelo google:

Chico Xavier – 50 milhões de livros; (450 títulos psicografados)
Zíbia Gasparetto – 16 milhões de livros; (30 títulos psicografados )
Allan Kardec – 12 milhões de livros ; (8 títulos organizados por ele, incluíndo a Revista Espírita como um só )
Vera Lúcia Marizenck de Carvalho – 3,5 milhões de livros. (26 títulos picografados)

Não estamos considerando nesta relação a Bíblia que junto com O Livro Vermelho de Mao Tse-Tung são os livros mais vendidos ou de maior edição no mundo com cerca de 900 milhões de cópias, cada um deles. Como refêrencia ao nosso leitor,  o livro brasileiro mais vendido é O Alquimista  de Paulo Coelho, com 66 milhões de cópias, nada menos que o 24° livro mais vendido de mundo.


Concluímos que lemos bastante, mas discutimos muito pouco, a maioria das casas espíritas não valoriza a discussão, preferindo o tradicional modelo de cursos discursivos, mas ao menos estão lendo sobre imortalidade, mediunidade e evolução, quem sabe, com o passar do tempo passem a discutir com a sociedade e não simplesmente entre paredes.

NR: Originalmente publicado no Jornal Abertura de outubro de 2014

Alexandre Machado

Livros publicados pelo ICKS: livros do ICKS

quarta-feira, 22 de outubro de 2014

"Deixai vir a mim as criancinhas "


                                        Neste ano de 2014 o Prêmio Nobel foi destinado a dois seres humanos fabuloso que lutam por uma educação e por uma infância dignas. 
                                             Malala Yousafzai, 17 anos, e Kailash Satyarthi, 60 anos, são dois militantes dos direitos das crianças que sofrem sistematicamente abusos em países do nosso planeta.
                                        Como diz a teoria espírita a reencarnação é um fator de evolução para o espírito, sendo a fase da  infância  uma grande oportunidade para se criar um adulto com valores elevados.
                                                     A muçulmana Malala é vítima dos fundamentalistas do Taliban que proíbem  as meninas do Paquistão frequentar escolas e que as obriga ao casamento aos 14 anos para viver a sombra dos maridos. 
                                 O trabalho de Kailahs na India é contra o trabalho escravo de crianças, muitas vezes acorrentadas, sendo as mais vulneráveis, as integrantes da casta dos dalits, os "intocáveis".  
                                  Com tantos "mestres" na India, isso já deveria ter sido superado. Mas religioso fundamentalista é que nem intelectual engajado: só a sua verdade é que deve ser levada em consideração! 

                                                                                                                                                   Roberto Rufo  
       

(parabéns ao nosso colaborado que apagou velas dia 20/10)

segunda-feira, 13 de outubro de 2014


Pensando a moral do século XXI

       
       Qual o futuro pelo qual devemos nos empenhar?, pergunta o comentarista de um livro muito interessante que acabo de ler.
       O livro de nome "Pensando o século XXI" de autoria de Tony Judt com colaboração de Timothy Snyder, ao analisar os principais fatos políticos do século XX pretende tornar-nos conscientes das obrigações do presente com o passado, conhecendo-o nas suas entranhas e principalmente tecendo considerações morais na reforma da sociedade.
       O século XX de cunho nitidamente materialista no que tange ao mundo ocidental, seja na ciencia como na política, acabou se revelando naquilo que era a maior preocupação moral de Allan Kardec, qual seja, o triunfo do materialismo.
       O motivo da preocupação: o materialista tem sempre uma tendencia muito definida de escamotear a verdade, transformando-a numa verdade única.
       O livro "Pensando o Século XX", nos apresenta análises de um intelectual sem agenda partidária e que abandonou teorias sistemicas que adoram um holofote, mas escondem cenários que não lhes são favoráveis. 
       Felicidade a nossa, dos espíritas,que desde Allan Kardec nunca nos engajamos em movimentos aparentemente "revolucionários", mas que adoram enquadar todas as pessoas dentro de um único figurino.Avessos ao debate de idéias, adotam sempre a regra de desqualificar os oponentes. Hoje trocaram o nome para desconstruir o adversário.
       Tony Judt faz uma crítica severa a um grande grupo de intelectuais engajados da história do século XX, os quais aprovavam entusiasticamente o uso da violencia, geralmente a uma distancia segura e sempre a custa dos outros.
       O Espiritismo é e sempre será contra o uso da violencia como forma de convencimento. O intelectual engajado se imagina detentor de informações exclusivas e perfeitas.
       Pai, afasta de nós esse cálice.
                
                Roberto Rufo

      

                    

domingo, 21 de setembro de 2014

No amor, na guerra e na política - uma reflexão de Lya Luft

~ No amor, na guerra e na política ~

"Que eleitores somos nós? O brasileiro comum ganha pouco. Acorda cedo, enfrenta uma condução péssima, chega exausto ao trabalho, passa um dia duro, pega novamente uma ou mais conduções muito ruins, chega em casa tarde, derrotado pela fadiga e desanimo. Nenhum tempo ou energia para conferir programas de televisão, ler jornais, trocar idéias sobre possiveis candidatos e partidos. Seguimos como rebanho resignado na mesma direção: mudar é preciso, mas exige esforço, raciocínio, conversas e alguma audácia. Transformar é mais cansativo do que deixar como está, ainda que alguma coisa em nós questione: será verdade isso que proclamam? Nessas ações não se oculta algo indigno, aquele gesto, sorriso, olhar não esconderão uma hipocrisia que, menos cansados, mais informados, amis atentos, haveríamos de desmascarar?
A quem escutar, a quem seguir? Nessa guerra não muito decente, frases vazias, mentiras polpudas e ameaças sem sentido disparam ao nosso redor como fuzilaria num campo de batalha e a gente apenas corre em frente. Talvez seja possível mudar, mas toda energia se consome nessa corrida.Vaza entre os dedos a oportunidade de compreender que afinal, no amor, na guerra e na política, não pode valer tudo." Lya Luft