domingo, 21 de dezembro de 2014

Uma revolução de amor - remédio uma análise - Da Redação

Mais um produto da fé 


                    Com o rótulo de um remédio convencional, o amorprazol é indicado para todas as famílias que buscam "uma revolução de amor". O nome soa comum aos ouvidos. Isso porque o produto gospel, espécie de jogo criado pelo Ministério Família Debaixo da Graça, com sede em Bragança Paulista (SP), foi inspirado no medicamento omeoprazol, usado para combater problemas gástricos. O poder antidivórcio, segundo o líder evangélico Josué Gonçalves, está dentro de cada uma das dez cápsulas, que guardam papéis com "princípios bíblicos ativos". 
                    Às vezes certas pessoas só não são mais ridículas por falta de espaço . Segundo o dramaturgo Nelson Rodrigues um dia o mundo seria dominado pelos cretinos fundamentais .  Casos como esse parecem indicar essa profecia.
                    Mas tranquilizo-me ao conhecer tantas pessoas de bom senso e de fazer parte de um grupo ( ICKS )  que prima pela racionalidade . Esse respeito à razão se deve ao constante contato e aprendizado com o  Espiritismo.
                    Soluções mágicas , palavras desconexas , pensamentos primários , não se coadunam com uma doutrina que é todo pensar , refletir e respeitar as decisões alheias .

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terça-feira, 16 de dezembro de 2014

A Falácia da Igualdade

               Nossa cultura latino-americana tem um traço muito forte de imediatismo, de busca de resultados rápidos através de atalhos que encurtem nossos caminhos. Falta-nos visão de longo prazo, paciencia e persistencia na busca de nossos objetivos. Um país de constrói ao longo de séculos, na melhor da hipóteses, ao longo de várias décadas.
               Quando analisamos os séculos de construção de alguns países bem-sucedidos, tidos como exemplos de igualdade e justiça social, tais como Holanda, Suécia, Dinamarca e Noruega, percebemos que a igualdade nunca foi um objetivo em si. A igualdade e justiça social que desfrutam foi, na verdade, consequencia da defesa intransigente da liberdade acima de tudo, da criação e manutenção de regras claras e instituições fortes para que os cidadãos pudessem sempre controlar o Estado, e não ao contrário, tudo isso ao longo de séculos.
               Alguns podem questionar, mas que liberdade é essa da qual você está falando? E a resposta, é melhor que seja a mais simples possível, a mais fácil de entender e que possa servir de fundamento para qualquer questão que envolva a relação entre um povo e seu governo. Estou falando de liberdade total, ampla e irrestrita, para fazer, pensar, falar, escrever, produzir, consumir, trabalhar, ir e vir, proferir sua fé, cuidar de sua família, errar, acertar, corrigir seus erros, até o limite que essa liberdade não interfira ou prejudique a liberdade e os direitos do próximo. É a liberdade com responsabilidade, aquela que você tem o direito de usufruir de toda riqueza que produz, assim como tem o dever e a obrigação de pagar pelos prejuízos que causa aqueles que estão a sua volta. E ao governo, caberá apenas garantir essa liberdade a seus cidadãos, a cada um individualmente e exatamente na mesma medida, sem nenhum privilégio a quem quer que seja, não importando a sua classe social, cor da pele, opção sexual, posição dentro ou fora do governo. Essa deve ser a única igualdade a ser perseguida e garantida pelo governo, a igualdade de todos os indivíduos perante a lei.
               Agora, vamos considerar a outra opção. Muitos podem e (ainda) tem a liberdade para discordar. São as pessoas que priorizam a busca da igualdade social, a defesa dos pobres e oprimidos como objetivo maior de qualquer governo. Sempre me faço as seguintes perguntas: quem define o nível certo de igualdade? Se as pessoas nascem diferentes, com características e habilidades distintas, qual critério deve ser usado para definir esse ponto de equílibrio em que todos estarão satisfeitos e felizes? Qual o momento certo de dizer "até aqui eu ajudo e daqui pra frente voce caminha sozinho? Onde isso acaba? E se não acaba? Será que existe alguém, algum partido político, algum grupo de pessoas tão superior e iluminado que seja capaz de coordenar esse processo e nos conduzir a esse estágio avançado de igualdade e equilibrio perfeitos?
               Os últimos que se julgaram iluminados e superiores, levaram milhões de pessoas a morte, alcançando a igualdade apenas na pobreza sendo o conceito de liberdade eliminado parcial ou integralmente.
               Eu escolhi defender um país livre. Acredito na liberdade, não acredito na igualdade. Nunca vi a igualdade funcionar nos últimos séculos. A liberdade não é perfeita, ela também causa dor e sofrimento em alguns momentos e a alguns grupos de pessoas, pois nem todos sabem usar essa liberdade, nem todos tem responsabilidade para administrar sua própria liberdade. Apesar de todas essas imperfeições, quando analisamos a história e a evolução dos países ao longo dos últimos séculos de maneira racional e sem preconceitos, fica claro e evidente que a liberdade já produziu mais riqueza, mais felicidadee, até mesmo, mais igualdade do que a própria igualdade foi capaz de produzir para si mesma.

Gisela Régis



sábado, 6 de dezembro de 2014

Entendendo Flávio Gikovate

Entendendo Flávio Gikovate

Em entrevista dada ao jornal o Estado de São Paulo para a divulgação de seu mais recente lançamento, o livro Mudar- Caminhos para a Transformação Verdadeira- o médico psiquiatra Flávio Gikovate fala das mudanças pessoais como transformações possíveis que podem ser verdadeiras, mas que são muito trabalhosas.
Coloca ainda que “graças a tecnologia as pessoas estão ficando mais individualistas e isto pode ser o fim do egoísmo”. Defende a tese que o egoísmo é necessariamente ruim e que sua matriz é a generosidade. O egoísta é aquele que recebe mais do que dá. E para que ele receba mais do que dá, alguém tem que dar mais do que recebe (generoso).
Tem fundamento esta colocação, mas será que o egoísta recebe mais necessariamente? E o generoso dá mais do que recebe?
Neste prisma que ele analisa principalmente nas relações parentais mais próximas isto pode ocorrer “uma mãe generosa tende a criar filhos egoístas, folgados naturalmente”. É uma possibilidade que pode ocorrer ou não. 



É próprio do egoísta não se colocar no lugar do outro, ele é um explorador que não tem sentimento de culpa.
Os avanços tecnológicos geram mudanças no estilo de vida, sendo a sociedade moderna individualista, cria a necessidade de autossuficiência e leva a situações não planejadas como o desenvolvimento de recursos próprios, desenvolvimento de habilidades, diminuindo a interdependência entre o egoísta e o generoso.
 O individualismo é o maior inimigo do egoísmo trazendo o seu fim.
Esta é uma análise do ponto de vista psicológico do egoísmo e não do ponto de vista moral.
O egoísmo nos dois aspectos não é nada bom, mas uma abordagem não obstrui a outra, pelo contrário, o entendimento fica mais consistente e amplo.
Mas e a generosidade? Como fica neste mundo de transformações.
Na Doutrina Kardecista onde a mudança e as transformações são traços necessários e fundamentais para a evolução do homem e do mundo, vemos as mudanças em relação ao servir ao próximo como possibilidade de abrir-se para outros prismas, tanto na atuação como no conceito.
Almejamos e trabalhamos para uma sociedade melhor que alcance outros patamares, onde a pobreza material não mais exista, onde não seja necessárias instituições de caridade, onde cada sociedade e indivíduo possa suprir suas necessidades e não necessitar de ajuda material.
O generoso, o solidário, o que gosta de servir terá um olhar diferente e mudará a sua forma de atuar.
Nós já começamos a observar essa mudança na atuação em muitos setores da sociedade, suprindo as mais diversas necessidades do ser humano que não ficam apenas no material. Muitos estilos de atuar para o bem comum que prezam acima de tudo a promoção social e não a interdependência que, é algo que diminui as possibilidades de cada um, e que não auxilia no crescimento pessoal e espiritual.

Cláudia Régis Machado

Resposta Brincadeiras do Kadu - Setembro de 2014

Setembro de 2014


Resposta da Brincadeira do Kadu de Outubro de 2014

Outubro 2014

terça-feira, 11 de novembro de 2014

A participação de Deus 




                    Por mais irônico que possa parecer foi um padre católico , astrônomo e físico belga de nome Georges-Henri Édouard Lemaître ( 1894 – 1966 ) quem  primeiro propôs o que ficou conhecido como teoria da origem do Universo do Big Bang, que ele chamava de "hipótese do átomo primordial",
que posteriormente foi desenvolvida por  George Gamow .  
                    Isso no entanto não exigiu nenhuma intervenção divina afirma o filósofo e jornalista italiano Paolo Flores d’Arcais , contrariando o Papa Francisco que afirmou que o big-bang , hoje entendido como a origem do mundo, não
contradiz a intervenção do divino criador , mas a exige “. Segundo o citado filósofo a afirmação do Papa é falsa . Nenhuma teoria e lei científica , aliás , jamais exigiu que se recorresse a Deus como hipótese . 
                    A ciência é autossuficiente, mas deixa uma porta aberta quando fala que a ciência reconstitui o que aconteceu a partir da infinitesimal fração de segundo após o big-bang . A ciência não sabe , diz o filósofo , o que aconteceu “ antes “, ou se aconteceu algo , mesmo porque “ antes “ já implica a existência da dimensão temporal .
                    Concordo com o filósofo , especialmente no “ depois “ ao big-bang onde  o universo passou a ser regido pelo que denominamos no Espiritismo como Lei Natural . Da matéria quem tem autoridade para falar é a ciência .
                    Mas no “ antes “ a hipótese da ação daquele a quem o espiritismo denominou como inteligência suprema , causa primária de todas as coisas , continua perfeitamente válida .

Roberto Rufo 

quinta-feira, 6 de novembro de 2014

O Boom da Literatura Espírita

Alguns dados interessantes sobre a venda de livros espíritas, que são classificados no Brasil como literatura religiosa. Com um  percentual declarado em censo de 2% da população, nós espíritas consumimos 33% do mercado religioso.

Um fenômeno recente foi a descoberta, deste mercado, pelas grandes produtoras de livros  que provocou a elevação do preço médio do livro espírita, tornando-o o mais caro , na média 30% que os católicos e evangélicos.

Alguns dados de venda obtidos em diversos sites, via pesquisa livre pelo google:

Chico Xavier – 50 milhões de livros; (450 títulos psicografados)
Zíbia Gasparetto – 16 milhões de livros; (30 títulos psicografados )
Allan Kardec – 12 milhões de livros ; (8 títulos organizados por ele, incluíndo a Revista Espírita como um só )
Vera Lúcia Marizenck de Carvalho – 3,5 milhões de livros. (26 títulos picografados)

Não estamos considerando nesta relação a Bíblia que junto com O Livro Vermelho de Mao Tse-Tung são os livros mais vendidos ou de maior edição no mundo com cerca de 900 milhões de cópias, cada um deles. Como refêrencia ao nosso leitor,  o livro brasileiro mais vendido é O Alquimista  de Paulo Coelho, com 66 milhões de cópias, nada menos que o 24° livro mais vendido de mundo.


Concluímos que lemos bastante, mas discutimos muito pouco, a maioria das casas espíritas não valoriza a discussão, preferindo o tradicional modelo de cursos discursivos, mas ao menos estão lendo sobre imortalidade, mediunidade e evolução, quem sabe, com o passar do tempo passem a discutir com a sociedade e não simplesmente entre paredes.

NR: Originalmente publicado no Jornal Abertura de outubro de 2014

Alexandre Machado

Livros publicados pelo ICKS: livros do ICKS

quarta-feira, 22 de outubro de 2014

"Deixai vir a mim as criancinhas "


                                        Neste ano de 2014 o Prêmio Nobel foi destinado a dois seres humanos fabuloso que lutam por uma educação e por uma infância dignas. 
                                             Malala Yousafzai, 17 anos, e Kailash Satyarthi, 60 anos, são dois militantes dos direitos das crianças que sofrem sistematicamente abusos em países do nosso planeta.
                                        Como diz a teoria espírita a reencarnação é um fator de evolução para o espírito, sendo a fase da  infância  uma grande oportunidade para se criar um adulto com valores elevados.
                                                     A muçulmana Malala é vítima dos fundamentalistas do Taliban que proíbem  as meninas do Paquistão frequentar escolas e que as obriga ao casamento aos 14 anos para viver a sombra dos maridos. 
                                 O trabalho de Kailahs na India é contra o trabalho escravo de crianças, muitas vezes acorrentadas, sendo as mais vulneráveis, as integrantes da casta dos dalits, os "intocáveis".  
                                  Com tantos "mestres" na India, isso já deveria ter sido superado. Mas religioso fundamentalista é que nem intelectual engajado: só a sua verdade é que deve ser levada em consideração! 

                                                                                                                                                   Roberto Rufo  
       

(parabéns ao nosso colaborado que apagou velas dia 20/10)

segunda-feira, 13 de outubro de 2014


Pensando a moral do século XXI

       
       Qual o futuro pelo qual devemos nos empenhar?, pergunta o comentarista de um livro muito interessante que acabo de ler.
       O livro de nome "Pensando o século XXI" de autoria de Tony Judt com colaboração de Timothy Snyder, ao analisar os principais fatos políticos do século XX pretende tornar-nos conscientes das obrigações do presente com o passado, conhecendo-o nas suas entranhas e principalmente tecendo considerações morais na reforma da sociedade.
       O século XX de cunho nitidamente materialista no que tange ao mundo ocidental, seja na ciencia como na política, acabou se revelando naquilo que era a maior preocupação moral de Allan Kardec, qual seja, o triunfo do materialismo.
       O motivo da preocupação: o materialista tem sempre uma tendencia muito definida de escamotear a verdade, transformando-a numa verdade única.
       O livro "Pensando o Século XX", nos apresenta análises de um intelectual sem agenda partidária e que abandonou teorias sistemicas que adoram um holofote, mas escondem cenários que não lhes são favoráveis. 
       Felicidade a nossa, dos espíritas,que desde Allan Kardec nunca nos engajamos em movimentos aparentemente "revolucionários", mas que adoram enquadar todas as pessoas dentro de um único figurino.Avessos ao debate de idéias, adotam sempre a regra de desqualificar os oponentes. Hoje trocaram o nome para desconstruir o adversário.
       Tony Judt faz uma crítica severa a um grande grupo de intelectuais engajados da história do século XX, os quais aprovavam entusiasticamente o uso da violencia, geralmente a uma distancia segura e sempre a custa dos outros.
       O Espiritismo é e sempre será contra o uso da violencia como forma de convencimento. O intelectual engajado se imagina detentor de informações exclusivas e perfeitas.
       Pai, afasta de nós esse cálice.
                
                Roberto Rufo