terça-feira, 1 de outubro de 2013

Encontrado fóssil de um australopiteco de 2 milhões de anos que pode ter sido um elo evolutivo de nossa espécie - Alexandre Cardia Machado


Encontrado fóssil de um australopiteco de 2 milhões de anos que pode ter sido um elo evolutivo de nossa espécie

Alexandre Cardia Machado

 

O Australopithecus sediba, descoberto em 2008, pode ser o ancestral direto do gênero Homo. É o que afirmam pesquisadores da Universidade de Witwatersrand, na África do Sul, e da Universidade de Zurique, na Suíça, depois que análises de ossos fossilizados de pré-humanos encontrados em Malapa  - um sítio ao norte de Joanesburgo, na África do Sul - revelaram uma idade de 1,98 milhão de anos. Ele é velho suficiente para ter dado origem ao Homo erectus - que viveu há 1,9 milhão de anos - espécie que é aceita pelos paleoantropólogos como ancestral direto do gênero humano.

Esta evidência da cadeia evolutiva, que levou ao desenvolvimento do homem moderno, nos mostra que nossa espécie passou por várias etapas num processo longo de evolução, em um mundo onde a mudança climática era o principal componente a acelerar a evolução das espécies.

Algumas características deste proto-humano que o coloca na linha de montagem do ser humano:

• Cérebro - A região do polo frontal e a área do bulbo olfatório são semelhantes aos de humanos. Isso pode indicar que a reorganização dos neurônios observada em espécies Homo pode ter ocorrido antes do aumento do cérebro.

• Mãos – Dedos menores, mas polegares longos. Além disso, um metacarpo (a parte da mão anterior aos dedos) robusto. Por essas características, o exemplar teria condições de usar ferramentas com mais facilidade até do que o Homo habilis - considerada a primeira espécie a dominar instrumentos -, primeiro representante do gênero Homo. Ao mesmo tempo, demonstra habilidades especiais para escalar árvores.

• Pelve (bacia) – Antes, acreditava-se que o aumento da pelve estava associado ao nascimento de indivíduos com cérebros maiores. Mas o espécime apresenta uma pelve bastante desenvolvida, sugerindo que o bipedismo mudou essa estrutura antes do aumento no volume cerebral. 

A equipe descobriu que o Australopithecus sediba reúne várias características que não são observadas em outros possíveis ancestrais do gênero humano. O fóssil mostra um cérebro surpreendentemente moderno – ainda que pequeno –, mãos desenvolvidas com polegares longos, uma pelve muito parecida com a de humanos e formato de pés e tornozelos misturando traços humanos e primatas.  Sua característica mais impressionante é suas mãos, cujos dedos polegares eram fortes suficientes para subir árvores, mas também se parecem com as mãos humanas, capazes de usar ferramentas com precisão. Até agora, este posto pertencia apenas ao Homo habilis, que viveu há cerca de 2 milhões de anos também.

Salientamos este ponto, pois o ser humano parece não ser um projeto, mas sim uma sequencia de adaptações, nos demonstrando que os caminhos que fizeram com que chagássemos ao que somos são curvos, como em si é a natureza.

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