quarta-feira, 14 de dezembro de 2022
Quem foi Jaci Régis? 12 Anos da Desencarnação de Jaci Régis
terça-feira, 17 de maio de 2022
Dialogando com Jaci - por Egydio Régis e homenagem a Egydio Régis
Disponibilizaremos neste blog os artigos escritos por Egudio Régis e publicados no Jornal Abertura entre os meses de janeiro /fevereiro de 2020 a junho de 2022.
Iniciaremos pelo preâmbulo.
DIALOGANDO COM JACI
Preambulo
Após encerrarmos
o trabalho prazeroso durante dez anos estudando e divulgando os artigos
elaborados pelo mestre na Revista Espírita, iniciaremos uma outra tarefa não
menos prazerosa e de importância para a afirmação doutrinária Espírita em
nossos tempos. Pessoas podem perguntar: por que Jaci Regis? O que ele
representa para o Espiritismo? Seu nome é reverenciado nacionalmente? Por que
não foi reconhecido e divulgadas suas ideias pelos canais do “poder” central do
movimento espírita? Algumas destas perguntas responderemos baseados na vivência
que tivemos dentro do movimento e com o próprio Jaci. Outras a obra literária
dará as respostas que muitos procuram.
Qual o perfil de
Jaci? Poucos da multidão de espíritas puderam realmente conhecer e admirar a
personalidade marcante desse incansável trabalhador, quer dos assuntos
doutrinários, quer da benemerência dedicada à infância e às mães sofridas
carentes a procura de uma vida digna junto das suas crias. Jaci possuía uma energia
de trabalho que chegava a irritar a quem o seguia. Sua mente criativa o
projetava para novos projetos arrojados que faziam tremer as bases
estabelecidas no pieguismo e nos valores envelhecidos pelo comodismo. Desde a
adolescência ousou contrariar e enfrentar os velhos líderes do movimento
espírita santista, cujos centros mais pareciam simulacros de igrejas e templos
evangélicos do que casas de estudos e de divulgação da Doutrina Espírita. Aos
quatorze anos chegou a Santos (catarinense de nascimento) , ingressou na então
fundada Juventude Espírita de Santos (1947) onde logo manifestou seu espírito
inquieto e quando a Mocidade rebelou-se contra os entraves da diretoria do
Centro Espírita Manoel Gonçalves (sede primeira da Mocidade ) e transferiu-se
para o Centro Beneficente Evangélico (em 1949, já então com o nome de Mocidade
Espírita Estudantes da Verdade) Jaci, ainda na adolescência, quando o Mentor da
mocidade o saudoso Alexandre Soares Barbosa teve, por força de sua atividade
profissional, que deixar a condução doutrinária da entidade, chamou para si
essa responsabilidade. O Centro Beneficente Evangélico, era um pequeno centro
com poucos frequentadores e praticamente com as portas quase fechadas. A MEEV
(Mocidade Espírita Estudantes da Verdade), sob a batuta de Jaci deu nova vida
ao Centro. Mas, ele não se conformou com o fato de o nome não identificar uma
casa espírita e sua primeira luta foi convencer a “velha guarda” a acrescentar
o nome Espírita, passando então a denominar-se Centro Espírita Beneficente
Evangélico. Com o apoio de alguns companheiros mais velhos, mas com mente
aberta e, sobretudo, com os jovens da Mocidade, Jaci tornou-se o grande
condutor do Centro. A primeira grande iniciativa foi propor a mudança do nome
de Centro Espírita Beneficente Evangélico, para Centro Espírita “Allan Kardec”.
Para se ter ideia da capacidade intelectual de Jaci, é preciso dizer que até
mais de vinte anos de idade, ele tinha apenas completado o curso comercial,
equivalente na época ao ginásio ou ao primeiro ciclo de hoje. Porque precisava
trabalhar e não tinha tempo para estudar. Assim, somente lhe restava prestar
exame de madureza que hoje seria o supletivo. A partir daí, tendo conseguido o
certificado do segundo grau, não mais parou e laureou-se em três cursos superiores:
Economia, Jornalismo e Psicologia, os dois primeiros em horário noturno por
causa de sua atividade profissional como empregado da Petrobrás. Psicologia
cursou quando já estava aposentado e foi sua última atividade profissional.
Paralelamente aos
trabalhos no Centro e aos primeiros ensaios de questionamentos doutrinários,
Jaci preocupava-se com a atividade de benemerência incorporando-se às campanhas
desenvolvidas pelo Centro e, especialmente ao Lar Veneranda, creche não
propriamente espírita, fundada e dirigida por um grupo de amigos ligados a
atividade portuária. Essa entidade funcionava em uma casa e atendia um punhado
de crianças possibilitando suas mães trabalharem, além de oferecer cursos de
qualificação para essas mães. Sua situação não estava muito boa estando sob
ameaça de despejo e outras dificuldades. Jaci e um grupo de jovens, depois de
algumas gestões, assumiu a direção da entidade e num verdadeiro esforço
heroico, suportando todo tipo críticas e má vontade de pessoas derrotistas, não
só comandou a superação de dificuldades, como conseguiu a façanha de construir
um prédio moderno e confortável para abrigar mais de cem crianças, estendendo a
atuação de creche para o lar de crianças desamparadas. Incansável, dirigia o
Lar, o Centro, fazia palestras, escrevia e trabalhava profissionalmente em
jornada de oito horas. Era difícil acompanhar o seu ritmo de trabalho e isso
muitas vezes o irritava.
Jaci não era uma
pessoa melosa, tinha uma personalidade forte e não usava de eufemismos com ninguém.
Era direto, duro, mas sensível e respeitoso com quem merecia. Era um
palestrador na época em que surgiram os oradores que davam verdadeiros
espetáculos declamando trechos decorados, elevando a voz para impressionar o
público e derramando-se em trechos evangélicos longos. Jaci, não decorava nada,
não fazia pose, não usava linguagem empolada. Não empolgava, fazia pensar,
derramava doutrina clara e ousava tocar em assuntos que melindravam as plateias
acostumadas a ouvir repetidamente lições evangélicas e pouco espíritas. Como
resultado de sua coragem em criticar os centros que mais pareciam igrejas e
assembleias evangélicas, Jaci passou a ser persona não grata nas casas
espíritas. Os jornais que fundou e escreveu, como o Abertura, assim como suas
obras, foram proibidos pelos dirigentes desses centros. Por incrível que possa
parecer, sua palavra foi caçada e seus escritos censurados, sob a égide de uma
doutrina que tem a liberdade de pensamento e de expressão como lema maior. Essa
lamentável atitude espalhou-se por todo o Brasil e por isso suas ideias
revolucionárias, seu descortino em analisar a obra de Kardec e desmistificar o
emanuelismo e o mediunismo que pretendiam substituir e superar Kardec, não
chegaram à massa espírita.
Além dos livros,
que vamos basear nosso trabalho, Jaci foi o grande incentivador do espiritismo
laico, hoje bem sedimentado no continente sul-americano. Idealizador do Simpósio
Brasileiro do Pensamento Espírita, que reúne espíritas de
todo o Brasil e de outros países, é sempre lembrado e citado por muitos
participantes.
Enfim, muito
poderia escrever sobre Jaci, de quem tive a honra de ser irmão de sangue e mais
do que isso, seu admirador e seguidor. Devia esta justa homenagem a um dos mais
importantes espíritas de nosso tempo. Oxalá a partir deste modesto trabalho
algumas pessoas se interessem e mergulhem nos ensinamentos de Jaci Regis.
Na Edição de junho de 2022 do Jornal Abertura fizemos esta homenagem a Egydio Régis.
Nossa
homenagem a Egydio Régis
Dialogando
com Jaci
Egydio Régis é irmão mais novo de Jaci, e o sucedeu
na presidência do CEAK – Centro Espírita Allan Kardec de Santos onde foi
presidente por 15 anos.
Os irmãos tinham muitas coisas em comum, formaram
famílias extensas e de espíritas atuantes, ambos trabalharam na Petrobrás e
como já nos referimos foram presidentes do CEAK e apaixonados pelo Espiritismo.
Egydio dedicou os últimos dois anos e meio a dialogar
com Jaci, utilizando como base para tal alguns dos livros publicados pelo irmão,
o fez ao todo através de seis obras:
A mulher na Dimensão Espírita; Comportamento
Espírita; Amor Casamento e Família; Caminhos da Liberdade; Introdução à
Doutrina Kardecista e Uma Nova Visão do Homem e do Mundo. Nesta edição do
jornal Abertura de junho de 2022 apresentaremos a última coluna produzida por
Egydio Régis.
sexta-feira, 27 de agosto de 2021
Homenagem a Jaci Régis – Pensamento e ação - youtube
Homenagem a
Jaci Régis – Pensamento e ação
No dia 12
de dezembro do ano passado, às 16 horas
ocorreu esta homenagem da CEPA Brasil e ICKS, com o apoio do CPdoc e da CEPA
Internacional – via zoom.
A abertura
do evento coube ao Presidente da Cepa Brasil Jaílson Mendonça seguido de vídeos
de familiares de Jaci, dona Palmyra Régis, viúva, e suas filhas Valéria e
Rosana além de seu irmão mais velho Ivon Regis. A seguir alguns espíritas
importantes fizeram declarações: o Ex-Presidente da CEPA Internacional Jon
Aizpúrua, seguido de Ciro Pirondi e Ricardo Nunes. Finalizando esta primeira
parte, Alexandre Machado, presidente do ICKS
apresentou slides sobre a obra de Jaci Régis.
Após estas
apresentações programadas, Jaílson chamou alguns dos presentes a adicionar
algumas considerações sobre Jaci Régis, foram eles , Salomão Benchaya, Jacira Jacinto da Rocha, Wilson Garcia, Ademar
Arthur Chioro dos Reis, Milton Medran e Mauro Spínola.
Terminada
esta fase coordenada, foi aberto o microfone a quem quisesse falar, quando Dona
Palmyra agradeceu a homenagem e mandou um grande beijo a todos, se seguiram:
Marcelo Henrique, Marcelo Régis e Geraldo Pires.
Através do chat:
Saulo Albach de Curitiba, Beatriz Régis de Campinas, Bruna Régis, David
Santamaria de Barcelona, Gerson Yamin, Fernando Régis, Maria Calvo da Espanha, Julio
Regis de Cincinati, Cavour Chrispim, Mariângela Machado de Porto Alegre, Sandra
Regis, Camila Regis, Amely, Luiz Fernando Mokwa, Maria Cristina Zaina de
Curitiba, João Conde Régis de Santa Catarina e Magda Zago de São Paulo deixaram
o seu recado.
Durante
esta última parte em fundo de tela ficou rolando centenas de fotos de eventos
relacionados com o homenageado.
Vejam o
evento pelo youtube : https://www.youtube.com/watch?v=hvaWAIhPhzY
Gostou? Você pode
encontrar muito mais no Jornal Abertura –
digital, totalmente gratuito.
Acesse: CEPA
Internacional
sexta-feira, 23 de julho de 2021
60 anos de Espiritismo: - Jaci Régis ao completar 60 anos dedicados ao Espiritismo
60 anos
de Espiritismo:
Jaci
Régis ao completar 60 anos dedicados ao Espiritismo
Este texto
foi extraído da edição de novembro de 2007, Jaci Régis viria a desencarnar em
dezembro de 2010, podemos perceber a tranquilidade e consciência que Jaci Régis
tinha de seu papel e vida. Republicamos o texto, pois para muitos leitores,
alguns detalhes da vida deste grande pensador podem ter passado despercebidos.
O texto é escrito de próprio punho por Jaci Régis, vale a pena recordar.
“Neste mês
de novembro completo 60 anos de atividades ininterruptas, diárias, no movimento
espírita. Foi neste mês, em 1947, que comecei a participar da então Juventude
Espírita de Santos, transformada em Mocidade Espírita Estudantes da Verdade.
Sessenta anos é um tempo bastante expressivo na vida de cada um. Nesse longo
período a existência se corporificou no casamento, nos 6 filhos, 11 netos e,
agora, na primeira bisneta. O mundo em que reencarnei, era totalmente diferente
do atual. Acompanhar a febril transformação política, social e tecnológica, foi
tarefa de inteligência e flexibilidade. Penso que consegui. De um simples
aparelho de rádio às poderosas transmissões via satélite, estabelecendo novas
formas de comunicação. Do automóvel desprovido e raro, aos carrões que circulam
e se tornaram o sonho de consumo da maioria, da máquina de escrever ao
computador. Do telefone precário de então ao celular e, finalmente, à internet,
deixamos a aldeia circunscrita de meus primeiros dias neste mundo, à aldeias
globais, na qual, a despeito de nosso desejo, estamos imersos até as orelhas.
Li a República de Platão, aos treze anos, na Biblioteca Pública de
Florianópolis, onde reencarnei. Desde sempre estive com livros embora só
tardiamente frequentasse a Universidade, obtendo três títulos, a partir dos 39
anos de idade. Dentro do movimento espírita as coisas também mudaram. Na mesma
década de trinta do século passado em que reencarnei, começou a missão de
Francisco Cândido Xavier, mudando o perfil do Espiritismo que, todavia, fortaleceu-se
como uma religião menor. Primeiramente a iniciação num Espiritismo crítico,
mas, sem dúvida, religioso, cristão.
Embora a
influência do líder naqueles primeiros dias, sempre segui um caminho próprio e
nunca fiquei atrelado a um ídolo ou ícone. Essa independência me rendeu, no
tempo, muitos dissabores, se assim posso referir-me aos entraves,
incompreensões e agressões que recebi. Todavia, jamais me tiraram o ânimo. Tinha
algo a fazer e fiz. Sem missão ou coisa parecida. Os desafios marcaram os
passos. O ideal, a inovação, a criatividade estabeleceram novos caminhos. Mas o
que mais me satisfaz, em termos de doutrina espírita, foi a liberdade de pensar
fora do esquema religioso. Só quem libertou-se dos estritos caminhos do pensar
religioso pode avaliar o que significa essa liberdade. Não é ser antirreligioso,
maldizer as crenças. Nada disso. É ser livre para analisar os fatos sem
preconceitos, aceitar ou rejeitar, duvidar e prosseguir. Um jogo fascinante na
busca de um centro de referência e reflexão. O fato de ser kardecista, de ter
em Kardec a base do pensar, nunca me tolheu, nem me cerceou. A crença é um
direito e deve ser respeitada. Só que, na minha visão, não cabe no Espiritismo,
se ele quiser ser livre pensador, aberto, progressista.
Na verdade,
minha existência terrena se pautou pelo trabalho no movimento espírita. Por
ele, aderi ao Lar Veneranda, onde permaneço há 47 anos e que, posso dizer sem
vaidade, solidifiquei sua estrutura, seu trabalho assistencial, sua destinação.
Uma obra de minha vida. Formatei, também, o pensamento da Mocidade Espírita
Estudantes da Verdade e, consequentemente, do Centro Espírita Allan Kardec em
cuja direção trabalhei muitos anos, estabelecendo seu rumo doutrinário. Há
também o desenvolvimento do gosto de escrever. Dirigi o jornal Espiritismo e
Unificação, da União Municipal Espírita, por mais de 20 anos. Depois, devido a
ruptura, fundei o ABERTURA, em 1987 e continua. Embora, tenha publicado
folhetos e pequeno livreto, foi a partir de 1975, que me tornei um escritor,
publicando oito livros que tiveram, a princípio, muita boa saída,
contabilizando mais de 100 mil livros vendidos.
Desde 1986,
o movimento espírita bloqueou-me. Fiquei na lista dos indesejáveis, as vendas
tiveram uma queda muito grande e milhares de livros estão estocados. No meio
das confusões da ruptura com o movimento religioso, fundei a LICESPE, -
Livraria Cultural Espírita Editora, dentro do Lar Veneranda, em substituição à
Dicesp que criei e presidi no esquema unificador.
E, enfim o
ICKS - Instituto Cultural Kardecista de Santos, uma iniciativa que se encaminha
vitoriosa, abrigando o SBPE, Simpósio Brasileiro do Pensamento Espírita,
iniciado em 1989, como ousada reação ao fechamento imposto pelo sistema
unificado do movimento. Um balanço bastante positivo pelo que vejo.
Na vida
econômica ganho o suficiente para ter uma vida tranquila. Não dependo de
ninguém, casa vazia, só eu e a esposa, enquanto filhos e netos seguem suas
vidas dentro de padrões moralmente muito bons e economicamente satisfatórios.
Não sei quanto tempo ainda estarei por aqui, mas reconheço um grande ganho para
minha alma ao longo de setenta e cinco anos vividos com cardiopatia crônica,
duas cirurgias para colocar pontes de safena, edema pulmonar, angioplastias,
cateterismo, alguns pólipos na bexiga, gastrite crônica, mas assim mesmo
relativamente sadio, pois permaneço ativo.
Essa
pequena síntese que faço ao sabor da memória me remete a todo um caminho no
qual perfilei com pessoas de variadas expressões emotivas e intelectuais, com
as quais aprendi a conviver, a superar impulsos e perdoar atritos. A maioria
foi. Eu fiquei. Ao completar sessenta anos de trabalho doutrinário me sinto
feliz. Meu olhar prossegue atento e mantenho alto meu estandarte de trabalho. Tenho
objetivos. É o que vale”.
Nota:
Artigo originalmente publicado no Jornal Abertura de Santos.
Gostou? Você pode
encontrar muito mais no Jornal Abertura – digital,
totalmente gratuito.
Acesse: CEPA
Internacional
segunda-feira, 7 de dezembro de 2020
Jaci Régis e Seu Legado - por Alexandre Cardia Machado
Jaci
Régis e seu legado
A Literatura Espírita - Compilação da série publicada no Jornal Abertura
Nos aproximamos de
dez anos sem a convivência com Jaci Régis desde sua desencarnação em dezembro
de 2010, portanto publicaremos uma série de artigos voltados para a manutenção
da memória e do reconhecimento de seu legado.
Começando pela
literatura, Jaci Régis publicou 12 livros por diversas editoras, a primeira
delas Dicesp pertencia à USE - Baixada Santista que também editava o jornal espírita
Espiritismo e Unificação. Com o afastamento do nosso grupo da USE em fins de
1986 Jaci Régis cria, ligado à Comunidade Assistencial Espírita Lar Veneranda,
a editora Licespe. Posteriormente em 1999 com a criação do ICKS, seus novos
livros passaram a sair com o selo Edições ICKS.
Vejamos então as
publicações de Jaci Régis.
A Mulher na
Dimensão Espírita - Seu
primeiro livro publicado em 1975 em parceria com Nancy Puhlmann Di Girolamo e Marlene Rossi
Severino Nobre - pela editora Dicesp e depois reeditado várias
vezes pela editora Licespe estando ainda disponível na sua 9ª edição.
Amor
Casamento e Família –
foram 13 edições entre Dicesp e Licespe– 1977 – livro atualmente esgotado.
Comportamento
Espírita – editora Dicesp,
depois Licespe, originalmente lançado em 1981. Foi traduzido para o espanhol pelo Cima de Caracas
– Venezuela, ainda disponível para venda em ambas línguas no ICKS.
Uma Nova Visão
do Homem e no Mundo –
Publicado pela editora Dicesp em 1984, depois a Licespe publicou a segunda
edição. Este livro foi atingido em cheio pela ruptura com o movimento
religioso, tendo sido colocado no Index, como obra a não ser lida. Ainda é possível encontrar exemplares da
segunda edição aqui no ICKS. Em 2013 foi produzida também pela editora Letras e
Textos – com ortografia atualizada. No ano seguinte, 2014 foi traduzida e
lançada em espanhol em Porto Rico.
Caminhos da Liberdade – lançado pela editora Licespe em 1990, ainda
disponível, sendo um livro de fácil leitura, ainda muito procurado e atual.
Muralhas do
Passado – único romance
de ficção espírita escrito por Jaci Régis e lançado pela editora Licespe em 1993. Foi posteriormente publicado pela editora DPL,
ainda é possível encontra a edição da Licesp no ICKS.
Introdução a
Doutrina Kardecista
– publicado pela editoria Licespe em 1997, ainda disponível, altamente
recomendado paro o entendimento de um Espiritismo laico e livre-pensador,
iniciou a fase de propostas de repensar o Espiritismo.
A Delicada Questão
do Sexo e do Amor
– pela editora Licespe de 1999, ainda
disponível, consolida um período onde Jaci, psicólogo, e espírita resolve
tratar estas questões delicadas, mas muito importantes e que de alguma forma
ficaram marginalizadas, ou idealizadas no movimento espírita.
Doutrina
Kardecista – Uma Releitura da Obra de Allan Kardec – Edições ICKS – 2005 – livro esgotado.
Novas ideias
– Textos Reescritos
– Edições ICKS – 2007 – livro esgotado.
Doutrina
Kardecista – Modelo Conceitual (reescrevendo o modelo espírita) – Edições ICKS – 2008, disponível. Se algum quiser a
versão em pdf, basta enviar um e-mail ao ickardecista1@terra.com e receberá gratuitamente.
Novo Pensar
Sobre Deus, Homem e Mundo – Último livro de Jaci, Edições ICKS- 2009, o ICKS ainda possui 21
exemplares para comercialização.
Agregamos as
palavras de nosso amigo e médico Ademar
Arthur Chioro dos Reis que escreveu a biografia de Jaci Régis e que foi
publicada neste jornal em janeiro de 2011.
“Um autor que
possuía um estilo peculiar, de reconhecida competência. Sua pena produzia há
décadas ensaios e crônicas, publicadas em jornais e livros, de rara
sensibilidade e ternura, que tocam as mais profundas fímbrias de nossos
corações e mentes.
Um texto sensível e criativo, sem que
recorresse à mesmice que caracteriza a literatura espírita. Ao mesmo tempo, era
capaz de produzir artigos, trabalhos, textos e livros de cunho doutrinários que
se constituíram em verdadeiros clássicos da literatura espírita contemporânea,
indispensáveis aos estudiosos da Doutrina Espírita. Desenvolveu uma linha de
raciocínio e argumentação extremamente fundamentada e consistente, a partir dos
postulados de Kardec – que conhecia como poucos.
Era um líder nato e grande realizador.
Não há dúvidas de que o Lar Veneranda foi a grande obra de sua vida, pois
embora tenha tido inúmeros e valorosos colaboradores, sua obstinação,
competência e liderança foram fundamentais para erguer e consolidar esta
instituição modelar.
Sua contribuição intelectual ao
pensamento espírita, por outro lado, foi sendo desenvolvida e aperfeiçoada num
processo no qual se destacam três fatos de fundamental importância na definição
de sua obra: a "descoberta" de Freud e sua formação psicanalítica, no
curso de Psicologia; o acesso às informações contidas na Revista Espírita, o
que lhe permitiu um aprofundamento e a contextualização do pensamento de
Kardec; e, por fim, a elaboração de uma proposta de releitura de Kardec, uma
reconceituação das atividades doutrinárias, de modo a adequá-las aos princípios
e objetivos do Espiritismo, num movimento criado e difundido a partir de 1978,
ao qual denominou "Espiritização", que alcançou grande repercussão no
movimento espírita.
Constituiu-se, sem dúvida, no mais
contundente e consistente crítico do Espiritismo evangélico/cristão e do não
assumido roustanguismo da Federação Espírita Brasileira.
Denunciou a concentração de poder nas
mãos dos conservadores dirigentes das federativas e suas nefastas
consequências. Impulsionou, a partir de meados da década de 80, a discussão em
torno do caráter religioso do espiritismo, defendendo vigorosamente que o
espiritismo não é uma religião, combatendo a incorporação de práticas e rituais
religiosos pelo movimento e as distorções no uso e prática da mediunidade.”
Jaci Régis biografia e vida – por Ademar Arthur Chioro dos Reis
jaci-regis-bibliografia.
Jaci
Régis e seu legado:
A
QUESTÃO RELIGIOSA
Para construir
este capítulo desta jornada revisória de Jaci Régis vou me apoiar em dois
artigos, o primeiro do próprio Jaci Régis “Breve Síntese Cronológica da questão
Religiosa que publicamos neste jornal em maio de 2015 a partir de um material
que recuperamos em seus arquivos pessoais. E buscamos a palavra de Eugenio Lara
que acompanhou Jaci no Espiritismo e Unificação
e aqui mesmo no Abertura por cerca de 20 anos.
Jaci Régis agitou
os alicerces do Movimento Espírita trazendo a que foi denominada “Questão
Religiosa, foram diversos artigos, conferências e livros tratando disto.
Nas palavras de
Jaci Régis:
1979
“Creio que posso
dizer que o início de tudo começou em setembro de 1979 quando lancei no jornal
Espiritismo e Unificação, a campanha da Espiritização.
1980
Nas edições
seguintes, no ano de 1980, o tema da Espiritização esteve presente, inclusive
com adesões e rechaço.
Já em setembro desse ano foi sugerida uma Campanha
Nacional pela Espiritização
Em sequência, na edição de novembro de 1980, escrevi
um artigo com o título:
Espiritismo religioso. existe isso?
1981
No ano de 1981
prossegui com a ideia da Espiritização.
1982
Também em 1982, o
tema da Espiritização continuou.
Maio de 1982 – publiquei artigo do Krishnamurti
“Polêmica Espírita”.
1983
Artigo do
Krishnamurti “O Discurso de Abertura”, analisando o discurso de Kardec de
novembro de 1868.
Artigo “Kardec afirmou que o Espiritismo não é
religião”.
1984
Dezembro de 1984 –
fórum debate religião espírita – na sede da Federação Espírita do Estado de São
Paulo entre eu e Heloisa Pires.
1985
Publiquei uma
coluna sobre a questão religiosa durante alguns meses,
Lançado o livro “O Laço e o Culto” de Krishnamurti
Foi apresentada a Chapa Unificação Hoje, para a
diretoria da USE, com a candidatura de Henrique Diegues à presidência.
Editorial do Boletim da Federação do Rio Grande do Sul
sobre a questão religiosa
1986
Participação ativa
de Ciro, Jaci e Miguel na elaboração do 7º Congresso Espírita Estadual,
realizado de 22 a 24 de agosto de 1986.
Centros ligados à UMES pedem definição não religiosa
Realização do 7º
Congresso Espírita Paulista1896:
A discussão sobre
o Espiritismo religioso, mobilizou muita gente, pró e contra. Artigos,
cartas, editorais, foram publicados em vários jornais e realizados fóruns e
debates.
A apresentação de uma chapa notoriamente não
religiosa, para a diretoria da USE foi o ponto culminante da reação do sistema.
A situação cresceu quando a UMES de Santos e a 4º UDE,
representadas por mim e por Ciro propôs e conseguiu a realização do 7º
Congresso Estadual, que foi, afinal, o ponto de ruptura final.
A direção da UME de Santos foi praticamente destituída
pela Diretoria da USE, DEIXAMOS A Dicesp, que criamos como parte da UMES como
editora do jornal Espiritismo e Unificação e de livros.
Embora se tenha veiculado que existia o “grupo de
Santos”, na verdade era eu, Jaci Regis, o único componente.
Vários espíritas contribuíram como Ciro Pirondi,
Egydio Regis, Marcos Miguel, Krisnamurti C. Dias do nosso lado e vários do
outro lado.
1987
Deixamos a direção
do jornal Espiritismo e Unificação, no mês de fevereiro.”
Bem, neste
momento, no mês de abril de 1987, nasce o jornal Abertura com projeto gráfico
de Ciro Pirondi e diagramação de Eugenio Lara.
Algumas
reflexões sobre Jaci e sua forma de trabalhar
Recorremos a Eugenio
Lara, retirando alguns trechos de seu artigo - Jaci Régis – O homem e o Humanista
- de janeiro/ fevereiro de 2011, primeira edição do Abertura após a
desencarnação de Régis.
“O contato pessoal
se deu no final daquele ano (1980), em um encontro de jovens espíritas
promovido pela Comunidade Assistencial Espírita Lar Veneranda. Foram
momentos marcantes em um domingo ensolarado. Neste dia assisti a uma palestra
sua e o conheci pessoalmente. Senti uma emoção muito grande. Nunca havia conhecido pessoalmente o autor de um livro
(Amor casamento e Família), ainda mais um livro espírita de tão profundo
conteúdo e arrojados pensamentos. Após o almoço, ele estava
sentado numa cadeira observando a movimentação do ambiente. Fui até ele, me
apresentei e falei o quanto eu havia gostado de seu livro. Agradeceu os elogios
ao seu trabalho e disse-me que estava para lançar um novo
livro, Comportamento Espírita, no início de 1981. Outra obra sua que li
com avidez, assim como todos os seus livros posteriores e seu primeiro livro,
em parceria com Marlene Nobre e Nancy Pullmann, A Mulher na Dimensão
Espírita.”
“Nesse meio tempo tive a oportunidade de conhecer o periódico
santista Espiritismo & Unificação, editado pela Dicesp. Foi total a
identificação. Era exatamente o que eu pensava. Ele era editado pelo Jaci e o
redator, José Rodrigues, uma dupla formidável. Vi que não estava sozinho.
Centenas de companheiros de vários outros lugares do Brasil e fora dele
comungavam dos mesmos ideais, da mesma visão e concepção de um Espiritismo
cultural, dinâmico e orientado pelo genuíno pensamento de Allan Kardec.”
“Tive o grande prazer de trabalhar por quase 20 anos
ao lado dele. Com os conflitos doutrinários na USE, o Espiritismo &
Unificação, que passei a diagramar, foi sucedido
pelo Abertura (1987), agora editado pelo Lar Veneranda, através da
Livraria Cultural Espírita Editora, Licespe. Nesta época eu era o presidente do
Conselho Regional Espírita e acompanhei de perto todo o conflito ocorrido em
Santos e em vários lugares do País.”
O
jornal Espiritismo & Unificação foi um dos poucos que manteve
suas portas abertas para determinados movimentos de contestação como o MUE -
Movimento Universitário Espírita, caracterizado por propostas que visavam uma
correlação do Espiritismo com o Marxismo, com um discurso de esquerda,
fundamentado em autores como Manuel S. Porteiro, Humberto Mariotti e Herculano
Pires. Mariotti chamava esse grupo, carinhosamente, de esquerda kardeciana. Foi
o periódico espírita que mais promoveu o trabalho realizado pela então
Confederação Espírita Pan-Americana (CEPA – hoje Associação Espírita
Internacional), bem antes da penetração mais acentuada de seus quadros e
princípios no Brasil, a partir da gestão do escritor espírita venezuelano Jon
Aizpúrua, nos anos 90.”
“Muitos
companheiros de minha geração me perguntavam: “como você consegue trabalhar com
o Jaci?” Eu respondia tranquilamente, sem me incomodar: “nosso trabalho é
realizado como se fossemos profissionais, como se fosse um trabalho
profissional, apesar de ser voluntário e totalmente doutrinário. Procuramos ser
eficientes no que fazemos, apenas isso”.
“O Jaci sempre teve fama de ser centralizador, exigente
ao extremo, muito duro e seco, enérgico, grosseiro. Mas ao mesmo tempo era
bem-humorado, jocoso, carismático e um exemplo de dinamismo, de trabalho, de
perseverança, como se fosse uma força da natureza. De fato, ele era tudo isso.
E mais, não tolerava corpo mole, ineficiência, incompetência. Não deixava
barato, não poupava palavras, era duro mesmo, mas sem ser mal-educado. Ele não
falava palavrão. Nunca ouvi dele alguma palavra de baixo calão.
Adorava vê-lo falar. Sempre fui um jacista de quatro
costados, mas sem perder de vista suas contradições, sem deixar de contestá-lo
quando julgava necessário. Suas palestras sempre traziam pontos polêmicos,
criticidade, bom humor. Um debatedor implacável. Era muito difícil debater com
ele.
Jaci
Régis e seu legado:
Sua
importante participação em casas espíritas.
Estamos tomando
como base o texto de Ademar Arthur Chioro dos Reis que produziu uma importante
biografia de Jaci Régis, sempre escrito entre aspas no texto que nos segue.
Inicialmente observamos os seus primeiros passos na Doutrina Espírita,
Jaci Régis é “ filho de Octávio Regis e Izolina Adriano Regis, espíritas
praticantes, nasceu em Florianópolis, em 30 de outubro de 1932, sendo o sexto
filho de uma prole composta por oito irmãos: Otávio, Arnaldo, Francisco,
Albertina, Mariazinha (já falecidos), além de Ivon, Luci e Egydio. Fez o curso
primário nesta cidade catarinense, onde começou a frequentar o Catecismo
Espírita e, mais tarde, a Mocidade Espírita”.
Em 1947 a família se muda para Santos e “em novembro deste ano entrou
para a Juventude Espírita de Santos, recém-fundada pelo Centro Espírita Manoel
Gonçalves. A partir daí começa a sua exitosa trajetória de líder, divulgador e
pensador espírita, destacando-se pela sua inteligência, impulsividade e
criatividade.
MEEV – Mocidade Espírita Estudantes da Verdade – do
CEAK de Santos:
“Em 1949, quando a Juventude, já
então denominada Mocidade Espírita Estudantes da Verdade (MEEV), mudou-se para
o Centro Beneficente Evangélico, assumiu a liderança da mesma (tinha então 17
anos) com a transferência de Alexandre Soares Barbosa, fundador e grande
polarizador dos jovens, para a cidade de Araraquara.
CEAK – Centro Espírita Allan Kardec:
“Em 1952 liderou o movimento que assumiu a direção do Centro Beneficente
Evangélico. A partir daí esse centro tomaria um rumo diferenciado dos demais.
Por sua sugestão, a casa mudou o nome para Centro Espírita Allan Kardec (CEAK).
Por cinco décadas foi membro do Conselho Diretor e participou de atividades
doutrinárias no CEAK, do qual foi presidente por 12 anos
CAELV - Comunidade Assistencial Espírita Lar Veneranda
“Em 1962 liderou outro movimento composto por um grupo de jovens que
assumiu a direção da Comunidade Assistencial Espírita Lar Veneranda, fundada em
1954, da qual foi presidente por 32 anos. Sua gestão foi marcada por grandes
realizações, culminando com a construção de um belo prédio, sede da creche que
atende hoje 130 crianças e 80 mães, e outro para a escola (posteriormente
vendido) que continua atendendo 60 crianças”. Jaci ao desencarnar era o
Presidente do Conselho Deliberativo do Lar, como costumamos chamar.
União Municipal Espírita de Santos (UMES)
Jaci “participou destacadamente do movimento juvenil no Estado de São
Paulo, sempre combativo e inovador. Foi um dos fundadores da União Municipal
Espírita de Santos (UMES), em 1951, sendo seu primeiro vice-presidente. Foi
idealizador e presidente da Divulgação Cultural Espírita (Dicesp), órgão da
UMES, desenvolvendo um grande trabalho de divulgação. Jovens da MEEV, editavam
o jornal Espiritismo, que posteriormente fundiu-se com o jornal Mensageiro da
União, órgão da UMES, surgindo o "Espiritismo e Unificação", do qual
foi diretor e editor por mais de 23 anos, em companhia de José Rodrigues, que
faleceu também em 2010”.
LICESPE - Livraria Cultural Espírita
“A partir das divergências e disputas encetadas com o segmento religioso
da UMES, fundou a Livraria Cultural Espírita (Licespe), vinculada ao Lar
Veneranda. E o Jornal ABERTURA, em 1987, do qual foi presidente e redator até o
seu desencarne.
ICKS - Instituto Cultural Kardecista de Santos
“Em 1999, afastou-se do CEAK e fundou o Instituto Cultural Kardecista de
Santos (ICKS), entidade ligada ao Lar Veneranda, que presidiu até o seu
desencarne. Sempre empreendedor, criou em 2009 uma OCIP, denominada então LarVen,
para cuidar dos cursos profissionalizantes ministrados no Edifício Jaci Régis,
pertencente ao Lar Veneranda e sede do ICKS e do LarVen, este último já
não existe mais.
Espiritismo e Unificação e Jornal Abertura
Além de sua produção literária, já apresentada em artigo anterior neste
jornal, Jaci Régis encabeçou como redator estes dois importantes jornais
espíritas.
No Abertura Jaci Régis produziu 257 edições desde a fundação do mesmo em
abril de 19987 até um mês antes de sua desencarnação em dezembro de 2010.
Jaci
Régis e seu legado: a sua vida familiar.
Ainda que este não seja
o aspecto mais relevante aos leitores espíritas não poderíamos, nesta
retrospectiva abstermos de observar o lado familiar deste grande espírita.
Seus genros, Junior do
Costa e Oliveira, Roberto Rufo e Silva e Alexandre Machado, inspirados em seu
exemplo e dedicação, tornaram-se militantes espíritas muito valorosos. A
maioria dos seus 11 netos participaram ativamente da MEEV. Atualmente o Lar
Veneranda é dirigido por sua filha, Valéria Regis Silva, e sua numerosa e
devotada família participa ativamente na gestão desta entidade, bem como do
Jornal Abertura e do ICKS”. (AAQR)
Colhemos
o depoimento de sua filha Cláudia Régis Machado:
“Jaci
um presente da vida, um pai próximo que nos envolvia e levava-nos a participar
de suas múltiplas atividades. Tinha um olhar especial para cada um de nós.
Sempre junto quando precisávamos de uma palavra, de uma orientação não
descartava uma boa conversa, um abraço, uma celebração. Sua presença marcante
era sentida com muito amor, carinho e respeito”.
Como genro me cabe
comentar o que tive oportunidade de presenciar e sentir, o conheci em 1984,
quando meus concunhados já estavam bem integrados às atividades espíritas,
todos muito inteligentes e com grande conhecimento da Doutrina. Eu recém
chegado ao espiritismo só pude ganhar com este ambiente.
Jaci nos liderava
pelo exemplo, era incansável, sempre querendo fazer algo novo, um encontro, um
novo livro, discutindo sobre as questões atuais. Vivíamos a abertura política
ainda muito em seu início. A questão do espiritismo religioso a USE e os SBPEs.
Como toda a
família grande, com sua partida, cada filha e filho acabaram por ser o centro
de suas novas famílias como seria natural. Ficarão sempre em nossas memórias a
sala sempre cheia nos “kerbs” dos feridões.
Nos coube dar
seguimento ao Jornal Abertura, esta edição será minha centésima décima segunda,
o que faço por prazer e por um imenso respeito por aquele que a iniciou.
Jaci Régis um
homem que viveu plenamente.
Jaci Régis um homem
múltiplo.
Encerraremos esta série
em homenagem a Jaci Régis no mês que se completará no dia 13 de dezembro, dez
anos da desencarnação do fundador deste jornal. O Abertura foi lançado ao
público em abril de 1987, após o processo de fritura do “Grupo de Santos”, pela
USE – União das Sociedades Espíritas de São Paulo por parte de seu segmento
religioso. Jaci foi o redator chefe do Abertura por 257 edições.
“Jaci Régis – um homem múltiplo”, no XII SBPE, o ICKS fez uma homenagem a ele, de uma forma que traduz muito bem: “naquela mesa está faltando ele e a saudade dele tá doendo ...” só quem conviveu pode entender o significado desta falta. Jaci estava envolvido, ou melhor, comprometido com uma dezena de atividades e a sua desencarnação nos provou que sua liderança era chave para o sucesso que o “Grupo de Santos” ensejava. Da mesma forma que na natureza como no caso das florestas tropicais, quando uma árvore enorme é derrubada, pela característica da imortalidade dinâmica, outras árvores ocuparão o seu espaço, mas isto leva tempo.
Formou-se em Economia (tendo inclusive dado aula de Macroeconomia na Faculdade de Ciências Econômicas São Leopoldo em Santos), Jornalismo (chegou a ter um jornal em Cubatão) e Psicologia. Freudiano assumido, era psicólogo clínico (exercendo esta profissão por mais de 30 anos) e até o seu desencarne exercia intensa atividade profissional, que influiu decisivamente para que se dedicasse a abordagem de temas relacionados ao comportamento humano, a sexualidade, a família, a personalidade humana e suas relações com os problemas afetivos e psíquicos.
“Desenvolveu, ao longo da década de 90 do século passado, uma teoria a que denominou Espiritossomática, procurando estabelecer pontos de confluência e a construção de uma práxis terapêutica a partir das contribuições doutrinárias do Espiritismo e de outras áreas da Psicologia, em particular a psicanálise”.
“Era expositor e autor que fazia (e continuará fazendo) muito sucesso entre os jovens e espíritas livres-pensadores, desprovidos de preconceitos, tocados pelos argumentos e pela abordagem moderna, aberta, fundamentada e consistente com quem lidava com os mais diversos temas doutrinários e problemas humanos. Um autor que possuía um estilo peculiar, de reconhecida competência”.
“Sua pena produzia há décadas ensaios e crônicas, publicadas em jornais e livros, de rara sensibilidade e ternura, que tocam as mais profundas fímbrias de nossos corações e mentes. Um texto sensível e criativo, sem que recorresse à mesmice que caracteriza a literatura espírita. Ao mesmo tempo, era capaz de produzir artigos, trabalhos, textos e livros de cunho doutrinários que se constituíram em verdadeiros clássicos da literatura espírita contemporânea, indispensáveis aos estudiosos da Doutrina Espírita. Desenvolveu uma linha de raciocínio e argumentação extremamente fundamentada e consistente, a partir dos postulados de Kardec – que conhecia como poucos.” (AACR)
Algo que poucos sabem, neste seu jornal de Cubatão, Jaci, como era o seu caráter fez críticas a algumas “coisas estranhas” que ocorriam em Cubatão, durante o período de exceção, bem, Jaci Régis foi chamado e fichado no DOPS (Departamento de Ordem e Política Social). Foi então advertido a escrever com mais cuidado por aquele órgão de repressão. Jaci sabidamente não era uma pessoa de esquerda, foco principal do DOPS. Mas fica aqui a lembrança de que em regimes totalitários, sem liberdade, qualquer cidadão, com qualquer ideologia, está sempre correndo riscos.
Reconhecimentos:
Jaci Régis tanto em vida, como após a
sua morte, recebeu várias homenagens e reconhecimentos, este jornal sob sua
batuta, for premiado pela ABRAJE – Associação Brasileira de Jornalistas
Espíritas como o melhor jornal espírita. Igualmente muita satisfação ele obteve
ao receber o Prêmio Bem Eficiente pelo Lar Veneranda em sua primeira edição.
Stephen Kanitz,
Administrador por Harvard, criou o Prêmio Bem Eficiente em 1994, com o objetivo
de reconhecer o trabalho e dedicação de dirigentes e voluntários sociais deste
país, que lutam com cada vez menos recursos, donativos e incentivos sociais
para continuar ajudando os outros, a Comunidade Assistencial Espírita lar
Veneranda recebeu este prêmio, para concorrer era necessário apresentar um
relatório baseado no Plana Nacional de Qualidade.
2011 – XXI Congresso da
CEPA em Santos
Jaci Régis, assim como seu grande companheiro de trajetória José Rodrigues foram homenageados, ambos participaram do início da organização do Congresso, mas desencarnaram e nos deixaram em 2010.
Dona Palmyra recebeu das mãos de Ademar Arthur a homenagem que o ICKS exibe e expõe no salão do ICKS.
2014
– II Encuentro Espírita Iberoamericano – Salau
Estivemos
presentes e recebemos esta homenagem, Cláudia Régis Machado e eu. Neste evento pude
apresentar à comunidade espírita ibero-americana o trabalho que vinha sendo
desenvolvido por Jaci – a Ciência da Alma, nos seus últimos anos de vida. O livro
que consolida os trabalhos apresentados no evento traz em sua dedicatória o
reconhecimento a Josep Casanovas e Jaci Régis, que estiveram juntos em
Barcelona em 2006, pelos serviços prestados ao espiritismo livre-pensador.
Complementando as merecidas homenangens, neste ano em
que completam 10 anos sem a presença física de Jaci Régis CEPABrasil e o ICKS com apoio do
CPdoc e Cepa Internacional farão uma live no dia 12 de dezembro
as 16 horas, onde muitos amigos e parentes darão depoimentos por video sobre –
Jaci Régis – Pensamento e ação.
Buscamos com este pequeno recorte da vida de Jaci
Régis, trazer a luz, um pouco de diversos aspectos daquele que foi um
incansável trabalhador da Doutrina.
O artigo completo, composto pelas 5 partes, poderá ser encontrado no blog do ICKS – http://icksantos.blogspot.com
Fonte: Jaci Régis, biografia e vida – Ademar Arthur Chioro dos Reis
Nota: Artigo
originalmente publicado no Jornal Abertura de Santos.
Gostou? Você pode
encontrar muito mais no Jornal Abertura – digital,
totalmente gratuito.
Acesse: CEPA
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