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sexta-feira, 22 de outubro de 2021

ESPIRITISMO E PANDEMIA - por Ricardo de Morais Nunes

 

ESPIRITISMO E PANDEMIA

TEXTO DE RICARDO NUNES APRESENTADO NA MESA REDONDA “ESPIRITISMO E PANDEMIA” NO XXIII CONGRESSO DA CEPA EM 08 DE OUTUBRO DE 2021

É interessante observar que em uma época de individualismo exacerbado promovido por concepções neoliberais de economia, política e sociedade, um vírus, um simples e invisível vírus, denominado COVID 19, acentuou ainda mais a separação entre as pessoas.

  Na verdade, muitos de nós já vivíamos sob a perspectiva do isolamento introjetando os valores da sociabilidade capitalista, os quais apontam para o ter e não para o ser, para o egoísmo e não para o altruísmo. Infelizmente, temos frequentemente esquecido que o bem-estar e o equilíbrio do grupo social são fundamentais para a existência e felicidade de cada indivíduo e que os laços sociais são uma espécie de oxigênio da vida.

Durante a pandemia do vírus não pudemos mais nos abraçar, não pudemos nos beijar, não pudemos nos aproximar. Ficamos reclusos em nossas casas tentando organizar os espaços de fora, e nos deparando muitas vezes com os vazios de dentro. O velho ditado “tempo é dinheiro” perdeu o sentido. Aquela sensação de ocupação e pressa nos abandonou por esses longos meses.

Tivemos que exercitar a paciência, a espera, e os dias passaram devagar. Passamos a trabalhar em casa misturando nossos materiais de trabalho com o ambiente doméstico e com os brinquedos de nossos filhos, renunciamos aos lazeres e passeios, nos afastamos de familiares e amigos. Muitos de nós perdemos entes queridos. Familiares e amigos partiram para o mundo maior, para o mundo dos Espíritos, enchendo-nos o coração de dor e saudade, sendo a filosofia espírita o mais forte apoio aos nossos pensamentos e emoções nestes graves momentos.

O vírus certamente trará grandes lições. Sairemos melhores desta crise? Aprenderemos alguma coisa? É difícil dizer.

 E o espiritismo, enquanto filosofia espiritualista, o que tem a dizer em um momento tão difícil para a humanidade? A filosofia espírita descortina a todos novos horizontes existenciais. Nos ensina que tudo passa, se transforma e evolui.

 Segundo o espiritismo, das sociedades agrárias às sociedades pós-industriais, estamos submetidos a um complexo processo evolutivo, não uniforme, sem dúvida sujeito a avanços e retrocessos no terreno da história, porém rumo a patamares superiores de civilização, sendo que tal processo evolutivo se dá pelas leis psicofísicas da reencarnação.

O espiritismo ensina que a vida, em si mesma, é imperecível e transcendente. Que acima de tudo somos e que continuaremos a ser mesmo após a morte.   Ensina a confiança na razão, na ciência, na capacidade do ser humano em resolver os seus problemas.   Lembra que a dor e o prazer, a vida e a morte, a tristeza e a felicidade, são fatores inerentes às leis naturais do planeta em que vivemos, sem desconsiderar, é claro, os excessos e equívocos humanos na produção de sofrimentos.

 Nos conscientiza que somos os protagonistas do nosso destino, sem desprezar os determinismos de variada natureza que incidem sobre nossas vidas.  Esclarece a importância do amor e da solidariedade na construção de um ser humano e de um mundo melhor.

Que possamos, a partir das lições deste difícil período, ter clareza da importância de nossa existência terrestre em nosso desenvolvimento individual e coletivo. Que aprendamos a cultivar uma nova sociabilidade não mais centrada apenas no “eu”, mas que considere o “nós”. Que compreendamos a terra como nossa casa comum a ser preservada e que nos conscientizemos da rede invisível que nos entrelaça a todos, em uma trama de ações e reações sob a perspectiva dialética indivíduo-sociedade.

Uma das grandes lições do vírus é a de que ele não é democrático, pois atingiu preferencialmente os pobres e despossuídos, os quais ficaram mais expostos e vulneráveis por viverem em habitações precárias que não permitem os devidos cuidados de afastamento social, e também por terem tido que sair às ruas, em meio à maior crise de saúde pública de nosso século, na busca do pão de cada dia.

 Apesar disso, constatamos, que o aristocrata, o milionário, e o trabalhador são iguais em fragilidade física. Ficou claro para aqueles que tem “olhos de ver” que o dilema economia X saúde é um falso dilema. Sem trabalhadores saudáveis não há possibilidade de se construir uma sociedade economicamente forte.

 A prioridade em qualquer sociedade civilizada deve ser a vida e não o capital, mesmo porque todos sabemos que o problema do mundo não é falta de dinheiro, mas sim a concentração da riqueza nas mãos de minorias privilegiadas.

Outra lição fundamental deste período, foi a que nos ensinou que o risco de morte repentina é uma realidade mais próxima do que imaginávamos, o que nos fez compreender que o amanhã na Terra é apenas uma possibilidade. Compreendemos, efetivamente, a importância do agora.

Esta crise da pandemia também abriu algumas poucas janelas de oportunidade. Parece-me que a maior delas se deu no campo das comunicações. Este congresso virtual da CEPA, reunindo espíritas das Américas e da Europa, sem saírem de suas casas, é um bom exemplo desse novo tempo que se inicia.

Finalmente, gostaria de fazer alguns agradecimentos:

Em primeiro lugar, aos profissionais de saúde, em especial aos médicos e enfermeiros que ficaram na linha de frente no combate ao COVID 19.

Aos cientistas que trabalharam intensamente com vistas a descobrir as vacinas necessárias ao enfrentamento desta doença. Sonho com o dia em que as conquistas da ciência beneficiarão toda a humanidade.

A todos os trabalhadores dos supermercados, farmácias e comércios em geral que mantiveram a economia básica funcionando, com vistas a evitar a escassez de alimentos e produtos fundamentais.

A todos os professores que mantiveram sua tarefa de ensinar mesmo à distância, sem poder contar com a presença física e a alegria de seus alunos.

A todos os governos que promoveram a valorização da ciência e compreenderam a necessidade das estratégias de afastamento social e, por isso, cumpriram com seu dever de cuidado perante seus cidadãos.

A todos os Estados que possuem um sistema de saúde público, universal e gratuíto. Ficou absolutamente claro que os países que tinham sistemas públicos de saúde estavam mais aparelhados para enfrentar essa tremenda crise.

 Em relação ao Brasil, meu país, deixo minha especial homenagem ao SUS (Sistema Único de Saúde), sistema que luta para sobreviver ante a carência de verbas de financiamento, mas que possui em seus quadros verdadeiros heróis na luta contra a pandemia e contra as doenças em geral. Os profissionais e militantes dos SUS têm nos ensinado que medicina e saúde não devem ser compreendidas como mercadorias.

A todos os cidadãos do mundo que não deixaram de acreditar na ciência em tempos de negacionismo científico. Cabe-nos, agora, manter a esperança em dias melhores. E, juntamente com Chico Buarque de Hollanda, cantor, compositor e escritor brasileiro, repetir a frase da canção: “Amanhã vai ser outro dia”.

 


segunda-feira, 18 de janeiro de 2021

Enfim as vacinas - por Alexandre Cardia Machado

 

Enfim as vacinas

Não há como negar a esperança que todos temos na chegada rápida das vacinas ante Covid-19, existem diversas vacinas em fases avançadas, sendo testadas no mundo todo.

Passamos neste momento por aquilo que Allan Kardec denominou de flagelo, está nas questões 737 a 741 do Livro dos Espíritos, as apresento aqui adaptadas para melhor encadeamento com o tema proposto.

Os espíritos e as notas de Kardec nos orientam no seguinte sentido:

·         Os transtornos que estes flagelos nos causam frequentemente são necessários para nos fazer alcançar uma ordem melhor de coisas - causa ou consequência, de fato é o que ocorre, vacinas, antibióticos são e foram desenvolvidos para combater alguns destes males.

·         Os espíritos são anteriores e serão posteriores e sobreviverão a isto tudo – claro que isso não reduz a dor pelas perdas, mas ao menos temos a consciência de que somos espíritos imortais.

·         Kardec nos recorda que “se pudéssemos nos elevar, pelo pensamento, de maneira a dominar a humanidade e  abrange-la inteiramente, esses flagelos tão terríveis não nos pareceriam mais que tempestades passageiras no destino do mundo – estamos no meio do furação e não conseguimos e nem nos conformamos em pensar assim, mas a humanidade superará mais esta pandemia.

·         “os flagelos são provas que fornecem ao homem ocasião de exercitar suas inteligências ...” – esta talvez a contribuição mais importante, não queremos aqui discutir se a palavra “prova” seria ainda adequada para o mundo do século XXI, mas certamente sairemos com novas estratégias de combate a pandemias virais – serão investidos mais recursos em pesquisas, hábitos mudarão pois, vivemos num mundo de alta contaminação.

·         Kardec comenta que: “Mas o homem não encontrou na ciência, ..., no estudo das condições de higiênicas, os meios de neutralizar, ou pelo menos atenuar, os desastres?” – é o que estamos presenciando, milhares de pesquisadores buscando uma vacina, testando antivirais capazes de mitigar o problema.

O que de fato se está fazendo para vacinar o planeta contra o COVID-19?

Mesmo com um vírus como este, o financiamento é limitado, em parte porque os humanos têm a memória fraca e reagimos apenas a estímulos urgentes, segundo o Dr. Florian Krammer, virologista da Escola de Medicina do Hospital Monte Sinai, em Nova York.   A última pandemia H1N1 surgiu em 2009 e acabou sendo muito menos patogênica do que se esperava. Assim boa parte dos jovens cientistas que investigaram aquele vírus não tinha nem nascido quando aconteceu a pandemia anterior, em 1968. E só houve duas outras grandes pandemias de gripe no século XX: a de 1957, que matou um milhão de pessoas, e a gripe Espanhola que matou 50 milhões em 1918, logo após a primeira grande guerra.

Ou seja, um dos pontos que Allan Kardec nos chamou a atenção acaba por esbarrar na dificuldade de recursos, não à toa que os governos estão investindo, na correria, muito dinheiro para que instalações de pesquisa possam desenvolver estas vacinas.

Até agora sabíamos da existência de cinco tipos de corona vírus humanos. Se você se infectar, desenvolve anticorpos neutralizantes. A imunidade não dura a vida toda, mas, se você se infectar de novo, os sintomas serão muito mais leves ou inclusive não os terá. Em 2003 apareceu um novo corona vírus muito mais letal que os anteriores, o da SARS (Síndrome Respiratória Aguda Grave, na sigla em inglês). Dele sabemos que os infectados desenvolveram anticorpos e que estes duraram bastante tempo, até 13 anos.  

Novamente em 2013, no Oriente Médio, um novo surto, associado ao morcego e aos camelos, causou uma epidemia, que matou cerca de 2000 pessoas na Arábia Saudita, foi parcialmente contido até reaparecer na Coreia do Sul em 2005, onde o governo local implantou uma forte quarentena e conseguiu contê-lo novamente.

O Covid-19 é bem parecido, o que nos permite pensar que algumas pessoas que não estão pegando o vírus, possam ter tido contato com algum dos cinco vírus anteriormente citados e, portanto, sendo capazes de combatê-los através dos linfócitos T.

Mas o risco levantado pela comunidade médica em 2005 não resultou no desenvolvimento de vacinas. No artigo que encontrei em casa, publicado na revista mexicana Muy Interesante, de 2015, reportava uma vacina que estaria sendo projetada na Universidade Ludwig-Maximilians de Munique, na Alemanha, fui atrás e encontrei o seguinte:

O candidato vacinal MVA-SARS-S

Em 2014, junto com DZIF, a universidade começou desenvolver uma vacina contra o corona vírus de SARS à vista das manifestações maiores do vírus. A vacina é baseada em um vírus atenuado (MVA: vírus alterado Ancara da varíola bovina), que tinha sido usado previamente em uma campanha da vacinação da erradicação da varíola e tem sido alterado agora para conter componentes de proteína do Corona vírus de SARS. Esta vacina vector-baseada de recombinação, assim chamada, denominada cientificamente MVA-SARS-S para breve, deve impulsionar a imunidade contra corona vírus de SARS.

Já o prof. Gerd Sutter da Universidade de Ludwig-Maximilians de Munique desenvolveu esta vacina em colaboração com a universidade de Philipps de Marburg e do centro médico Rotterdam do Erasmus. O vector de MVA serve agora como base para desenvolver uma vacina contra SARS-CoV-2 (COVID-19), o novo corona vírus.

Como o impacto deste novo corona vírus foi muito maior que os anteriores, agora, finalmente sairá do laboratório.

Como podemos ver a restrição de recursos, muitas vezes nos impede de desenvolver soluções mais rápidas, guerras, ou pandemias permitem alavancar este avanço. Não sem um imenso custo em vidas humanas, infelizmente. “Os transtornos que estes flagelos nos causam frequentemente são necessários para nos fazer alcançar uma ordem melhor de coisas” – que ao menos isto consigamos fazer desta vez.

Temos no Brasil, vacinas chinesas, inglesas e americanas em teste, os russos comunicam que já em outubro poderão começar a vacinar a sua população. Vamos sair desta situação ruim em que nos encontramos, contamos que os órgãos de saúde internacional fiquem mais alertas daqui para a frente e que os recursos não venham a faltar.

Testar estas vacinas não é motivo de orgulho e sim a constatação de que Brasil, México e Estados Unidos, que são os países que estão sendo alvos dos testes simplesmente pelo fato de que o vírus estar amplamente disseminado entre nós.

Alexandre Cardia Machado, editorial Abertura agosto 2020

Nota: Artigo originalmente publicado no Jornal Abertura de Santos.

Gostou? Você pode encontrar muito mais no Jornal Abertura – digital, totalmente gratuito.

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sábado, 28 de março de 2020

Coronavius - por Roberto Rufo


O pastor e músico norte-americano Landon Spradlin, de 66 anos, morreu na quarta-feira (26) de covid-19 nos Estados Unidos. Dias antes de apresentar os sintomas da doença, ele chamou o novo coronavírus de “histeria coletiva” e chegou a compartilhar informações falsas sobre o assunto. As informações são do jornal ABC. 

Lembram da frase " se a ciência demonstrar que estamos errados em algum ponto devemos modificar esse ponto"?

Esse pastor não percebeu que o ponto "a fé remove montanhas" não basta tão somente para remover o Coronavirus.

A fé na ciência, e somente ela, é capaz disso.

Roberto Rufo.