sexta-feira, 23 de julho de 2021

60 anos de Espiritismo: - Jaci Régis ao completar 60 anos dedicados ao Espiritismo

 

60 anos de Espiritismo:

Jaci Régis ao completar 60 anos dedicados ao Espiritismo

Este texto foi extraído da edição de novembro de 2007, Jaci Régis viria a desencarnar em dezembro de 2010, podemos perceber a tranquilidade e consciência que Jaci Régis tinha de seu papel e vida. Republicamos o texto, pois para muitos leitores, alguns detalhes da vida deste grande pensador podem ter passado despercebidos. O texto é escrito de próprio punho por Jaci Régis, vale a pena recordar.

Jaci Régis e Palmyra Coimbra Régis em Paris no túmulo de Allan Kardec – Cemitério Père-Lachaise.

“Neste mês de novembro completo 60 anos de atividades ininterruptas, diárias, no movimento espírita. Foi neste mês, em 1947, que comecei a participar da então Juventude Espírita de Santos, transformada em Mocidade Espírita Estudantes da Verdade. Sessenta anos é um tempo bastante expressivo na vida de cada um. Nesse longo período a existência se corporificou no casamento, nos 6 filhos, 11 netos e, agora, na primeira bisneta. O mundo em que reencarnei, era totalmente diferente do atual. Acompanhar a febril transformação política, social e tecnológica, foi tarefa de inteligência e flexibilidade. Penso que consegui. De um simples aparelho de rádio às poderosas transmissões via satélite, estabelecendo novas formas de comunicação. Do automóvel desprovido e raro, aos carrões que circulam e se tornaram o sonho de consumo da maioria, da máquina de escrever ao computador. Do telefone precário de então ao celular e, finalmente, à internet, deixamos a aldeia circunscrita de meus primeiros dias neste mundo, à aldeias globais, na qual, a despeito de nosso desejo, estamos imersos até as orelhas. Li a República de Platão, aos treze anos, na Biblioteca Pública de Florianópolis, onde reencarnei. Desde sempre estive com livros embora só tardiamente frequentasse a Universidade, obtendo três títulos, a partir dos 39 anos de idade. Dentro do movimento espírita as coisas também mudaram. Na mesma década de trinta do século passado em que reencarnei, começou a missão de Francisco Cândido Xavier, mudando o perfil do Espiritismo que, todavia, fortaleceu-se como uma religião menor. Primeiramente a iniciação num Espiritismo crítico, mas, sem dúvida, religioso, cristão.

Embora a influência do líder naqueles primeiros dias, sempre segui um caminho próprio e nunca fiquei atrelado a um ídolo ou ícone. Essa independência me rendeu, no tempo, muitos dissabores, se assim posso referir-me aos entraves, incompreensões e agressões que recebi. Todavia, jamais me tiraram o ânimo. Tinha algo a fazer e fiz. Sem missão ou coisa parecida. Os desafios marcaram os passos. O ideal, a inovação, a criatividade estabeleceram novos caminhos. Mas o que mais me satisfaz, em termos de doutrina espírita, foi a liberdade de pensar fora do esquema religioso. Só quem libertou-se dos estritos caminhos do pensar religioso pode avaliar o que significa essa liberdade. Não é ser antirreligioso, maldizer as crenças. Nada disso. É ser livre para analisar os fatos sem preconceitos, aceitar ou rejeitar, duvidar e prosseguir. Um jogo fascinante na busca de um centro de referência e reflexão. O fato de ser kardecista, de ter em Kardec a base do pensar, nunca me tolheu, nem me cerceou. A crença é um direito e deve ser respeitada. Só que, na minha visão, não cabe no Espiritismo, se ele quiser ser livre pensador, aberto, progressista.

Na verdade, minha existência terrena se pautou pelo trabalho no movimento espírita. Por ele, aderi ao Lar Veneranda, onde permaneço há 47 anos e que, posso dizer sem vaidade, solidifiquei sua estrutura, seu trabalho assistencial, sua destinação. Uma obra de minha vida. Formatei, também, o pensamento da Mocidade Espírita Estudantes da Verdade e, consequentemente, do Centro Espírita Allan Kardec em cuja direção trabalhei muitos anos, estabelecendo seu rumo doutrinário. Há também o desenvolvimento do gosto de escrever. Dirigi o jornal Espiritismo e Unificação, da União Municipal Espírita, por mais de 20 anos. Depois, devido a ruptura, fundei o ABERTURA, em 1987 e continua. Embora, tenha publicado folhetos e pequeno livreto, foi a partir de 1975, que me tornei um escritor, publicando oito livros que tiveram, a princípio, muita boa saída, contabilizando mais de 100 mil livros vendidos.

Desde 1986, o movimento espírita bloqueou-me. Fiquei na lista dos indesejáveis, as vendas tiveram uma queda muito grande e milhares de livros estão estocados. No meio das confusões da ruptura com o movimento religioso, fundei a LICESPE, - Livraria Cultural Espírita Editora, dentro do Lar Veneranda, em substituição à Dicesp que criei e presidi no esquema unificador.

E, enfim o ICKS - Instituto Cultural Kardecista de Santos, uma iniciativa que se encaminha vitoriosa, abrigando o SBPE, Simpósio Brasileiro do Pensamento Espírita, iniciado em 1989, como ousada reação ao fechamento imposto pelo sistema unificado do movimento. Um balanço bastante positivo pelo que vejo.

Na vida econômica ganho o suficiente para ter uma vida tranquila. Não dependo de ninguém, casa vazia, só eu e a esposa, enquanto filhos e netos seguem suas vidas dentro de padrões moralmente muito bons e economicamente satisfatórios. Não sei quanto tempo ainda estarei por aqui, mas reconheço um grande ganho para minha alma ao longo de setenta e cinco anos vividos com cardiopatia crônica, duas cirurgias para colocar pontes de safena, edema pulmonar, angioplastias, cateterismo, alguns pólipos na bexiga, gastrite crônica, mas assim mesmo relativamente sadio, pois permaneço ativo.

Essa pequena síntese que faço ao sabor da memória me remete a todo um caminho no qual perfilei com pessoas de variadas expressões emotivas e intelectuais, com as quais aprendi a conviver, a superar impulsos e perdoar atritos. A maioria foi. Eu fiquei. Ao completar sessenta anos de trabalho doutrinário me sinto feliz. Meu olhar prossegue atento e mantenho alto meu estandarte de trabalho. Tenho objetivos. É o que vale”.

Nota: Artigo originalmente publicado no Jornal Abertura de Santos.

Gostou? Você pode encontrar muito mais no Jornal Abertura – digital, totalmente gratuito.

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terça-feira, 6 de julho de 2021

Curiosidade: jornal digital é ecológico - por Alexandre Cardia Machado

 

Curiosidade: jornal digital é ecológico.

Você sabia que para produzir uma tonelada de papel é necessário derrubar de 2 a 4 toneladas de madeira?

Veja a conta abaixo – a soma do peso de todos os jornais Abertura produzidos desde a primeira edição em 1989 chega a aproximadamente 2,5 toneladas.


 

g

kg

ton

1 jornal

16

0,016

 

1 edição

6528

6,528

 

374 edições

2441472

2441,472

2,44



Ou seja -foi necessário derrubar 10 toneladas de madeira para produzir estes jornais. Antes era a única forma de produzir um jornal, mas agora podemos tê-lo em forma digital! Isto equivale a dizer que cerca de 30 pinheiros foram derrubados, processados, branqueados, para virar celulose e finalmente papel, só para produzir o nosso Abertura, pois bem, a partir de 2022 nem mais uma árvore será derrubada para este propósito!

E o melhor de tudo - o nosso Abertura, colorido, será totalmente grátis a partir de 2022, claro que somente na versão digital e com acesso livre em qualquer parte do mundo.

 

Você já pode baixar o Jornal Abertura digital diretamente, basta clicar sobre a foto no Blog do ICKS à direita nesta ágina do blog do ICKS.

Você poderá acessar todos os Aberturas de 2021, coloridos no site da CEPA -Confederação Espírita Internacional.



Nota: Artigo originalmente publicado no Jornal Abertura de Santos.

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