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quarta-feira, 15 de janeiro de 2025

Porque ser bom - por Cláudia Régis Machado

 Porque ser bom

Cláudia Régis Machado

  


    Estamos inseridos na cultura e vivemos dentro de um contexto que nos guia subliminarmente, o que traz pressão cultural. O consciente coletivo imprime visões e maneiras de olhar o mundo. A dominância da cultura cristã e dos ensinamentos trazidos por Jesus no Ocidente se fazem presentes na estrutura moral do ser humano, mesmo que muitas vezes nos aprisione com seus preceitos de pecado e salvação. 

    O Espiritismo sem o pensamento religioso que tende a frear a evolução dos conceitos  nos conduz a princípios libertos de culpa, castigo e punição; que romperam barreiras pois  nos coloca como espíritos simples e ignorantes seguindo uma trajetória de evolução para alcançarmos  a categoria de espíritos perfeitos, isto é, desenvolvidos intelectualmente e moralmente que nos remete também a ideia que ser bom é um progresso de compreensão das atitudes no estar no mundo. 

    As virtudes são conquistas graduais que lentamente são incorporadas em novo modo de ser, em nossa essência. 

     Jaci Régis coloca que embora o Espiritismo tenha sido elaborado dentro da cultura cristã o modelo espírita nega o modelo cristão. No entanto  o Espiritismo religioso ainda carrega a visão cristã nos conceitos espíritas onde ser bom será compensado em vidas futuras ou que estamos pagando pelos erros cometidos.

     Na Doutrina Kardecista a força moral é um comprometimento filosófico advindo da boa assimilação dos conceitos espíritas onde a crítica, o questionamento e a responsabilidade devem estar presentes e não o julgamento. 

    No autodesenvolvimento a convivência, a existência e a vivência do outro nos traz conflitos que pedem soluções para um bem-estar interno e externo e a vontade de fazê-lo nos impulsiona, até como um caminho de sobrevivência; a buscar um equilíbrio possível para a busca da felicidade e nesta busca ser bom é um requisito para o bem viver.

    Neste entendimento porque ser bom é totalmente diferente da crença de que “tenho que ajudar” tenho que fazer pelo outro, como uma barganha com Deus no âmbito da salvação futura. 

    Entretando para atingir o ser bom, devem estar incluído o empenho, a luta para sair da zona de conforto, aprender a lidar com frustrações e fracassos e muitas vezes com a dor. E dentro dos ensinamentos da Doutrina Kardecista ter conhecimento prévio da existência da lei de ação e reação, estar ciente que dentro do contexto evolutivo errar faz parte do desenvolvimento da sabedoria e das habilidades e que reciprocidade das ações e dos fatores como inteligência, razão e conhecimento são itens importante do processo . 

    Acrescentando que o entendimento da construção da moralidade embasado na imortalidade dinâmica nos disponibiliza através da ferramenta da reencarnação um aprendizado constante.

    Outro recurso valioso para ser bom em todo contexto citado acima é analisar com constância como estamos pensando, como agimos para podermos ir reciclando e modificando com as vistas a melhores resultados e atitudes e verificar o proveito desses movimentos até chegarmos a ser bom pelo gosto da autorrealização.  

    Agir com bondade pode ter consequências positivas que podem não ser imediatamente visíveis, importante saber que a bondade desencadeia mais bondade e minimiza os conflitos. 

    Os benefícios de ser bom: criar uma  mentalidade mais positiva, ser resiliência, ajudar os outros, pode ajudar a construir relações de confiança e empatia com as pessoas, pode ser útil em diversas situações como no ambiente de trabalho, nas relações pessoais e familiares e na vida em comunidade.

    Acredito que  dentro do fluxo evolutivo, a meta é sermos bom, sem visar algo em troca, simplesmente fazer porque é o certo. 

Este artigo foi originalmente publicado no Jornal ABERTURA de dezembro de 2024.

 https://cepainternacional.org/site/pt/cepa-downloads/category/42-jornal-abertura-2024?download=329:jornal-abertura-dezembro-de-2024.


Este artigo foi publicado no Jornal CEPANEWSLETTER de janeiro -fevereiro de 2025

https://cepainternacional.org/site/pt/cepa-downloads/category/44-cepanewsletter-2025?download=330:boletim-informativo-no-47-janeiro-fevereiro-ano-x.


domingo, 29 de setembro de 2024

Outono da Vida - por Cláudia Régis Machado

 

Outono da vida

Com o passar dos anos somos convidados a encarar mais um ciclo da vida, o envelhecimento, que com certeza traz questionamentos e dúvidas de como enfrentar esta jornada.

A Doutrina Kardecista nos coloca que somos espíritos imortais, numa trajetória evolutiva e contínua nos remetendo sempre a construir uma forma sadia para conduzir a existência; aproveitando-a para aprender, crescer e otimizar as oportunidades. O espiritismo sendo um norte, uma filosofia para qualquer conduta perante a vida.

A transição para esta nova estação da vida pede um olhar diferente - o corpo - já não é o mesmo, as limitações se fazem presentes, os desejos mudaram, os pensamentos evoluíram, as características existências e espirituais construídas muitas vezes exigem melhores adaptações.

É um turbilhão que não deve ser levado como um momento estacionário, mas de elaboração prática e aprazível para este novo tempo, pois as mudanças significativas afetam toda a maneira de usufruir o tempo e de como tirar maiores possibilidades das oportunidades que advirão.

Neste ciclo – envelhecimento - há o pensamento da proximidade da morte, mas existe vida, energia e aproveitá-la ou dar continuidade é importante e nesta consiste a nossa proposta.

Não posso dizer que é a melhor idade, mas que como todas as fases da vida há oportunidades para desfrutar, ser produtivo e aprender não necessariamente coisas novas, mas com a evolução do conhecimento e do saber é importante ressignificar o aprendizado, dar um sentido mais maduro às situações e às posturas que adotamos durante outros momentos e ciclos. Não deixando que as coisas do passado o identifiquem de uma forma estacionária, sempre tem algo que dá para melhorar no que somos e no que fazemos.

O caráter pedagógico da vida frase interessante que ouvi, deve estar sempre presente na condução de nossa existência.

Este ciclo da vida deve acompanhar as estações da alma, tem o inverno e tem o verão, interessante é não ver apenas as perdas e o sofrimento que possam ocorrer, mas também contemplar a vida. É um caminho que inclui o otimismo, a resiliência com plasticidade porque é um processo que tem idas e vindas. Num processo de repetição que sem dúvida necessita de vontade e constância.

Ele não ocorre de repente ele vem se mostrando aos poucos, melhor não os ignorar, é um outro momento que se for pensado e planejado com cuidado e com certa antecedência ajuda muito no êxito para que possa transcorrer com alegria e felicidade. Com disposição para enfrentar as surpresas que a vida nos propicia.

Como espíritas devemos planejar o envelhecimento para que a vida ainda tenha flores e alegrias não só doenças e decepções. Muitas vezes neste período, já aposentado profissionalmente, no entanto não constitui se aposentar da vida.

 Enquanto houver vida, mais motivo para se viver - vá em busca. Se sinta ativa. Entrar neste ciclo não é desistir da vida, talvez amenizar em vários aspectos, mas um fator importante é manter a curiosidade, estar ligado nas atualizações do mundo é fundamental.

Cláudia - Albacete - Espanha


“A mudança está sempre presente não temos como ficar estacionado em uma estação da vida”.

 As escolhas devem estar num quadro possível não é necessário seguir padrões em realizar isto ou aquilo, mas faça alguma coisa. Afinal você chegou até aqui não por acaso, você tem uma história, tem experiencia, tem um acúmulo de possibilidades e alguns talentos que podem ser mais bem desenvolvidos em questão a disponibilidade temporal ou empregados em outros situações.

Podemos direcionar o percurso. Talvez que mais norteia filtrar o que é essencial, ter foco. Não precisamos atender os padrões, não há uma única rota, podemos navegar não somos “marionetes do destino” podemos direcionar o percurso da forma possível.

Esteja aberto as novidades. Se reinvente. Aprimore seus conhecimentos. Renove contatos, se necessário peça ajuda muitas vezes.

Seja positivo, tudo na vida é um exercício, um caminho, um percurso que as estações da vida devem acompanhar. Isto tudo pode ser obvio, há muitas publicações sobre este tema, mas sempre é bom refletir e pensar em que momento você está.

Este artigo foi publicado no jornal ABERTURA de junho de 2024

Baixe aqui:

https://cepainternacional.org/site/pt/cepa-downloads/category/42-jornal-abertura-2024?download=306:jornal-abertura-junho-de-2024


 

terça-feira, 30 de abril de 2024

Hora da colheita no sentido de atingir metas por Cláudia Régis Machado

 Hora da Colheita por Cláudia Régis Machado


         Ano passado escrevi um artigo intitulado Metas, onde coloco que estas para mim têm um caráter instrutivo e são uma excelente forma de estabelecer um roteiro, um rumo no seu viver.

      Importante que sejam simples, objetivas e realistas trazendo objetivos claros, aproveitamento efetivo para vida e para trajetória evolutiva. Este enfoque tem respaldo na visão espírita onde utilizamos a existência-para aprender, servir e crescer.



     As pessoas que ainda estão na ativa profissionalmente talvez a questão das metas esteja mais presente, mas aqueles que não estão, é também interessante ter objetivos precisos a cumprir com prazos mais elásticos ou não, pois somos acometidos muitas vezes pelas tarefas do dia a dia ou pelas intempéries da vida como doenças, envelhecimento ou outras situações que possam vir a ocorrer, entramos no modo automático e nos perdemos com outros acontecimentos e assuntos.

         O relevante é escolher o que está em primeiro lugar, o que mais importa e agir sobre isso.

        No início do ano há vários artigos que destacam esse ponto - definir metas- mas gostaria de ver este assunto por outro ângulo, o da avaliação das coisas realizadas ou não, ao longo do ano, da semana ou do mês. Mas sugiro um exame com o olhar de apreciação do que fizemos de bom. Muitas vezes deixamos de valorizar as nossas conquistas porque o desapontamento realmente existe quando observamos o rol de metas não alcançadas, nos incriminando por não termos feito a coisa pensada com esforço e empenho.

    Porém neste artigo proponho aproveitar o início do ano para listar as coisas boas, os momentos especiais, os desafios conquistados e superados, o que você pôde assumir ao longo do ano, os momentos felizes com a família ou com os amigos, as realizações pequenas, mas que foram de ajuda para aqueles que as necessitavam.

    Podemos ainda colocar neste rol os eventos legais que aconteceram e que nos fizeram pensar e que trouxeram transformações pessoais ou sociais, os momentos que levaram às transições necessárias ou desejadas, os  itens que aprendidos e as coisas que foram abandonadas para termos uma vida mais simples e prazerosas. Comunicou-se melhor, teve mais cuidado com seus relacionamentos, foi mais afetivo ou carinhoso, desenvolveu uma habilidade? Todos esses pontos também interessantes e importantes para serem relevados.                                                                                                                            

    Seja cordial com você mesmo e celebre as pequenas felicidades que atravessaram seu caminho. Sentir orgulho de quem somos tudo isso como um presente amoroso e generoso para comemorar o quanto você pode evoluir.

     O processo pode ser satisfatório quando você entende que a felicidade pode estar no caminho e não só no destino final que transcende o período de uma análise anual.

     É muito bom saber que todo este olhar e reflexão pode ser embasado na Doutrina Espírita que nos traz abertura suficiente para enfrentar a vida e os momentos que dela advém com alegria, tranquilidade e consciência da importância da evolução, do servir, do ajudar. Compreendendo que o esforço, o empenho pessoal, têm resultados positivos no progresso e engrandecimento individual.

     Que o último ano – 2023 -  lhes tragam boas recordações!


Este artigo foi publicado no Jornal Abertura de janeiro - fevereiro de 2023, quer ler todo o jornal?

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quarta-feira, 27 de dezembro de 2023

A cultura do bom exemplo por Cláudia Régis Machado

 

A cultura do bom exemplo

O título “A cultura do bom exemplo” veio do editorial da revista Vida Simples que o abordou focando o ambiente profissional e me motivou a escrever e não poderia trocá-lo tal a abrangência que ele contém e a possibilidade de explorá-lo também na Doutrina Espírita.

O exemplo tem um papel de grande importância para a estruturação psicológica, comportamental e espiritual do ser humano. Tanto o bom como para o mau exemplo, pois o início dos nossos comportamentos veem da imitação que fazemos das figuras parentais e do ambiente que nos cerca.

"Pense sempre além do imediato"


Nossas primeiras figuras tem um apelo muito forte no qual queremos fazer igual ou semelhante. É a bagagem familiar, aprendemos a agir vendo alguém  agir, observando casos reais.

Daí enquanto pais, avós, tios ou pessoas comuns é de grande valia nos preocuparmos com nossas atitudes, pensamentos e comportamentos nos círculos que vivemos e atuamos com responsabilidade daquilo que estamos transmitindo àqueles que convivem com a gente, seja no campo familiar, profissional  ou social. Quando escrevemos também somos alvos de todas as colocações que fizermos.

A cultura do exemplo é uma força capaz de moldar muitas vezes a identidade pessoal e social de um indivíduo assim como fortalecê-la. Pois o exemplo é a imagem viva que inspira aqueles  que estão em processo de aperfeiçoamento, tornando a ideia possível, se o outro pode conseguir porque eu não.

Na formação moral, o exemplo serve como inspiração, é guia, força, uma luz que incentiva a seguir o bom caminho porque a estruturação moral não é uma tarefa fácil, é um exercício diário contra as vicissitudes e adversidades da vida e isto traz fortaleza interior.

As figuras que são um exemplo devem ser exaltadas na sociedade porque são provas viva de que homens podem  alcançar sua melhora e evolução com um estado de espírito forte, com esforço e dedicação. Necessitamos dessas figuras que são modelos a serem seguidos, Jesus por exemplo, suas obras, mensagens e a sua maneira de ver o mundo foram deixadas para que ajamos melhor e com maior equilíbrio.

O exemplo faz parte da vivência terrena e representa um papel de muita importância na construção do sujeito ético.

Podemos aqui falar da ética espírita que é construída a partir dos preceitos espíritas que vem naturalmente da sua filosofia que bem assimilada gera comportamentos mais harmônicos e um bom proceder. Fundamental que o espírita  incorpore em suas atitudes o saber de que somos espíritos imortais, em evolução contínua e dinâmica necessitando reformulações, adequações e novos aprendizados para o desenvolvimento de potencialidades.

A busca de valores espirituais: respeito, gentiliza, bem-estar, integridade, humanidade, alguns entre outros valores que fazem parte da nossa natureza espiritual; valores que devem levar ao amadurecimento dos espíritos quando impressa em todas as nossas ações e nossos pensamentos .

Algo significante e valioso é agirmos de acordo com o nosso discurso  o que não nos faz santos, mas nos torna verdadeiros.

Falamos em cultura porque tem poder abrangente, tem energia e intensidade para abarcar e multiplicar ações principalmente no caso dos bons exemplos. Cultivá-la faz com que  se transborde do nosso cotidiano para todos os espaços e situações, criando uma rede de atuações quando compartilhamos com os entes queridos, incentivando hábitos saudáveis, com a capacidade de moldar a atmosfera pessoal  e o lugar em que vivemos.

Qualquer um pode escolher aperfeiçoar-se moralmente a exigência mínima é o querer.

Dentro da Espiritismo o exemplo é bastante exaltado no campo moral. Atua no campo interno quanto a mudanças de critérios e objetivos, mas também na ação direta, o que cada um pode fazer com os exemplos observados.

Os exemplos são fatores externos que provocam repercussão, que nos mobilizam para de reestruturarmos nossos níveis mentais e motivacionais. E com isto só teremos benefícios concretos pois produzimos ambiente agradável para viver, enriquecendo nossas vidas bem como nossas relações ficam mais leves e equilibradas. Saber que servimos de exemplo também nos traz muita satisfação.

Portanto o exemplo é uma força que repercute. Nossas atitudes inspiram atitudes, quer seja do bem como do mal.

“Pedra jogada em um lago criam ondas que reverberam muito além do ponto de origem”.

Gostou do artigo?

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sábado, 14 de outubro de 2023

A história de cada um - por Cláudia Régis Machado

 

A história de cada um

 

Todas as pessoas têm uma história de vida e, na concepção espírita das múltiplas encarnações, compreendem que já tiveram vários existências no percurso de sua evolução que por suposto tem muitas histórias de vidas que se traduzem, se mostram na sua existência atual.

Creio que aquilo de importante que se construiu na trajetória evolutiva como espírito  não se perde e fica armazenado no seu interior e se exprimirá em síntese na vida presente, o que  leva de forma progressiva a definição de sua estrutura.



“Cada encarnação é um novo começar, mas ninguém e, propriamente, novo”. Somos uma construção que foi desenvolvida através das vidas sucessivas, mas que nos primeiros anos de vida é esquecida para dar espaço para novas experiências, para educação e novas realidades que ao longo do processo vai desconstruir aquilo que não é mais satisfatório, que não atende a nova realidade, ressignificando e reajustando sua estrutura. Tendo um novo olhar para esse “eu” mais intrínseco.

Construir e desconstruir, ressignificar e significar são movimentos realizados pela introspecção e honestidade que proporciona uma investigação interna, visando equilíbrio e harmonia pessoal e relacional.

Muito se fala de autoconhecimento que não é um processo fácil e, uma maneira, não a única, que ajuda a conquistar é escrever o que se aprendeu com os erros e acertos, como estes impactaram e que rumos foram tomados a partir daí, se aproveitaram ou não o que foi oferecido, quais os sentimentos advindos das vivencias, relatos desses sentimentos, como nasceram as oportunidades e possibilidades por conquista de esforço e desempenho. Como enfrentou as circunstâncias, as intempéries e as situações inusitadas que a vida lhe trouxeram. A palavra pode ser a mão que conduz o olhar para  dentro de nós mesmo.

Quando escrevemos nos envolvemos de tal forma e entrando no fluxo da escrita podemos  conectar e também reconectar com partes de nós mesmos. É um instrumento de crescimento fazendo romper com os limites de situações sedimentadas.

Reforçando o registro de vários aspectos da encarnação favorece um mergulho interno e  dá subsídios para entender melhor angústias, alegrias, tristezas, memórias infantis, ganhos, sucessos e insucessos.  A escrita pode também ser um momento de desabafo deixando o caminho vivencial menos penoso. Se algo já que não se encaixa na narrativa que estamos construindo, talvez seja hora de deixá-lo de lado

Toda esta ação é  para sermos protagonista da narrativa da nossa existência  já, que estamos acostumados a pensar que a influência sobre a nossa história não está em nosso controle.

Esta preleção que advém muito dos conceitos da Psicologia nos ajuda a nos conhecermos melhor e a fazer uma revisão constante daquilo que somos, do que poderemos ser. Com isto evoluir, crescer como espírito, questão que requer muito trabalho e esforço.

Acrescentando ainda, este procedimento acarreta maior clareza em relação ao enredo que desejamos para a história de vida e também elementos para tornar mais fácil escrever novos capítulos.

Lembremos que cada dia é uma oportunidade para adicionar novos elementos a história de vida: uma pitada de alegria, uma profunda tristeza, um desafio aparentemente impossível de resolver, uma história de amor para aquecer os corações. Além de muitos encontros, desencontros “.

E isso se faz com muito autoconhecimento, conversas, trocas, decisões e desapegos. Sendo a própria fonte principal de informação, embora não necessariamente a única.

Importante associar este ato como um cuidado das coisas do espírito num comportamento dinâmico e com a possibilidade de pensar a história de vida como um processo sempre de construção, buscando novos sentidos para vida ou para aspectos dela com ressignificação constante.

Alcançando uma narrativa original e criativa de própria vida.

Gostou do artigo - foi publicado no jornal Abertura de outubro de 2023, quer ler o jornal completo?

Baixe aqui - em pdf e gratuito.

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terça-feira, 8 de agosto de 2023

A Delicada questão do sexo e do amor - Livro de Jaci Régis por Cláudia Régis Machado

 

A Delicada questão do sexo e do amor

Motivada pelo XVII Fórum do Livre Pensar da Baixada Santista cuja o tema central foi Reflexão sobre o Amor e no qual Alexandre Cardia Machado diretor do ICKS e redator chefe deste jornal fez uma preleção a respeito do conteúdo do livro “A delicada questão do sexo e do amor” de autoria de Jaci Régis resolvi fazer uma resenha dele, para que o público leitor do Jornal Abertura tenha a oportunidade de conhecer mais sobre o livro e encará-la como um convite a leitura.


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O livro como diz o título  expõe a importância sobre a sexualidade e as relações afetivas que estão presentes em nossas vidas  e como isto é complexo e delicado quando discutimos e vivenciamos. Muitos temas pertinentes a questão do sexo e o amor são abordados como exemplo: o amor pleno uma construção que pede aperfeiçoamento, os impulsos emocionais, os desvios comportamentais, a virgindade, o sexo precoce, o homossexualismo e  a insatisfação sexual, a questão da normalidade versus a dignidade, o orgasmo, a masturbação, a sexualidade e as fronteiras do prazer entre outros.

Assuntos estes analisados com muita clareza e profundidade, levantando pontos relevantes, concretos e reais e acima de tudo como estes impactam de maneira positiva ou negativa em nossa existência pessoal e relacional já que ele se faz mais presente no comportamentos interpessoais.

A visão humanista e espírita do autor aliada à sua experiência na clínica psicológica dão um olhar especial, pois ele vê o ser humano na plenitude material e espiritual.

O livro interessa a jovens, pais, educadores  e estudiosos. Escrito em linguagem objetiva, acessível e direta traz questionamentos e muito material para reflexão pois como diz o autor “sexo e amor perpassam músculos nervos experimentam expansões, restrições repressões. Mas são fundamentalmente expressões da alma, fluindo neste complexo espiritual e físico, que constitui a pessoa humana”.

Um destaque foi a vanguarda de trazer à baila estes temas em um livro espírita, quando no contexto espírita havia dificuldades em explaná-lo livre de preconceitos morais, mostrando a realidade vivencial de cada indivíduo, sendo espírita ou não. Sexo e as relações afetivas são assuntos que dominam o pensamento e as conversações são atemporais pois fazem parte do ser humano e as contribuições do autor ajudam a pensar sobre eles, isto colocado de uma forma lucida, equilibrada sem falsos moralismo. O autor faz uma análise não condenatória, mas entende a realidade que o ser humano vive em reação emotivas do sexo e do amor.

Vimos que a sexualidade livre tem seus problemas exige ponderação, daí a preservação dos princípios é um contraponto às exigência dos desejos e instintos, pois dão um sentido saudável um norte para estas questões que são frágeis.

Um ponto que merece atenção é quando expõe sobre  normalidade que esta não pode ser  estabelecida aleatoriamente nem como forma de discriminação, destaca a importância de ligarmos normalidade com dignidade são instâncias sutis, mas perfeitamente concebíveis e praticáveis. Na vida real a normalidade comporta uma gama de variáveis que expressa, a diversidade dos caracteres e dos valores culturais das pessoa e da sociedade.

Este capítulo é muito bem explorado porque levanta itens que nos vem à mente quando analisamos a realidade.

Termina o livro falando mais especificamente do amor dizendo que a criatura humana, não consegue defini-lo, mas assim mesmo sabendo que ele existe.

O autor não separa a sexualidade da afeição. Amor é força criadora necessário educar os sentimentos, orientar a afetividade canalizar as energias animais.

Sexualidade é uma delicada questão da alma que busca caminhos  mais sadios e satisfatórios para entendimento da emoção humana.

Seu foco é o amor possível, o humano, que é algo bonito, muitas vezes conflitivo, caótico que impulsionado pela vontade se constrói e não poderia terminar o artigo sem reproduzir as palavras do autor tão definitórias.

Apesar de tudo é a parte mais sadia, a melhor parte do nosso universo afetivo. Somente o amor abre uma  porta de felicidade, mesmo transitória para alma.

Vemos o amor como um fluxo sadio, construtivo autêntico pois só ele permite o ser sair de si, rompa sua solidão e partilhe qualidades interiores com o outro.

A certeza do amor iluminará a esperança do amanhã.


Publicado no Jornal Abertura de maio de 2023 - Baixe aqui:

https://www.cepainternacional.org/site/es/component/phocadownload/category/31-jornal-abertura-2023?download=232:jornal-abertura-maio-de-2023


sexta-feira, 17 de março de 2023

DESAPEGA (como deixar um problema) - por Cláudia Régis Machado

 

DESAPEGA

A palavra desapegar é muito usada para expressar a ideia de desprender, desligar, distanciar e pode ser utilizada tanto para situações e bens materiais como para comportamentos, atitudes psicológicas, visão do mundo etc.

O desapego pode ser visto como deixar um problema, que atrapalha a dinâmica da vida, pois quanto mais o seguramos, de leve torna-se pesado. É pensar no que podemos simplificar naquilo que incomoda, no entanto neste artigo vamos explorar mais no campo do estilo de vida, o modo que conduzimos nossa existência.



 Uma expressão, talvez, se encaixe melhor nesta abordagem ‘Abrir mão do que não nos preenche mais” pois parece mais completa para o nosso enfoque.

Uma premissa para discutirmos este tema é ter consciência que viver é estar em constante transformação elegendo o que é mais relevante para uma jornada vivencial positiva. A essência da vida é o movimento, a evolução, o crescimento do ser, daí as mudanças estarão sempre presentes.

Olhando para os caminhos percorridos devemos levar em conta que é da natureza do comportamento humano nos sentirmos saudosos das coisas vividas, porque é a história de vida de cada um e porque trouxeram bons resultados deixando-nos adaptados. E na zona de conforto.  

Muitos ”chamados” da vida pedem para abrirmos mão de muitas coisas que não nos preenchem mais como: fim de um ciclo da vida, amadurecimento, maternidade, paternidade, aposentadoria entre outras coisas. Cenários que diversas vezes nos colocam face a face com a necessidade de transições para tornar a existência mais significativa e gratificante com maior qualidade.

” Todo fechamento de um ciclo é uma passagem para uma nova abertura”.

Neste caso, falamos em desapego de estilos de vida que contém comportamentos e atitudes que não tem mais o porquê de serem reproduzidos, pois não trazem felicidade, empatam a vida, não promovem alegria e fazem a vida sem graça.

Importante ressignificar nosso estilo de vida, olhá-lo sob novas luzes. Vislumbrar a vida com nova perspectiva porque a antiga não nos serve mais, não tem maior significado, só há perda de tempo e energia.

O ser humano tem padrões de comportamento que se repetem e geralmente nos viciamos nos caminhos automáticos quebrá-los não é fácil, entretanto alguns acontecimentos como os que foram citados anteriormente desencadeiam, provocam movimentos de renovação.

Em qualquer idade devemos nos enxergar como criadores de novos modos de ser e viver. Sair em busca de coisas que novas que correspondam às novas necessidades.

Acorde sua imaginação, interessante conversar com projetos novos com calma não se espantando com as crenças limitantes – “isto eu não consigo”. Abrir mão é uma escolha que deve estar alinhada a quem somos e queremos ser. Não é uma busca desenfreada e sim entender o que é necessário, o que importa.

Nesta nova busca é fundamental incluir sempre a perspectiva espiritual que amplia, aprofunda a dimensão da nossa realidade.

 Abrir mão pode ser visto como uma oportunidade de entender que “algo precisa terminar para a existência continuar a florir”.

Toda essa reflexão tem um paralelo com a Doutrina Espírita que vê o individuo como um espírito reencarnante com a chance de progredir, aprender para ser uma pessoa melhor sendo básico para isto ocorrer - mudanças - e com melhor entendimento podemos incentivar a procura, para estarmos melhores conosco mesmo e consequentemente com o mundo e com as outras pessoas.

Também podemos ver no desapego a lei de destruição que tem no fundo a mensagem: tirar algo para que outras coisas possam ser construídas e estruturadas.” É preciso que tudo se destrua para renascer e se regenerar o que é chamais de destruição não é senão uma transformação que tem como objetivo a renovação e o melhoramento dos seres vivos”.

Artigo publicado no jornal ABERTURA de novembro de 2022

Leia mais - Abertura novembro 2022: https://cepainternacional.org/site/pt/cepa-downloads/category/22-jornal-abertura-2022?download=206:jornal-abertura-novembro-de-2022


sábado, 4 de março de 2023

Educação Espírita - por Cláudia Régis Machado

 

Educação Espírita

Pais, professores e educadores preocupam-se com a formação das crianças. Ocupam-se  com o desenvolvimento da saúde - nos hábitos higiênicos, cuidados pessoais, alimentação etc. Com o desenvolvimento motor - nas habilidades manuais, na orientação espaço e tempo, etc. Com o desenvolvimento do pensamento -cognitivo, a inteligência e com o desenvolvimento emocional e afetivo e outros elementos.

Enfim, pensando em Educação, na formação do ser, está incluso a dimensão moral. O desenvolvimento da moralidade, que pode levar à espiritualidade visto aqui com o olhar espírita que trata de colocar em seu cotidiano a ideia de imortalidade dinâmica, da dimensão espiritual, de transcender o material em busca de algo maior. É sobre este tema que vamos nos concentrar.  



Moral, regras de boa conduta, “um conjunto de deveres, ou seja, de ações consideradas obrigatórias”.Compreender o que é certo ou errado. O que é bom e o que é mau para nós e para os outros.  Metaforicamente falando, as regras equivalem a mapas, e os princípios, a bússolas. É com as bússolas que se fazem mapas e não ao contrário. Mas como para a demanda dos princípios morais há necessidade de  maior complexidade intelectual para serem compreendidos, inicia-se isto nas crianças com  a introdução das regras. E é através delas que a criança pequena entra em contato com a moral. Chegando a valores, princípios que nortearão uma filosofia de vida.”

Os espíritas sabem que os filhos são espíritos vividos e trazem experiências e tendências próprias, mas que reencarnam para criarem um nova estrutura de personalidade e caráter para ajudar na formação dessa estrutura cabe desenvolver todas as potencialidades assim como princípios morais, a espiritualidade possibilitando que o espírito progrida, melhore e suplante ou equilibre as tendências trazidas. 

O foco aqui a Filosofia Espírita que tem o espírito na perspectiva da imortalidade, da evolução e o progresso constante e a existência de Deus

Muitos pais educam os filhos através das regras de bem conviver, de bom relacionamento, da generosidade, dos direitos e deveres, o que é um excelente caminho sem dúvida, mas não aprofundam na busca de respostas e compreensão de outras questões como buscar propósitos maiores, ver o mundo não só pelo lado material e a busca de  valores morais mais sofisticados, deixam de lado da espiritualidade, muitas vezes  esquecido ou deixado para segundo plano. Acreditam que a vida lhes ensinará. Outros não se sentem preparados não  tem em si isto  desenvolvido ou até tem,  mas não são firmes em suas convicções. Pensam em deixar quando a criança for adulta, formada para buscarem por si mesmo. Dando liberdade de escolha e decisão. Acreditam ser este um ponto de livre arbítrio e que cada um mais tarde sozinho pode optar e definir suas preferências. É um modo de ver e agir.

Mas há responsabilidades, esta é a missão dos pais e educadores lançar as bases, semear, como fazem em outras áreas do bem viver. ”Oferecer estruturas confiáveis e úteis que facilitem a sua orientação”.

Lançar sementes para que mais tarde desabrochem ou não. As crianças necessitam de educação, orientação, estímulo e reforço e subsídios para que possam crescer e florescer positivamente.

Muitos podem perguntar quando devemos começar este aprendizado?

Piaget coloca que a criança só vai conseguir seguir regras de viver bem as relações sociais quando se estruturam em regras- a partir dos 6-7 anos. E quando de forma cristalina há interesse em participar e atividades coletivas e regradas e procedimentos que contem regras.

Atualmente existem estudos que mostram que as crianças de 5 anos não é só um ser obediente, mas sim dotada de sensibilidade moral mais ampla embora inacabada.  “ Por volta dos 4 e 5 anos de vida as crianças começam a perceber que ao lado das coisas que fazem há aquelas que devem ser feitas”. Ela vai observar, seguir exemplos das pessoas afetivamente conectadas, experimentar simpatia pelos sentimentos dos outros, mas sem explicações racionais. Havendo uma fusão de medo e amor, simpatia e confiança responsáveis pelas “primeiras vontades de penetrar o universo moral e ser penetrado por ele” .Mais tarde por volta de 8 a 9 anos os princípios morais que demandam maior sofisticação intelectual para serem entendidos entram em cena.

Agora que sementes lançar? Cada família vai cultivar a filosofia que norteia a sua vida, os valores que seguem, as posturas, atitudes éticas e morais. Ter isso como base.

Os pais espíritas irão viver, falar e colocar aos filhos os princípios da Doutrina Kardecista.

Reforçando ainda a  necessidade de se desenvolver a moralidade deste de cedo é por compreender que é na infância que o indivíduo é mais acessível, maleável a aprendizagem. A doutrina espírita corrobora com este ponto porque neste período de inocência e do esquecimento do passado que cria um campo fértil para melhor aprendizado.

Os pais que conseguem ver a profundidade e importância da educação moral, devem incentivar asa crianças na participação DAE ações generosas, estimulando a compreensão das virtudes e suas práticas. Este compromisso é positivo quando feito de forma tranquila e amorosa.

Parece uma carga pesada, mas existe auxílio nesta tarefa. Uma dela é a Infância Espírita outras são  os livros, as revistas, as publicações literárias especializadas.

A Infância Espírita tem como objetivo de ensinar o Espiritismo como um todo e não mais só a evangelização. Mostrando a doutrina em todos os seus aspectos  fazendo ligação com a realidade da vida, com o dia a dia da criança. Muitos Centros Espíritas tem em sua estrutura o departamento de Infância Espírita

Na Infância Espírita o Espiritismo é transmitido de forma sistematizada organizada e prazerosa. Adequado a cada faixa etária. Neste ambiente também é a oportunidade de se empregar o que se aprender, já que o ensino é feito em forma de grupos o que convida à convivência aplicando-se os princípios de respeito, solidariedade, olhar o outro nas suas peculiaridades etc.

Este trabalho deve ser feito com amor, criando  laços afetivos entre os participantes. As pessoas ficam aonde se criam vínculos afetivos. E o importante é que os orientadores mesmo sem formação acadêmica demonstrem atenção e conhecimentos pedagógicos e psicológicos e de Espiritismo.

Necessário também integrar neste trabalho as famílias e é importante que estas apresentem disposição em se integrarem ao trabalho e não só delegar. O lar é a unidade social educadora por excelência.

O projeto da Infância Espírita deve ser dinâmico, moderno, ter uma linguagem adequada ao publico infanto-juvenil. Onde há criança, há energia em movimento, inquietação e curiosidade.

A Infância Espírita não é uma tarefa simples requer responsabilidade e seriedade no na ocupação que vai ser desenvolvida.

Seria de grande proveito que a equipe de pessoas voltadas a este ofício apresente alguns pontos como serem:

1.       Estudiosos do Espiritismo

2.       Conectados com a modernidade para fazer ligação da doutrina com a realidade prática da vida .” Antenados” nas descobertas do mundo, nos conhecimentos alcançados.

3.       Atualizados para motivarem e estimularem as crianças e os jovens que lá frequentam para  aprenderem Espiritismo e terem laços afetivos.

 Os livros espíritas para esse público também devem ser feitos de uma maneira atraente, atual, que estimulem as crianças a procurarem a leitura espírita como algo gostoso de se ler e aprender. Com este intuito eu fiz o livro” Kadu e o Espírito Imortal”. Procurei levar técnica, brincadeiras e  tarefas para que o leitor buscasse com seu interesse conhecer o universo espírita. Este livro pode ser utilizado como programa para o orientador na Infância Espírita, já houve experiências neste sentido e se revelaram positivas.

Kadu e o Espírito Imortal é um livro dinâmico que estimula  as crianças e os jovens  a lerem e descobrirem como é prazeroso conhecer a Doutrina Kardecista, sua história, seus princípios e a partir daí pensar, analisar, discutir e praticar. E como a ideia do Espírito imortal, a  imortalidade muda toda a visão de si mesmo e do mundo que os rodeia.

Na linha da Educação Espírita há também a Pedagogia Espírita que é uma proposta mais ampla, que levaria os currículos e método escolar ao verdadeiro fim superior o da formação integral e não só a instrução, mas dando uma diretriz segura para o uso da inteligência e o desabrochar da qualidade dos sentimentos. A utilização da filosofia espírita no sistema educacional.

Artigo foi publicado no Jornal Abertura de dezembro de 2022.

Baixe aqui:

https://cepainternacional.org/site/pt/cepa-downloads/category/22-jornal-abertura-2022?download=207:jornal-abertura-dezembro-de-2022


terça-feira, 25 de outubro de 2022

Levar a vida mais leve (Psicologia Espírita) - por Cláudia Régis Machado

 

Levar a vida mais leve

Certa vez atendendo um paciente este me perguntou o que fazer para levar uma vida de forma mais leve.

Como psicóloga, geralmente não temos uma resposta direta, nem dicas e citações, pois consideramos e levamos em conta muitos fatores e, como procedimento, sempre buscamos que cada um procure e encontre em cima dos questionamentos e colocações feitas, sua melhor forma de viver.



Não temos respostas prontas de como cada um pode levar a vida com mais leveza pois cada pessoa tem um perfil psicológico, uma estrutura emocional. Precisamos entender a razão e o porquê das perguntas, o que esta por trás da questão estabelecida.

Embora tenhamos uma postura empática, não é função do psicólogo, trazer verdades absolutas ou determinar o que o paciente deva fazer. No entanto nada é deixado de lado, toda pergunta é vista e olhado com interesse.

Sabemos que viver não é fácil, um desafio, uma aventura, de descobertas, aprendizado, erros e acertos. Viver é uma arte. A vida apresenta sempre situações que nos pedem ações para enfrentá-las e se possível resolvê-las.

Preocupar e preparar-se para determinados assuntos, como este “levar a vida com mais leveza” nos ajudam muito e, isto para que não fiquemos desestabilizados no enfrentamento dos momentos difíceis. Para que evitemos desequilíbrio mental-emocional ou mesmo desanimo e falta de coragem.

Com artigos, leituras, explanações e estudos espíritas podemos obter subsídios para discutir o assunto e, principalmente aplicar e colocar em prática, se assim o desejarmos ou conseguirmos.

A doutrina Kardecista nos dá base para encontrarmos um fortalecimento interior, energia psíquica. Fortalecimento este que nos facilita encarar a existência com tranqüilidade e responsabilidade. Seus conceitos para uma vida melhor, como maior significado e uma vida saudável estão espalhados por toda a Doutrina Espírita. Segundo Jaci Régis a “Doutrina Espírita facilita ao homem conhecer a si mesmo e compreender que depende de sua decisão comandar conscientemente a sua vida, seu próprio futuro”. O Espiritismo coloca que somos espíritos imortais criados simples e ignorantes em progresso, numa trajetória de construção do próprio ser para sermos espíritos melhores.

Mesmo com o conhecimento adquirido pelos estudiosos do Espiritismo, não podemos nos esquecer das idiossincrasias advindas: da história reencarnatória, do passado espiritual evolutivo, do perfil psicológico, da pressão familiar e do meio ambiente, que necessitam para construção do nosso ser, serem acomodados com a possibilidade de conseguirmos ter uma vida simples, com tranquilidade e com leveza.

Quando não nos sentimos satisfeitos e as inquietações afetivas nos afligem é bem positivo fazer uma autoanálise. Sabemos que somos imperfeitos, e necessitamos muitas vezes ter coragem e força para esse olhar intimo quando podemos nos ver realmente pois o objetivo sempre, é estar de bem conosco. Evoluir é a grande meta.

Dentro da Doutrina Kardecista vemos a reencarnação como chance de crescer espiritualmente e para crescer é necessário transformar o nosso modelo mental. Porém a mente humana é pretensiosa, há uma tendência de acomodação, da personalidade manter-se estática. Para sair do enredo mental, necessário se faz a ruptura da condição mental através de insights que podem dar abertura para uma nova perspectiva ou entendimento.

No entanto não podemos negar que existem pontos dentro dos perfis psicológicos que necessitam um olhar mais apurado e cuidadoso, pontos de autoconfiança, autoestima e problemas afetivos, definidos no campo da patologia psicológica, que pedem ajuda especializada porque sozinhos não conseguiríamos.

A possibilidade de ler artigos com vários apontamentos que nos auxiliam a levar a vida com mais leveza convém a todos sem exceção, pois necessitamos sempre de constantes cuidados e atenção; a vida cotidiana com seus afazeres e tarefas nem sempre nos permite muito tempo para conquista da leveza que desejamos e estes apontamentos servem como lembretes ou como uma “dieta para alma” expressão que li e cabe aqui.

Citamos alguns deles:

1.      Não leve tudo a sério o que não significa abdicar-se totalmente das tarefas diárias ou responsabilidades.

2.      Pare de transformar situações em problemas.

3.      Veja o lado bom; olhando além dos obstáculos, a análise de novas perspectivas pode tornar-se ilimitadas.

4.      Esteja cercada de pessoas boas podendo haver um ciclo de boas energias para serem trocados.

5.      Tenha momentos de alegria, prazer e mais bom humor.

6.      Auto compaixão ver as nossas dificuldades com acolhimento. Não é ter pena de si mesmo e ser permissivo e sim ter uma crítica gentil e carinhosa. Encorajando-se diante dos dissabores, a assumir riscos e tentar de novo.

7.      Você não precisa decidir tudo imediatamente várias coisas se resolvem naturalmente.

Importante encontrar propósitos e direções que nos encaminhem a uma vida mais leve, espontânea e divertida. Conquistando e recompondo-se energética e espiritualmente para uma vida mais plena.

Artigo publicado no jornal Abertura de outubro de 2022, na coluna de Cláudia Régis Machado - Pensando a Vida.

Gostou do artigo? Baixe gratuitamente o Jornal Abertura de outubro de 2022:

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sexta-feira, 10 de junho de 2022

Imortalidade em nossas vidas - por Cláudia Régis Machado

 

Imortalidade em nossas vidas

Cláudia Régis Machado

Às vezes pensar sobre a imortalidade nos parece algo distante que só pensamos quando estamos perto da morte. Mas como inseri-la em nosso dia a dia? Que comportamentos nos fazem expressá-la?



Primeiro o principal, ter o conceito que a imortalidade é dinâmica, não é um lugar, ou um estado do plano extrafísico. A Doutrina Espírita nos dá oportunidade junto do seu arcabouço estrutural de analisá-la de uma forma distinta da explicada pelo espiritualismo cristão, pois dentro da visão evolucionista que o Espiritismo nos propõe, de um continuum existencial, a vida se expressa e acontece em uma dimensão interexistencial no plano físico e extra físico Isto nos leva a perceber que a imortalidade não é estável. “A descoberta do plano extrafisico deu sentido à imortalidade e integrou as dimensões em que se manifesta o ser humano”. (Jaci Régis).

O conceito de imortalidade é de grande importância, o início, muitas vezes, para a compreensão da idéia espírita. Este é um do motivo que escrevi o livro – Kadu e o Espírito Imortal – livro infanto- juvenil que foi elaborado como um jogo, de idas e vindas para encontrar respostas e entender o fenômeno da morte, compreendendo assim a imortalidade de forma tranqüila, com leveza e de forma lúdica. O livro também é para adultos, iniciantes da Doutrina Espírita, que gostam de adentrar no assunto de um jeito ameno e pedagógico, que com certeza apreciariam, há no livro fatos da história do Espiritismo, sobre a mediunidade e outros pontos.

Mas voltando, o que a imortalidade propicia em nosso dia a dia?

Perceber-se imortal é um estado que é construído pouco a pouco na estrutura mental do espírito e, colocar em prática este estado é aprender a sua importância em nosso circulo de vivencia. Com isto seremos favorecidos, através de sua compreensão, um olhar, um sentir, um enxergar as coisas, os acontecimentos em nossas vidas e as pessoas do nosso redor com uma lente diferente.

Além do mais, e de suma relevância, levar a transformar nossa relação com os outros e também a visão de nós mesmos, porque a imortalidade dinâmica amplia a consciência de quem somos e o nosso papel e atuação no mundo e isto sem dúvida se reflete em nosso comportamento.

Esta é uma escolha que deve ser feita por nós todos os dias para que se torne um estado cotidiano e esteja presente em nossas reflexões e atitudes.

 Concretamente sabendo da existência do plano extrafísico, está demonstrado que somos imortais e sendo a vida um continum, o intercâmbio do plano físico e extrafisico torna-se presente onde as vibrações energéticas interligam e interagem. Como na manifestação da mediunidade de todas as ordens onde a comunicação com os amigos espirituais é uma realidade e nos fenômenos que sugerem reencarnação através da lembrança de sua vida pregressa.

Assim percebemos que ser imortal é real. “A imortalidade sinaliza a natureza espiritual do ser inteligente. Ela o define como um ente que permanece”.

A imortalidade se expressa também quando traz esperança para lidar com os conflitos da vida e quando amplia nosso ponto de vista para o futuro para a evolução espiritual.

Como coloca o Espiritismo- Ciência da Alma- o conceito de espiritualidade, de sermos espíritos imortais, atemporais em nossa estrutura de vida nos traz benefícios e responsabilidades.

O objetivo da Ciência da Alma é desenvolver a espiritualidade na estrutura da pessoa. Lutar para que a espiritualidade seja inserida como natural no comportamento humano, sendo assim, a “Imoralidade ganha um novo sentido e um novo horizonte, como a seqüência natural da pessoa além do fenômeno da morte”.

Lutar porque sabemos a significância desse conceito- sabemos aonde queremos chegar, mas há um caminho a percorrer , é preciso encontrar ferramentas, estudo, persistência, coragem para alcança- lo. É uma jornada para se viver melhor.

Artigo foi publicado no Jornal Abertura de maio de 2022.

Baixe aqui:

https://cepainternacional.org/site/pt/cepa-downloads/category/22-jornal-abertura-2022?download=174:jornal-abertura-maio-de-2022


 

segunda-feira, 30 de maio de 2022

O que é a vida - por Cláudia Régis Machado

 

O que é a vida?

 

Na filosofia espírita a vida corporal é a oportunidade para o espírito exercitar suas qualidades, desenvolver potencialidades, retratar suas condições vivenciais e acima de tudo um período de aprendizagem.

Para nós espíritas esse é objetivo de nossas vidas.

Para o Espiritismo realidade existencial inclui corpo físico, perispírito e espírito.

A vida tem uma dinâmica própria e podemos “construir o sentido da vida no viver quando fazemos ela ter significado ou valor.” Rodrigo Tavares Mendonça (psicólogo).

Parafraseando alguns versos da música de Gonzaguinha “O que é. O que é” destaco alguns que compõe nosso pensamento e inquietações sobre o que é a vida:



 

“A vida é viver. /

Somos nós que fazemos a vida, como der, ou puder ou quiser. /

Ela é maravilha ou é sofrimento. /

Ela é alegria ou lamento. /

Ela é luto ou prazer”.

 

Creio que a letra nos leva a pensar que os “ou” sejam uma escolha ou outra mas, na realidade nos movimentamos entre várias situações e sentimentos em momentos distintos, assim que um não exclui o outro.

Extraindo ainda da mesma música, o que completa aquilo que temos como pensamento

 

Viver e não ter a vergonha de ser feliz/

A beleza de ser um eterno aprendiz/

Que a vida devia ser bem melhor. E será/

Mas isso não impede que eu repita é bonita, é bonita é bonita/

É a vida.

 

Dando sequência podemos nos perguntar durante a trajetória da vida:

Como vivemos?

Quais os valores que comandam a nossa existência?

Qual o nosso olhar para o mundo e do nosso estar no mundo?

Quais atitudes que priorizamos em nossa vida? 

Questões estas que nos ajudam a dar uma condução, um sentido à vida.

 

“A vida sem reflexão não merece ser vivida” Sócrates.

 

 

Cada ser humano tem uma concepção própria acerca da vida, do mundo, do universo.

E essa concepção se manifesta nas atitudes, nos comportamentos, nos sentimentos. Na forma que levamos e direcionamos a nossa vida. Na maneira como enfrentamos acontecimentos como doenças, relacionamentos, mortes, perdas e trabalho. O dia a dia.

 

De acordo com Jaci Régis “A lei natural estabelece uma sequência fundamental para o desenvolvimento dos seres: sobrevivência convivência e produtividade.

O impulso agressivo estrutural do ser se transforma em vontade que garante a sobrevivência, em desejo que permite a convivência e a busca da felicidade o que cria uma produtividade capaz de propiciar o prazer.” Essa estrutura se manifesta como base na formulação da vida, da existência.

Tendo como fim a felicidade, ou seja, o homem busca vida boa e feliz.

“O prazer é a meta, na vida.

O sofrimento é transitório, eventual”. (Jaci Régis).


Este artigo foi ariginalmente publicado no Jornal Abertura de abril de 2022. Quer ver o jornal completo?

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