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terça-feira, 9 de outubro de 2018

A importância do Jornal Espírita Abertura – 31 anos influenciando o desenvolvimento do Espiritismo por Alexandre Cardia Machado


A importância do Abertura – 31 anos influenciando o desenvolvimento do Espiritismo


Se voltarmos no tempo, há 31 anos atrás, no mês de abril de 1987,  este jornal foi fundado com o objetivo de abrir um canal de comunicação para ideias espíritas não conservadoras, que tivessem como base o entendimento do Espiritismo como ciência, filosofia com consequências morias e não religioso.


Dedicou-se a criação e divulgação de eventos, coberturas jornalísiticas enfim uma série de ações que  hoje foram quase totalmente substituídas pelas midias eletrônicas, mas rápidas e que permitem a transmissão ao vivo e em cores.  Fotos videos ou transmissões ao vivo estão muito baratas, ou até mesmo sem custo algum.

Qual o nosso papel então nos dias atuais?

O que nos cabe é tratarmos os problemas socias, políticos e espirituais sob a ótica espírita, como se fossemos uma revista, com a reflexão que só o afastamento do fato diário permite.

Este tem sido o nosso foco. Contamos com articulistas que tem em comum o amor pelo Espiritismo moderno. Cada qual trás consigo visões de mundo um pouco distintas, o que permite uma pluralidade maior ao vaículo de comunicação.

Estamos na direção deste jornal há 8 anos, já produzimos 88 edições, após a desencarnação de Jaci Régis, ou 25% do total de edições do Abertura. Buscamos nos reinventar o tempo todo, a razão disto é que quase nada funciona do mesmo jeito que era em 1987.

Para dar uma ideia de como eram as coisas naquele tempo, eu, gaúcho e torcedor do Inter, para acompanhar o campeonato gaúcho, preciava subir no alto da Ilha Porchat, em São Vicente, para sintonizar a Rádio Gaúcha em ondas curtas, algo que parece, ao olharmos para trás, coisa do cinema em preto e branco.

Cláudia e eu casamos em 1985 e somente em 1989 conseguimos uma linha telefônica, isto porque antes mesmo de casarmos Cláudia já havia se inscrito na Telesp, para comprar uma linha, alguém hoje esperaria 4 anos por uma linha de telefone?

A comunicação entre amigos e colaboradores deste jornal que não viviam em Santos, era feita via carta. Estávamos vivendo o momento das diretas já. Na Europa a Alemanha estava dividida, desde o fim da segunda Guerra Mundial em Alemanha Ocidental e Oriental. Não havia ainda caído o muro de Berlim, cidade que estava dividida por um muro de 110 km de comprimento, acessada somente por via aérea, pois estava, o seu lado ocidental encrustrado em meio a Alemanha Oriental comunista. O mundo seguia em meio à Guerra Fria.

No campo da ciência espírita apostávamos nos avanços da psicobiofísica, por trás da cortina de Ferro, o que se demanstrou uma total ilusão. Os soviéticos faziam muita propaganda, mas de fato não estavam encontrando as respostas que buscavam, ou lhes interessavam.Quase 30 anos depois da queda a União Soviética, nada de prático surgiu, ou se apresentou neste campo do conhecimento.
Em 1988 tivemos a nossa atual constituição promulgada e agora, 30 anos passados, alguns de seus princípios ainda não foram regulamentados, mas muitos sim, temos o SUS – Sitema Único de Saúde, FGTS para empregados domésticos, estado laico, liberdade de crença e da imprensa, dentre muitos outros avanços.

O ICKS em 2017 apresentou um trabalho no 15° SBPE – Simpósio Brasileiro do Pensamento Espírita: Somos Progressistas? Que já divulgamos neste jornal, demonstrou como a visão espírita, ao menos em nosso grupo de ideal avançou, juntamente com o conjunto da sociedade emcampos de interesse como os direitos das mulheres, homossexuais, liberdade de gênero e muitos outros.

A sociedade está em constante mudanças, sempre haverão vanguardistas, excessos, reações, mas é o conjunto deste movimento que altera a legislação e por consequência, novos entendimentos socias são alcançados.

Como cada indivíduo tem uma história de vida, um trajeto familiar, cultural e também reencarnatório, teremos portanto pensamentos e ações distintas. Esta é a beleza da imortalidade dinâmica, conflitiva, litigante mas também transformadora.


sábado, 22 de agosto de 2015

BREVE SINTESE CRONOLÓGICA DA QUESTÃO RELIGIOSA – por Jaci Régis

BREVE SINTESE CRONOLÓGICA DA QUESTÃO RELIGIOSA – por Jaci Régis



1979

Creio que posso dizer que o inicio de tudo começou em setembro de 1979 quando lancei no jornal Espiritismo e Unificação, a campanha da Espiritização.

1980

Nas edições seguintes, no ano de 1980, o tema da Espiritização esteve presente, inclusive com adesões e rechaço.
Já em setembro desse ano foi sugerida uma Campanha Nacional pela Espiritização
Em seqüência, na edição de Novembro de 1980, escrevi um artigo com o título:
Espiritismo religioso. existe isso?

1981

No ano de 1981 prossegui com a idéia da Espiritização.

1982

Também em 1982, o tema da Espiritização continuou.
Maio de 1982 – publiquei artigo do Krishnamurti “Polêmica Espírita”.

1983

Artigo do Krishnamurti “O Discurso de Abertura”, analisando o discurso de Kardec de novembro de 1868.
Artigo “Kardec afirmou que o Espiritismo não é religião”.

1984

Dezembro de 1984 – fórum debate religião espírita –  na sede da Federação Espírita do Estado de São Paulo entre eu e Heloisa Pires.

1985

Publiquei uma coluna sobre a questão religiosa durante alguns meses,
Lançado o livro “O Laço e o Culto” de Krishnamurti
Foi apresentada a Chapa Unificação Hoje, para a diretoria da USE, com a candidatura de Henrique Diegues à presidência.
Editorial do Boletim da Federação do Rio Grande do Sul sobre a questão religiosa

1986

Participação ativa de Ciro, Jaci e Miguel na elaboração do 7º Congresso Espírita Estadual, realizado de 22 a 24 de agosto de 1986.
Centros ligados à UMES pedem definição não religiosa

1987

Realização do 7º Congresso Espírita Paulista1896:

Comentário

A discussão sobre o Espiritismo religioso, mobilizou muita gente, pró e contra. Artigos, cartas, editorais, foram publicados em vários jornais e realizados fóruns e debates.
A apresentação de uma chapa notoriamente não religiosa, para a diretoria da USE foi o ponto culminante da reação do sistema.
A situação cresceu quando a UMES de Santos e a 4º UDE, representadas por mim e por Ciro propôs e conseguiu a realização do 7º Congresso Estadual, que foi, afinal, o ponto de ruptura final.
A direção da UME de Santos foi praticamente destituída pela Diretoria da USE, DEIXAMOS A Dicesp, que criamos como parte da UMES como editora do jornal Espiritismo e Unificação e de livros.
Embora se tenha veiculado que existia o “grupo de Santos”, na verdade era eu, Jaci Regis, o único componente.
Vários espíritas contribuíram como Ciro Pirondi, Egydio Regis, Marcos Miguel, Krisnamurti C. Dias do nosso lado e vários do outro lado.

1988


Deixamos a direção do jornal Espiritismo e Unificação, no mês de fevereiro.

Note: Artigo publicado no jornal ABERTURA - maio 2015 - obtido das anoações pessoais de Jaci Régis

terça-feira, 23 de junho de 2015

Corrupção: Doença com residência na alma - Por Jacira Jacinto da Rocha

Corrupção: Doença com residência na alma.
19/3/15: Operação Implante
19/3/15: Operação Boneco

Jacira Jacinto da Silva

Não se alcança fácil a corrupção para extirpá-la da sociedade. Em se tratando de doença com residência na alma, pertencente ao conjunto de valores imateriais do ser humano, que não se modifica, tampouco se burila por meras deliberações, haveremos de construir um novo padrão de educação, em que as ações de pais, educadores, políticos e formadores de opinião, reflitam lições! Conversa fiada não serve.



Vivemos tempos difíceis, ou tempos melhores? O mundo está progredindo, ou estaria regredindo? É natural que muitas vezes nos bata um desânimo danado e que em muitas ocasiões cheguemos a pensar que a lei de evolução não se confirma, ou que Kardec se equivocou ao negar a possibilidade de regressão da evolução espiritual.
O cenário político nacional é espantoso, chocante, assustador, diríamos! Quando poderíamos imaginar assistir ao vivo e a cores nossos representantes políticos fazerem suas negociações e barganhas às escâncaras, na frente das câmeras de TV, diante de jornalistas, declarando sem pudor as razões dos seus ardis mais desprezíveis, sob a capa do interesse público? Pois estamos vendo, diariamente. Basta ligarmos a televisão, abrirmos a revista ou o jornal e nos deparamos com essas possibilidades.
O mundo virou pelo avesso? Parece que não; ao meu ver, com o máximo de respeito a quem pensa diferente, estamos sendo mais transparentes, desenvolvemos mais mecanismos de acessar informações, a vida dos representantes políticos está menos obscura, já não permitimos mais tanto autoritarismo, temos sede de informações sobre tudo; enfim, estamos evoluindo!
O mundo está melhor hoje do que já foi no passado, sem dúvida, e a lei do progresso se confirma, na minha limitada visão. Mas, claro, nós estamos bem devagar; atrasados, cheios de egoísmo e dificuldades para superar.
Propõe-se trocar a Presidente da República, e seria maravilhoso se com esse gesto baníssemos a corrupção do nosso país, mas, lamentavelmente não atingiremos esse patamar com tal gesto. E se numa só tacada trocássemos também todos os representantes das Casas Legislativas, Senado e Câmara dos Deputados? Ainda assim não daria. Mas poderíamos, então, substituir os nossos representantes dos três poderes, do Executivo, do Legislativo e do Judiciário. Hum! Que pena, ainda não daria certo. Mas, e se nós mudássemos os representantes políticos do Executivo, do Legislativo e do Judiciário das esferas Federal, Estadual e Municipal, em todos os Estados e todos os Municípios? A razão nos diz que não adiantaria e que a corrupção seguiria sendo um câncer da nossa sociedade.
É possível fazer essa afirmação com facilidade, pois num só dia, 19/3/2015, enquanto o noticiário se dividia entre as várias novidades do cenário nacional, a Polícia Federal efetuava inúmeras prisões decorrentes de duas operações, denominadas “Implante” e “Boneco”, envolvendo pessoas outras, que não pertencem aos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário. Segue um resumo:

Implante: Caxias do Sul/RS – A Polícia Federal, em parceria com a Receita Federal, deflagrou nesta manhã (19/3/2015) a Operação Implante com objetivo de combater um esquema de fraudes no Imposto de Renda da Pessoa Física. Investigações apontaram o funcionamento de um esquema de fraudes, no qual despesas médicas fictícias eram inseridas na Declaração de Imposto de Renda de Pessoa Física – DIRPF, com a finalidade de reduzir o imposto a pagar e obter restituições indevidas. Apenas em despesas odontológicas e médicas, estima-se que a fraude ultrapassa R$ 1,5 milhão.

Boneco: Rio de Janeiro/RJ – A Polícia Federal, o Ministério da Previdência Social-MPS e o Ministério Público Federal deflagraram hoje (19/3/2015) a Operação Boneco para desarticular uma quadrilha que fraudou o INSS em mais de R$ 7 milhões. Numa primeira etapa, os servidores envolvidos da Previdência Social concediam benefícios fictícios, ou irregulares para pessoas que não faziam jus. Algumas vezes, o LOAS era concedido a pessoas inexistentes utilizando-se documentação falsa.
A segunda célula era responsável pelos saques dos benefícios previdenciários irregulares. Idosos eram recrutados e se faziam passar pelos verdadeiros beneficiários para fazer o saque nas instituições financeiras. Cada idoso assumia até mais de dez identidades diferentes, recebendo uma quantia fixa para cada saque efetuado. Os idosos eram tratados pela alcunha de “boneco”, daí a origem do nome da operação. O prejuízo, apenas dos mais de 350 benefícios identificados, chegava a superar o valor mensal de R$ 200 mil. A PF estima que a quadrilha lesou o INSS em mais de R$ 7 milhões.


Vi com certa surpresa pessoas reagirem agressivamente contra Marina Silva pelo fato de ela ter declarado que a corrupção não é um problema desse ou daquele político, mas de todos nós. Houve quem dissesse, até com manifestação odiosa, que não tinha nada a ver com isso.
Ouso dizer que a corrupção é sim problema de todos nós, pois se trata de doença crônica, com sede na alma, vulnerável a pequenas oscilações das “condições ambientais”. Dizem que ninguém tem imunidade absoluta, mas é certo que a filosofia espírita oferece muito bons antídotos. Particularmente, penso que a primeira lição espírita, sobre a qual deveríamos refletir diariamente, está na questão n. 913 de OLE. Dentre os vícios, qual o que se pode considerar radical? “Temo-lo dito muitas vezes: o egoísmo. Daí deriva todo mal. Estudai todos os vícios e vereis que no fundo de todos há egoísmo”.
É pelo nosso egoísmo e por nenhum outro motivo que aceitamos acessar todos os canais de TV por assinatura sem pagar nada, fazendo um simples “gato”; que reduzimos a conta de água ou de luz, colocando um desvio no relógio; que compramos um recibo de dentista ou de médico para reduzir o IR; que colocamos o valor do imóvel adquirido abaixo do valor real na escritura para sonegar o ITBI; que compramos produtos piratas; que fazemos caixa dois em nossa empresa; que registramos a empregada com valor menor do que pagamos; que furamos fila; que tentamos subornar guarda para evitar multa; que apresentamos atestado médico falso; que batemos ponto pelo colega de trabalho etc.
Sempre atenta ao direito do outro de pensar diferente, entendo ser sagrado o direito de contestar contra os abusos, mas precisamos nos educar antes de tudo. Quem pratica ato de corrupção (pequeno pode?) não tem o direito de exigir lisura do outro, nem mesmo dos seus representantes políticos. Presenciei pessoa que não paga seus impostos – eu sei, pois tem uma empresa e já me confessou o uso do caixa dois – participando do panelaço. Não tem moral.
A palavra, no meu entender, está com Leon Denis:

O estado social não sendo, em seu conjunto, senão o resultado dos valores individuais; importa antes de tudo de obstinar-nos nessa luta contra nossos defeitos, nossas paixões, nossos interesses egoístas.
O estudo do ser humano nos leva, pois, a reconhecer que as instituições, as leis de um povo, são a reprodução, a imagem fiel de seu estado de espírito e de consciência e demonstram o grau de civilização ao qual ele chegou. Em todas as tentativas de reformas sociais é preciso falar ao coração do povo ao mesmo tempo que à sua inteligência e à sua razão.
A sociedade não é senão um agrupamento de almas. Para melhorar o todo, é preciso melhorar cada célula social, isto é, cada indivíduo (o grifo é meu).
  
Um grande educador escreve para a eternidade.
Faço minhas as suas palavras, Eminente Professor.



Jacira Jacinto da Silva, juíza de Direito em São Paulo, membro do CPDoc, da CEPABrasil e cofundadora da Fundação Porta Aberta. É autora do livro Criminalidade: Educar ou Punir? que você pode adiquirir aqui no ICKS, através do email: ickardecista1@terra.com.br


quarta-feira, 20 de maio de 2015

A importância dos eventos livres pensadores por Alexandre Cardia Machado


Ainda retumba em nossa mente as interessantes palestras do 10° Fórum do Livre Pensar da CEPA – Baixada Santista, realizado em abril de 2015. Sempre um momento de reflexão sobre um determinado tema central, explorado sobre diversos ângulos. Nesta oportunidade foi o debate à respeito da intolerância.

No fim deste mês de maio, novamente outro grupo de espíritas laicos estarão juntos no Espírito Santo, no VII Fórum do Livre-pensar Espírita, sem adjetivo pois trata-se de evento nacional já realizado em várias cidades brasileiras, organizado pela CEPA-Brasil. Mais no fim do ano, de 29 de outubro a 1° de novembro, realizaremos a 14ª  edição do tradicional Simpósio Brasileiro do Pensamento Espírita - SBPE.

Alguns podem pensar, todos estes eventos não competem entre eles mesmos? A resposta pode ser, tanto sim como não, pois claro há uma influência ou interferência entre eles. Mas também amplia a oportunidade de divulgação do evento seguinte, mas sobretudo temos mais gente expondo, mais gente ouvindo e com isto as ideias renovadoras vão se multiplicando.

Os Fóruns são mais leves, não existe a obrigatoriedade de apresentação de um trabalho escrito, já o Simpósio, assim como nos Congressos da CEPA, existe um maior rigor com respeito à produção dos trabalhos.

Mas todos eles tem seu papél importantíssimo na consolidação e expansão do pensamento livre-pensador espírita.

O SBPE tem como maior legado a produção escrita de 196 trabalhos, nas 13 edições já realizadas, ultrapassaremos a barreira de 200 trabalhos este ano. Muitos trabalhos apresentados, defendidos e comentados pelos participantes, levaram seus autores a aperfeiçoá-los gerando muitos livros já publicados.


Assim que o melhor conselho é participe o máximo que possas, pois sempre há muito que discutir e consequentemente contribuir para o nosso aprimoramento, crescimento cultural e espiritual. Eles fazem bem ao cérebro, ao coração pois, permitem encontrar amigos queridos e, claro ao espírito.

Inscreva-se pelo email ickardecista1@terra.com.br no XIV SBPE

quinta-feira, 10 de julho de 2014

AUTO-CONHECIMENTO E DESENVOLVIMENTO DA CONSCIÊNCIA - Jaci Régis

A questão do autoconhecimento para o desenvolvimento da evolução consciente, proposta no Congresso da CEPA de Porto Alegre em 2000 é muito interessante e nos faz pensar diante de uma proposta tão globalizadora.

Em torno do tema, faço algumas reflexões que coloco à disposição dos que se interessarem por elas.




Introdução

Podemos definir a evolução consciente como a deliberação espontânea da pessoa em explorar suas potencialidades para determinar o ritmo de seu crescimento espiritual.

Já o autoconhecimento, que seria a base dessa evolução consciente, demanda uma auto-análise capaz de detectar as falhas mais evidentes no seu caráter e que se tornam impecilhos à consecução de seu projeto.

Segundo a Teoria Espírita da Evolução, o princípio espiritual evoluiu em segmentos mais elementares da vida antes de alcançar o nível hominal. Quando atinge esse nível hominal, tornando-se um Espírito, desenvolve sua auto consciência, que é a percepção de si mesmo como um ser distinto do ambiente. Entretanto, só se identifica como humano, só ganha uma identidade pessoal, na medida em que percebe a existência do outro. O outro é que nos identifica, nos torna humano.

Para o filósofo Hegel, a consciência só se transforma em auto consciência quando o ser desenvolve o desejo, como força propulsora do Humano, isso quando reconhece o desejo do outro.

“O que nos interessa para a explicação do desejo em Hegel é a passagem da Consciência (Bewusstsein) para a Autoconsciência (Selbstbewusstsein) passagem essa que é feita pelo Desejo (Begierde). Assim sendo para que o Desejo se torne humano e para que constitua um Eu humano, ele só pode ter por objeto um outro Desejo” (trecho de Freud e o Inconsciente de Alfredo Garcia-Roza, Zahar Editores, 1984, Rio de Janeiro).

Assim, a autoconsciência é um passo definitivo na identificação e consolidação do ser como ser humano, ou talvez mais precisamente, essa autoconsciência torna o principio espiritual num ser humano.

É o que nos ensina O Livro dos Espíritos.

190. Qual o estado da alma em sua primeira encarnação?

- O estado de infância na vida corpórea. Sua inteligência apenas desabrocha: ela ensaia para a vida.

191. As almas dos nossos selvagens estão no estado de infância?

- Infância relativa, pois são almas já desenvolvidas, dotadas de paixão.

191a. As paixões, então, indicam desenvolvimento?

- Desenvolvimento sim, mas não perfeição. São um sinal de atividade e de consciência própria, enquanto na alma primitiva a inteligência e a vida estão em estão em estado de germes.

Comentando a questão Allan Kardec diz: “as paixões são alavancas que decuplicam as forças do Espírito e o ajudam a cumprir os desígnios da Providência”

As paixões são a base da vida, como o é o desejo e tirá-los da alma é deixá-la vazia, atônita. Viver sem paixão é ser uma espécie de legume. Saber usar a força da paixão é o caminho correto na busca da espiritualização. Aceitar o desejo e transforma-lo em alavanca de realizações úteis e produtivas é sinal de inteligência e aproveitamento das energias do coração.

Na seqüência evolutiva, a paixão inaugura no ser o nível afetivo no conflito do Desejo com o Desejo do outro.





O Inconsciente Espírita



A possibilidade do ser autoconhecer-se, no seu sentido mais agudo, é bastante problemática.

A nível de consciência, nosso horizonte de autoconhecimento, é muito limitado, uma vez que nesse nível, a percepção pessoal é extremamente influenciada pelo princípio de autodefesa e pelos valores correntes, advindo da própria estrutura do ser, como das circunstâncias vivenciais do meio ambiente.

Desde que Freud constatou que a pessoa possui duas instâncias afetivas, o consciente e o inconsciente, verificamos que uma parte de nossa personalidade está oculta da consciência.

Ou seja, a totalidade dos sentimentos, medos, culpas e outros fatores que compõem a personalidade permanecem inacessíveis ao consciente, no jogo das realidades interiores e as expressões exteriores na vida da pessoa.

Reflito, todavia, nesse inconsciente dentro da Teoria Espírita da Evolução e os segmentos reencarnatórios que a compõe.

O ser espiritual constitui uma individualidade permanente, imortal e progressiva. Ele estrutura uma mente onde se localizam os conteúdos das experiências afetivo-racionais de sua vivência nos constantes processos reencarnatórios.

O processo evolutivo da individualidade espiritual é elaborado em cada segmento encarnatório, resultando uma penosa relação de aprendizado que se sedimenta como base de seu caráter. Considerando ainda que há a possibilidade de mudança de sexo em encarnações sequenciais, com todas as consequências dessa mutação orgânico-mental-afetiva, compreendemos que tudo isso compõe um quadro de difícil definição.

Em cada encarnação, essa individualidade se exterioriza no mundo corpóreo, atendendo os fatores hereditários e recebendo as pressões ambientais em que se localiza, criando uma personalidade apropriada para o momento vivencial que experiencia.

Entretanto, sua estrutura mental não se apresenta totalmente na consciência. Certos fatores de ordem afetiva na estrutura mental da individualidade, muitas vezes são negados na personalidade consciente.

Poderíamos pensar num inconsciente espírita para designar com propriedade o repertório mento-afetivo resultante das experiências significativas do Espírito em sua estrutura mental permanente. Aí seria o lugar onde se fixam os traços mnêmicos, com imagens e sensações correspondentes, residuais, da sua vivência. Essas vivências serão a base e se projetam na personalidade de cada encarnação como idéias inatas, tendências genéticas para alguns, personalidades complexas e sentimentos confusos.

Daí, na minha visão, ser difícil realizar um completo autoconhecimento, porque a construção da individualidade é realizada num processo helicoidal, na repetição de experiências, na fragmentação de sentimentos e composição de grades de insegurança, medo, autodefesas virulentas e patológicas que criam uma personalidade típica. Por isso a personalidade existencial é elástica ou rígida, às vezes pouco delineada, difusa. Essa a razão por na Psicologia existem muitas Teorias da Personalidade segundo as premissas de seus autores.

Em resumo, cada pessoa é uma individualidade espiritual definida em sua essência, mas complexa e inacabada em sua estrutura. E que se exprime na vida corpórea por uma personalidade que apresenta lacunas, retratando as complexidades do Espírito como unidade intelecto-afetiva, em processo de crescimento.



NR – Artigo original foi apresentado por Jaci Régis no XVIII Congresso Espírita Pana-americano, em 2000 na cidade de Porto Alegre. O trabalho integral pode ser acessado pelo site da CEPA - http://www.cepainfo.org/

segunda-feira, 3 de março de 2014

Ciência da Alma: O Espiritismo e a Psicanálise – Jaci Régis


Nota da Redação : extraído do trabalho apresentado em 1996 por Jaci Régis ao Comité Científico da CEPA no XVI Congresso Espírita Pan-americano em Buenos Aires – 12 de outubro de 1996.

Seria absurdo tentar encontrar similitudes formais, lineares entre Psicanálise e o Espiritsmo.

O Espiritismo é uma doutrina com objetivos moralizantes, éticos e possui uma estrutura definida filosoficamente, tentando dar sentido científico às suas propostas sobre a natureza espiritual do homem e da sua visão de mundo.

A Psicanálise se define como uma ciência psicológica, com estrutura própria e tenta equacionar o ser humano dentro de uma teoria e prática terapêutica e, extrapolando-a, uma visão de home e de mundo decorrente.

O homem é o objetivo tanto do Espiritismo, quanto da Psicanálise.
 
 
Foto de Jaci Régis

Seria incorreto dizer que a Psicanálise é materialista. Diríamos que, como as demais ciências do homem ela o vê dentro do prisma orgânico em que se manifesta no mundo. Entretanto, admite a existência de um estágio psíquico no homem e embora concebendo-o objetivamente, trabalha sobretudo em níveis de subjetividade ao tentar analisar seu comportamento a partir de instâncias psíquicas sem bases biológicas.

O Espiritismo pretende encontrar a razão do viver, a essência do homem em dimensões espirituais. Divide-o entre sua natureza de Espírito, como ser inteligente e seu corpo somático, que o define apenas enquanto encarnado, e sobre o qual não apenas tem a precedência como a sobrevivência.  Além disso, o Espiritismo olha o homem no presente como produto de uma série de experiências reencarnatórias.

A Psicanálise trata mais precisamente dos problemas neuróticos, dos desvios do comportamento, tentando fazer o homem internalizar-se para melhor desenvolver suas potencias, sem objetivos moralizantes ou espirituais, no sentido de permanência do ser após a morte.

Tanto o Espiritismo, quanto a Psicanálise tentam descobrir a razão do comportamento humano.

A Psicanálise localiza-se no universo da vida presente, buscando a razão dos desvios nas relações afetivas desenvolvidas na infância, embora reconheça que existem estruturas inatas no homem que determinariam sua escolha neurótica.

O Espiritismo localiza-se num universo mais amplo, projetando-se para uma vivência do Espírito como individualidade permanente, em sucessivos segmentos encarnatórios e encontra na culpa do passado a razão dos desvios do presente e projeta o desenvolvimento pessoal conjunturando sobre a perfeição no tempo e no espaço.

Como dissemos, o Espiritismo filosofa sobre a natureza do homem e de suas problemas. A Psicanálise pesquisa e atua sobre os sintomas neuróticos, tentando encontrar no desenvolvimento da existência atual a causa dos desvios.

Sob o ângulo específico da estrutura do ser, a Psicanálise desenvolveu um modelo do aparelho psíquico e estabeleceu parâmetros de análise das causas do comportamento humano, como o complexo de édipo, os princípios do prazer e da realidade, a estrutura do aparelho psíquico, nas tópicas do ego, id e superego e consciente, pré-consciente e inconsciente, e outros mecanismos de defesa psicológicas, que determinam o estar no mundo da pessoa.

Existem pontos de contato entre o Espiritismo e a Psicanálise?

Se consideramos que Allan Kardec disse: “ O Espiritismo e o materialismo são como dois viajantes chegados a certa distância, diz um, “ Não posso ir mais longe”. O outro prossegue e descobre um novo mundo. O Espiritismo marcha ao lado do materialismo, no campo da matéria, admite tudo o que segundo admite; mas avança para além do ponto em que este último para”, podemos aproveitar a estrutura do pensamento Freudiano e adicionar a ela o entendimento do Espiritismo.

Acredito que o discurso psicanalítico tem um valor importante e o discurso espírita pode utilizar-se dele, utilizar seu aparato teórico e introduzir nele conceitos que, a meu ver, lhe dão continuidade. Agora, então teremos um discurso espirito somático, pois postulamos não uma transcendência dos sistemas neuróticos e psicóticos, mas experiência vivencial concreta, humana, no círculo das angústias e necessidades do homem comum.

Só que o homem comum, sob a ótica espírita não se restringe ao organismo. É uma combinação espírito-organismo uma unidade espiritual e somática.

Freud não considerou a existência da alma como ser. Mas descobriu e explorou o psiquismo que codificou, embora sem dizer ou saber onde localizá-la no cosmo cerebral. Ele todavia não pode exonerar-se de muitas facetas do comportamento para as quais não encontrou explicação.

Analisando a raiz dos comportamentos ele, por exemplo, adotou o princípio das ideias inatas, não como reminiscência de um passado vivido, mas como estruturas de caráter que não encontram bases na existência, mas que estabelecem tendências que determinam o encaminhamento do indivíduo na vida.

Antes dele os problemas emocionais e comportamentais eram catalogados dentro de horizontes religiosos ou psiquiátricos, restritos às disfunções cerebrais. Com ele o psiquismo humano passou a ser considerado de uma forma sistemática. Desde então criou-se propriamente a psicoterapia.

Sua maior contribuição foi a descoberta do inconsciente, como lugar de recalque dos sentimentos que não podem ser suportados no consciente, devido as censuras. E por esse caminho considerou que o homem desconhece a si mesmo, isto é, que possui no seu cosmo interior, emocional, sentimentos, idéias, desejos controversos, conflitantes. Ao centralizar sua analise no sexo, escandalizou e criou incompreensões. Mas ao mesmo tempo tem mostrado que a sexualidade domina o indivíduo, pelo menos neste estágio evolutivo, como base que é da expressão das incertezas, emoções e desejos de intercomunicação de cada ser.

Embora o próprio Kardec tenha manifestado que a reencarnação era inerente ao processo de crescimento do ser e não mero instrumento punitivo, o Espiritismo, de modo geral, não conseguiu superar o peso da tradição judaico-cristã sobre o pecado original, a culpa e a dor, o sofrimento como únicos instrumentos de ascensão, purificação e regeneração da alma.

O Espiritismo persegue o ideal moral, às vezes moralista. Encontra na culpa pela prática do mal, a raiz de todos os males da pessoa e da sociedade. E propõe a cura desses males pela resignação na dor e pela prática das virtudes da moral de Jesus. A psicanálise, embora seu fundador tenha sido, a rigor, um moralista, não se propõem a curar, nem a julgar, mas explorar as resistências, tenta tornar o inconsciente consciente, pela reelaboração dos sintomas resultantes do “retorno reprimido”.

Acho que uma conexão teórico-prática entre os postulados psicanalíticos e espíritas, sem que um se reduza ao outro, mas, no meu ver, se completam. Dentro dessa premissa, acredito que o espiritismo tem uma contribuição à psicologia, não fosse ele a doutrina dos Espíritos, não apenas no sentido de que os entes desencarnados são considerados seus autores, como principalmente no fato de que está todo assentado sobre o estudo e a natureza do ser. Nesse sentido, pode-se dizer que além de doutrina dos Espíritos é também a doutrina do Espírito.

Nota da redação: Este trabalho foi seguido da elaboração da Espiritossomática por Jaci Régis, esta que é uma das raízes da Ciência da Alma - Artigo publicado na coluna Ciência da Alma - Jornal Abertura -dezembro de 2013 - Caro leitor deixe aqui a sua opinião

sexta-feira, 12 de julho de 2013

SBPE: uma trincheira para o livre-pensar espírita - Minha Experiência no SBPE - por Ademar Arthur Chioro dos Reis

SBPE: uma trincheira para o livre-pensar espírita

Estive presente em praticamente todas as edições do Simpósio Brasileiro do Pensamento Espírita (SBPE), tendo apresentado diversos trabalhos e participado ativamente dos debates nele proporcionados. A minha formação e trajetória como intelectual e dirigente espírita é muito devedora ao evento, que ao longo de mais de duas décadas ininterruptas de existência vem assumindo diversas representações e cumprindo distintos papéis para o movimento espírita e para cada um dos participantes. No presente artigo procuro expressar o que significa pra mim o SBPE, criado e mantido por anos pelo líder espírita Jaci Regis e que se mantém mais vivo do que nunca após o seu desencarne, tendo se constituído num espaço vital e imprescindível de produção e reflexão sobre o pensamento espírita.

A partir de sua criação, na década de 80, constitui-se no único espaço disponível de aglutinação dos espíritas que foram expulsos ou se auto excluíram do movimento espírita hegemônico, após os intensos e destrutivos processos de embate que tiveram a questão religiosa como eixo central da discórdia. As primeiras edições do SBPE constituíram-se numa trincheira de resistência. Não fosse a sua existência teríamos nos enfraquecido no isolamento, no abatimento moral e no desânimo geral. Ali, a cada encontro, percebíamos que companheiros de distintos grupos, cidades e estados tinham uma perspectiva doutrinária convergente. Era ali que nossas energias eram renovadas e que podíamos perceber que outra forma de espiritismo era possível e viável, livre das amarras opressivas que a institucionalidade vigente impunha, da mansidão farisaica contida no discurso evangélico totalizante. Uma proposta que pudesse ser implementada com reais possibilidades de dar continuidade àquilo que fomos entendendo progressivamente cada vez mais ser o projeto de Kardec: um espiritismo progressista, humanista, laico e livre-pensador.

Foi esta identidade de pensamento, construída no debate aberto, franco, fraterno e livre, com companheiros e instituições espíritas de diversas partes do país, que arou e produziu campo fértil para receber o chamado feito pela CEPA, em 1995, quando Jon Aizpúrua dirigiu carta aberta aos espíritas livre-pensadores, laicos, progressistas e humanistas. Convidou-os à cerrarem fileiras na CEPA, processo que se consolidou com a presença de uma grande delegação brasileira no XVII Congresso Espírita Pan-americano da CEPA, em Buenos Aires (1996) e com a realização do XVIII Congresso em Porto Alegre (2000). O tema do Congresso (“Deve o espiritismo atualizar-se?”) e a eleição do gaúcho Milton Moreira Medran para a presidência da entidade consolidaram definitivamente um novo espaço de convivência doutrinária e afetiva para este segmento do movimento espírita.

A partir daí, o SBPE passou a ser explicitamente apoiado pela CEPA e se tornou também um espaço privilegiado de encontro e de fortalecimento desta entidade, sediando várias reuniões da sua Diretoria Executiva, da qual fiz parte por 12 anos. Foi o palco, também, do surgimento da CEPABrasil, entidade criada em 2003 por delegados e amigos da CEPA em nosso país que tem tido um papel importantíssimo na organização de encontros e na disseminação do pensamento kardecista laico e livre-pensador.

Pessoalmente, tenho um debito de gratidão muito grande como o SBPE. Os trabalhos que tenho apresentado em Congressos, Encontros e Conferências, no Brasil e no exterior, e os livros que publiquei - “Magnetismo, Vitalismo e o Pensamento de Kardec” e “Mecanismos da Mediunidade – o Processo de Comunicação Mediúnica”, assim como as contribuições espíritas mais importantes que produzi até hoje, contidas em dois capítulos no livro “A CEPA e a Atualização do espiritismo” e que versam sobre a Agenda e o Método para a atualização do espiritismo, tiveram como laboratórios as reuniões do CPDoc e as sessões de apresentação de trabalhos do SBPE. Não apenas porque me instigaram a produzi-los e apresentá-los, mas porque ali obtive um retorno dos demais participantes, extremamente qualificados, que me aportaram reflexões e críticas tão importantes que praticamente os transformaram em coautores.

Outro aspecto que destaco é o caráter metodológico revolucionário assumido pelo SBPE, proporcionando um espaço inédito para a produção intelectual de autores, grupos de pesquisa e instituições espíritas comprometidas com o pensamento kardecista. Isso ocorreu porque tradicionalmente os eventos espíritas eram realizados como torneios de oratória, em conferências proferidas por palestrantes e médiuns ilustres, sem espaços para o debate, a reflexão e o questionamento. Além disso, raramente permitiam que pesquisadores e estudiosos desconhecidos ou novatos pudessem apresentar as suas contribuições. Concebido num formato muito simples, em que cada participante pode propor com total liberdade um tema, bastando remeter seu resumo, inscrever-se no evento e dele participar para fazer a sustentação oral e debatê-lo livremente com os demais participantes, o SBPE demonstrou o quanto este tipo de espaço é rico e proveitoso, tanto que assim se mantém desde a primeira edição, com pouquíssimas mudanças, tornando-se referência para outros eventos espíritas.

O SBPE tem sido, ainda, e isso não é menos importante do que destaquei anteriormente, um espaço de produção de laços de afetos, de novas e consistentes amizades, de inclusão de gente que foi posta de lado ou que perdeu qualquer possibilidade de conviver fraternalmente com outros companheiros espíritas, simplesmente por pensar diferente, por ousar inovar ou exercitar aquilo que para o espírito é a essência de sua existência: a liberdade de pensamento.

O SBPE é também lugar de encontros e reencontros com companheiros muito queridos de diversas partes do país. Possibilitou o estabelecimento de fortíssimos vínculos afetivos com espíritas argentinos, que dele participam ativamente há vários anos, e terminou por inspirar a criação de um evento similar que ocorre naquele país agora também com regularidade, praticamente nos mesmos moldes do SBPE.

Por tudo isso, espero que os espíritas interessados no estudo e na produção do pensamento espírita, independentemente de serem vinculados ou não a uma das correntes do movimento espírita, que estejam comprometidos com o livre-pensar e que mantém suas mentes abertas ao novo, que lutam pelo direito à liberdade e pelo respeito às diferenças e aos diferentes, possam vir a Santos, em outubro de 2013, para apresentar sua produção ou apenas compartilhar conosco os aportes que serão efetuados por estudiosos muito comprometidos com o desenvolvimento do pensamento kardecista, em momentos de grande aprendizado intelecto-moral e de ampliação de laços de afeto e respeito.



Ademar Arthur Chioro dos Reis

Médico e professor universitário.

Membro do CPDoc e do CEAK (Santos)

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

XXI Congresso Espírita Pan-americano: Santos se torna a capital do Espiritismo por cinco dias

Uma característica marcante durante todo o transcorrer do XXI Congresso Espírita Pan-americano foi a perfeição de organização, a alegria da Comissão Organizadora e de Apoio, as apresentações artísticas por parte de grupos de música e de teatro santistas além, claro, de palestras de alto nível.




Ademar Arthur Chioro dos Reis, presidente da comissão organizadora do evento, e sua equipe conseguiram o apoio importantíssimo da Prefeitura de Santos, da Universidade Santa Cecília, do Santos e Região Convention & Visitors Bureau, e de patrocinadores locais anônimos. Ocorreram Mesas Redondas com os assuntos explorando as diversas facetas do tema central: “Perspectivas contemporâneas da Teoria Espírita da Reencarnação”. Fóruns de Temas livres, predominantemente sobre a Reencarnação, agigantaram na parte doutrinária do evento.



O Congresso interagiu com a cidade ao fazer uma caminhada de dois quilômetros e meio pela orla de praia, até a praça Allan Kardec, que foi reformada pela Prefeitura como um pedido especial da organização do congresso e inaugurada exatamente no dia 7 de setembro, data máxima do Brasil. No dia 8, à noite, um Jantar Dançante no Clube dos Ingleses reuniu mais uma vez os congressistas.



O encontro contou com 38 trabalhos inscritos por iniciativa própria dos autores, que foram apresentados durante cinco sessões, onde até oito trabalhos eram apresentados simultaneamente. E havia trabalhos para todos os gostos.




O Congresso foi bastante rico e contou ainda com exposições em painéis, vendas de livros e artesanato produzidos por voluntárias de casas espíritas organizadoras do evento, além da merecida homenagem especial a dois eminentes espíritas santistas: Jaci Régis e José Rodrigues.



Santos foi a capital espírita por cinco intensos dias, num Congresso que, em resumo, foi um sucesso absoluto.