A importância do Abertura – 31 anos influenciando o desenvolvimento do Espiritismo
Se voltarmos no tempo, há 31 anos atrás, no mês de abril de
1987, este jornal foi fundado com o
objetivo de abrir um canal de comunicação para ideias espíritas não conservadoras,
que tivessem como base o entendimento do Espiritismo como ciência, filosofia
com consequências morias e não religioso.
Dedicou-se a criação e divulgação de eventos, coberturas
jornalísiticas enfim uma série de ações que
hoje foram quase totalmente substituídas pelas midias eletrônicas, mas
rápidas e que permitem a transmissão ao vivo e em cores. Fotos videos ou transmissões ao vivo estão
muito baratas, ou até mesmo sem custo algum.
Qual o nosso papel então nos dias atuais?
O que nos cabe é tratarmos os problemas socias, políticos e
espirituais sob a ótica espírita, como se fossemos uma revista, com a reflexão
que só o afastamento do fato diário permite.
Este tem sido o nosso foco. Contamos com articulistas que
tem em comum o amor pelo Espiritismo moderno. Cada qual trás consigo visões de
mundo um pouco distintas, o que permite uma pluralidade maior ao vaículo de
comunicação.
Estamos na direção deste jornal há 8 anos, já produzimos 88
edições, após a desencarnação de Jaci Régis, ou 25% do total de edições do
Abertura. Buscamos nos reinventar o tempo todo, a razão disto é que quase nada
funciona do mesmo jeito que era em 1987.
Para dar uma ideia de como eram as coisas naquele tempo, eu,
gaúcho e torcedor do Inter, para acompanhar o campeonato gaúcho, preciava subir
no alto da Ilha Porchat, em São Vicente, para sintonizar a Rádio Gaúcha em
ondas curtas, algo que parece, ao olharmos para trás, coisa do cinema em preto
e branco.
Cláudia e eu casamos em 1985 e somente em 1989 conseguimos
uma linha telefônica, isto porque antes mesmo de casarmos Cláudia já havia se
inscrito na Telesp, para comprar uma linha, alguém hoje esperaria 4 anos por
uma linha de telefone?
A comunicação entre amigos e colaboradores deste jornal que
não viviam em Santos, era feita via carta. Estávamos vivendo o momento das
diretas já. Na Europa a Alemanha estava dividida, desde o fim da segunda Guerra
Mundial em Alemanha Ocidental e Oriental. Não havia ainda caído o muro de
Berlim, cidade que estava dividida por um muro de 110 km de comprimento,
acessada somente por via aérea, pois estava, o seu lado ocidental encrustrado
em meio a Alemanha Oriental comunista. O mundo seguia em meio à Guerra Fria.
No campo da ciência espírita apostávamos nos avanços da
psicobiofísica, por trás da cortina de Ferro, o que se demanstrou uma total
ilusão. Os soviéticos faziam muita propaganda, mas de fato não estavam
encontrando as respostas que buscavam, ou lhes interessavam.Quase 30 anos
depois da queda a União Soviética, nada de prático surgiu, ou se apresentou
neste campo do conhecimento.
Em 1988 tivemos a nossa atual constituição promulgada e
agora, 30 anos passados, alguns de seus princípios ainda não foram
regulamentados, mas muitos sim, temos o SUS – Sitema Único de Saúde, FGTS para
empregados domésticos, estado laico, liberdade de crença e da imprensa, dentre
muitos outros avanços.
O ICKS em 2017 apresentou um trabalho no 15° SBPE – Simpósio
Brasileiro do Pensamento Espírita: Somos Progressistas? Que já divulgamos neste
jornal, demonstrou como a visão espírita, ao menos em nosso grupo de ideal
avançou, juntamente com o conjunto da sociedade emcampos de interesse como os
direitos das mulheres, homossexuais, liberdade de gênero e muitos outros.
A sociedade está em constante mudanças, sempre haverão vanguardistas,
excessos, reações, mas é o conjunto deste movimento que altera a legislação e
por consequência, novos entendimentos socias são alcançados.
Como cada indivíduo tem uma história de vida, um trajeto
familiar, cultural e também reencarnatório, teremos portanto pensamentos e
ações distintas. Esta é a beleza da imortalidade dinâmica, conflitiva,
litigante mas também transformadora.
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