terça-feira, 29 de março de 2022

quinta-feira, 17 de março de 2022

Allan Kardec e o Código Da Vinci - por Jaci Régis

 

Allan Kardec e o Código Da Vinci

 

“Este artigo de Jaci Régis, originalmente publicado em abril de 2010 neste jornal (Jornal Abertura republicado em Janeiro 2022), volta a ser publicado pela importância de refletirmos sobre o Jesus real, desta forma, poderemos tê-lo de forma digital, permitindo que muito mais pessoas possam tomar conhecimento desta análise e reflexão.”

 Fiquem com Jaci Régis:


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Em 2003, Dan Brown, escritor norte americano, publicou o livro O Código de Da Vinci, que obteve retumbante sucesso, com milhões de cópias vendidas em vários idiomas ao redor do mundo.

A repercussão foi grande porque ele postulava – pois é um romance não histórico – que Jesus de Nazaré era um homem comum, teria casado com Maria Madalena, recuperada de sua história de prostituta e ali elevada à discípula mais inteligente e coordenadora após a morte de Jesus.

No rastro desse livro polêmico, surgiram controvérsias, denuncias e pesquisas que mostraram que a história do cristianismo foi forjada pela Igreja.

Hoje se sabe que dezenas de evangelhos circularam nos primeiros anos do cristianismo, entre eles o de Felipe que escreveu que Jesus beijava Maria Madalena na boca, mostrando não apenas intimidade, mas provavelmente uma relação matrimonial.

Tanto a Igreja Católica, quanto as protestantes e pentecostais negaram a teses e mantém a mesma história sobre o Nazareno.

Como tudo começou

Ao contrário do que se diz e escreve, os primeiros anos do cristianismo foram marcados por controvérsias e formação de seitas que defendiam pontos de vistas diferentes. Cada uma se apoiava na interpretação da natureza de Jesus: uns acreditavam que ele era um homem, outros que era Deus.

Os que acreditavam que era homem formavam o arianismo, derivado do presbítero Ario. Os Católicos, da Igreja de Roma, ao contrário, afirmavam que ele era Deus e criaram a figura da Santíssima Trindade para adequar as várias correntes.

No Concílio de Nicéia a pendência foi solucionada com a vitória dos católicos e banimento de Ário e do arianismo, como heresia.

No artigo que abaixo nos referiremos, escrito em Obras Póstumas, Kardec diz sobre as conclusões do Concílio de Nicéia: “Se o Símbolo de Nicéia se tornou o fundamento da fé católico (...) A que se deve a sua adoção? À pressão do Imperador Constantino que fez dele uma questão mais política do que religiosa. Sem a sua ordem não se teria realizado o Concílio e sem sua intimidação é mais que provável que o arianismo tivesse triunfado. Dependeu, pois, da autoridade soberana de um homem, que não pertencia à Igreja que reconheceu mais tarde o erro que cometera e que procurou inutilmente voltar atrás conciliando os partidos, não sermos hoje arianos em vez de católicos e não ser hoje o arianismo a ortodoxia e o catolicismo a heresia”.

Esse fato histórico mostra a artificialidade com que se conduziu em relação à natureza de Jesus de Nazaré. Com a vitória em Nicéia, o catolicismo impôs suas ideias e durante milênios elas foram consideradas como provindas de Deus.

Para Kardec Jesus não era divino

Allan Kardec sempre foi muito cauteloso no confronto com os dogmas católicos. Quando publicou o Evangelho Segundo o Espiritismo, a primeira pergunta que dirigiu aos Espíritos foi sobre “Qual a repercussão do clero?”.

Em setembro de 1867, ele publicou na Revista Espírita, um longo artigo intitulado “Caráter da Revelação Espírita”, depois usado como o Capítulo I do livro A Gênese.

Na revista, ele adicionou um comentário ao item 44, sobre a natureza do Cristo, que eliminou no livro. Nesse comentário ele se mantém muito prudente, preferindo calar, mas diz que “quando o momento for propício levaremos para a balança, não a nossa opinião, que não tem nenhum peso nem pode fazer lei, mas fatos até este momento inobservados e então cada um poderá julgar com conhecimento de causa”.

Esse “momento” surgiu com a publicação em Obras Póstumas de um artigo de 31 páginas, o” Estudo sobre a natureza do Cristo”.

Como sabemos, Kardec estabeleceu claramente a estratégia[MA(GP1]  do Espiritismo afirmando que o milagre não existe. Por isso diz ele “convém riscar os milagres do rol das provas que pretendem basear a divindade do Cristo”. E afirma “Visto produzirem-se aos nossos olhos, quer espontaneamente, quer provocados, não há nada de anormal no fato de Jesus ter possuído faculdades idênticas as de nossos magnetizadores, curadores, sonâmbulos, videntes, médiuns, etc.”

Pode-se dizer que todo o esforço de Kardec ao se ocupar das parábolas, milagres do Evangelho foi justamente pra provar que Jesus era um homem. Teria Kardec diminuído Jesus? Como se diria hoje “tirar Jesus do Espiritismo”?

De maneira alguma. Em “Caráter da Revelação Espírita”, ele coloca Jesus como patrono da segunda revelação e o Espiritismo como caudário de seus ensinos.

No artigo de Obras Póstumas ele afirma “Jesus era um messias divino pela dupla razão de ter recebido de Deus a sua missão e de estar, pela sua perfeição em relação direta com Deus”. Que é uma opinião pessoal, dentro do horizonte em que se colocou ao filiar o Espiritismo o cristianismo.

Dan Brown mexeu no vespeiro que continua existindo nas religiões cristãs, quanto à natureza de Jesus de Nazaré. Os mitos, as histórias que a Igreja criou são milenares.

Pode-se afirmar, por mera aproximação, que muito antes de Brown, Kardec afirmou a humanidade de Jesus. Muitas de suas palavras decorreram da prudência que sempre teve em lidar com a Igreja.

Mas ele escreve “sobre essa questão, como sobre de todos os dogmas em geral, o acordo entre os Santos Padres e outros escritores não poderia ser tomado como argumento preponderante, nem como prova irrefutável a favor de sua opinião, considerando-se que nenhum deles foi capaz de citar um único fato fora do Evangelho, referente a Jesus, nenhum deles descobriu documentos novos, desconhecidos de seus predecessores. (...) O acordo dos Santos Padres, portanto, nada tem de contundente, visto constitui uma unanimidade selecionada”.

 

A divindade do Cristo foi restabelecida no Brasil

 O Espiritismo no brasil enfrentou, desde logo a disputa e a vitória dos místicos. No rio de janeira, oriundos da Igreja Católica, místicos, cristolatras e mariolatras. Como Bezerra, Sayão, Bittencourt Sampaio, para citar alguns, moldaram a doutrina às suas idiossincrasias. A mensagem atribuída a um “anjo” bem diz do nível místico dos primeiros líderes.

Esse Espírito, provavelmente um ex-prelado da Igreja, determinou que a tarefa do Espiritismo seria “pregar o evangelho” e estabeleceu o dístico fundamental “Deus, Cristo e Caridade”.

Nos primórdios havia um sentimento anticatólico. Caibar Schutel, na minúscula Matão, no interior de São Paulo, constitui-se num foco de equilíbrio e serenidade na divulgação do Espiritismo criando em 1905 a Revista Internacional do Espiritismo, escrevendo livros e entrando em polêmicas com padres.

Mas a partir de Francisco Cândido Xavier e de seu “guia” o padre Manuel da Nóbrega, com o pseudônimo de Emmanuel, definiu-se o Espiritismo como uma religião cristã e Jesus voltou a ser o divino Mestre, o governador e fundador do mundo Terra, possuidor de toda a verdade.

A Igreja tinha vencido. Os docetistas de antanho ressurgiram com Roustaing e o corpo fluido de Jesus, tese que afirmava que ele sendo Deus não podia se encarnar.

Hoje, qualquer argumento contra essa divindade é rejeitado. Como nos velhos tempos da Igreja, se expulsa, se condena quem se insurge contra o dogma.

 

Entretanto ...

 

O Valor da missão de Jesus de Nazaré está em suas lições insubstituíveis. Incorporar ao Espiritismo a estrutura de fé e de princípios do cristianismo é manter-se preso ao passado, quando a Igreja e todas as igrejas penam para sobreviver, apoiadas na tradição e o medo ou impossibilidade de seus crentes de mudar.

O Espiritismo pós-cristão de modo algum despreza Jesus de Nazaré. Mas certamente não aceita o cristo divino, porque temos aprendido que a atuação de Deus no mundo se faz sem a pirotecnia das dramatizações, mas na competente construção de caminhos que o ser humano vem trabalhando e trilhará.

Jesus de Nazaré, homem, casado, brilhante, superior é um dos grandes líderes da humanidade. Para nós o maior.

Jaci Régis – Desencarnado em dezembro de 2010 – é o fundador do Jornal Abertura.

 

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·         O que é Arianismo:

Arianismo, originalmente, era um pensamento filosófico que não considerava Jesus Cristo e Deus como uma só pessoa.

Esta ideia surgiu nos primeiros séculos do cristianismo, afirmando que só poderia existir um único Deus e Jesus era apenas o seu filho. Mesmo sendo considerado um ser superior ao homem, Jesus não era um deus para os seguidores do arianismo.

Etimologicamente, a palavra arianismo teria surgido a partir do nome Ário, um padre cristão de Alexandria que teria criado esta nova doutrina.

Fonte: significados.com.br

 

·         Quem foi o Padre Manuel da Nóbrega?

Padre Manuel da Nóbrega (1517-1570) foi um missionário jesuíta português, chefe da primeira missão jesuíta mandada para a América. Deixou valiosas notícias históricas sobre o Brasil Colonial, nas cartas que enviava para a Companhia de Jesus em Portugal.

Fonte: www.ebiografia.com

·         O que significa docetismo?

Docetismo (do grego δοκέω [dokeō], "para parecer") é uma doutrina cristã do século II, considerada herética pela Igreja primitiva. Antecedente do gnosticismo, acreditavam que o corpo de Jesus Cristo era uma ilusão, e que sua crucificação teria sido apenas aparente.

Fonte: Https: // pt.wikipedia.org

 

quinta-feira, 3 de março de 2022

CIMA - Movimento de Cultura Espírita Cima - da Venezuela faz pronunciamento a favor da Ucrânia

 moderador do blog: Com eles a nossa integral solidariedade

MOVIMIENTO  DE  CULTURA  ESPÍRITA  CIMA

DIRECCIÓN NACIONAL

 

NUESTRA  FRATERNAL  SOLIDARIDAD  CON  UCRANIA

 

El Movimiento de Cultura Espírita CIMA, institución dedicada al estudio y divulgación de la Doctrina Espírita, conforme a las enseñanzas de Allan Kardec, fundador y codificador del Espiritismo, colocadas en una perspectiva laica, librepensadora, humanista y progresista, da a conocer a la comunidad espírita internacional y al mundo su posición ante la sangrienta invasión que sufre Ucrania, Estado europeo independiente y miembro de la Organización de las Naciones Unidas, por parte de los ejércitos de Rusia que siguen las órdenes del autócrata que gobierna en esta nación:

 

1 – Expresa su plena solidaridad con el pueblo y el gobierno ucranianos en su heroica decisión de ejercer la legítima defensa de su nación, de su soberanía, de su derecho a la autodeterminación y a vivir en una sociedad libre, democrática, justa, pacífica y fraterna.

2 – Condena y rechaza de la manera más categórica e inequívoca la invasión militar rusa, desencadenada por ambiciones autocráticas y respaldadas en la infinita superioridad bélica del agresor.

3 – Trasmite al pueblo ucraniano su sentimiento de pesar y de solidaridad ante el inmenso sufrimiento que le aflige por los miles de fallecidos y heridos, por el desamparo de sus familiares, por los refugiados que son acogidos en países vecinos, por el temor ante los bombardeos y lanzamientos de misiles que destruyen de manera incesante sus ciudades, y causan daños irreparables en las viviendas, escuelas, hospitales y demás edificaciones públicas y privadas, que han sido reducidas a escombros.

4 – Declara también su solidaridad con el pueblo ruso, que no tiene responsabilidad por las acciones enloquecidas de su gobierno, y también padece las consecuencias de la invasión a Ucrania. Solidaridad y admiración con los ciudadanos que con mucha valentía desafían en las avenidas de las capitales rusas a los cuerpos policiales para expresar su indignación ante los acontecimientos.

5 – Manifiesta su adhesión a la Resolución de la Organización de las Naciones Unidas del día 2 de marzo de 2022, adoptada por una abrumadora mayoría de las naciones del mundo, en la que se condena de manera contundente la agresión contra Ucrania y se exige el inmediato cese al fuego y la desocupación de las fuerzas invasoras del territorio ucraniano.

6 – Respalda las conversaciones que se realizan entre representantes rusos y ucranianos para intentar un acuerdo de paz y el cese de las operaciones bélicas.

7 – Exhorta a la intensificación de la ayuda material al pueblo ucraniano y a ofrecer asistencia inmediata y acogida a los centenares de miles de refugiados que huyen de la guerra, en especial a los niños, mujeres y ancianos.

8 – Llama a la paz y al cese inmediato de la guerra. Convoca a todas las personas de buena voluntad a manifestarse en favor de la paz y por un mundo mejor, de mayor humanismo y humanitarismo. Toda guerra es una desgracia, por las víctimas y los daños colaterales que provoca. Muestra la peor parte de los seres humanos y constituye la demostración palmaria del atraso moral en que todavía se encuentra sumergida nuestra humanidad. Solo en la paz y la convivencia entre pueblos y naciones, en la cooperación recíproca, en el respeto al derecho internacional, en la vigencia del sistema democrático de libertades, en la justicia social, en la equidad e igualdad entre los seres humanos, podrá alcanzarse un mundo de regeneración moral y social, tal cual lo expresaron Kardec y los Espíritus que le asesoraron en las obras fundacionales del Espiritismo.        

 

¡ ESTA GUERRA NO ES SOLO CONTRA UCRANIA SINO CONTRA LA CIVILIZACIÓN HUMANA ¡

¡ UCRANIA NO ESTÁ SOLA !

¡ UCRANIA SOMOS TODOS !

 

Dirección Nacional del Movimiento de Cultura Espírita CIMA

 

Jon Aizpúrua – Presidente

Ávaro Latorre – Vicepresidente

 

Junta Directiva – Seccional CIMA Caracas

 

Yolanda Clavijo – Directora

Vicente Ríos

Leida de Ochoa

Conchita Delgado

Víctor da Silva

Ingrid Obelmejías

 

Junta Directiva – Seccional CIMA Maracay

Teresa de Álvarez – Directora

Antulio Malavé

Asunción Morales

 

Caracas, 3 de marzo de 2022