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quarta-feira, 27 de dezembro de 2023

A cultura do bom exemplo por Cláudia Régis Machado

 

A cultura do bom exemplo

O título “A cultura do bom exemplo” veio do editorial da revista Vida Simples que o abordou focando o ambiente profissional e me motivou a escrever e não poderia trocá-lo tal a abrangência que ele contém e a possibilidade de explorá-lo também na Doutrina Espírita.

O exemplo tem um papel de grande importância para a estruturação psicológica, comportamental e espiritual do ser humano. Tanto o bom como para o mau exemplo, pois o início dos nossos comportamentos veem da imitação que fazemos das figuras parentais e do ambiente que nos cerca.

"Pense sempre além do imediato"


Nossas primeiras figuras tem um apelo muito forte no qual queremos fazer igual ou semelhante. É a bagagem familiar, aprendemos a agir vendo alguém  agir, observando casos reais.

Daí enquanto pais, avós, tios ou pessoas comuns é de grande valia nos preocuparmos com nossas atitudes, pensamentos e comportamentos nos círculos que vivemos e atuamos com responsabilidade daquilo que estamos transmitindo àqueles que convivem com a gente, seja no campo familiar, profissional  ou social. Quando escrevemos também somos alvos de todas as colocações que fizermos.

A cultura do exemplo é uma força capaz de moldar muitas vezes a identidade pessoal e social de um indivíduo assim como fortalecê-la. Pois o exemplo é a imagem viva que inspira aqueles  que estão em processo de aperfeiçoamento, tornando a ideia possível, se o outro pode conseguir porque eu não.

Na formação moral, o exemplo serve como inspiração, é guia, força, uma luz que incentiva a seguir o bom caminho porque a estruturação moral não é uma tarefa fácil, é um exercício diário contra as vicissitudes e adversidades da vida e isto traz fortaleza interior.

As figuras que são um exemplo devem ser exaltadas na sociedade porque são provas viva de que homens podem  alcançar sua melhora e evolução com um estado de espírito forte, com esforço e dedicação. Necessitamos dessas figuras que são modelos a serem seguidos, Jesus por exemplo, suas obras, mensagens e a sua maneira de ver o mundo foram deixadas para que ajamos melhor e com maior equilíbrio.

O exemplo faz parte da vivência terrena e representa um papel de muita importância na construção do sujeito ético.

Podemos aqui falar da ética espírita que é construída a partir dos preceitos espíritas que vem naturalmente da sua filosofia que bem assimilada gera comportamentos mais harmônicos e um bom proceder. Fundamental que o espírita  incorpore em suas atitudes o saber de que somos espíritos imortais, em evolução contínua e dinâmica necessitando reformulações, adequações e novos aprendizados para o desenvolvimento de potencialidades.

A busca de valores espirituais: respeito, gentiliza, bem-estar, integridade, humanidade, alguns entre outros valores que fazem parte da nossa natureza espiritual; valores que devem levar ao amadurecimento dos espíritos quando impressa em todas as nossas ações e nossos pensamentos .

Algo significante e valioso é agirmos de acordo com o nosso discurso  o que não nos faz santos, mas nos torna verdadeiros.

Falamos em cultura porque tem poder abrangente, tem energia e intensidade para abarcar e multiplicar ações principalmente no caso dos bons exemplos. Cultivá-la faz com que  se transborde do nosso cotidiano para todos os espaços e situações, criando uma rede de atuações quando compartilhamos com os entes queridos, incentivando hábitos saudáveis, com a capacidade de moldar a atmosfera pessoal  e o lugar em que vivemos.

Qualquer um pode escolher aperfeiçoar-se moralmente a exigência mínima é o querer.

Dentro da Espiritismo o exemplo é bastante exaltado no campo moral. Atua no campo interno quanto a mudanças de critérios e objetivos, mas também na ação direta, o que cada um pode fazer com os exemplos observados.

Os exemplos são fatores externos que provocam repercussão, que nos mobilizam para de reestruturarmos nossos níveis mentais e motivacionais. E com isto só teremos benefícios concretos pois produzimos ambiente agradável para viver, enriquecendo nossas vidas bem como nossas relações ficam mais leves e equilibradas. Saber que servimos de exemplo também nos traz muita satisfação.

Portanto o exemplo é uma força que repercute. Nossas atitudes inspiram atitudes, quer seja do bem como do mal.

“Pedra jogada em um lago criam ondas que reverberam muito além do ponto de origem”.

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sábado, 14 de outubro de 2023

A história de cada um - por Cláudia Régis Machado

 

A história de cada um

 

Todas as pessoas têm uma história de vida e, na concepção espírita das múltiplas encarnações, compreendem que já tiveram vários existências no percurso de sua evolução que por suposto tem muitas histórias de vidas que se traduzem, se mostram na sua existência atual.

Creio que aquilo de importante que se construiu na trajetória evolutiva como espírito  não se perde e fica armazenado no seu interior e se exprimirá em síntese na vida presente, o que  leva de forma progressiva a definição de sua estrutura.



“Cada encarnação é um novo começar, mas ninguém e, propriamente, novo”. Somos uma construção que foi desenvolvida através das vidas sucessivas, mas que nos primeiros anos de vida é esquecida para dar espaço para novas experiências, para educação e novas realidades que ao longo do processo vai desconstruir aquilo que não é mais satisfatório, que não atende a nova realidade, ressignificando e reajustando sua estrutura. Tendo um novo olhar para esse “eu” mais intrínseco.

Construir e desconstruir, ressignificar e significar são movimentos realizados pela introspecção e honestidade que proporciona uma investigação interna, visando equilíbrio e harmonia pessoal e relacional.

Muito se fala de autoconhecimento que não é um processo fácil e, uma maneira, não a única, que ajuda a conquistar é escrever o que se aprendeu com os erros e acertos, como estes impactaram e que rumos foram tomados a partir daí, se aproveitaram ou não o que foi oferecido, quais os sentimentos advindos das vivencias, relatos desses sentimentos, como nasceram as oportunidades e possibilidades por conquista de esforço e desempenho. Como enfrentou as circunstâncias, as intempéries e as situações inusitadas que a vida lhe trouxeram. A palavra pode ser a mão que conduz o olhar para  dentro de nós mesmo.

Quando escrevemos nos envolvemos de tal forma e entrando no fluxo da escrita podemos  conectar e também reconectar com partes de nós mesmos. É um instrumento de crescimento fazendo romper com os limites de situações sedimentadas.

Reforçando o registro de vários aspectos da encarnação favorece um mergulho interno e  dá subsídios para entender melhor angústias, alegrias, tristezas, memórias infantis, ganhos, sucessos e insucessos.  A escrita pode também ser um momento de desabafo deixando o caminho vivencial menos penoso. Se algo já que não se encaixa na narrativa que estamos construindo, talvez seja hora de deixá-lo de lado

Toda esta ação é  para sermos protagonista da narrativa da nossa existência  já, que estamos acostumados a pensar que a influência sobre a nossa história não está em nosso controle.

Esta preleção que advém muito dos conceitos da Psicologia nos ajuda a nos conhecermos melhor e a fazer uma revisão constante daquilo que somos, do que poderemos ser. Com isto evoluir, crescer como espírito, questão que requer muito trabalho e esforço.

Acrescentando ainda, este procedimento acarreta maior clareza em relação ao enredo que desejamos para a história de vida e também elementos para tornar mais fácil escrever novos capítulos.

Lembremos que cada dia é uma oportunidade para adicionar novos elementos a história de vida: uma pitada de alegria, uma profunda tristeza, um desafio aparentemente impossível de resolver, uma história de amor para aquecer os corações. Além de muitos encontros, desencontros “.

E isso se faz com muito autoconhecimento, conversas, trocas, decisões e desapegos. Sendo a própria fonte principal de informação, embora não necessariamente a única.

Importante associar este ato como um cuidado das coisas do espírito num comportamento dinâmico e com a possibilidade de pensar a história de vida como um processo sempre de construção, buscando novos sentidos para vida ou para aspectos dela com ressignificação constante.

Alcançando uma narrativa original e criativa de própria vida.

Gostou do artigo - foi publicado no jornal Abertura de outubro de 2023, quer ler o jornal completo?

Baixe aqui - em pdf e gratuito.

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sexta-feira, 17 de março de 2023

DESAPEGA - por Cláudia Régis Machado

 

DESAPEGA

A palavra desapegar é muito usada para expressar a ideia de desprender, desligar, distanciar e pode ser utilizada tanto para situações e bens materiais como para comportamentos, atitudes psicológicas, visão do mundo etc.

O desapego pode ser visto como deixar um problema, que atrapalha a dinâmica da vida, pois quanto mais o seguramos, de leve torna-se pesado. É pensar no que podemos simplificar naquilo que incomoda, no entanto neste artigo vamos explorar mais no campo do estilo de vida, o modo que conduzimos nossa existência.



 Uma expressão, talvez, se encaixe melhor nesta abordagem ‘Abrir mão do que não nos preenche mais” pois parece mais completa para o nosso enfoque.

Uma premissa para discutirmos este tema é ter consciência que viver é estar em constante transformação elegendo o que é mais relevante para uma jornada vivencial positiva. A essência da vida é o movimento, a evolução, o crescimento do ser, daí as mudanças estarão sempre presentes.

Olhando para os caminhos percorridos devemos levar em conta que é da natureza do comportamento humano nos sentirmos saudosos das coisas vividas, porque é a história de vida de cada um e porque trouxeram bons resultados deixando-nos adaptados. E na zona de conforto.  

Muitos ”chamados” da vida pedem para abrirmos mão de muitas coisas que não nos preenchem mais como: fim de um ciclo da vida, amadurecimento, maternidade, paternidade, aposentadoria entre outras coisas. Cenários que diversas vezes nos colocam face a face com a necessidade de transições para tornar a existência mais significativa e gratificante com maior qualidade.

” Todo fechamento de um ciclo é uma passagem para uma nova abertura”.

Neste caso, falamos em desapego de estilos de vida que contém comportamentos e atitudes que não tem mais o porquê de serem reproduzidos, pois não trazem felicidade, empatam a vida, não promovem alegria e fazem a vida sem graça.

Importante ressignificar nosso estilo de vida, olhá-lo sob novas luzes. Vislumbrar a vida com nova perspectiva porque a antiga não nos serve mais, não tem maior significado, só há perda de tempo e energia.

O ser humano tem padrões de comportamento que se repetem e geralmente nos viciamos nos caminhos automáticos quebrá-los não é fácil, entretanto alguns acontecimentos como os que foram citados anteriormente desencadeiam, provocam movimentos de renovação.

Em qualquer idade devemos nos enxergar como criadores de novos modos de ser e viver. Sair em busca de coisas que novas que correspondam às novas necessidades.

Acorde sua imaginação, interessante conversar com projetos novos com calma não se espantando com as crenças limitantes – “isto eu não consigo”. Abrir mão é uma escolha que deve estar alinhada a quem somos e queremos ser. Não é uma busca desenfreada e sim entender o que é necessário, o que importa.

Nesta nova busca é fundamental incluir sempre a perspectiva espiritual que amplia, aprofunda a dimensão da nossa realidade.

 Abrir mão pode ser visto como uma oportunidade de entender que “algo precisa terminar para a existência continuar a florir”.

Toda essa reflexão tem um paralelo com a Doutrina Espírita que vê o individuo como um espírito reencarnante com a chance de progredir, aprender para ser uma pessoa melhor sendo básico para isto ocorrer - mudanças - e com melhor entendimento podemos incentivar a procura, para estarmos melhores conosco mesmo e consequentemente com o mundo e com as outras pessoas.

Também podemos ver no desapego a lei de destruição que tem no fundo a mensagem: tirar algo para que outras coisas possam ser construídas e estruturadas.” É preciso que tudo se destrua para renascer e se regenerar o que é chamais de destruição não é senão uma transformação que tem como objetivo a renovação e o melhoramento dos seres vivos”.

Artigo publicado no jornal ABERTURA de novembro de 2022

Leia mais - Abertura novembro 2022: https://cepainternacional.org/site/pt/cepa-downloads/category/22-jornal-abertura-2022?download=206:jornal-abertura-novembro-de-2022


quinta-feira, 2 de março de 2023

Onde buscar a vontade de superação? por Roberto Rufo

 

 Onde buscar a vontade de superação? 

 

"Estou esperando o tempo passar rapidamente. Quem sabe assim chegam logo os dias melhores que tanto falam ``.(Pensador Desconhecido).

 

"Uma Igreja que se casa com o espírito de sua época, corre o risco dessa época passar e a Igreja tornar-se viúva dessa época" (Frase de Bento XVI ao Cardeal Bergoglio no filme Dois Papas).

 


 

 Em seu fantástico livro "Comportamento Espírita" , Editora Dicesp, 1981 (possuo um exemplar assinado pelo autor), capítulo 3 - O Espírita e o Mundo" o autor Jaci Regis aponta que "a visão global do espiritismo, abrangendo desde as causas primárias à harmonia do Universo, oferece elementos capazes de levar o homem a situar-se na vida". Essas palavras ditas a 41 anos atrás apostavam que a Doutrina Espírita seria condição necessária e suficiente para sabermos o que somos, o que estamos fazendo no mundo e qual o nosso destino. Infelizmente as coisas não caminharam dessa forma. O espiritismo passou a ser visto pela nova intelectualidade surgida na época como pouco aliado à realidade. Era preciso que novas teorias fossem acrescidas ao ideário espírita. Não falo das descobertas das ciências  que nos trazem aperfeiçoamentos na maneira de pensar. Falo da introdução de conceitos que mais não querem do que substituir a essência do conhecimento espírita por teorias sociais que prometem mudanças radicais no mundo. Especialmente contra as desigualdades sociais.

 Situação semelhante é relatada pelo escritor cristão, o americano  Ross Douthat ao alertar que os cristãos devem se tornar minoria nos EUA até 2040. Ele diz que 'heresias' como a teologia da prosperidade, a religião da autoajuda e o nacionalismo cristão chauvinista se mantêm fortes. A porcentagem de cristãos na população americana, que girava em torno de 90% nas décadas de 1970 e 1980, ficou abaixo de 50% para o próximo meio século. Surgiu na América uma igreja de amor-próprio, com profetas como Oprah Winfrey pregando um evangelho do eu divino, uma espiritualidade do "Deus Interior" que arrisca transformar o egoísmo em virtude, O reverendo Joel Osteen, em cerimônia de distribuição de alimentos em Nova York insiste que Deus não deseja mais para seus eleitores do que a prosperidade americana, o sucesso do capitalismo.

 A ascensão de Donald Trump foi um testemunho da força das principais heresias dentro da direita religiosa. Ele frequentava a igreja do pastor Norman Peale, o autor do livro O Poder do Pensamento Positivo. Do lado da esquerda alerta Ross Douthat surgem teorias identitárias que a pretexto de concessões às minorias ( Vidas Negras Importam, #Me Too ), a chamada era da diversidade-equidade-inclusão, na verdade como alerta o ex-deputado Aldo Rebelo, nada mais é do que uma concessão do sistema capitalista às minorias, desde que o próprio sistema não seja alterado. Tudo isso, segundo Ross Douthat, aumenta a distância das pessoas à influência do cristianismo. Principalmente da figura de Jesus Cristo , no caso do cristianismo. Na situação espírita, laica e kardecista,  é cada vez mais difícil ler-se algum artigo onde apareça a figura de Jesus de Nazaré.

Me parece haver uma certa vergonha intelectual nas citações sobre aquele que é considerado pela teoria espírita como o maior exemplo de moral a ser seguido.

Volto-me mais uma vez a Jaci Régis no livro e capítulo citado acima ao nos ensinar que " o espírita vê a sociedade composta de espíritos a exprimirem estados evolutivos próprios, nos atos do dia a dia, nas esquematizações sociais e percebe a ânsia desses mesmos espíritos em buscar, mesmo que no plano teórico, comportamentos mais satisfatórios individual e coletivamente. Por isso, o espírita nega os valores do mundo, enquanto permaneçam no nível do imediatismo e no desconhecimento dos valores espirituais da vida". Vi com muita tristeza nesses anos de turbulência ideológica um vídeo de espíritas bolsonaristas, com o hino nacional num arranjo de piano ao fundo, e de repente surge  a imagem de uma coroa de espinhos e a epígrafe: foi por amor, complementada por Brasil acima de tudo, Deus acima de todos. Um grupo de quinze pessoas vestidas de branco dão mensagens de apoio à manifestação golpista convocada por Bolsonaro para o 07 de |setembro. E terminam cada um com a fala: eu sou espírita e apoio você , meu presidente. Eu te autorizo a fazer o que for necessário.

Assim como a Teologia da Libertação na década de 1960 trouxe a política partidária para dentro da Igreja Católica, o espiritismo também está trazendo a política partidária para dentro das suas hostes. O movimento Espíritas da Esquerda é um claro exemplo disso. Esquecem que a política é um dos campos onde as decisões e os caminhos sempre serão tomados com base nos desejos carnais. Vou além, e afirmo que hoje mais do que nunca os interesses econômicos ou de grupos de interesses é o que rege a política. O espiritismo corre esse risco se trouxer a política partidária para dentro dos seus domínios. 

Na verdade, não há novidade no que está acontecendo no mundo. Como afirma a Doutrina Espírita, o avanço moral não acompanha o progresso intelectual. Estamos bem atrasados moralmente. É inevitável que episódios de violência e transformações de todo tipo se apresentem como parte do processo de evolução dos espíritos. A Doutrina Espírita é uma luz na escuridão. Mas os espíritas são parte da humanidade, portanto sujeitos ao processo. O espiritismo foi sequestrado no Brasil pela FEB que o transformou numa religião desprezada pela sociedade. Essas novidades como esquerda ou direita dentro do movimento espírita fazem parte dessa inquietação que pretende levar o espiritismo para o que consideram a verdade a ser implantada. Mas tudo isso é inútil. O espiritismo não tem dono. Um ótimo 2023 a todos.

Artigo publicado no jornal ABERTURA de janeiro - fevereiro de 2023

Baixe aqui:

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                                                                                                                Roberto Rufo.

                                                               

 

terça-feira, 25 de outubro de 2022

Levar a vida mais leve - por Cláudia Régis Machado

 

Levar a vida mais leve

Certa vez atendendo um paciente este me perguntou o que fazer para levar uma vida de forma mais leve.

Como psicóloga, geralmente não temos uma resposta direta, nem dicas e citações, pois consideramos e levamos em conta muitos fatores e, como procedimento, sempre buscamos que cada um procure e encontre em cima dos questionamentos e colocações feitas, sua melhor forma de viver.



Não temos respostas prontas de como cada um pode levar a vida com mais leveza pois cada pessoa tem um perfil psicológico, uma estrutura emocional. Precisamos entender a razão e o porquê das perguntas, o que esta por trás da questão estabelecida.

Embora tenhamos uma postura empática, não é função do psicólogo, trazer verdades absolutas ou determinar o que o paciente deva fazer. No entanto nada é deixado de lado, toda pergunta é vista e olhado com interesse.

Sabemos que viver não é fácil, um desafio, uma aventura, de descobertas, aprendizado, erros e acertos. Viver é uma arte. A vida apresenta sempre situações que nos pedem ações para enfrentá-las e se possível resolvê-las.

Preocupar e preparar-se para determinados assuntos, como este “levar a vida com mais leveza” nos ajudam muito e, isto para que não fiquemos desestabilizados no enfrentamento dos momentos difíceis. Para que evitemos desequilíbrio mental-emocional ou mesmo desanimo e falta de coragem.

Com artigos, leituras, explanações e estudos espíritas podemos obter subsídios para discutir o assunto e, principalmente aplicar e colocar em prática, se assim o desejarmos ou conseguirmos.

A doutrina Kardecista nos dá base para encontrarmos um fortalecimento interior, energia psíquica. Fortalecimento este que nos facilita encarar a existência com tranqüilidade e responsabilidade. Seus conceitos para uma vida melhor, como maior significado e uma vida saudável estão espalhados por toda a Doutrina Espírita. Segundo Jaci Régis a “Doutrina Espírita facilita ao homem conhecer a si mesmo e compreender que depende de sua decisão comandar conscientemente a sua vida, seu próprio futuro”. O Espiritismo coloca que somos espíritos imortais criados simples e ignorantes em progresso, numa trajetória de construção do próprio ser para sermos espíritos melhores.

Mesmo com o conhecimento adquirido pelos estudiosos do Espiritismo, não podemos nos esquecer das idiossincrasias advindas: da história reencarnatória, do passado espiritual evolutivo, do perfil psicológico, da pressão familiar e do meio ambiente, que necessitam para construção do nosso ser, serem acomodados com a possibilidade de conseguirmos ter uma vida simples, com tranquilidade e com leveza.

Quando não nos sentimos satisfeitos e as inquietações afetivas nos afligem é bem positivo fazer uma autoanálise. Sabemos que somos imperfeitos, e necessitamos muitas vezes ter coragem e força para esse olhar intimo quando podemos nos ver realmente pois o objetivo sempre, é estar de bem conosco. Evoluir é a grande meta.

Dentro da Doutrina Kardecista vemos a reencarnação como chance de crescer espiritualmente e para crescer é necessário transformar o nosso modelo mental. Porém a mente humana é pretensiosa, há uma tendência de acomodação, da personalidade manter-se estática. Para sair do enredo mental, necessário se faz a ruptura da condição mental através de insights que podem dar abertura para uma nova perspectiva ou entendimento.

No entanto não podemos negar que existem pontos dentro dos perfis psicológicos que necessitam um olhar mais apurado e cuidadoso, pontos de autoconfiança, autoestima e problemas afetivos, definidos no campo da patologia psicológica, que pedem ajuda especializada porque sozinhos não conseguiríamos.

A possibilidade de ler artigos com vários apontamentos que nos auxiliam a levar a vida com mais leveza convém a todos sem exceção, pois necessitamos sempre de constantes cuidados e atenção; a vida cotidiana com seus afazeres e tarefas nem sempre nos permite muito tempo para conquista da leveza que desejamos e estes apontamentos servem como lembretes ou como uma “dieta para alma” expressão que li e cabe aqui.

Citamos alguns deles:

1.      Não leve tudo a sério o que não significa abdicar-se totalmente das tarefas diárias ou responsabilidades.

2.      Pare de transformar situações em problemas.

3.      Veja o lado bom; olhando além dos obstáculos, a análise de novas perspectivas pode tornar-se ilimitadas.

4.      Esteja cercada de pessoas boas podendo haver um ciclo de boas energias para serem trocados.

5.      Tenha momentos de alegria, prazer e mais bom humor.

6.      Auto compaixão ver as nossas dificuldades com acolhimento. Não é ter pena de si mesmo e ser permissivo e sim ter uma crítica gentil e carinhosa. Encorajando-se diante dos dissabores, a assumir riscos e tentar de novo.

7.      Você não precisa decidir tudo imediatamente várias coisas se resolvem naturalmente.

Importante encontrar propósitos e direções que nos encaminhem a uma vida mais leve, espontânea e divertida. Conquistando e recompondo-se energética e espiritualmente para uma vida mais plena.

Artigo publicado no jornal Abertura de outubro de 2022, na coluna de Cláudia Régis Machado - Pensando a Vida.

Gostou do artigo? Baixe gratuitamente o Jornal Abertura de outubro de 2022:

 https://cepainternacional.org/site/pt/cepa-downloads/category/22-jornal-abertura-2022?download=139:jornal-abertura-janeiro-fevereiro-de-2022.


quarta-feira, 6 de abril de 2022

O Novo - por Cláudia Régis Machado

 

O NOVO

Minha primeira proposta é “abra-se ao novo”. Aproveitando o dizer do poeta Zack Magiezi

“O novo todo dia nos procura / Todo dia nos convida / Nos chama para ir /

Conhecer o desconhecido”.

Viver é estar em constante transformação. O novo muitas vezes aparece de circunstâncias sociais, econômicas, de proposta de desenvolvimento, e bate à porta a todo momento.

Este cenário se dá tanto nas situações pontuais ou em várias áreas da vida tanto na profissional como no pessoal. Este nos coloca necessariamente face a face com a mudança.



Mudar é o que o novo pede, e isto é um mecanismo imprescindível para o progresso e o crescimento.

Atentos e com a percepção do que estava ocorrendo ao nosso redor e com o nosso jornal Abertura que pleiteava que entrássemos em uma situação nova, isto é, o processo digital na distribuição do ABERTURA. A era digital já está aí há algum tempo, mas até então não sentíamos a necessidade desta mudança, mas o momento urgiu e pediu uma posição.

Estamos neste momento, o de transformação, de passar o jornal da forma impressa para a digital. Entrar na era digital que não é algo novo, mas para o jornal ABERTURA é uma nova etapa depois de 34 anos de jornal impresso. Este passo foi pensando com cuidado e dedicação advindo de um processo econômico, da tendência mundial e da simplificação, que nos fez buscar uma solução para que a continuidade do jornal que tem a função de divulgar e pensar na doutrina kardecista fossem preservados. A transição foi lenta para que todo o ano de 2021 preparássemos o nosso público leitor e isto ocorresse de forma tranquila e coesa com os compromissos assumidos anteriormente. 

Voltamo-nos a encontrar um caminho onde a permanência do bom trabalho realizado fosse conservada e a enfrentar o progresso, e com isto conquistar maior divulgação e penetração das ideias que o jornal defende e que se propõe a aprimorar e difundir. Abre-se um novo empreendimento com a visão de expandir, com as mídias sociais, para uma interação maior com um público novo. Não há mais distância, o acesso é ilimitado.

A informação, os artigos e os conteúdos estarão sempre disponíveis, assim também como o campo de pesquisa juntos aos jornais antigos, com mais facilidade e praticidade, as diversas fontes de conhecimento que geramos durante todos estes anos.

Pretendemos atingir leitores que não tinham acesso ao nosso jornal e com essa ferramenta expandir para aqueles que tenham interesse em conhecer o Espiritismo com um novo pensar.

A era digital é um impulso que nos encoraja a criar trilhas, levando-nos a pensar que existem outros moldes e que outras oportunidades podem advir, já que temos amealhado experiência com o blog do ICKS e a experiências de outros veículos.

“Com reflexão, disciplina e bom senso podemos transformar os espaços virtuais numa extensão de nossa criatividade, da nossa sede de conhecimento e de nossa empatia”. (Alexandre Carvalho)

Quando falamos do jornal falamos também de nós mesmo, o progresso está no seu percurso, solicitando tomada de posição de nossa parte. Segui-lo ou não é uma escolha. Mas uma boa atitude é:” vamos receber o que nos pede passagem. Vamos olhar as mudanças sob novas luzes”.

É natural que junto com o novo venham anseios, receios e incertezas, O novo é quase sinônimo de desconhecido e traz inquietude; o que irá ocorrer? var dar certo? a escolha foi a melhor? É um processo que não deve ser irracional, é preciso pensar, refletir, pesquisar e planejar qual o melhor caminho a seguir. É um desafio, mas é possível.

Como é um desafio para nós que fazemos o jornal, também é para o usuário que muitas vezes tem dificuldade de manejar essas ferramentas. Esperamos que os leitores se atualizem, busquem ajuda ou que nos solicitem pelo nosso e-mail -ickardecista1@terra.com.br  para que possamos orientá-los.

O leitor aqui é convidado a se reciclar e ampliar os seus conhecimentos tecnológicos. Com essas novas informações e perspectivas, o repertório de possibilidade e habilidades são enriquecidas. Não é um processo difícil e sim de fácil adaptação. Aceitação das coisas como elas se apresentam não negando os fatos produz efeitos positivos e, maiores são as chances de nos movermos em direção ao desconhecido com mais curiosidade e menos temor. Vendo potenciais

É necessário um espírita ou uma pessoa comprometida e com disposição de aprender, estudar a Doutrina Kardecista Progressista e Livre Pensadora. Um espírita proativo.

O aprendizado contínuo é pauta maior da nossa evolução. Acreditarmos que estamos velhos para aprender algo novo, é uma grande limitação. Temos potencial e em qualquer idade devemos olhar-nos como autores de novas alternativas para um bom existir.

Evoluir sempre, mesmo que a pequenos passos.

Vamos renovar uma história.

“No ainda desconhecido, algumas histórias só estão esperando começar” (Raphaela Mello).

Experimente:https://cepainternacional.org/site/pt/component/phocadownload/category/20-jornal-abertura-2021 

Artigo publicado no Jornal Abertura de dezembro de 2021.



quarta-feira, 1 de dezembro de 2021

POR QUE JULGAMOS TANTO? por Cláudia Régis Machado

 

POR QUE JULGAMOS TANTO?

 

É da natureza humana fazer um julgamento, uma avaliação do mundo de acordo com suas crenças.

Não estou restringindo aqui ao aspecto moral do que é certo ou errado, mas um olhar que abrange vários itens da vida humana onde está contido também a perspectiva ética que compõem nossas crenças, a nossa percepção de mundo.

 



Cada pessoa é um mundo, que passa por situações e vivencias com as com as quais sofreu e aprendeu, que só ela conhece e compreende. 

 

Na maioria das vezes acreditamos que a nossa visão é a única válida, e isto atrapalha de ir, de ver mais além, e compreender outras perspectivas diferentes.

Precisamos ter uma abertura para saber que cada pessoa observa o mundo, o cotidiano sob seu próprio prisma, com lentes pessoais assim como nós.

Não existe problemas no processo de julgar, isto só passa a existir quando executamos de forma precipitada e imediatista. Não tomando cuidado de analisar o quanto sabemos daquela situação, daquela pessoa e o quanto não nos familiarizamos com o contexto que está inserido. Todos têm direito de expressar sua opinião, emitir seu ponto de vista e ser respeitado. Julgar não significa justificar os atos dos outros.

“Eu tenho a minha verdade e você tem a sua. Respeito é eu validar sua verdade, ainda que eu não a compreenda ou discorde de você”.

Não somos juízes, não estamos fazendo justiça, mas dando um parecer, uma opinião.

O que condenamos sempre, são os preconceitos tidos como crimes e as falsas informações com a intenção de difamar e prejudicar o outro.

Expressar e compartilhar pontos de vista não quer dizer convencer o outro nem que sua opinião deva prevalecer sobre a outra. Mas nem por isso devemos deixar de falar porque existimos a partir das nossas verdades, que não são imutáveis.

Troca de opiniões, através do diálogo é ouvir e transmitir com serenidade.

As diferenças não são negativas pois ajuda a abrir a mente diante de diversas situações e a liberdade para se repensar ou não, nossa visão de mundo.

Os julgamentos que realizamos são permeados por valores e preconceitos que carregamos dentro de nós. Revelam muito a respeito de nosso caráter, nossa personalidade e até como anda a nossa vida e quando nos desconhecemos, apesar de ser uma análise simplista, somos muito mais complexos tendemos como mecanismo de defesa projetar no outro, atribuir aos outros, nossos defeitos, sentimentos e desejos; que em psicanálise é uma forma do indivíduo defender-se dos próprios desejos imputando-os a outro sujeito.  

“A alma sempre tende a julgar os outros segundo o que pensa de si mesma”

– Giacomo Leopardi –

 

Uma atitude positiva e fundamental é o autojulgamento para trazer autoconhecimento, que facilita o olhar para si e para o outro. Traz uma flexibilidade para ouvir o pensamento do outro, e de se colocar no lugar do outro para conseguir uma postura de empatia.

Infelizmente executamos o ato de julgar com mais facilidade em relação ao outro do que a nossa própria avaliação. A postura muda quando somos julgados, sentindo-nos sensibilizados e incomodados.

Por isso quando o foco do julgamento é o comportamento do outro devemos sempre ter em mente: o que pretendemos realmente? É fazer com que os outros vejam nossa visão de mundo? Devemos ter a consciência que nosso padrão, nosso modo de ver o mundo não é o único.

Devemos ter cuidado para que nossos julgamentos não sejam uma especulação da vida alheia e que o uso não seja indiscriminado e virem fofoca pois geralmente se propagam rapidamente.

Abra sua mente e permita-se descobrir novas perspectivas para ampliar a sua visão de mundo. Faça do exercício de autoconhecimento um hábito, tornando-se assim mais gentis e tolerantes em suas análises.

Este artigo foi originalmente publicado no Jornal Abertura de novembro de 2021, interessado em ver o jornal? 

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domingo, 3 de outubro de 2021

A voz do coração - por Cláudia Régis Machado

 

A voz do coração

Se perguntarmos para as pessoas o que é ouvir a voz do coração, suponho que a maioria responderia que é ouvir os sentimentos, as emoções que estão no interior de cada ser humano.



A resposta estaria certa.

Mas só temos a voz do coração? Seria incompleto, muito simplificado acreditar que sim, pois somos um espírito complexo composto por emoções, sentimentos e razão, que caminham juntos na dinâmica vivencial.

Antes de discorrermos sobre o assunto devemos colocar que emoção é diferente de sentimento, embora muitas vezes usemos no mesmo sentido. É uma simplificação.

Emoção é uma reação corporal, motora que advém do nosso cérebro que faz parecer em resposta a alguma situação. É inato. Reação emocional que compartilha toda a espécie humana.

Para o neurologista português Antônio Damásio “o sentimento é a forma como a mente vai interpretar essas reações corporais, os movimentos emocionais do corpo”.

Os sentimentos têm forte componente cognitivo. Você pensa através dele, você constrói uma percepção afetiva ou a desconstrói.

No seu livro Uma Nova Visão do Homem e do Mundo Jaci Régis coloca que: “na sua evolução o espírito assumindo as qualidades de discernimento e de escolha, característica do nível racional, começa uma nova fase quando o elemento afetivo quase todo impulso puro começa a submeter-se aos limites que a relação com o outro impõe. Estes componentes vão sendo refinados e melhorados através de milhares de anos, o que ocorre no processo reencarnátorio, onde aprende na vivência, muitas vezes de maneira forçada, as condições que tornam a vida possível tanto na sobrevivência animal quanto nas relações afetivas do homem”.

Não é possível dividir o indivíduo, olhando-o somente por um aspecto quer seja emocional ou racional.  Podemos em situações ter uma atuação mais racional e outra mais emocional. Mas no inconsciente e no consciente há toda uma elaboração, mesmo que rapidamente, dos dois modos de agir.

O estudo sobre a estrutura do cérebro avançou muito e segundo, Damásio “é preciso que o cérebro seja capaz de representar aquilo que se passa no corpo e fora dele de uma forma muito detalhada”. Coloca ainda que: “as decisões mais impulsivas e emocionas são originadas na região do cérebro chamada amigdala. Já aquelas decisões mais racionais vêm do hipotálamo até chegar ao neocortéx. Este trajeto entre hipotálamo e o neocortex é mais longo e segundo o estudioso, talvez por isso temos mais tempo para pensar”.

Muitos separam dizendo: - seu coração é duro, você não tem coração, és um insensível ou você é só razão! Isto é uma observação incompleta, pois esses não são processos excludentes. Nas diversas formas de nos expressar demonstramos esses dois aspectos de forma misturada, mesclada e unitária.

Usar a inteligência, a razão, identificar as emoções primárias e depois aprender a nomear os sentimentos, reconhecê-los em si mesmos e vive-los de forma harmônica é decorrência de muitos fatores, dois deles: a educação e os condicionamentos socioculturais.

A emoção pode moldar o raciocínio.  O raciocínio pode alterar nossas emoções. Conciliar bem a emotividade com a racionalidade demonstra equilíbrio e maturidade espiritual. A medida em que as sociedades evoluem caminhamos para uma maior harmonia entre o lado emocional e o lado racional. Ainda nem sempre é visível essa harmonia, é um trabalho a se avançar.

O estado de desequilíbrio muitas vezes ocorre e para uma melhora é importante primeiramente autoanalisar-se, refletir e verificar com grande pormenor quais as situações que nos trouxeram a este estado e encontrar soluções, sozinho ou com ajuda, para aperfeiçoar a maneira de reagir a estas e ter uma mudança de postura.

A racionalidade e os aspectos afetivos que estão presentes no nosso dia a dia. Quando pensamos em progresso do espírito pensamos sempre no equilíbrio, no meio termo do uso destes elementos. Aprender a administrar, autogerenciar estes itens e vivenciarmos estes aprendizados irão proporcionar um desempenho harmonioso, criativo, produtivo e revelarão compreensão e o entendimento da vida.

Cláudia Régis Machado é psicóloga e reside em Santos -é Vice-Presidente do ICKS.

Este artigo foi publicado originalmente no Jornal Abertura de setembro de 2021, quer ler o jornal todo?

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sexta-feira, 23 de abril de 2021

Livro Caminhos da Liberdade de Jaci Régis

 

Jaci Régis publicou no Abertura uma série de artigos aos quais denominou Lendo Meus livros, destacamos alguns tópicos:

Em 1990 Jaci reúne alguns destes artigos, criando um livro que poderia se enquadrar como de auto-ajuda.

“Era meu desejo, incentivado por vários amigos e leitores, reunir as crônicas mensais publicadas no jornal ABERTURA, num livro. Reuni 30 crônicas que me pareceram mais interessantes. O livro foi editado na época mais grave das dissensões doutrinárias e por isso não teve maior repercussão. ...



Na contra capa publiquei um fragmento do texto que explica muito bem o sentimento de liberdade que está no cerne de todas as crônicas”.

“Um dia, como uma brisa muito fresca e suave, senti que era livre. Essa sensação não me veio de uma súbita revelação ou milagre divino. Nem propriamente fruto de conhecimentos extraordinários. Mas porque, por muitos motivos, andanças, reflexões, fracassos e lágrimas, percebi que já não tinha medo de errar. Que a vida não era uma atitude linear, mas ondulante, cíclica.

Vi que podia abandonar velhas ideias, sem perder a minha base. Que era possível questionar o que julgava verdade revelada, acabada, porque a Verdade me parecia mais criativa e mais fascinante. Encontrei um caminho de acesso a ela. Sem sonhar que tenha “toda” a verdade. É apenas uma abertura, uma ruptura, um começar;

Se alguém alegar que me acho louco por ter coragem de fazer tão intempestiva, quanto pretenciosa afirmação, que resposta darei senão que todo caminho da liberdade e a busca da verdade são sempre uma verdadeira loucura?”

Aproveitamos que Egydio Régis, vem homenageando e trazendo a luz através de um diálogo com Jaci, por suas obras possamos saber um pouco mais deste grande espírita. 

Desta forma passamos ao leitor detalhes desta grande obra que pode ser adquirida no ICKS, através do e-mail: ickardecista1@terra.com.br. No Brasil, incluíndo a remessa pelo correio, custa R$ 12,00. Um esforço que o ICKS faz, reduzindo o valor do livro para que você nosso leitor possa adquirí-lo.

terça-feira, 6 de abril de 2021

O que fazer para não perder o rumo - por Cláudia Régis Machado

 

Perder o rumo

“A sinalização muda, o vento sopra em sentido contrário, o norte de repente vira sul, o leste vira oeste. É fácil sair do prumo, perder o rumo.”

Prumo ou rumo? Aqui não faz diferença. As duas expressões são válidas aqui, pois quando esta situação ocorre, sentimo-nos à deriva, frágeis e vulneráveis, ficamos perdidos.



A vida nos surpreender muitas vezes nos empurrando para fora do prumo; fazendo-nos perder o rumo.

Quem nunca perdeu o rumo? Muitas situações podem nos levar a este estado. Perdas de entes queridos, mudança de rotina, aposentadoria, o “ninho vazio”, doenças etc., são momentos ou melhor eventos que nos tiram o chão estabelecido, balançam a nossa estabilidade costumeira.

Na maioria das vezes não sabemos lidar com as surpresas da vida, porém perder o rumo faz parte da dinâmica da vida, porque ninguém está livre destes acontecimentos. Perder o rumo, sair do prumo não dever ser uma condição de permanência e sim uma situação que nos convida a exercitar novos olhares e sentimentos.

Pede reflexão de como e o que fazer para sair dessa, como voltar ao prumo, a sensatez, o discernimento e como alinhar-nos novamente.

Esta ocorrência acontece com os espíritas? É lógico que sim somos humanos, estamos inseridos na vida, sujeitos a todos os eventos que dela ocorrem. Mesmo os que tem compreensão espírita não são perfeitos, vacilam. O que pode fazer diferença para sair desta posição é a estrutura emocional, a filosofia e estilo de vida adotado que são recursos que facilitam melhores saídas para estes eventos.

A Doutrina Espírita nos ensina a olhar o mundo de forma diferente. A Doutrina Espírita, otimista na sua visão de mundo, com o seu primordial eixo - a evolução constante, mostra-nos a importância de superar a dificuldade com positividade e entrever o futuro com perspectiva de crescimento e aprendizagem.

Quantas vezes não falamos ou pensamos que precisamos de algo novo? Talvez seja uma ocasião oportuna para traçar um roteiro que renove as nossas energias, desapegar das coisas antigas é uma boa escolha. Tornemo-nos criativos em busca de soluções para uma vida mais alegre e voltadas para o bem.

O espiritismo nos impulsiona a agir no bem e com isto nossa frequência vibratória pode se ligar a pensamentos, discursos e ações do bem. Opte por algo que te deixe feliz e que seja mais fácil de realizar.

Vislumbre mais uma vez que a vida pode nos oferecer diversas coisas incríveis, se nos permitimos. Muitas vezes quando não conseguimos sozinhos podemos buscar ajuda do grupo e dos amigos espirituais (visíveis e invisíveis) ou de uma ajuda psicológica é uma chance de equilibrar-nos.

Encare como fim de um ciclo.

A Doutrina Espírita ajuda no entendimento e aperfeiçoamento do próprio indivíduo e uma ferramenta fundamental para o sustento da nossa existência e abrir novos horizontes.

Nesta busca para entrar no rumo o espiritismo instrumento poderoso para podermos alcançar a desejada paz interna, capaz de tranquilizar nossa mente e acalmar nossos corações.

 Cláudia Régis Machado

Nota: Artigo originalmente publicado no Jornal Abertura de Santos.

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segunda-feira, 28 de dezembro de 2020

Afinal evoluímos? por Cláudia Régis Machado

 

 Afinal evoluímos?

A evolução constante é um importante princípio da Doutrina Espírita. Mas será que realmente conseguimos evoluir ou crescer interiormente em uma encanação? E, ainda nos perguntar como perceber essa evolução?


Cláudia Régis Machado


Acreditamos no preceito que, evoluir é possível, mas que é um processo difícil, lento e complexo, sendo, a tendência do ser humano acomodar-se na situação que lhe é confortável.

 Evoluir implica mudar, justamente sair da zona de conforto, da estabilidade que estamos acostumados. Transitar por caminhos desconhecidos tendo que enfrentar nossas crenças limitantes (eu não consigo, eu não posso) e ir para instabilidade, para incertezas. O novo traz medo e ansiedade.

Mudar além de ser uma questão psicológica é também mental, o nosso cérebro não gosta de desestabilização, tende a comportamentos automatizados e de menor gasto de energia.

Mas a vida não é linear, as experiencias vividas muitas vezes nos pedem respostas que não estão pautadas. O conhecimento, a curiosidade e as questões sociais também nos empurram a novas buscas. Os questionamentos exigem reflexões, aguçam-nos para novas ideias e expansão de horizontes. O conflito está montado e requer que seja encarado.

O quadro montado acima não deve ser motivo de desanimo; como espiritas cientes que a encarnação é uma chance de aprendermos, de agir de forma diferente. Está aí, oportunidade que temos para mudar. A mudança positiva gera inovação, crescimento, progresso.

O processo de mudança é diferente de pessoa para pessoa considerando-se estrutura mental, psicológica e espiritual de cada ser.

Jaci Régis coloca em seu trabalho: As mutações das estruturas mentais:

“As mudanças de paradigma são um processo secular enquanto a mudança dentro dos paradigmas é processo de mutação constante”

Explicando ainda que só se muda um paradigma quando se esgota a capacidade de reciclagem das ideias estando estas saturadas ou cristalizadas, de tal maneira que não possibilita nenhuma forma de questionamento. É uma questão de amadurecimento e de assumir uma nova rota quando a que se trilha se esgotou”.

Mas nesta existência não podemos deixar de dar alguns passos para nossa evolução. E esses passos vem das mudanças que realizamos.  Para isto precisamos mudar as estruturas construídas ao longo da existência e das encarnações anteriores. Daí vem a dificuldade de evoluir e quando ocorre é quase em conta gotas. A reencarnação com o processo de esquecimento e a infância nos dão a oportunidade de conquistarmos novas experiências e impressões que podem levar a desestruturação de algumas partes dos nossos padrões mentais. Podendo assim haver modificações pontuais que na somatória levam ao crescimento.

Na estrutura do nosso cérebro existe uma região, o córtex pré-frontal,  peça chave no processo de planejamento e mudanças de comportamento é ele que confere ao ser humano a capacidade de controlar os seus desejos e impulsos  Estas atividades cerebrais são exercitáveis, isto é, necessitam ser estimuladas e podem ser treinadas até que a execução se faça com mais facilidade.

Apesar do cérebro começar a se solidificar com a idade de 21 anos, ele continua se modificando ao longo da vida. Essa adaptabilidade do cérebro é chamada neuroplasticidade que nos mostra que é possível mudar o nosso comportamento por meio das alterações que fazemos em nossos hábitos e ações. Em interação com o espírito é possível criar continuidade, novos caminhos e conexões neurais, o que auxilia o processo de mudanças de comportamento.

Mudar é um verbo que exige ânimos e rompimentos; ter mente aberta, ser mais receptivas à novas ideias, fazer questionamentos e reflexões sobre os acontecimentos da vida. Sair da zona de conforto para não perder boa parte das experiências e aprendizados. Pensando em evoluir e aproveitar a encarnação.

Encontrar uma motivação está no processo de crescimento. Estar consciente da imortalidade, ficar induzido a abraçar a sua responsabilidade humana fundamental de construir uma autêntica vida de compromissos, conectividade, e satisfação consigo mesmo podem estimular e propiciar mudanças significativas.

Aprendizado-crescimento-evolução. Não espere as encruzilhadas da vida, provoque mudanças, seja autora, protagonista. Não fique no banco de passageiro

Mas a dor-crescimento termo usado por Jaci Régis e as experiencias transformadoras - termo usado por Yalow, podem também ser um catalizador extremamente útil para grandes mudanças na vida.

As experiencias reveladoras ou transformadoras são uma terapia existencial de choque assim como a dor que pode ser um despertar, com potencial de fazer com que apreciemos mais a vida.

Na prática todo este processo não é fácil:  necessita novos hábitos, novas ações; aceitação da nova ideia; tempo para maturação; determinação; planejamento; força de vontade; prática; repetição e esforço.

Parece receita de bolo, mas estas etapas ajudam a implantar as mudanças em nossas vidas. Necessário ainda manutenção para continuar a trabalhar para obter ganhos visíveis.

Mudar faz bem para o cérebro e para alma. Mudar para ser melhor do que antes.

A percepção da nossa evolução vem da conduta que podemos ter nesta existência e usar sempre da vontade, da abertura mental. De querermos estar melhor, de buscar crescimento e consciência de podermos e devemos almejar mais.

 Cláudia Régis Machado

Nota: Artigo originalmente publicado no Jornal Abertura de Santos.

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