A história de cada um
Todas as pessoas têm uma história
de vida e, na concepção espírita das múltiplas encarnações, compreendem que já
tiveram vários existências no percurso de sua evolução que por suposto tem
muitas histórias de vidas que se traduzem, se mostram na sua existência atual.
Creio que aquilo de importante
que se construiu na trajetória evolutiva como espírito não se perde e fica armazenado no seu
interior e se exprimirá em síntese na vida presente, o que leva de forma progressiva a definição de sua
estrutura.
“Cada encarnação é um novo começar,
mas ninguém e, propriamente, novo”. Somos uma construção que foi desenvolvida
através das vidas sucessivas, mas que nos primeiros anos de vida é esquecida para
dar espaço para novas experiências, para educação e novas realidades que ao
longo do processo vai desconstruir aquilo que não é mais satisfatório, que não
atende a nova realidade, ressignificando e reajustando sua estrutura. Tendo um
novo olhar para esse “eu” mais intrínseco.
Construir e desconstruir, ressignificar
e significar são movimentos realizados pela introspecção e honestidade que proporciona
uma investigação interna, visando equilíbrio e harmonia pessoal e relacional.
Muito se fala de autoconhecimento
que não é um processo fácil e, uma maneira, não a única, que ajuda a conquistar
é escrever o que se aprendeu com os erros e acertos, como estes impactaram
e que rumos foram tomados a partir daí, se aproveitaram ou não o que foi
oferecido, quais os sentimentos advindos das vivencias, relatos desses
sentimentos, como nasceram as oportunidades e possibilidades por conquista de
esforço e desempenho. Como enfrentou as circunstâncias, as intempéries e as
situações inusitadas que a vida lhe trouxeram. A palavra pode ser a mão que
conduz o olhar para dentro de nós mesmo.
Quando escrevemos nos envolvemos
de tal forma e entrando no fluxo da escrita podemos conectar e também reconectar com partes de nós
mesmos. É um instrumento de crescimento fazendo romper com os limites de
situações sedimentadas.
Reforçando o registro de vários aspectos
da encarnação favorece um mergulho interno e
dá subsídios para entender melhor angústias, alegrias, tristezas,
memórias infantis, ganhos, sucessos e insucessos. A escrita pode também ser um momento de
desabafo deixando o caminho vivencial menos penoso. Se algo já que não se
encaixa na narrativa que estamos construindo, talvez seja hora de deixá-lo de
lado
Toda esta ação é para sermos protagonista da narrativa da nossa
existência já, que estamos acostumados a
pensar que a influência sobre a nossa história não está em nosso controle.
Esta preleção que advém muito dos
conceitos da Psicologia nos ajuda a nos conhecermos melhor e a fazer uma revisão
constante daquilo que somos, do que poderemos ser. Com isto evoluir, crescer
como espírito, questão que requer muito trabalho e esforço.
Acrescentando ainda, este
procedimento acarreta maior clareza em relação ao enredo que desejamos para a
história de vida e também elementos para tornar mais fácil escrever novos
capítulos.
“Lembremos que cada dia é uma
oportunidade para adicionar novos elementos a história de vida: uma pitada de
alegria, uma profunda tristeza, um desafio aparentemente impossível de
resolver, uma história de amor para aquecer os corações. Além de muitos
encontros, desencontros “.
E isso se faz com muito
autoconhecimento, conversas, trocas, decisões e desapegos. Sendo a própria
fonte principal de informação, embora não necessariamente a única.
Importante associar este ato como
um cuidado das coisas do espírito num comportamento dinâmico e com a
possibilidade de pensar a história de vida como um processo sempre de
construção, buscando novos sentidos para vida ou para aspectos dela com ressignificação
constante.
Alcançando uma narrativa original
e criativa de própria vida.
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