Publicamos aqui a manifestação da CEPA sobre o desencarne de Divaldo Pereira Franco.
quarta-feira, 14 de maio de 2025
Desencarna Divaldo Pereira Franco - nota da CEPA
terça-feira, 13 de maio de 2025
Jornal Abertura online em pdf - maio de 2025 -baixe aqui grátis
Leiam o jornal de maio de 2025
Nesta Edição:
- Editorial sobre o Papa e o artigo de Milton Medran
sobre o mesmo assunto;
- Cobertura do 19° Fórum do Livre Pensar Espírita da
Baixada Santista;
- Cobertura em 3 páginas do 6° Encontro da CEPABrasil em
Porto Alegre;
- Existe uma SALVAÇÃO pelo ESPIRITISMO por Roberto Rufo;
- Cláudia Régis Machado fala sobre o e-book A Busca por
Planetas Habitados – a visão dela como leitora;
- Abrindo A Mente – Alexandre Machado segue respondendo
perguntas sobre o Princípio Espiritual;
- Página 6 – James Webb – sinais interessantes (potencial
vida alienígena);
- Página 10 – Compartilhamento entre ICKS e ECK –
Espiritismo Com Kardec
- Página 11 – Ricardo Nunes escreve sobre “Meu Amigo
Odair” espírita importante de Santos desencarnado em abril.
Baixe aqui:
https://cepainternacional.org/jornal-abertura-maio-de-2025/
O link abaixo está temporariamente indisponível
sábado, 11 de janeiro de 2025
Memórias Inesquecíveis - Mauricy Antônio da Silva por Alexandre Cardia Machado
Memórias Inesquecíveis
Despedida de um grande trabalhador – Mauricy Antônio da Silva
(17/06/1937 – 8/1/2025)
Diretoria do ICKS (2019-2024) – 2 mandatos
Mauricy, Alexandre, Antonio (Toninho) e Cláudia
O que falar do querido Mauricy, um homem discreto, mas sempre presente, honesto, trabalhador espírita desde a Mocidade Espírita Estudantes da Verdade do CEAK de Santos, passando pelo CEAK, pela Comunidade Assistencial Espírita Lar Veneranda, onde foi Tesoureiro, Conselheiro e Presidente do Conselho Administrativo. Fundador e membro da diretoria do ICKS, tendo sido igualmente tesoureiro até 2021 e vice-Presidente até 31 de dezembro de 2024, oito dias antes de desencarnar. Foi ainda tesoureiro do CEPABrasil, desde a criação dos Delegados e Amigos da CEPA, lá esteve presente junto com o Toninho, representando o ICKS – desde o seu início, esteva ligado à direção de 2007 a 2015, tendo sido também tesoureiro adjunto da CEPA – Associação Espírita Internacional no Brasil entre 2016 e 2020, na gestão de Jacira Jacinto da Silva.
Na vida profissional foi Diretor Financeiro da Fiação e Tecelagem Tognato, fabrica no ABC de cobertores e produtos desta linha.
Pai de família exemplar, deixa a esposa Djorah, também sócia do ICKS e grande colaboradora do Lar Veneranda, 3 filhas – Sandra, Elisabeth e Denise e um filho - Marcelo, todos espíritas.
Denise, Marcelo, Djorah, Mauricy, Elisabeth e Sandra
Não há quem tenha tido alguma rusga com ele, era a pessoa mais conciliadora e tranquila que conheci. Me aconselhou muito quando pela primeira vez assumi a Presidência do ICKS.
Até meados de dezembro de 2024, já bem fraquinho, quase sem sair de casa, todo dia mandava mensagens positivas pelos grupos de WhatsApp a “todos e todas”, como gostava de dizer.
A primeira vez que ouvi falar dele, lá pelos anos 90, foi ao oferecerem uma rifa do Lar Veneranda, naquele momento, totalmente impensável que eu faria parte do Conselho do Lar por mais de 20 anos - bem alguém perguntou: “ O Mauricy comprou?” ele era realmente muito sortudo, ganhava seguidas vezes! Na verdade, acredito que o intuito dele era ajudar, assim ele comprava muitas rifas e portanto, ganhava várias vezes.
Com a criação do ICKS há 25 anos nos aproximamos mais, em 2003 eu e minha família voltamos a Santos, depois de passarmos 6 anos fora da cidade, e com a existência do ICKS o convívio era semanal.
Já no Lar Veneranda mensalmente nos encontrávamos nas reuniões do Conselho Administrativo. Sentávamos, os homens, numa fila à esquerda do auditório do Lar, quando comecei era o Ivon Régis, depois Mauricy, Toninho e eu – brincávamos que era a rampa de lançamento, de fato Ivon nos deixou o ano passado e este ano o Mauricy. Ainda bem que não existe mais as reuniões do Conselho, pois minha hora estaria chegando.
Já fizemos uma matéria homenageando o Mauricy nesta mesma coluna Memórias Inesquecíveis no Jornal Abertura de junho de 2024.
Mauricy participou do Grupo de Estudos do ICKS que elaborou conosco 4 trabalhos importantes, o primeiro para o XXI Congresso da CEPA em Santos no ano de 2012 e que está disponível o site da CEPA:
Também participou de outros três trabalhos apresentados no SBPE: “Pode o Espiritismo ser considerado Ciência da Alma? Uma análise epistemologica da proposta do pensador espírita Jaci Régis” em 2013 no 13° SBPE; “Exposição - SBPE 26 anos abrindo espaço para novas ideias” no 14° SBPE em 2015 e “Somos progressistas?” no 15° e derradeiro SBPE de 2017.
A matéria de junho do ano passado, comenta o fato interessante de ter sido ele o último a fazer uma palestra na Sede própria do ICKS.
Teve um papel importante no Gabinete Psico-Mediúnico do ICKS onde era o responsável pela palestra sobre Espiritismo, isto pode ser conferido no livro ebook abaixo. Emissões Energéticas na Prática Espírita.
Aqueles que participaram de algum SBPE lembrarão desta foto na Recepção.:
Cláudia e Mauricy
Expressamos aqui toda a nossa admiração e carinho pelo companheiro que temporariamente nos deixa.
Por Alexandre Cardia Machado - Presidente do ICKS
terça-feira, 16 de julho de 2024
Eugenio Lara nos deixa em junho de 2024 - da redação
Eugenio Lara nos deixa em junho de 2024
Desencarna Eugenio Lara aos 61 anos.
Difícil perder um companheiro tão inteligente, um
pesquisador de primeira linha, tão cedo, com apenas 61 anos. Eugenio faz parte
deste jornal Abertura, desde o primeiro número.
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Cláudia e eu
fomos ao velório, conversei com o seu irmão Vicente Lara, Eugenio teve
problemas relacionados com o fígado seguido de anemia muito forte. Aos poucos
foi complicando resultando em falência múltipla dos órgãos. Alguns dias antes
da desencarnação ele falou ao irmão, já com alguma confusão mental que estava
sendo tratado pelos irmãos espirituais. Temos certeza de que sim e ele também
tinha. |
Eugenio tem uma relação profunda com o ICKS, este relacionamento é bem anterior à própria criação de nosso instituto. Eugenio era responsável pela diagramação dos jornais Espiritismo e Unificação em seus últimos anos e do sucessor Jornal de Cultura Espírita – Abertura. Onde militou por cerca de 10 anos.
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Jornal
Abertura-maio de 1998 – Eugenio Lara estava no Conselho de Redação e Diagramação
e Composição Gráfica
Transcrevo aqui o que entre tantos outros que o homenagearam
no WhatsApp da CEPABrasil, o que
escreveu Ademar Chioro:
” Estou triste e muito mexido com a notícia. Eugenio Lara é
um querido amigo, com quem convivi intensamente desde a juventude. Foi um líder
desde o movimento de mocidades espíritas. Um intelectual espírita, laico,
livre-pensador, humanista (seu livro é uma pérola), progressista Arquiteto de
formação, jornalista e designer gráfico por gosto e por competência. Produziu
muito, e acho o site PENSE, em coautoria com José Rodrigues, uma das suas mais importantes
contribuições.
Escrevia muito. Polemista. Irônico e provocador. Eu o
chamava carinhosamente de o “Massaranduba” do espiritismo.
Parte muito precocemente. Vai fazer uma falta imensa. Na
primeira fila será recepcionado por Jaci Regis e José Rodrigues. Parte um
apaixonado pelo espiritismo. Um autêntico livre-pensador espírita.
Parte o primeiro dos fundadores e um dos mais ativos membros
do CPDoc, ainda que andasse meio sumido nos últimos tempos.
Meu abraço amoroso, Eugenio. Até breve!!”
SBPEs
Eugenio participou de todas as edições do Simpósio
Brasileiro do Pensamento Espírita, ele as vezes nem se inscrevia, mas aparecia
por lá, adorava uma resenha, ficar próximo ao cafezinho discutindo o
espiritismo.
Foto - Eugenio,
Ivon Régis, Nazareth e Antonio Ventura em frente à sede do ICKS
Apresentou muitos trabalhos que terminavam em livros
publicados ou em formato de ebook.
O ICKS está buscando textos publicados no Abertura e
disponibilizando no blog do ICKS - https://icksantos.blogspot.com/;
para consultar basta ir a MARCADORES e selecionar Artigos de Eugenio
Lara.
Veja abaixo:
Numa das últimas vezes que conversamos pessoalmente, Eugenio
disse que sentia falta dos artigos de folego, ou seja, aqueles artigos de duas páginas,
as centrais, ainda no tempo do Abertura em papel jornal e formato tradicional.
Bem, esta despedida ocupa duas páginas, uma homenagem a ele,
pela sua dedicação ao estudo e pesquisa do espiritismo. Ele era extremamente
Kardecista. Vamos sentir muita falta deste nosso amigo.
Alexandre Cardia Machado
sexta-feira, 7 de junho de 2024
Encanto, Desencanto e Inquietude - por Eugenio Lara
Encanto, Desencanto e Inquietude
Eugenio Lara
Nota da redação: Eugenio volta ao mundo dos Espíritos neste 7 de junho de 2024
De vez em quando surge em mim, de modo insidioso, um certo sentimento
de desinteresse pelo Espiritismo, dentre outras coisas da vida. E sempre fico a
me perguntar se é algo passageiro ou permanente, ainda que, no caso, tal
sentimento carregue consigo uma razoável dose de desencanto.
Sim, desencanto,
talvez seja essa a palavra mais exata, no momento, para definir o que há muito
tempo sinto em relação ao Espiritismo. Não chega a ser decepção. Mas, do
desencantamento à desilusão, à decepção é um pulo, um mero suspiro.
Todavia, a decepção pode permear os sentidos, o pensamento.
Fico então a me perguntar, de modo metafórico: eu falhei com o Espiritismo ou
foi o Espiritismo que falhou comigo?
Falsa questão, mas que, em termos poéticos, simbólicos, traduz
um certo sentido.
Afinal, que é o Espiritismo senão um movimento social
formado por pessoas, por seres humanos encarnados e desencarnados que te inserem
numa situação natural de (con)vivência e vicissitude moral, interpessoal?
Por melhor que seja, nenhum ideário jamais será o
suficiente para se moldar um laço duradouro, um elo, unir determinado grupo apenas
pela comunhão de princípios e objetivos. Há fatores emocionais envolvidos que sempre
devem ser considerados. Boas ideias com pessoas sem boa vontade, ambiciosas e de
mau caráter não dão certo, não florescem, ainda que estas pessoas sejam aparentemente
eficientes no que fazem. É a tal da figueira estéril da parábola evangélica.
Por conta disso, a decepção pode estar sempre presente,
como a Espada de Dâmocles sobre nossa cabeça. Porém, há algo que se sobrepõe a
tal circunstância: a ternura e a convicção.
Minha inserção no Espiritismo não perdura por fatores
interpessoais, mas, sobretudo, por uma forte convicção filosófica, firmada em
um tempo de estudo, experiência e leitura, difícil de se mensurar. Não foi da
noite pro dia. Isso não significa que não possa sofrer turbulências e abalos
sísmicos. Enquanto que a ternura pelo Espiritismo ainda é a mesma, desde o
início, como aquele amor à primeira vista, sincero e inocente, que nunca será
esquecido, mas que um dia pode acabar, como a paixão fugaz, passageira.
O desencanto é passageiro, fugidio, tanto quanto o próprio
encanto, que se não for controlado, trabalhado pode redundar no fanatismo, em
posturas fundamentalistas, dogmáticas e sectárias. O encanto desmedido, quando
desmorona e se desvanece, quase sempre vira desilusão.
Porque o que sobra mesmo é o senso de dever, o profundo
sentir, a paixão permanente, mesmo que adormecida. Pelas ideias. Por um ideal.
Por uma forma de ser e estar no mundo que seja ao mesmo tempo livre e sensata,
na busca da plenitude inalcançável, ainda que possível, porque o Espiritismo é
também uma utopia.
“Lógica, razão e bom senso”, o pálio trinário de Allan
Kardec, era sua bússola, a Pedra de Toque. Como os povos celtas, ele gostava do
número três: “Trabalho, Solidariedade e Tolerância” também foi seu lema. Sob o
ponto de vista intelectual e ético, a referência kardequiana ainda é o melhor antídoto
contra qualquer tipo de desencanto, desânimo, de distorção doutrinária ou
traição aos princípios nucleares da Filosofia Espírita.
Raramente escrevo em primeira pessoa, no entanto, creio que
o momento exige, por isso compartilho com os leitores deste Opinião minha relação aparentemente
conflitante e angustiada com a filosofia espírita. A angústia aí é aquele
sentimento de algo inacabado, não conhecido. Não se trata daquela ansiedade pueril,
incômoda e desagradável, mas, antes de tudo, de uma sinistra inquietude, que o
Espiritismo provoca em nós de modo permanente, na medida em que nele adentramos.
Essa inquietude pode e deve ser o motor de propulsão, o
estímulo permanente no manejo da ideia espírita, nem sempre tratada pelos
próprios espíritas com o devido respeito, seriedade e profundidade que ela
exige e merece.
Olho: O que sobra mesmo é o senso de dever, o
profundo sentir, a paixão permanente, mesmo que adormecida. Pelas ideias. Por
um ideal. Por uma forma de ser e estar no mundo. O Espiritismo é também uma
utopia.
Eugenio Lara, arquiteto e designer gráfico, é membro-fundador do Centro de Pesquisa e Documentação Espírita (CPDoc) e autor, dentre outros livros, de Breve Ensaio Sobre o Humanismo Espírita - este artigo foi enviado em 2018 aoRedator do jornal Opiniãodo CCEPA e não foi publicado. Milton Medran disonibilizou nesta data 7/06/2024.
sexta-feira, 9 de setembro de 2022
Geraldo Spínola - desencarnado em 8/09/2022 uma homenagem
Seu Geraldo como o conhecíamos foi até o ano passado assinante do nosso Jornal Abertura, quando passamos a ser apenas online, sempre foi um grande amigo e companheiro.
Como homenagem a ele e a sua família de numerosos espíritas, republicamos esta entrevista de 2005 feita por Marçal Gouveia. àquela época o Sr. Geraldo Spínola estava com 79 anos, tendo desencarnado ontem, aos 96 anos no mesmo dia e com a mesma idade da Raínha Elisabeth.
Autor: Marçal Gouveia
Apresentação: Geraldo Spínola, morador do bairro da Penha em São Paulo (desde 1942), 79 anos, casado com a Sra. Neide, pai de sete filhos (Mauro, Emiliana, Álvaro, Marcelo, Paula, Cláudia e Rogério). Secretário Geral do Centro de Estudos Espíritas José Herculano Pires e Vice-Presidente da Comissão Executiva da USE Distrital Penha.
Para o nosso conhecimento, faça alguns comentários sobre a sua participação no movimento espírita.
Eu sou espírita desde a infância, meus pais já eram. Começamos no espiritismo na cidade de Tambaú – SP. Quando mudamos para a Capital, começamos a participar de um Centro com o objetivo de receber assistência, porque eu estava doente na época. Depois de algum tempo minha mãe desencarnou, eu já estava próximo de 25 anos; nós começamos a participar de um grupo que minha irmã estava iniciando, devido a sua mediunidade, então passamos para o estudo do Evangelho e prática da mediunidade, baseado em Allan Kardec. Esse grupo quando assumi, passou a ter outra dimensão, foi crescendo e tendo a participação de outros companheiros. Pensamos em ter acomodações melhores, passamos então a ocupar a casa de meu pai que vivia sozinho, e aí o grupo começou a tomar jeito de Centro Espírita. Fizemos um registro oficial, nomeamos a primeira diretoria, eu como Presidente, depois ingressamos na USE – Distrital da Penha, com muito entusiasmo, fiz alguns cursos na Federação Espírita do Estado de São Paulo, exerci algumas tarefas no serviço de assistência social e infância espírita. Ingressei na USE, na comissão executiva da Distrital da Penha, como Secretário. Fui presidente em mais de uma oportunidade – representando a Penha, na USE Regional, que na época era Conselho Metropolitano Espírita, também assumi como Secretário da Diretoria Executiva, por pelo menos dois mandatos e depois como Secretário Geral. Enquanto isso o centro Herculano Pires continuou a crescer na divulgação da doutrina. Ingressamos na Confederação Espírita Pan-americana (CEPA), que envolve todas as Américas. Continuamos participando de diversas atividades do movimento espírita. Nossa preocupação sempre foi a Doutrina Espírita.
O sr. participou das atividades de Mocidade Espírita?
Eu tinha 16 anos, nós não tínhamos nenhuma atividade de Mocidade na minha cidade, o que existia era o Centro Espírita, chamava-se Centro Espírita Paula Vitor. Quanto a Mocidade naquela época não tinha, quando eu vim para São Paulo é que começaram a ser criadas; o centro começou a se interessar, cresceram o interesse e o volume de Mocidades em São Paulo. Me parece que a USE ai cumpriu um papel relevante, porque a USE começou a organizar encontros de Mocidades, confraternizações de mocidades. Foi crescendo o interesse do jovens, meus filhos inclusive participaram e assumiram diversos cargos dentro do movimento de jovens. Enfim o trabalho de Mocidades quando começou, trouxe uma mudança muito grande em todo movimento espírita que nós procuramos sempre apoiar.
Como se organizavam?
Aqui na Penha nós tivemos a MEVE – MOCIDADE ESPÍRITA DE VILA ESPERANÇA –era um grupo muito destacado. Ela tinha personalidade jurídica, não era ligada a nenhum centro, mas utilizava os centros da região, como utilizou o Centro Herculano Pires como sede. Mauro, Emiliana, Marcelo, Álvaro (filhos), participavam e nós dávamos todo apoio. Eu também freqüentava as reuniões da MEVE – era sábado a noite. A MEVE tinha no seu estatuto a nomeação de uma pessoa que tivesse condições de ser uma espécie de mentor do grupo, então eu fui mentor da Mocidade em várias oportunidades; gostava muito e incentivava bastante. A MEVE também passou a integrar o movimento espírita da capital, do estado e ai começaram a surgir outras Mocidades aqui na Penha. A MEVE foi uma das pioneiras do movimento de Mocidade Espírita.
Como o sr. percebe a participação do jovem no movimento espírita?
Eu sempre tenho dito que os melhores espíritas do estado de São Paulo são oriundos de Mocidades, citaria por exemplo o presidente da FEB: “Nestor Mazotti”, com quem eu tive atividades espíritas na Diretoria Executiva da USE. Nestor Mazotti é oriundo de Mocidade Espírita, eu estou citando o nome dele, porque considero hoje que os espíritas que tiveram a Mocidade por primeira atividade, e depois passaram a integrar os Centros Espíritas tem uma preparação melhor. Então vejo a mocidade uma etapa de “formação” para ser um espírita, principalmente pelo interesse das mocidades em manusear livros, em estudar, em organizar atividades espíritas, inclusive da Unificação. O aproveitamento dos moços é indispensável para o movimento espírita como foi em épocas de ouro do Espiritismo em São Paulo. Os moços vêem desempenhando um papel relevante na minha opinião.
O sr. conhece os trabalhos das Semanas dos Jovens Espíritas?
Eu sou um entusiasta desse trabalho, já participei de confraternizações de Mocidades, como adulto, ajudando, participando, orientando em alguns casos, dando minha contribuição no trabalho de execução, colaborando para que o sucesso fosse o maior possível, assim como a SEJESPAR por exemplo, que é realizado aqui na Penha. No Tatuapé também há um encontro… SEJEST, até assisti algumas atividades. Todos esses eventos são uma grande oportunidade de manter os jovens unidos, manter a chama viva do entusiasmo pelo trabalho dos moços dentro do Centro Espírita. Então, esse trabalho deve ser apoiado.
Como o sr. enxerga o movimento espírita daqui para frente ?
Sou obrigado a falar que ainda há muito “igrejeirismo” nos Centros Espíritas, com muitas exceções, mas ainda prevalece as pessoas buscando o centro espírita com o interesse na transmissão de energia ou passe, como queiram chamar. Muito poucos se interessam em estudar o espiritismo. A doutrina espírita só pode ser desenvolvida estudando, pesquisando e até formando grupos de pesquisas espíritas. Allan Kardec até previu e fez muitas observações nesse sentido, então vejo que o futuro nas mãos dos moços. Boa parte dos jovens, hoje fazem Faculdade, estão num nível de cultura muito maior e melhor do que no tempo em que nós iniciamos. O Centro Espírita não é mais aquela casa onde as pessoas só sabem ouvir. Hoje os moços sabem escrever, sabem falar, podendo oferecer uma produção melhor. Cabe a todos nós colocarmos o Espiritismo onde Allan Kardec desejou. Nós temos esperança que o espiritismo possa ser a grande alavanca dos seres humanos no nosso planeta, para que os homens esclarecidos pelos assuntos espirituais, pelo reconhecimento dos princípios básicos do espiritismo, possam desenvolver melhores condições de viver. Um mundo que terá paz, progresso, igualdade social, sem guerras, sem terrorismo – como o ataque que aconteceu na cidade de Londres, na Inglaterra. Isso deixou a todos nós tristes e preocupados, com aquela pergunta: – Quando é que vamos acabar com isso? Atitudes violentas de homens que querem impor suas idéias. Então por essa razão e por tudo isso eu vejo o espiritismo, muito mais que outras doutrinas, em condições de cumprir um papel para que o mundo possa ser melhor. Vejo que esse é um papel nosso, de dirigentes, integrantes de Grupos Espíritas e de Mocidades Espíritas.
Fala MEU! Edição 29, ano 2005
quinta-feira, 12 de agosto de 2021
Abrindo a mente - Maurice Herbert Jones por Alexandre Cardia Machado
Abrindo
a mente - Maurice Herbert Jones
Tive
o privilégio de conhecer e principalmente conviver por 2 anos no CCEPA com esta
referência no Espiritismo Livre-Pensador. Foram anos ricos de participação duas
vezes por semana, nos dias de reunião de estudos e nas reuniões abertas.
Seu
Jones como carinhosamente nos referíamos a ele, é aquela pessoa que mesmo
discordando da gente, sabia fazer sempre de forma agradável, educada, acolhedor
um verdadeiro cavalheiro. Tivemos a oportunidade de viver em Porto Alegre com
toda a minha família em 2002 e 2003. Eu nasci naquela cidade de onde saí para
morar em Santos em 1984. Voltar a Porto Alegre era uma incógnita, tínhamos a
minha família lá que claro nos recebeu de braços abertos, pelo lado
profissional também não houve nenhum problema, agora para a Cláudia minha
esposa, que deixaria para trás suas atividades profissionais como psicóloga e
minhas filhas pré-adolescentes a mudança de estado era um baque.
O
calor de nossa família e a enorme e excelente recepção que tivemos no CCEPA,
onde já conhecíamos pessoalmente vários de seus componentes foi fundamental
para que nos sentíssemos em casa.
Cláudia
reativou a mocidade no CCEPA e a coordenou por dois anos com a participação de
nossas filhas.
Creio
que Cláudia e eu atuamos bastante tanto das reuniões de estudo como nas
reuniões abertas onde, claro, ocorriam os maiores debates. Seu Jones
capitaneava esta reunião, com toda a sua inteligência e modo de ser que a todos
encorajava a explorar mais e aprofundar os estudos e reflexões mais e mais a
cada dia.
Maurice Herbert Jones
Jones
era casado com a Elba, nosso amigo Jones cuidou dela quase sozinho, não que não
pudesse dispor de ajuda, mas por amor e carinho. Elba era uma pessoa
encantadora, delicada, em comum comigo, ela também trabalhou na General
Electric, ela gostava de contar seus tempos na GE. Ainda sobre a Elba que era
um pouco mais nova que minha mãe, coincidentemente tinha uma residência de
veraneio na praia do Ipanema em Porto alegre bem perto de minha mãe, na mesma
rua. Acho que dona Elba tinha mediunidade, pois me relatou ter visto meu avo
Mário algumas vezes sentado na cadeira de balanço no alpendre da casa, que
minha avó vendeu após o seu desencarne, coincidências de nossas vidas
entrelaçadas.
Em
2019, estivemos Jailson Mendonça – Presidente da CEPA Brasil, Ana sua esposa,
Cláudia e eu no CCEPA e esta foi a última vez que estive com o Jones.
O sr. Maurice nos deixa em 20 de junho de 2021, ele assim como Jaci Régis teveram um papel importantíssimo no desenvolvimento deste segmento laico e livre-pensador que hoje fazemos parte. Fica aqui o convite a leitura de sua biografia publicada no site do CPDoc que referencio abaixo.
Nota:
Artigo originalmente publicado no Jornal Abertura de Santos.
Gostou? Você pode
encontrar muito mais no Jornal Abertura – digital,
totalmente gratuito.
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