sexta-feira, 23 de abril de 2021

Livro Caminhos da Liberdade de Jaci Régis

 

Jaci Régis publicou no Abertura uma série de artigos aos quais denominou Lendo Meus livros, destacamos alguns tópicos:

Em 1990 Jaci reúne alguns destes artigos, criando um livro que poderia se enquadrar como de auto-ajuda.

“Era meu desejo, incentivado por vários amigos e leitores, reunir as crônicas mensais publicadas no jornal ABERTURA, num livro. Reuni 30 crônicas que me pareceram mais interessantes. O livro foi editado na época mais grave das dissensões doutrinárias e por isso não teve maior repercussão. ...



Na contra capa publiquei um fragmento do texto que explica muito bem o sentimento de liberdade que está no cerne de todas as crônicas”.

“Um dia, como uma brisa muito fresca e suave, senti que era livre. Essa sensação não me veio de uma súbita revelação ou milagre divino. Nem propriamente fruto de conhecimentos extraordinários. Mas porque, por muitos motivos, andanças, reflexões, fracassos e lágrimas, percebi que já não tinha medo de errar. Que a vida não era uma atitude linear, mas ondulante, cíclica.

Vi que podia abandonar velhas ideias, sem perder a minha base. Que era possível questionar o que julgava verdade revelada, acabada, porque a Verdade me parecia mais criativa e mais fascinante. Encontrei um caminho de acesso a ela. Sem sonhar que tenha “toda” a verdade. É apenas uma abertura, uma ruptura, um começar;

Se alguém alegar que me acho louco por ter coragem de fazer tão intempestiva, quanto pretenciosa afirmação, que resposta darei senão que todo caminho da liberdade e a busca da verdade são sempre uma verdadeira loucura?”

Aproveitamos que Egydio Régis, vem homenageando e trazendo a luz através de um diálogo com Jaci, por suas obras possamos saber um pouco mais deste grande espírita. 

Desta forma passamos ao leitor detalhes desta grande obra que pode ser adquirida no ICKS, através do e-mail: ickardecista1@terra.com.br. No Brasil, incluíndo a remessa pelo correio, custa R$ 12,00. Um esforço que o ICKS faz, reduzindo o valor do livro para que você nosso leitor possa adquirí-lo.

terça-feira, 13 de abril de 2021

O Espiritismo é de direita, de esquerda ou ...? por Marco Videira

 

O Espiritismo é de direita, de esquerda ou ...?

A igreja Católica possui uma diretriz clara, de 1994, que diz: “um padre deve se abster de se envolver ativamente na política”. Como o Espiritismo não possui um porta voz oficial, apesar de que de fato, alguns se intitulam “donos”, quero dizer que os espíritas devem sim se posicionar de forma explícita a favor de correntes políticas, que julguem válidas, mas não devem levantar a bandeira de alguma corrente política, como se fosse uma posição formal do Espiritismo, ou seja, cada um assuma a sua posição política, mas não o faça dizendo que é uma posição oficial do Espiritismo.



Marco Videira - 15° SBPE

Similar ao que o Papa Francisco prega “a igreja é chamada a formar consciências, não a pretender substituí-las”, entendo que o papel do Espiritismo deva ser o mesmo, ou seja, formar consciências a respeito da necessidade de entendermos as complexas relações interpessoais advindas de vidas pretéritas. Só o Espiritismo possui essa visão e por isso, os espíritas têm o dever de se posicionarem longe de contendas que nada contribuem para o nosso aperfeiçoamento moral.

Atualmente no Brasil enfrentamos todas as formas de polarização, o que reduz o debate a um ponto simplista: comunistas ou fascistas. Infelizmente essa situação não é uma exclusividade do Brasil. Vemos ao redor do mundo o crescimento de uma polarização virulenta e violenta, haja vista o ocorrido recentemente nos USA, por ocasião da derrota do Donald Trump na recente eleição presidencial.

Segundo o jurista Ives Gandra da Silva Martins: “a ideologia é a corrupção de ideias, que não respeita a opinião alheia”.

Uma vez que a Terra não é plana e Noé não  pode ter ficado 370 dias numa arca carregando perto de 2.000 animais!, sempre é bom recorrermos aos cientistas, para podermos entender melhor como se processa o nosso cérebro, no tocante à absorção de conceitos, que vão de encontro aos conceitos previamente estabelecidos.

Segundo Paulo Boggio, psicólogo do Laboratório e Neurociência Cognitiva e Social da Universidade Mackenzie, a característica fundamental do ser humano é a aproximação com aqueles que pensam de maneira parecida. Com o passar do tempo, as convicções semelhantes são reforçadas e se tornam difíceis de serem mudadas.

Essa lógica ajuda a entender os motivos para a polarização radical nas discussões sobre política, que não cede espaço a visões mais moderadas, mesmo se houver provas contundentes: desvio do dinheiro público, flertes com o autoritarismo etc.

Tal situação (dificuldades na absorção de novos conceitos) é confirmada por Max Rollwage – psicólogo e neurocientista: “com a avalição dos mecanismos neurais, mostramos que, em determinado ponto de confiança sobre uma crença, o cérebro simplesmente não processa as novas informações”. Tal confirmação foi possível utilizando um scanner de magneto-encefalografia, onde os pesquisadores acompanharam a atividade cerebral durante o processo de tomada de decisões. A explicação para o comportamento se tornou química: o cérebro apresentou “pontos cegos” quando recebeu informações contraditórias, mas continuou sensível àquelas que confirmavam a escolha inicial. Em resumo, os conceitos preestabelecidos estão tão arraigados no cérebro que o indivíduo resiste a absorver percepções diferentes.

Citando, outra vez, o jurista Ives Gandra: “conciliar a natureza humana com os ideais de uma política de debate elevado parece inconcebível”.

Particularmente, vejo que o avanço da idade vai ao encontro do acima exposto e contribui enormemente para que não ocorram mudanças em nossos conceitos.

Retomando ao tema se o Espiritismo deve ter uma posição política, reforço que logo no início deste texto, deixei o meu posicionamento: o Espiritismo não deve ter posicionamento sobre tal tema, mas sim os espíritas. Não podemos ou devemos levantar uma corrente partidária, querendo envolver o nome do Espiritismo, pois ao aderirmos a uma ou a outra corrente política, estaremos nas mãos de pessoas que dirigem os partidos, ou seja, seres humanos falíveis, pois como disse Kardec: o egoísmo e o orgulho são os grandes males da humanidade, ou seja, a adesão a uma corrente política pode colocar o Espiritismo num “buraco”.

Por volta do ano de 1960 houve uma tentativa do movimento espírita em fundar um partido político espírita! Ora, o Brasil possui hoje 33 partidos, sem contar as centenas que aguardam análise para ingressarem na divisão do cobiçado Fundo Partidário (em 2020, por ter sido um ano eleitoral, o Fundo Partidário foi acrescido do Fundo Eleitoral e perto de 3 bilhões de reais foram entregues aos partidos). Quantas vacinas compraríamos com tal valor? Quantos auxílios emergenciais poderíamos dedicar aos necessitados?  O total de partidos (33) é bem superior a qualquer possiblidade de existências de linhas ideológicas distintas. Desse total, segundo levantamentos feitos pela imprensa, 15 são de direita, 11 de esquerda e 7 do centro (isso sem entrar nos detalhes se são da extrema direta, extrema esquerda etc.).

No livro dos Espíritos encontramos várias perguntas elaboradoras por Kardec à plêiade de espíritos, que o auxiliaram na elaboração de tal livro e as respostas podem nos levar ao direcionamento de uma ou outra corrente política, pois vejamos as respostas às questões abaixo:

·         795 – Quanto mais se aproximam da vera justiça, tanto menos instáveis são as leis humanas e tanto mais estáveis se vão tornando, conforme vão sendo feitas para todos e se identificam com a lei natural.

·         806 - As desigualdades desaparecerão quando o egoísmo e o orgulho deixarem de predominar. Quando isto ocorrer, restará apenas a desigualdade do merecimento.

·         811 – Não é possível a igualdade absoluta das riquezas, pois isso se opõe a diversidade das faculdades.

·         875 e 876 – Respeito aos direitos dos demais “queira cada um para os outros o que quereria para si mesmo”. A vida social outorga direitos e impõe deveres recíprocos.

·         878 – “A subordinação não se achará comprometida, quando a autoridade for deferida à sabedoria”.

·         881 – Por meio do trabalho honesto, o homem tem o direito de acumular bens que lhe permita repousar quando não mais possa trabalhar. Desta forma, a propriedade que resulta do trabalho é um direito natural, sem prejuízo de outrem.

·         883 – O desejo de possuir é natural, mas acumular bens sem utilidade para ninguém é puro egoísmo.

É óbvio que a interpretação das respostas às perguntas acima enumeradas vai de cada um, por isso, fico com a frase do companheiro espírita argentino Gustavo Molfino; “tomo o melhor de cada partido político e faço as minhas próprias reflexões”. Da mesma forma, entendo que devemos tomar as posições espíritas e fazermos a nossas próprias reflexões.

Como espíritas não podemos optar pela neutralidade, pois devemos buscar alcançar o tripé: liberdade, igualdade e fraternidade.  Segundo o IBGE, no Brasil vivem 65 milhões de pessoas com menos de U$ 5,50 por dia, o que equivale viver com menos de um salário mínimo por mês.

A incúria de qualquer governo que permita a fruição de riquezas por poucos deve ser contestada de forma contundente, utilizando os mecanismos legais que dispomos.

Por fim, vejo que esse sistema binário: esquerda ou direita, na minha humilde visão, está ultrapassado e não consegue apresentar uma alternativa viável à sociedade. Como espíritas, que temos o conhecimento das influências de vidas passadas na vida atual e os consequentes desdobramentos nas vidas futuras, devemos procurar formas que contribuam para um mundo preocupado com as questões ambientais, respeitos aos movimentos  LGBTQI+, defesa da mulher, liberdade das crenças religiosas, educação, segurança, saúde de qualidade para todos. Enfim, simples assim...

Marco Videira é Administrador de Empresas e reside em Santos

Nota: Artigo originalmente publicado no Jornal Abertura de Santos.

Gostou? Você pode encontrar muito mais no Jornal Abertura – digital, totalmente gratuito.

Acesse: CEPA Internacional

terça-feira, 6 de abril de 2021

O que fazer para não perder o rumo - por Cláudia Régis Machado

 

Perder o rumo

“A sinalização muda, o vento sopra em sentido contrário, o norte de repente vira sul, o leste vira oeste. É fácil sair do prumo, perder o rumo.”

Prumo ou rumo? Aqui não faz diferença. As duas expressões são válidas aqui, pois quando esta situação ocorre, sentimo-nos à deriva, frágeis e vulneráveis, ficamos perdidos.



A vida nos surpreender muitas vezes nos empurrando para fora do prumo; fazendo-nos perder o rumo.

Quem nunca perdeu o rumo? Muitas situações podem nos levar a este estado. Perdas de entes queridos, mudança de rotina, aposentadoria, o “ninho vazio”, doenças etc., são momentos ou melhor eventos que nos tiram o chão estabelecido, balançam a nossa estabilidade costumeira.

Na maioria das vezes não sabemos lidar com as surpresas da vida, porém perder o rumo faz parte da dinâmica da vida, porque ninguém está livre destes acontecimentos. Perder o rumo, sair do prumo não dever ser uma condição de permanência e sim uma situação que nos convida a exercitar novos olhares e sentimentos.

Pede reflexão de como e o que fazer para sair dessa, como voltar ao prumo, a sensatez, o discernimento e como alinhar-nos novamente.

Esta ocorrência acontece com os espíritas? É lógico que sim somos humanos, estamos inseridos na vida, sujeitos a todos os eventos que dela ocorrem. Mesmo os que tem compreensão espírita não são perfeitos, vacilam. O que pode fazer diferença para sair desta posição é a estrutura emocional, a filosofia e estilo de vida adotado que são recursos que facilitam melhores saídas para estes eventos.

A Doutrina Espírita nos ensina a olhar o mundo de forma diferente. A Doutrina Espírita, otimista na sua visão de mundo, com o seu primordial eixo - a evolução constante, mostra-nos a importância de superar a dificuldade com positividade e entrever o futuro com perspectiva de crescimento e aprendizagem.

Quantas vezes não falamos ou pensamos que precisamos de algo novo? Talvez seja uma ocasião oportuna para traçar um roteiro que renove as nossas energias, desapegar das coisas antigas é uma boa escolha. Tornemo-nos criativos em busca de soluções para uma vida mais alegre e voltadas para o bem.

O espiritismo nos impulsiona a agir no bem e com isto nossa frequência vibratória pode se ligar a pensamentos, discursos e ações do bem. Opte por algo que te deixe feliz e que seja mais fácil de realizar.

Vislumbre mais uma vez que a vida pode nos oferecer diversas coisas incríveis, se nos permitimos. Muitas vezes quando não conseguimos sozinhos podemos buscar ajuda do grupo e dos amigos espirituais (visíveis e invisíveis) ou de uma ajuda psicológica é uma chance de equilibrar-nos.

Encare como fim de um ciclo.

A Doutrina Espírita ajuda no entendimento e aperfeiçoamento do próprio indivíduo e uma ferramenta fundamental para o sustento da nossa existência e abrir novos horizontes.

Nesta busca para entrar no rumo o espiritismo instrumento poderoso para podermos alcançar a desejada paz interna, capaz de tranquilizar nossa mente e acalmar nossos corações.

 Cláudia Régis Machado

Nota: Artigo originalmente publicado no Jornal Abertura de Santos.

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