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terça-feira, 4 de fevereiro de 2020

Com quantas pessoas você se comunica? por Alexandre Cardia Machado


Com quantas pessoas você se comunica?

Parece uma pergunta simples, mas nos dias de hoje é na verdade uma pergunta complexa. Alguns estudos demonstram que em média nós temos no máximo 150 pessoas que podemos chamar de amigos.

Ter amigos só traz benefícios. Quanto mais, melhor. Mas há um limite. Um estudo feito na Universidade de Oxford comparou o tamanho do cérebro humano, mais precisamente do neocórtex (área responsável pelo pensamento consciente), com o de outros primatas. Ele cruzou essas informações com dados sobre a organização social de cada uma das espécies ao longo do tempo. E chegou a uma conclusão reveladora: 150 é o máximo de amigos que uma pessoa consegue ter ao mesmo tempo.” ( Revista Superinteressante – Fevereiro 2011)

Bem, mas temos pessoas que seguimos, pessoas que fazem parte de redes socias, onde “amigos” de amigos são adicionados.

Agora outra pergunta. De quantas redes sociais você participa? Facebook, Instagram, LinkedIn, Skype, WhatsApp, blogs e tantas outras? Fiz esta contagem como não uso Facebook e Instagram cheguei ao número mágico, no dia de hoje de 1541 pessoas com quem me comunico. Estou muito longe do Bill Gates que tem, só no LinkedIn 23 milhões de seguidores.

Agora, como sou redator de um jornal, me comunico mesmo com vários amigos, no trabalho então nem dá para contar, pois não considerei em minhas contas a possibilidade de falar com mais de 100 mil pessoas de minha empresa a um toque no computador.

Mas tenho contatos próximos em quantidade dez vezes maior do que os estudos demonstram ser possível manter uma amizade produtiva. É que o mundo mudou muito nos últimos anos, após o MSN e o Orkut, que hoje nem existem mais. Hoje somos conectados, temos “amigos” de “like”!
Ainda que esta conexão seja leve entre as pessoas existe a possiblidade de multiplicarmos a influência de nossos pensamentos. É aqui que entra a possibilidade de divulgarmos o espiritismo que queremos. Quantos de nós compartilhamos os nossos pensamentos espíritas, fora da esfera de contatos mais próximos?

Este é um campo que devemos buscar influenciar, talvez com uma linguagem um pouco mais moderna, quem sabe com isto possamos trazer à compreensão de muitos do que seja a imortalidade dinâmica, mola propulsora da humanidade e tão pouco conhecida da maioria.

2020 está chegando, temos que renovar as expectativas, focar no positivo e gerar ações transformadoras.

Ainda sobrou tempo para convidar nossos verdadeiros amigos a ouvir uma música de Oswaldo Montenegro – “A Lista” pesquisem no Google. Segue a letra.

“Faça uma lista de grandes amigos / 
Quem você mais via há dez anos atrás /
Quantos você ainda vê todo dia /
Quantos você já não encontra mais /
 Faça uma lista dos sonhos que tinha /
 Quantos você desistiu de sonhar / 
Quantos amores jurados pra sempre / 
Quantos você conseguiu preservar /
Onde você ainda se reconhece / 
Na foto passada ou no espelho de agora /
 Hoje é do jeito que achou que seria / 
Quantos amigos você jogou fora / 
Quantos mistérios que você sondava / 
Quantos você conseguiu entender / 
Quantos segredos que você guardava / 
Hoje são bobos ninguém quer saber /
Quantas mentiras você condenava / 
Quantas você teve que cometer /
Quantos defeitos sanados com o tempo / 
Eram o melhor que havia em você / 
Quantas canções que você não cantava / 
Hoje assobia…”

O objetivo aqui é convidá-los a usar a sua influência pessoal para mostrar-se como espírita e permitir que outros possam compartilhar de nosso espiritismo!

Alexandre Cardia Machado

Artigo publicado no Jornal Abertura de dezembro de 2019 - leia o jornal completo!


Nota: Artigo originalmente publicado no Jornal Abertura de Santos.

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quarta-feira, 22 de janeiro de 2020

Texto original de inauguração do Blog - ainda atual - chamado à discussão no Movimento Espírita


Texto inaugural do blog do ICKS – 14 de abril de 2009
A PERPLEXIDADE DIANTE DOS FATOS


Republicamos este texto, dez anos depois de sua primeira publicação. Jaci Regis inaugurou o blog do ICKS chamando esta discussão. Bem hoje blogs não são tão dinâmicos assim, outras mídias são mais vigorosas. Mas vale a releitura, para que tenhamos a perspectiva histórica, veremos que não mudamos tanto.

Fiquem com Jaci Régis:

“O panorama social do mundo neste século vinte e um é extremamente confuso, dinâmico, rico e pobre, violento e promissor.

Entretanto, é impossível ficar passivo diante da sucessão dos fatos.

Fatos que se modificam constantemente, que mudam cenários de um dia para a outro.

Isso tem provocado profunda preocupação nos religiosos em geral.

Um espírita escreveu que não fosse a reencarnação, deixaria praticamente de acreditar em Deus, tal a impressão de abandono e passividade da divindade diante dos fatos.

Para ele, encontrar a culpa nas pessoas, relativamente ao passado, alivia a passividade divina.

O exame é falho porque a reencarnação não é um instrumento de punição moral, nem o Universo se assenta na perspectiva do pecado e do castigo.

Vemos o papa católico, vestido à moda da Idade Média falando a multidões e à mídia, com ideia da Idade Média, sem que suas palavras causem efeito.

Da mesma forma os evangélicos, principalmente os pentecostais, arregimentam multidões, em shows de fé e arrecadação, mobilizando recursos da mídia eletrônica, sem que se veja qualquer atitude positiva na mudança das coisas, na modificação do ambiente.

Na verdade quem tumultua e muda é o materialismo que é genericamente apontado como o culpado de tudo.

É preciso, porém, definir esse materialismo.

Não se trata de um esquema filosófico, nem uma opção consistente.
Esse materialismo representa a insatisfação generalizada, a subversão comportamental relativamente aos parâmetros que se instituíram na sociedade cristã. Talvez seja mais apropriado chamá-lo de comportamento oportunista. Como ocorre com certas doenças que afloram devido à queda das defesas do organismo.

Essa insatisfação reflete a falta de perspectiva real, imortal da sociedade nominalmente espiritualista, mas que se envolve deliberadamente no sexualismo, no consumismo e na falta de perspectiva.

Esse materialismo solapou a religião, destruiu a estrutura familiar antiga e precipita a sociedade no jogo perigoso do desejo e do prazer.

Essa análise é mais ou menos unânime nos textos e discursos religiosos. Neles as religiões se escusam de qualquer culpa, pois se mantém como sempre foram.


É mesma coisa que pais que dão péssimos exemplos e quando os filhos se transviam alegam que a culpa é deles, das más companhias, do consumismo, enfim, nada com eles mesmos.

Como compreender a sucessão dos fatos que derrubam antigas ordenações morais?

Por que o materialismo é tão sedutor?

Por que a porta da perdição é larga?

Na atual crise econômica o que menos se fala é em ética. Mas fundamentalmente ela decorre da ganância, da esperteza, da deliquencia de colarinho branco que corrompe as estruturas sociais.
Todavia poucas vozes se levantam para apontar essa falha básica, que não apenas do capitalismo, mas de todos os regimes e ideologias.

Tenta-se remendar com trilhões de dólares. A questão ética fica de lado até na crista da crise, quando nos Estados Unidos, foram pagos bônus milionários a executivos, mesmo tendo o dinheiro origem pública.

Seria demais apontar o fracasso das religiões como causa básica do avanço do materialismo?

O que pede a sociedade moderna?

A sociedade moderna olha para o que diz a ciência. A ciência se define como materialista, no sentido de restringir seu campo de atuação, no caso do ser humano, ao corpo.

Aqui, no corpo, estaria a base de tudo. A neurologia pretende responder a todas as perguntas sobre o comportamento através de complicadas explicações das funções cerebrais descartando qualquer natureza espiritual do ser humano.

Então, as religiões – católica, evangélica ou espírita - fazem de conta que nada mudou, que seus fundamentos continuam intactos, que o comportamento humano derivados das necessidades, desejo, desvios, seja do que for, está errado e que o único caminho é retornar aos roteiros por elas estabelecidos.

Todas essas religiões são cristãs. Isto é, estão baseadas no modelo criado pela Igreja nos primórdios da era cristã e que, estão comprovadamente falhos, incapazes de entender a natureza do ser humano e de dar uma diretriz objetiva para sua vida.

Vivem de rituais, de discursos repetitivos.

A verdade é que as religiões em toda a história são movimentos organizados para exercer o poder.
Promovem a fé, mas não a espiritualidade.

Desprovidas do poder real patinam em doutrinações que não questionam a natureza das emoções, medos e insatisfações do ser humano.”

Espero que tenham gostado do texto. Jaci Régis.

Republicamos este texto no Jornal Abertura de dezembro de 2019. Você pode ler este exemplar no link abaixo:



Nota: Artigo originalmente publicado no Jornal Abertura de Santos.

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terça-feira, 8 de outubro de 2019

O Espiritismo que Queremos e a Ciência da Alma por Cláudia Régis Machado


Espiritismo que queremos e a Ciência da Alma
Cláudia Régis Machado

Nos baseamos para falar sobre o espiritismo que queremos no trabalho do ICKS apresentado no 14° SBPE. O trabalho organiza as ideias desenvolvidas sobre a Ciência da Alma, para melhor entendimento da proposta do pensador Jaci Régis.

A ideia que o espiritismo possa ser uma ciência da alma que tenha como propósito  alcançar uma maior compreensão de seu objetivo principal seja entendido:  que do espirito imortal esteja presente no nosso dia a dia, que a imortalidade dinâmica esteja presente no processo de aprendizado e consequentemente de evolução, que a mediunidade seja encarada com um sistema integrado à vida em contribuição ou reforço que a vida continua assim como o espírito. Que os espíritos desencarnados junto com os encarnados trabalhem juntos para um mundo e uma compreensão do mundo melhor.

O Espiritismo que queremos em muitos aspectos é pós-kardecista, isto é, evolui e se amplia através de novos conhecimentos; que Kardec seja a base, mas não estanque o crescimento.

Queremos um Espiritismo com uma identidade renovada, mais adequada ao tempo e compatível com as mudanças do mundo contemporâneo. Alcançando e atendendo os anseios dos que buscam no Espiritismo uma compreensão maior e mais profunda da vida e sua relação com o Ser Inteligente. Nas palavras de Jaci Régis “a reflexão se impõe para que possamos avançar tanto quanto possível, para uma forma mais sustentável de compreensão da razão do viver”.[1]


O espiritismo que queremos tem que levar em conta esses princípios os PRINCÍPIOS DA CIÊNCIA DA ALMA:

É Kardecista - Kardec é o fundador do Espiritismo.
É progressista.
Não é uma revelação divina.
É Pós-cristã.
É uma Ciência humana específica e sui generis.
É o ser humano uma alma atemporal, imortal e em crescimento.
Entende a vida de forma ativa e sadia.
A Imortalidade é Dinâmica.
Reencarnação não é punitiva.
Mediunidade é uma comunicação natural entre almas.

Semelhante ao Princípio Metodológico da Ciência da Alma - O espiritismo que queremos terá o rigor científico e a expressão da sensibilidade e do sentimento na análise da realidade da alma humana.
Objetivo ou finalidade da Ciência da Alma é desenvolver a espiritualidade na estrutura da pessoa humana.

A construção do trabalho baseou-se nos textos de Jaci Régis os princípios acima definidos, assim como em outras obras do autor com o objetivo de aprofundar o entendimento.

Está gostando, quer ler o Jornal Abertura de setembro de 2019?



É Kardecista

A Ciência da Alma parte das ideias de Kardec quando o vê como o fundador do Espiritismo, mas não se fixa nele, tende a atualizá-la e desenvolvê-la para que possa melhor compreender o homem e ajudá-lo em suas relações interpessoais, sociais e espirituais.

É progressista

A Ciência da alma é progressista porque atendendo os anseios da alma que está em evolução acompanhará as mudanças e crescimento para atender os seus conflitos, ajudando a resolver problemas e respondendo as suas inquietações.

Porque terá que estar alinhada ao desenvolvimento das ideias que contribuem para o melhor entendimento do homem.

As regras de moralidade e as relações sociais e interpessoais progridem e a ciência da alma terá que interagir com estas mudanças- influindo e sendo influenciada para que siga progredindo. Jamais se imobilizando no presente, apoiada somente no que for provado.

Jaci assim reafirma o que está posto por Kardec no livro A Gênese e que sustenta a seu princípio  “Um último caráter da revelação espírita, a ressaltar das condições mesmas em que ela se produz, é que se apoiando em fatos, tem que ser, e não pode deixar de ser, essencialmente progressiva, como todas as ciências de observação...”  ou ainda “Assimilará as ideias reconhecidamente justas, de qualquer ordem que sejam físicas ou metafísicas. Pois não quer ser jamais ultrapassada, constituindo isso uma das principais garantias de credibilidade”.

 O espiritismo que queremos abandona a ilusão de ser uma revelação divina, para ombrear-se com o esforço das ciências humanas que surgiram para entender o ser humano, suas limitações, problemas e futuro, fora dos limites das ciências duras, físicas.
Isto é, uma ciência humana cujo objeto é explicar o ser humano, como uma alma, sua estrutura, sua atuação e sua evolução”.

Com esse caráter pode desenvolver um espírito critico e explorar a realidade essencial do ser humano dentro da lei natural, da naturalidade dos processos evolutivos, através da reencaranção, como uma alma atemporal, imortal e em crescimento, seja no campo íntimo seja no campo social.

Visto desta forma o espiritismo - ciência da alma rompe com o Caráter da Revelação Espírita capítulo I de A Gênese, pois vê o espiritismo como uma parceria entre mortos e vivos. Sem subordinação, mas reciprocamente contribuindo para o estabelecimento de ideias que levassem uma nova visão do homem e do mundo. O Espiritismo proposto ilumina antigas e ancestrais suposições, anseios, aspirações do homem. (página 26 IDK). não considera divina a participação dos Espíritos, mas sim uma contribuição eminentemente espiritual dos mesmos utilizando-se do atributo da Mediunidade e do Livre-arbítrio.


É Pós-cristã.

O espiritismo que queremos precisa alcançar sua originalidade e oferecer uma contribuição genuína para a sociedade necessita tirar o enfoque teológico da Igreja.
Isto é, ser um Espiritismo pós-cristão.

Esse Espiritismo pós-cristão não apenas abandonará a retórica e a teologia católica, como se organizará sugestivamente como uma ciência humana.

Por que pós cristãos?

O cristianismo é uma religião baseada na teologia desenvolvida pela Igreja católica sob o peso da autoridade e da força.

As invenções históricas mostram que o cristianismo de modo algum é uma construção natural, aperfeiçoada pelo tempo. Mas um constructo montado pelas conveniências, acrescentando e, sob certa forma, deformando as ideias.

A Doutrina Kardecista não tem essa relação de continuidade com a doutrina do cristianismo. Na verdade, em seus fundamentos, a filosofia espírita rejeita, colide, defronta-se com a doutrina filosófica do cristianismo.

É uma ciência humana específica e sui generis.

O espiritismo que queremos- deve abandonar sua pretensão autárquica de se abranger todos os problemas da humanidade, mas apoia-se nos esforços das demais ciências humanas que compõem o leque das realidades e comportamentos das pessoas.

O objetivo maior será influenciar a cultura no sentido sério, basicamente defensável aos postulados puros do Espiritismo.

Por isso a Ciência da Alma, deve desenvolver uma linguagem própria de modo, que seus conceitos exprimam uma concepção dinâmica, evitando as que possam confundir com as usadas pelas crenças em geral. Consideramos isto uma necessidade para que a mesma se relacione com as outras ciências humanas.

É oportuno lembrar que Kardec afirmou “para novas ideias, novas palavras”, embora não tenha podido criar todos os termos novos que necessitava, a não ser algumas novas palavras Espiritismo, espírita, espiritista, períspirito.

O ser humano - uma alma atemporal, imortal e em crescimento.

Assim, o Espiritismo se caracteriza como ciência da alma porque pretende equacionar o ser humano essencialmente como uma alma, definindo sua natureza, sua evolução, seu destino, dentro de um conjunto metodológico de reflexão, observação e pesquisa. Que acreditamos não seja diferente do conjunto metodológico de outras ciências.

A ciência espírita elabora seus princípios a partir de um espaço inter existencial, onde a alma desenvolve sua vida atemporal. Nesse espaço, sem fronteiras definidas, coexistem tanto a matéria concreta quanto as energias que constituem o universo. Ali interagem o mundo corporal e um plano extra físico.

 Na verdade, o corporal se insere nesse espaço Inter existencial como um hiato onde a alma se exterioriza na sociedade organizada como humanidade em transição permanente, isto é, vida e morte.
Por isso, liminarmente, a ciência da alma, o Espiritismo, não pode ocupar-se precipitadamente com a qualidade moral do ser, mas como a estrutura mental e afetiva da alma, numa feição atemporal e observável, que resultará inevitavelmente numa ética.

Homem- se definirá essencialmente como um ser inteligente- um espírito- atemporal temporariamente ligado a um organismo físico.

Essa atemporalidade sugere que o ser inteligente é permanentemente atual. Ele não é de ontem, nem do amanhã é de hoje. Atemporalidade o define como o ser que vive sua atualidade constante.

A imortalidade sinaliza a natureza espiritual do ser inteligente. Ela o define como um ente que permanece. Este ser atemporal não depende de um organismo para ser. Ontologicamente ele é. E vive a sua experiência no nível mental na expectativa de desenvolver potencialidades que lhe são inerentes.

O ser humano é uma expressão passageira do espírito no mundo corpóreo. Nesse novo pensar, o homem é um componente ativo da natureza.

Sua doutrina evolucionista sobre a natureza e evolução do Espírito é o seu ponto revolucionário.

Ao propor que os Espíritos são criados “simples e ignorantes”, pressupõe uma visão atemporal e não espacial para a criação e desenvolvimento do Espírito. Isto é, existe um início para o Espírito e esse começo é embrionário, potencial, de conformidade com os mecanismos evolutivos dinâmicos, expansivos, que marcam nosso entendimento da vida Universal. (IDK página 34 e 35).

Entende a vida de forma ativa e sadia

A alma espiritualizada não desdenha viver as emoções saudáveis da vida corpórea, sem apegar-se a elas porque não  pertence aos fatores externos mais a si mesma.

Não verá o homem, como o réprobo pagador de dívidas. Mas o Espírito atemporal em luta por se afirmar e compreender a si mesmo e ao próximo.

Não dirá que este mundo é de provas e expiações, mas nossa morada maravilhosa que nos dá oportunidade de crescimento e ser feliz.

Um Espiritismo que compreende o presente e luta para que a espiritualidade seja inserida como natural no comportamento humano.

Pelo novo entendimento a vida corpórea é um componente natural, desejado e necessário a evolução do Espírito.

Todo o esquema evolutivo é tornar essa continuidade existencial, a mais feliz e produtiva possivel. Fazemos parte do conjunto vibratil e, sob certo aspecto, misterioso do universo.

Sabemos que viver é a construção do carater e da personalidade saudável, equilibrada, com interação e integração gradualmente compensatoria consigo e com os outros. Há um dinamismo continuo, uma reciclagem permanente, apontando sempre um horizonte melhor.

Significa pleno desenvolvimento de si mesmo alçancando a sabedoria para a apreensão dos fundamentos universais e liberando o potencial afetivo a niveis produtivos e recíprocos na relação com os outros e com o meio ambiente, que são base para felicidade.

 O objetivo da vida, para o espírito é a plena felicidade.

A felicidade é extremamente flexivel, variavel no sentir e no tempo.

O amor entre as pessoas é um polo de felicidade desejado e pouco alcançado, dada a variedade dos sentimentos , dos caracteres.

A felicidade trazida pelo servir, pode ser mais ampla e duradoura por representar o momento de mais doação, de sair de si mesmo, sem objeto de reciprocidade.

O equilíbrio é a felicidade ou a condição de satisfação e compensação do ser.

Ou seja, a vida oferece ao ser inteligente a oportunidade de ser feliz.
A felicidade do ser inteligente é a única forma de compreender os mecanismos da vida universal.

Artigo publicado no jornal Abertura de agosto de 2019, quer ver o exemplar?



Imortalidade Dinâmica.

“A Lei Natural estabelece uma sequência fundamental para o desenvolvimento dos seres: sobrevivência, convivência e produtividade. É por essa sequência fundamental que os seres, numa sucessão contínua e aperfeiçoada realizam seu autodesenvolvimento. ... Esse esquema não apenas solidifica o entendimento evolutivo, que é a base teórica espírita, como derruba, desfaz, qualquer ligação com a teologia cristã sobre a queda, o pecado original e o esquema punitivo do universo”.
 “Numa visão dinâmica, contudo, concebemos a vida humana como um continuum existencial, através da vivência no plano extra físico e no plano corpóreo, intermitentemente. Isso explica a realidade evolutiva das pessoas, em seguimentos reencarnatório. A pessoa humana possui uma biografia atemporal, em que experimenta uma extraordinária aventura de erro e acerto. Permanentemente inquietante, sem correlação estrita com o tempo, mas desenvolvendo-se em seu próprio tempo”.

“Além disso, os fatos espíritas, as comunicações dos Espíritos, a lei da reencarnação, o projeto evolutivo que a Doutrina descobriu, são fatores de grande emoção. Saber que a vida prossegue, que a bondade divina nos oferece oportunidades de progresso e que alcançaremos, certamente, a felicidade, toca o coração e quando isso acontece, a vida ganha novas dimensões e os projetos do viver dirigem-se ao bem”.

“(sic) a Lei Natural não é moral. O universo não tem propósitos restritos ou punitivos. Embora não haja possibilidade de entender todas as nuances da vida, nada na natureza autoriza o modelo de pecado e punição secular”.

O Novo modelo identifica o ser humano, prioritariamente, como um Espírito imortal, evoluindo através de sucessivas encarnações. Embora a extraordinária e fundamental importância da vida corpórea para o Espírito, o nascimento, a existência e a morte no campo corpóreo são apenas um segmento da vida, na sua expressão imorredoura, progressiva e dinâmica.”

O Espiritismo, dentro de sua visão evolucionista, percebe que a imortalidade não teria sentido se ficasse estável. E que analisando a dinâmica universal, não pode condenar a alma humana ao ostracismo eterno.[2](IDK página 42).

Reencarnação não é punitiva.

Na Ciência da alma, Jaci Régis irá dizer que “ nesse novo dicionário de entendimento, não haverá espaço para pecado, nem para a visão dolorosa da vida e reconhecerá que a alma humana caminha, com altos e baixos, para o seu destino de superação, apreensão do conhecimento e desenvolvimento das virtudes, pelo fato de viver, de reciclar, de morrer, viver, reencarnar.

As vicissitudes da alma, expressão de seus conhecimentos e, sobretudo, na expressão de seus sentimentos serão analisadas num amplo sentido de reparação e renovação, no qual o sofrimento vem como resposta e até uma solução, mas de modo algum como ação divina de revanche, vingança ou punição.

A questão da culpa será entendida como reação natural da violação dos valores individuais e sociais”.
A ideia de que a reencarnação é planejada para pagar dívidas é falsa e absurda e decorre da tradição judaico-cristã, do pecado e do castigo de Deus.

O espírito reencarna porque vive e não porque tem culpa.

Logo, a reencarnação é um fato não apenas inerente ao processo evolutivo, mas necessário para sua realização.

Mediunidade é uma comunicação natural entre almas.

A existência de inteligências em dois planos de vida, produzindo a necessidade de comunicação ampliou o significado da vida e da morte. E o fenômeno mediúnico é a porta que possibilita esse intercambio.

O liame desse espaço Inter existencial é a mediunidade, fenômeno natural da alma humana, uma vez que seu fundamento é justamente a comunicação das almas, quando estagiando no plano extra físico e no campo corporal.

O intercambio confirma a continuidade da vida sem traumas.

 A mediunidade é um fenômeno que repousa na transmissão do pensamento. Por isso sua base é mental.

Na prática, realiza a sintonia, a intercomunicação entre duas mentes, dos espíritos em condições espaciais e vibracionais diferentes. Essas condições possuem energias idênticas, porém diferenciadas pelo potencial.

A mediunidade genérica põe vivos e mortos em constante relação. É uma nova visão da vida. O oculto se torna visível, simbolicamente.

 Semelhante ao Princípio Metodológico da Ciência da Alma - O espiritismo que queremos terá o rigor científico e a expressão da sensibilidade e do sentimento na análise da realidade da alma humana.
Terá que dispor de recursos e meios para provar, insofismavelmente, a imortalidade. O que implicará na renovação do exercício e objetivos da mediunidade, superando a fase meramente moralista e religiosa em que se situa atualmente.

A Ciência da Alma buscará por todos os modos oferecer um tipo de entendimento do ser humano que sempre foi o objeto do Espiritismo, de forma atualizada, dentro de um aspecto que integrará o rigor científico e a expressão da sensibilidade e do sentimento na análise da realidade da alma humana.

O objetivo da Ciencia da alma é desenvolver a espiritualidade na estrutura da pessoa humana.
Um Espiritismo que compreende o presente e luta para que a espiritualidade seja inserida como natural no comportamento humano.
A vida é dinâmica e inclui dor, alegrias, lágrimas e sorriso. Somente a persistências do ser que cada um é além da morte e antes do tumulo será sinal para uma nova etapa da humanidade.

 Artigo publicado no jornal Abertura, nos meses de agosto e setembro de 2019

Jornal Abertura agosto de 2019 - baixe aqui:


Jornal Abertura setembro de 2019 - baixe aqui:




Nota: Artigo originalmente publicado no Jornal Abertura de Santos.

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sexta-feira, 7 de junho de 2019

Afinal o que somos nós? por Alexandre Cardia Machado


Nos dias de hoje onde diversas pressões sociais nos afetam, tem ficado muito difícil agarrar apenas uma bandeira. Quando tratamos de coisas mundanas é fácil dizer, torço pela seleção brasileira de futebol, ou no meu caso particular, torço para S.C.Internacional de Porto Alegre. Mas se tratando de coisas mais complexas como direitos, embates sociais, encontrar um perfil que bata com um grupo específico, fica muito mais difícil.

Assistindo a um programa de TV outro dia aqui em Santos, havia um palestrante falando de Espiritismo. Com espírita vi que eu não era do grupo dele, ficou muito claro para mim, ele falava da ação que se passa neste momento, coordenada do plano espiritual, liderados por Jesus, que estariam movendo nosso planeta para uma transição planetária, algo que dizem vir em ciclos de 28.000 anos. Ele buscava argumentos e apoio em Kardec, em Emmanuel e por aí ia. Eu pensei, eu sou espírita, ele é espírita, mas pensamos de forma muito diferente quanto ao papel do Mundo dos Espíritos. Portanto se ele se diz espírita e eu me digo espírita, algo está muito errado.

Ah! Mas o meu grupo, aquele com a qual me afinizo muito,  se diz espírita laico e livre-pensador, logo não somos exatamente iguais, ele era de outro tipo, do chamado espírita religioso. Bem,com isto consegui dormir à noite.

Mas fiquei com a pulga atrás da orelha e começei a me questionar, não vou dar todas as minhas respostas, mas ao contrário, tenho a intenção de passar a pulga para vocês.
Sobre o que eu pensava? Sobre as questões que nos afetam no dia a dia, então vejamos:

  • ·         Se queremos mais liberdade e flexibilidade social, somos progressistas e liberais;
  • ·         Se queremos manter direitos trabalhista criados num mundo dos anos 40 do século passado, sem atualizá-los para o mundo de 2019, somos conservadores;
  • ·         Se somos a favor da liberdade sexual, da emancipação da mulher em todos os seus aspectos, somos progressistas;
  • ·         Se queremos as mulheres submissas, só trabalhando em casa, somos conservadores;
  • ·         Se somos contra o controle do estado na economia, a favor das liberdades individuais e empresariais, somos liberais e deveríamos ser considerados neste aspecto progressistas;
  • ·         Se somos a favor da economia de estado, com estatais, tudo passando por funcionalismo público, por mais eficiente que se possa imaginar um cenário destes, somos conservadores;
  • ·         Se somos favoráveis às novas formas de trabalho, com horário flutuante, home-office, sem cartão de ponto, somos progressistas;
  • ·         Se quisermos que todos os empregados fiquem dentro da empresa, com cartão de ponto, horário fixo e supervisão, somos conservadores;
  • ·         Se somos contra o uso de tecnologia, para aumentar a produtuvidade da agricultura, reduzir o prejuízo, no campo, o que somos? Conservadores não?
  • ·         Se somos a favor da liberdade de escolha de profissões, das diversas formas de trabalho não convencionais, via internet somos progressistas, não?
  • ·         Se formos nacionalistas, que defendem suas fronteiras, com medo dos estrangeiros e sua cultura, seríamos conservadores, né?
  • ·         Agora, se formos a favor de um mundo sem fronteiras, sem barreiras religiosas, onde o céu seja apenas o espaço sideral, seríamos progressistas, imagine, apenas imagine ...;
  • ·         Se acharmos que o Espiritismo verdadeiro é apenas o nosso, bem, infelizmente seremos conservadores e apegados ao passado.

Chego a conclusão portanto, que não dá para cravar 100% no progressista. Nem, muito menos 100% no conservador. Somos seres complicados e vivemos num ambiente complexo, cheio de viéses e de interesses de grupos de pressão em todos os aspectos, no social, no político, no marketing, na família, no campo espiritual.

Resta entender e aproveitar este que é, o processo maravilhoso da vida, de experimentar, de avaliar, de repensar e reposicionar-se. Enfim viver.

Alexandre Cardia Machado

Nota: Artigo originalmente publicado no Jornal Abertura de Santos maio de 2019 agora disponível no link abaixo:

https://cepainternacional.org/site/pt/cepa-downloads/category/28-jornal-abertura-2019?download=217:jornal-abertura-maio-de-2019

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quarta-feira, 10 de abril de 2019

O Espiritismo que queremos? por Alexandre Cardia Machado



Allan Kardec certamente queria algumas coisas como: antepor-se ao materialismo que começava a tomar conta do pensamento moderno; queria demonstrar que a vida no Universo tinha dois componentes o físico e o espiritual; queria demonstrar que existia uma lógica moral regendo este Universo, determinada por Deus; queria que compreendêssemos e espíritismo de uma maneira mais uniforme possível. Para isso manteve o monopólio do que era ou não espiritismo sob sua batuta até o sua desencarnação.

No livro Obras Póstumas, no capítulo Constituição do Espiritismo, os passos para a sua atualização estão ali escritos, vale salientar que este livro, feito sobre manuscritos do Professor Rivail, não foi publicado por ele, caso o fosse o nome do mesmo não seria este, foi publicada somente em 1890, 21 anos após a desencarnação de Kardec.

Mas o que queremos mesmo do espiritismo hoje, passados 150 anos da desencarnação do professor Hipollyte Léon Denizard Rivail que se completará este mês, no dia 31 de março?
Como somos livres-pensadores, unanimidade não é o nosso forte, não conseguimos, ainda que tenhamos tentado, criar mecanismos de atualização, não gostamos de comitês e acreditamos que grupos de especialistas tendem mais a afastar ideias novoas do que aceitá-las. Mas existiram iniciativas de consolidação do pensamento livre-pensador da CEPA, dois livros publicados e os congressos que periodicamente revisitam temas importantes.

Desta forma, e através dos jornais como o nosso Abertura e o Opinião do CCEPA, grupos como o CPDOc e editoras como as do ICKS, do CCEPA que com seus livros fomos consolidando um novo vocabulário, mas atual, ainda que longe de representar um pensamento organizado. No entanto trás o convívio de ideias novas aos velhor livros da codificação. Nos ajudaram a nos livrar das amarras do entendimento errado das reencarnações punitivas e permitiu um transitat num frescor de um novo pensar espírita.

Este caminhar nos afastou do movimento religioso e se formos bastante críticos, dos próprios textos básicos espíritas, não que não reconheçamos seu valor, são importantíssimos como caminho necessário ao conhecimento, mas estão muito ultrapassados em forma e conteúdo, especialmente em pontos que se aproximam da ciência, ou de algumas questões humanas como racismo, papel da mulher entre outros.

Relatando aqui uma experiência do ICKS de sete anos seguidos, ministrando um curso chamado – Estudo Dirigido do Livro dos Espíritos – enfocado a pessoas comuns, por onde mais de 200 pessoas, espíritas ou não, passaram por nós. Nos vimos na situação de selecionarmos as questões que iríamos apresentar, pois cerca de 30% das respostas de questões do Livro dos Espíritos estão obsoletas, ou então não apresentam Deus como Inteligência Suprema e sim como o deus de Abraão, raivoso e punitivo, algo que pode ter passado despecebido por Kardec, talvez  por que ao seu tempo este questionamento não estivesse maduro suficiente ainda.

Somos, verdadeiramente um grupo pós Kardec e quanto mais rápido aceitarmos isso, melhor será para nosso grupo. Não entendam o pós-Kardec como anti Kardec, pois isso não somos. Mas buscamos ver além de Kardec do século XIX tentando nos colacar na posição dele hoje, pensando como pensaria Kardec se hoje estivesse encarnado.

Talvez não haja consenso no que escrevo aqui, mas acredito que vale o exercício, aberto naturalmente à crítica construtiva.

O que queremos do espiritismo:

- um espiritismo livre, atual, capaz de enfrentar as questões do nosso tempo, de nosso cotidiano;

- que tenha uma linguagem moderna, capaz de atrair a juventude;

- que entenda e que ensine a imortalidade dinâmica, como instrumento de aperfeiçoamento do espírito;

- que seja uma ciência da alma, pois nosso objeto muda do espírito desencarnado, para o espírito imortal, com enfase na sua atuação enquanto encarnado, pois é sobre ele que o espiritismo pode fazer a diferença como um instrumento de entendimento do mundo;

- que seja tolerante, fraterno e humanista;

- que incorpore a Declaração Universal dos Direitos do Homem como um de seus fundamentos;
- que seja legitimamente democrática;

- que não seja oportunista, nem tudo que vem dos espíritos pela mediunidade é espiritismo;

- que as casas espíritas incentivem o estudo, o diálogo e a produção de trabalhos espíritas;

- que as relações entre seus membros sejam ditadas pelo respeito;

- que possa ser político, mas não partidário.

Poderíamos seguir listando ideias, mas mais importante do que escrever é fazer, esta sempre foi a característica de um espírita a ação que corresponde às palavras.

Gostou, quer ler o jornal abertura de março de 2019 onde foi publicado?