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quarta-feira, 30 de agosto de 2023

O Ser humano e seus Deuses - por Alexandre Cardia Machado

O Ser humano e seus Deuses - por Alexandre Cardia Machado   

 Começo citando novamente o escritor israelita Yuval Noah Harari que em seu livro mais recente traduzido para o português – Homo Deus: Uma breve história do amanhã cujo título já é uma provocação à reflexão, pois trata-se de uma análise da história de evolução do Homo Sapiens e sua projeção para o futuro. “Enquanto a Revolução Agrícola deu orígem às religiões teístas, a Revolução Científica fez nascerem as religiões humanistas, nas quais humanos substituem deuses. 

    Os Teístas cultuam theos (“deus”, em grego), e os humanistas, como o liberalismo, o comunismo e o nazismo, é que o Homo sapiens tem uma essência única e sagrada, fonte de todo o sentido e de toda a autoridade no Universo. Tudo o que acontece no cosmo é considerado bom ou mal de acordo com o impacto que exerce sobre o Homo sapiens”. Yural nos faz refletir naquilo que o escritor espírita Herculano Pires chamou de horizontes espirituais, nos primeiros anos da civilização, na passagem do homem de caçador – coletor a agricultor as religiões eram teístas, assim teremos as primeiras religiões tribais, repletas de atos divinos responsáveis por tragédias, dilúvios, chuvas, secas, pragas, enfim, tudo aquilo que envolvia a principal atividade de subsistência humana. 

    Quando a humanidade começa a dominar estas áreas de saber, com o desenvolvimento da ciência, passamos a ocupar um espaço antes destinado aos deuses das diversas religiões. Com isso toda a filosofia muda. 

    Como característica geral, à partir da filosofia clássica grega o homem sempre pensa ter domínio das leis naturais. Reflete sobre todos os aspectos que lhe permite o conhecimento de cada época. Este processo se repete durante o apogeu dos Impérios Romano e Persa. Constrói estradas, portos, melhora a navegação, represa e desvia rios, sentem-se como se deus fossem. 

    Yuval tenta demonstrar como nós humanos encontramos justificativas para distanciar-se dos outros animais, como se eles só existissem para nos servir, assim descreve: “O teísmo justificava a agricultura tradicional em nome de Deus, ao passo que o humanismo justifica a moderna lavoura industrial em nome do Homem. A lavoura industrial santifica as necessidades, os caprichos e as vontades humanas, descartando todo o resto. A lavoura industrial não tem verdadeiro interesse em animais, o quais não compartilham a santidade na natureza humana. E os deuses não lhe são úteis, porque a ciência e a tecnologia moderna conferem aos humanos poderes que excedem em muito os dos antigos deuses.”

Está gostando? O autor deste artigo dedica um capítulo sobre este tema no seu livro: Uma breve história do Espírito que você pode baixar gratuitamente no link abaixo:

https://cepainternacional.org/site/pt/cepa-downloads/category/27-icks-colecao-abrindo-a-mente?download=200:uma-breve-historia-do-espirito-alexandre-cardia-machado


    Esta visão coincide com as comunicações dos espíritos no século XIX, veja O Livro dos Espíritos questão 756: – “A sociedade dos homens de bem se verá algum dia expurgada dos seres malfazejos? “A Humanidade progride. Esses homens, em quem o instinto do mal domina e que se acham deslocados entre pessoas de bem, desaparecerão gradualmente, como o mau grão se separa do bom, quando este é joeirado. Mas, desaparecerão para renascer sob outros invólucros. Como então terão mais experiência, compreenderão melhor o bem e o mal. Tens disso um exemplo nas plantas e nos animais que o homem há conseguido aperfeiçoar, desenvolvendo neles qualidades novas. 

    Pois bem, só ao cabo de muitas gerações o desenvolvimento se torna completo. É a imagem das diversas existências do homem.” Yuval faz toda esta análise, porque vai desenvolver, no livro o que ele propõe ser a próxima evolução humana, ele vê a humanidade no limiar de uma nova geração de humanos, como explicaremos a seguir. Crê que em alguns anos seremos capazes de reduzir tecnologicamente vários fatores que fazem com que envelheçamos e venhamos a morrer. Desta forma pouco a pouco agregaremos desenvolvimentos genéticos, nano antibióticos, novos marcapassos, dispositivos biônicos que permitirão que pessoas abastadas possam postergar a morte facilmente para além dos 150 anos de idade. 

    Muitos podem pensar, quem gostaria disso? Uma resposta poderia ser, com qualidade de vida, por que não? Quantos lugares poderíamos conhecer? Quantas linguas poderíamos aprender? Certamente estaria alinhado com o princípio espírita do desenvolvimento do espírito a cada encarnação. 

    Agora, o que precisamos ponderar é, a que custo social? Como garantir este acesso a todos? Ainda que não seja para todos, este progresso tecnológico salvaria muitas vidas, pessoas que morreriam por problemas de saúde aos 10, 20 ou 30 anos poderíam sobreviver caso adotassem estas novas técnicas e ajudar no processo de desenvolvimento do planeta. 

    O ponto que o autor propõe e que não quero antecipar totalmente, é que passaríamos a potencialmente termos a chamada amortalidade. A amortalidade se diferencia do conceito de imortalidade, pois os humanos sempre poderiam morrer por acidente, se levassem um tiro e não fossem tratados a tempo.

    Mas pessoas que tenham muito dinheiro poderão, provavelmente evitar a morte, regenerar o corpo e manter a mente apta por muito mais tempo. O que o autor propõe é que este grupo de pessoas formaria uma elite de semi-deuses, acho exagerado pensar assim, mas ao menos nos obriga a refletir sobre esta possibilidade. 

    Que filosofia surgiria disso? Esperemos um pouco mais para ver no que isso poderá resultar, pois nos dias de hoje, muito da tecnologia já adquirida ainda não está disponível a toda a população mundial onde boa parte da população ainda luta por simplesmente sobreviver. 

    Não deixa de ser um outro aspecto da luta entre modelos econômicos e sociais, num mundo em transformação. As novas tecnologias, surgem muito caras, mas em uma década, terminam por serem mais acessíveis à população em geral.

Este artigo foi o Editorial do Jornal Abertura de julho de 2019 - o jornal completo, em pdf está disponível no site da CEPA.

Baixe aqui:

https://cepainternacional.org/site/pt/cepa-downloads/category/28-jornal-abertura-2019?download=213:jornal-abertura-julho-de-2019


quinta-feira, 18 de julho de 2019

Livro - Novo Pensar Sobre Deus, Homem e Mundo: Livro de Jaci Régis


Livro - Novo Pensar Sobre  Deus, Homem e Mundo:

Em 2009 no 11° Simpósio Brasileiro do Pensamento Espírita, Jaci Régis apresentou e lançou, aquele que seria seu último livro.



Em 2013 o grupo de estudos do ICKS que desenvolveu um trabalho chamado: Exposição – SBPE 26 anos abrindo espaço para novas idieas - sobre o impacto do SBPE no Movimento Espirita. Neste evento escrevemos em nosso trabalho o seguinte: “ Como reconhecimento especial e também como uma homenagem, destacamos os trabalhos de Jaci Régis o criador do SBPE, pelo brilhantismo, inovação das ideias e pela incansável persistência no trabalho de renovação e grande amor ao Espiritismo”. Jaci Régis teve a sua desencarnação no dia13 de Dezembro de 2010.

Novo Pensar Sobre  Deus, Homem e Mundo:

Este livro que trata de pontos tão sensíveis aos seres humanos, nas palavras do autor extraída do primeiro capítulo assim discorre: “  Um novo pensar sobre Deus começará por deixar de lado o Deus Jeová, as afirmativas bíblicas e, de modo geral, as teorias  que fazem dele uma pessoa.
As palavras do louco de Nietzsche sobre a morte de Deus não devem ser tomadas como blasfêmia mas como a exclamação maior da decepção com o amor de Deus.

Este livro também está disponível em pdf, grátis:


O Deus que Nietzsche matou é esse criado à semelhança das pessoas e cultuado, imposto pelas teologias de todos os tempos.

Isso não significa  a completa e satisfatória resolução da questão divina. Nem elimina a crença em Deus.

O que colocar em nossa mente a respeito de Deus. em substituição ao modelo rejeitado? É difícil fugir da realidade sensorial. Quando pensamos criamos imagens. Atendendo a essa necessidade do ser humano, todas as crenças criaram imagens concretas dos entes invisíveis.

Pensamos em Deus como “alguém”. Mas um “alguém” transcendendo o  delineamento corporal que nos dá o sentido das coisas. Deus continua invisível. O silêncio é a resposta das preces e imprecações. Há até um ditado “uma imagem vale mais do que mil palavras”. Daí a dificuldade de pensar num Deus sem face, sem corpo, sem imagem.

Mas Deus é o que é, não o que queremos que seja.

Isso nos autoriza a pensar em Deus sem imagem, limitações e sem ser uma pessoa.
O que seria então?

Não temos como saber, atualmente.

Todavia, a sua presença se faz na visão macro da vida, no encaminhamento através do tempo, que resulta invariavelmente no benefício da pessoa. Tudo começa no nível microscópico  num desenrolar dinâmico, atemporal dos elementos envolvidos para surgir, depois, um corpo, um animal, um primata, um homem, como conseqüência da seleção das espécies, da sobrevivência dos modelos mais resistentes transmitindo DNA que cria a cadeia genética.

O novo pensar vê nesse extraordinário poder de  desenvolvimento seqüencial dos seres a presença da inteligência divina. Na semente, como no embrião, existem códigos perfeitos que no ambiente adequado produzem a árvore e os frutos, o feto, a criança, a pessoa humana.

Assim como a ciência não sabe como esses fatores começaram a interagir, assim também não sabemos como a inteligência divina intervém para  dotar a natureza de princípios básicos, genéticos, que redundaram no panorama atual da Terra.

Entretanto, o novo pensar sobre Deus refaz o entendimento da relação divina com o ser humano.
Liberta-nos das cadeias de pecado, punição, morte e castigo que definem o Deus Jeová travestido no Deus cristão de amor, misericórdia e justiça.

O crente pergunta, onde está o Deus onipotente que não atua para eliminar o mal, punir os que praticam crimes e não salva e cura livrando-nos da morte?

A decepção provém do que se fala e diz sobre o amor de Deus.

A natureza não é lírica, mas objetiva, eficiente. Todavia não é perfeita. Esse paradoxo  precisa ser entendido:  a imperfeição dentro da perfeição.

Ou seja,  a perfeição absoluta atribuída à divindade comporta a imperfeição dinâmica dos processos evolutivos.

Um novo pensar sobre Deus nos conduz à compreensão de que a dinâmica da vida, em qualquer dos setores em que se manifesta, prima pela criação de  ambientes de oportunidade, seleção e superação.
Podemos questionar porque as coisas são assim. Todavia elas são assim.

O novo pensar sobre Deus pensa que o objetivo da vida é a felicidade.

A inteligência divina proporciona meios para isso, no tempo, através da lei da evolução.

A singularidade individual se envolve no processo para adquirir a sua própria identidade como ser único, imortal, progressivo, atemporal. O novo pensar sobre Deus tenta harmonizar a presença divina com  as necessidades do ser humano, oferecendo um conjunto de leis e sistemas vivenciais que abrem oportunidade de resolução dos problemas.

Dar atributos morais a Deus e sua transformação numa pessoa é fruto da criação da divindade à nossa imagem. Neste modelo não existe espaço para a personalização do Ser Supremo, nem cabe o estabelecimento de atributos, que o humanizariam, porque o paradigma disponível para pensar as virtudes é o humano.

O novo pensar começará por estabelecer que o universo não é estruturado, mas delineado. Seria, metaforicamente talvez, uma projeção da intenção divina, inteligência suprema e causa primária, centro ordenador e controlador, manifestado através da Lei Natural. Porque onde há Lei existe necessariamente controle.

A Lei Divina ou Natural está na base do universo, regulando a vida. Ela exprime a sabedoria divina na condução da humanidade, só apreciada ao longo do tempo.

A Lei divina ou natural, não cogita de julgar, condenar. Ou seja, Lei Natural não é uma lei moral. Ela controla a vida universal estabelecendo uma diretriz positiva que sobrevive e se impõe no aparente caos e nos limites do livre arbítrio.

E a Lei Natural está inscrita no Espírito através do processo evolutivo.

A existência da Lei Natural como centro irradiador do pensamento divino, é fundamental para compreender como o universo pode ser simultaneamente controlador e caótico. Para argumentar sobre essa polarização, poderíamos  aplicar a definição do elétron que pode ser substância e onda, sem alterar a estabilidade universal.

A Lei Natural exprime a sabedoria divina, com mecanismos extremamente competentes, estabelecendo o ritmo e a sucessão dos fatores com o fim de equacionar, no universo energético, tanto quanto no universo inteligente, o princípio do equilíbrio. Atuando através da lei de causa e efeito ou ação e reação, ferramenta de busca do equilíbrio, pela reciprocidade dos fatores.

Reside no campo moral, no campo das inteligências menores que somos nós, nos nossos anseios e esperanças, medos e expectativas, o principal problema.

Quem somos e porque somos. Eis a questão.


Se você se interessou e quiser saber o final desta reflexão poderá ler o trabalho completo. O nosso estoque está acabando, temos somente  15 unidades do livro  NOVO PENSAR SOBRE DEUS, H0MEM E O MUNDO de Jaci Régis. Para adquirir o livro diretamente com o ICKS., compre aqui mesmo, basta enviar um email para ickardecista1@terra.com.br com os os seus dados que entreremos em contato. Você poderá depositar R$ 15,00 na conta do Instituto. O ICKS se encarregará do frete.

Ou você pode comprar por nossa loja virtualhttps://icks.lojavirtualnuvem.com.br/ neste caso você decide como receber e o frete fica por conta do comprador.




segunda-feira, 15 de julho de 2019

Entrevista com Deus - Reinaldo di Lucia


Entrevista com Deus

O título acima é de um filme que, ao que me concerne, passou sem grandes burburinhos pelos cinemas. Filmado em 2018, conta a história do jornalista Paul Asher, que volta para os Estados Unidos após cobrir a guerra do Afeganistão. Apesar de cristão, as visões da guerra abalaram seriamente sua fé; isto, aliado a problemas de ordem pessoal, deixaram Paul completamente desesperançado.

Em meio a todo este drama, ele tem uma oportunidade ímpar: entrevistar um homem que diz ser Deus. E pasmem: apesar de profundamente cristão, ele absolutamente não acredita que o homem seja mesmo Deus. Mas porque não tentar, não é mesmo?

E aí começa o problema: antes de mais nada, o que perguntar a Deus? Que tipo de indagações fazer ao criador de todas as coisas, que não pareçam pueris demais, e ao mesmo tempo não sejam genéricas a ponto de parecerem arrogantes? E mais, como ter certeza que não é uma mistificação, que não estamos na frente de um lunático ou um humorista?

E aí é que o filme entra numa espiral muito interessante. Entre perguntas de verificação de identidade “qual o resultado de uma multiplicação com números muito grandes” e outras bastante lógicas, apesar de óbvias “Porque coisas ruins acontecem a pessoas boas”, o filme trata com leveza e seriedade algumas questões de fundo para a religião e, porque não, para a filosofia: o que é a fé? O que fazer quando a perdemos? O que é a salvação? O que digo às pessoas que acham que você não existe?

Algumas vezes as respostas surpreendem, para um filme que possui um óbvio viés religioso – mais especificamente, cristão. Quando, por exemplo, é dito que o mundo é exatamente o que parece, ou quando exalta o livre arbítrio acima de tudo, inclusive de um eventual “plano de Deus”.

Ao mesmo tempo, bate de frente com as concepções mais comuns das religiões (inclusive a espírita), de que a vida de verdade não é esta, mas a vida no além, seja no paraíso ou em Nosso Lar: “Sua vida não é um teste para a vida pós morte”, diz Deus. Ao fim, o filme enfatiza que a única forma de continuarmos a viver é exercer o perdão – não só para com os outros, mas, principalmente, para conosco.

Enfim, ao quebrar com alguns paradigmas caros às mais diversas religiões do mundo, Entrevista com Deus faz-nos pensar não necessariamente nele, mas na vida, em seu significado e nas necessidades práticas que temos para seguir em frente. Afinal, de que adianta a crença se não conseguimos colocá-la em prática no nosso dia a dia?

A propósito, apenas mantermos a conversa viva: se você tivesse a oportunidade de entrevistar Deus, que perguntas você faria?

Nota: Artigo originalmente publicado no Jornal Abertura de Santos junho de 2019.

Quer ler o jornal completo:

https://cepainternacional.org/site/pt/cepa-downloads/category/28-jornal-abertura-2019?download=218:jornal-abertura-junho-de-2019


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