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domingo, 25 de fevereiro de 2024

Um pouco sobre a história de Israel e do povo Palestino e suas relações com os árabes - por Alexandre Cardia Machado

 

Um pouco sobre a história de Israel e do povo Palestino e suas relações com os árabes

“ A história judaica é marcada por sucessivas dispersões e diásporas dentro de diásporas” Professor Luis Krausz – USP

Queremos trazer ao nosso público um pouco desta história milenar que envolve, árabes, hebreus e palestinos, não nos cabe concluir quem está com a razão, onde a razão desaparece ante agressões e revides milenares. No entanto entender um pouco da história nos ajuda a ter uma visão mais ampla.



Acreditamos, obviamente que a ONU terá que ter um papel mais forte e decisivo, buscando um entendimento que termine na coexistência de dois estados, um o já existente Israel e outro palestino.

Vamos então ver um breve histórico de 2800 anos: em preto os assuntos ligados aos judeus e em vermelho os assuntos ligados de alguma forma aos palestinos e aos árabes.

1700 a.C – O povo Hebreu foi escravizado e levado ao Egito (Segundo o Velho Testamento - Exodus - Mito).

1200 a.C – Segundo o Velho Testamento – Moisés trouxe os Hebreus de volta à região onde hoje se encontram Israel, Palestina ( Cisjordânia e Gaza) e Sul do Líbano. (igualmente um Mito)

586 a.C – Exército Persa de Nabucodonosor espalhou os Hebreus pela Babilônia – Diáspora.

538 a.C – Ciro II novo Imperador Persa autoriza o retorno dos Hebreus.

450 a.C -  o historiador grego Heródoto chama a região de Palestina pela primeira vez. Era uma referência aos filisteus, um grupo possivelmente indo-europeu que conviveu por séculos com os povos semitas- Veja mais em https://noticias.uol.com.br/internacional/ultimas-noticias/2023/10/29/israel-palestina-judeus-arabes-ocupacao.htm .

70 a 63 a.C – os Romanos lutaram e conquistaram os reinos de Judá e Galileia.

70 D.C – os Romanos espalham os judeus por todo o império Romano – Diáspora.

A Palestina troca de mãos:

644 D.C. - Após a morte de Maomé, seus sucessores, os califas, iniciam uma expansão que tomou territórios dos impérios Bizantino e Persa. Os califas omiadas conquistam o norte da África, península ibérica, Afeganistão, Paquistão e Ásia Central, enquanto os califas ortodoxos avançaram sobre o Líbano, Síria, Egito e Palestina… - Veja mais em https://noticias.uol.com.br/internacional/ultimas-noticias/2023/10/29/israel-palestina-judeus-arabes-ocupacao.htm?cmpid=copiaecola .

1099 D.C. – Os Cristãos europeus conquistam Jerusalém - Os cruzados justificavam a necessidade de "resgatar a Cidade Santa dos infiéis muçulmanos”.

1187 D.C.  - Após o fim do domínio cristão em 1187, a "Terra Santa" volta ao Império Islâmico, passa para os mongóis (egípcios da dinastia aiubida de Saladino).

1252 D.C. - O Império Árabe Islâmico se mantém unificado até 1252, quando os mongóis invadem e destroem Bagdá, fragmentando o império… a região da Palestina passa ao controle Mongol.

1517 – É dominada pelo Império Otomano (Turcos), até  a I Guerra Mundial.

1834 -1919 -  Nascimento do sentimento nacionalista, a população árabe da Palestina se via principalmente como súditos otomanos. A revolta dos árabes na Palestina em 1834 é considerada como o primeiro evento formativo do povo palestino. Na década de 1830, a Palestina foi ocupada pelos egípcios que respondiam ao Império Otomano. A revolta foi precipitada pela resistência popular contra uma forte demandas por recrutas. Os camponeses estavam bem cientes de que o recrutamento era nada menos do que uma sentença de morte.

1834 - A partir de maio, os rebeldes tomaram muitas cidades, entre elas  Jerusalém, Hebron e Nablus. Em resposta, o exército egípcio se deslocou à palestina, derrotando finalmente os últimos rebeldes em 4 de agosto em Hebron. No entanto, os árabes na Palestina permaneceram parte de um movimento nacional panislâmico ou panárabe.

1911 - O jornal de língua árabe Filastin foi fundado em 1911 por cristãos  palestinos. É considerado um marco para o surgimento dos palestinos não judeus. as primeiras organizações nacionalistas palestinas apareceram no final da Primeira Guerra Mundial. Surgiram algumas facções políticas. 

1917 - I Guerra Mundial – O Reino Unido junto com seus aliados derrotam em 1917 o Exército Turco e recebem pela Liga das Nações junto com a França um mandato sobre uma grande área do Oriente Médio em 1922.

1917 - Declaração de Balfour, O Reino Unido se declara favorável a criação de um estado Judeu na Palestina, a partir daí começa a haver migrações de Judeus para esta região, melhorando a economia local.

1919 -  O primeiro Congresso foi realizado em Jerusalém para coincidir com a Conferência de Paz de Paris após a I Grande Guerra. Com a presença na Conferência de Chaim Weizman, que apresentou reivindicações sionistas, foi um gatilho para a convocação do Primeiro Congresso Palestino, a fim de apresentar contra alegações árabes e palestinas na Conferência. Quando o Primeiro Congresso Palestino emitiu seu manifesto antissionista rejeitando a imigração judia.

1920 - De acordo com Benny Morris, o nacionalismo árabe palestino como um movimento distinto apareceu entre abril e julho de 1920, após os distúrbios de Nebi Musa, a conferência de San Remo e o fracasso de Faiçal em estabelecer o Reino da Grande Síria.

1939 -1945 - II Guerra Mundial  – A Alemanha Nazista que já vinha perseguindo os judeus no seu território e nos até então conquistados e  iniciou  o assassinato planejado dos judeus e outras minorias étnicas. Holocausto.

ONU – Organização das Nações Unidas, criada após a II Grande Guerra, substituindo a liga das Nações, em sua Assembleia inicial – dirigida pelo brasileiro Oswaldo Aranha aprovou a criação do estado de Israel em 1947.

1948 – 14 de maio de 1948 – Criação do Estado de Israel.

Guerras árabes – israelenses: (Fonte – Site Brasil Escola - Brasil Escola - O maior portal de educação do Brasil (uol.com.br)) – escolhemos esta fonte por ser amplamente usada no Brasil para pesquisas escolares, assim não buscamos tendenciar os fatos. O leitor que quiser se aprofundar poderá encontrar outras fontes.

1948 a 1949 – 1ª Guerra - Os países árabes que cercam Israel não aceitam a formação do Estado de Israel e iniciam uma guerra que ao final é vencida por Israel que aumenta em 33% o seu território.

1956 – 2ª guerra - O Egito nacionaliza o Canal de Suez ( Presidente Nasser) contrariando os interesses Franceses, Ingleses e Israelenses – que se unem e tomam o Canal de Suez – ao final a URSS e os Estados Unidos propõe a paz, votando o canal à iniciativa privada. Esta foi a única guerra iniciada por Israel.

1967 - 3ª guerra  – Guerra dos 6 dias - ataques dos países árabes em conjunto contra Israel. Acaba com a vitória de Israel.

1973 -  4ª guerra – Guerra do Yom Kippur – ataques dos países árabes em conjunto contra Israel. Acaba com a vitória de Israel.

Intifadas – são ataques organizados por Grupos Palestinos contra Israel – acontecem diverso, sendo os principais os de 1987, 1993, 2000 e 2005. (todas exigindo a saída de Israel dos territórios conquistados nas guerras anteriores).

2023 – 5ª guerra -  Ataque Terrorista do Hamas em 2023 – Israel declara guerra ao Hamas que se localiza na Faixa de Gaza.

Este artigo foi publicado no jornal Abertura de novembro de 2023, quer ler o jornal completo, baixe aqui:

https://cepainternacional.org/site/pt/cepa-downloads/category/31-jornal-abertura-2023?download=270:jornal-abertura-novembro-de-2023

 

 

 

 

quinta-feira, 14 de dezembro de 2023

Sobre a ciência ter todas as respostas? por Alexandre Cardia Machado

 A ciência tem todas as respostas?

Este é o título do livro da alemã Sabine Hossenfelder, pesquisadora do Instituto de Estudos Avançados de Frankfurt. Sabine tem causado na internet em vídeos no YouTube. Ela critica o exagero dos divulgadores científicos:



“Muitos divulgadores científicos tentam deslumbrar as pessoas, especialmente na Cosmologia. Tudo sobre o início do Universo e teorias quânticas é cheio de ‘uau!’, de grandes mistérios” em reportagem da Folha de São Paulo de 7 de outubro de 2023.

Em outras palavras, tem muito blábláblá!

Vou ler o livro desta pesquisadora, quando escrevi o livro – Uma Breve História do Espírito – que tenta encaminhar os leitores no entendimento da criação do Universo conhecido, busquei deixar claro que o caminho que percorro é o mais provável e que baseado nisto, poderíamos propor uma Cosmologia Espírita possível.

Sabine afirma que muitos campos de estudo não possuem dados suficientes nem para a formulação de hipóteses científicas, um exemplo é a ideia de “multiverso”. Não que existam pesquisas, na verdade há, só que ela alega que os divulgadores deveriam ser mais claros ao dizer que se trata de uma possiblidade, ainda não confirmada.

Gostei da proposta da autora e decidi escrever uma série de artigos aqui nesta coluna, analisando as diversas teorias sobre a criação do Universo e como se daria, nestes casos a criação e evolução do espírito.

Lembrando que proponho o seguinte, baseado na existência do Big Bang:

“A partir de 0,000006 segundos, de acordo com os cálculos da Teoria da Relatividade, após o Big Bang, a temperatura do Universo abaixa o suficiente para que a matéria, ainda muito instável inicie a sua formação. Neste momento o princípio espiritual dá os seus primeiros passos. Chamaremos didaticamente este princípio espiritual de Princípio Espiritual Arcaico. Como toda a criação de matéria ou espírito não é instantânea, depende de uma série de acontecimentos”. Veremos como seria esta trajetória nas outras ideias sobre o Universo, multiverso, cordas e etc.

2024 virá, portanto, com muita ciência, que embora não tenha a resposta final a todas as dúvidas, é certamente a melhor forma de nos aproximarmos delas.

Para abrir mais a sua mente: Leia - A ciência tem todas as respostas? De Sabine Hossenfelder – Editora contexto. Leia também: Uma Breve História do Espírito de minha autoria: https://cepainternacional.org/site/pt/cepa-downloads/category/27-icks-colecao-abrindo-a-mente?download=200:uma-breve-historia-do-espirito-alexandre-cardia-machado

 Este artigo foi publicado no jornal Abertura de dezembro de 2023

Quer ler o jornal todo? Baixe aqui gratuitamente!

https://cepainternacional.org/site/pt/cepa-downloads/category/31-jornal-abertura-2023?download=274:jornal-abertura-dezembro-de-2023


 

 

quarta-feira, 30 de agosto de 2023

O Ser humano e seus Deuses - por Alexandre Cardia Machado

O Ser humano e seus Deuses - por Alexandre Cardia Machado   

 Começo citando novamente o escritor israelita Yuval Noah Harari que em seu livro mais recente traduzido para o português – Homo Deus: Uma breve história do amanhã cujo título já é uma provocação à reflexão, pois trata-se de uma análise da história de evolução do Homo Sapiens e sua projeção para o futuro. “Enquanto a Revolução Agrícola deu orígem às religiões teístas, a Revolução Científica fez nascerem as religiões humanistas, nas quais humanos substituem deuses. 

    Os Teístas cultuam theos (“deus”, em grego), e os humanistas, como o liberalismo, o comunismo e o nazismo, é que o Homo sapiens tem uma essência única e sagrada, fonte de todo o sentido e de toda a autoridade no Universo. Tudo o que acontece no cosmo é considerado bom ou mal de acordo com o impacto que exerce sobre o Homo sapiens”. Yural nos faz refletir naquilo que o escritor espírita Herculano Pires chamou de horizontes espirituais, nos primeiros anos da civilização, na passagem do homem de caçador – coletor a agricultor as religiões eram teístas, assim teremos as primeiras religiões tribais, repletas de atos divinos responsáveis por tragédias, dilúvios, chuvas, secas, pragas, enfim, tudo aquilo que envolvia a principal atividade de subsistência humana. 

    Quando a humanidade começa a dominar estas áreas de saber, com o desenvolvimento da ciência, passamos a ocupar um espaço antes destinado aos deuses das diversas religiões. Com isso toda a filosofia muda. 

    Como característica geral, à partir da filosofia clássica grega o homem sempre pensa ter domínio das leis naturais. Reflete sobre todos os aspectos que lhe permite o conhecimento de cada época. Este processo se repete durante o apogeu dos Impérios Romano e Persa. Constrói estradas, portos, melhora a navegação, represa e desvia rios, sentem-se como se deus fossem. 

    Yuval tenta demonstrar como nós humanos encontramos justificativas para distanciar-se dos outros animais, como se eles só existissem para nos servir, assim descreve: “O teísmo justificava a agricultura tradicional em nome de Deus, ao passo que o humanismo justifica a moderna lavoura industrial em nome do Homem. A lavoura industrial santifica as necessidades, os caprichos e as vontades humanas, descartando todo o resto. A lavoura industrial não tem verdadeiro interesse em animais, o quais não compartilham a santidade na natureza humana. E os deuses não lhe são úteis, porque a ciência e a tecnologia moderna conferem aos humanos poderes que excedem em muito os dos antigos deuses.”

Está gostando? O autor deste artigo dedica um capítulo sobre este tema no seu livro: Uma breve história do Espírito que você pode baixar gratuitamente no link abaixo:

https://cepainternacional.org/site/pt/cepa-downloads/category/27-icks-colecao-abrindo-a-mente?download=200:uma-breve-historia-do-espirito-alexandre-cardia-machado


    Esta visão coincide com as comunicações dos espíritos no século XIX, veja O Livro dos Espíritos questão 756: – “A sociedade dos homens de bem se verá algum dia expurgada dos seres malfazejos? “A Humanidade progride. Esses homens, em quem o instinto do mal domina e que se acham deslocados entre pessoas de bem, desaparecerão gradualmente, como o mau grão se separa do bom, quando este é joeirado. Mas, desaparecerão para renascer sob outros invólucros. Como então terão mais experiência, compreenderão melhor o bem e o mal. Tens disso um exemplo nas plantas e nos animais que o homem há conseguido aperfeiçoar, desenvolvendo neles qualidades novas. 

    Pois bem, só ao cabo de muitas gerações o desenvolvimento se torna completo. É a imagem das diversas existências do homem.” Yuval faz toda esta análise, porque vai desenvolver, no livro o que ele propõe ser a próxima evolução humana, ele vê a humanidade no limiar de uma nova geração de humanos, como explicaremos a seguir. Crê que em alguns anos seremos capazes de reduzir tecnologicamente vários fatores que fazem com que envelheçamos e venhamos a morrer. Desta forma pouco a pouco agregaremos desenvolvimentos genéticos, nano antibióticos, novos marcapassos, dispositivos biônicos que permitirão que pessoas abastadas possam postergar a morte facilmente para além dos 150 anos de idade. 

    Muitos podem pensar, quem gostaria disso? Uma resposta poderia ser, com qualidade de vida, por que não? Quantos lugares poderíamos conhecer? Quantas linguas poderíamos aprender? Certamente estaria alinhado com o princípio espírita do desenvolvimento do espírito a cada encarnação. 

    Agora, o que precisamos ponderar é, a que custo social? Como garantir este acesso a todos? Ainda que não seja para todos, este progresso tecnológico salvaria muitas vidas, pessoas que morreriam por problemas de saúde aos 10, 20 ou 30 anos poderíam sobreviver caso adotassem estas novas técnicas e ajudar no processo de desenvolvimento do planeta. 

    O ponto que o autor propõe e que não quero antecipar totalmente, é que passaríamos a potencialmente termos a chamada amortalidade. A amortalidade se diferencia do conceito de imortalidade, pois os humanos sempre poderiam morrer por acidente, se levassem um tiro e não fossem tratados a tempo.

    Mas pessoas que tenham muito dinheiro poderão, provavelmente evitar a morte, regenerar o corpo e manter a mente apta por muito mais tempo. O que o autor propõe é que este grupo de pessoas formaria uma elite de semi-deuses, acho exagerado pensar assim, mas ao menos nos abriga a refletir sobre esta possibilidade. 

    Que filosofia surgiria disso? Esperemos um pouco mais para ver no que isso poderá resultar, pois nos dias de hoje, muito da tecnologia já adquirida ainda não está disponível a toda a população mundial onde boa parte da população ainda luta por simplesmente sobreviver. 

    Não deixa de ser um outro aspecto da luta entre modelos econômicos e sociais, num mundo em transformação. As novas tecnologias, surgem muito caras, mas em uma década, terminam por serem mais acessíveis à população em geral.

Este artigo foi o Editorial do Jornal Abertura de julho de 2019 - o jornal completo, em pdf está disponível no site da CEPA.

Baixe aqui:

https://cepainternacional.org/site/pt/cepa-downloads/category/28-jornal-abertura-2019?download=213:jornal-abertura-julho-de-2019


quinta-feira, 17 de agosto de 2023

País envelhecido - Editorial de Alexandre Cardia Machado Jornal Abertura agosto de 2023

 

País envelhecido

 

Já tínhamos a impressão de que os Centros Espíritas estavam envelhecendo, os colaboradores, pelo menos dos centros que conheço tem um grande percentual de aposentados. O Censo do IBGE de 2021/22 veio corroborar esta impressão.

Contrariando todas as previsões de crescimento populacional, que estimava-se considerando o Censo de 2010 que fossemos 214 milhões de brasileiros, o que se contou agora foi, nada mais do que 203 milhões.

Isto significa que muito menos gente nasceu nos últimos 11 anos do que era esperado, como isto impacta a vida de todos nós? Bem, difícil precisar, mas para melhorar o bem-estar social, todos nós teremos que trabalhar mais, porque menos jovens estão entrando e entrarão futuramente, no sistema previdenciário oficial.

As agencias de propaganda já haviam se dado conta muito antes do que a comunidade econômica e do que o IBGE, basta ver como aumentaram as propagandas focadas na chamada terceira idade nos últimos 10 anos. Até pessoas na faixa dos 40 anos já começa a deixar de pintar os cabelos, sejam mulheres ou homens.

O Crescimento da população está na faixa de 0,5% ao ano, o que faz a gente refletir que um aumento de 1% do PIB ao contrário do que sempre foi dito, representa um aumento real de renda, assim devemos aproveitar este momento em que nosso país já há 2 anos vem tendo aumento de cerca de 2%, pois futuramente, e não tão futuramente seremos um país envelhecido.

Isto já acontece na Europa e a solução mais utilizada é a de aumentar a imigração, o Brasil contribui com isto, temos brasileiros saindo do país em proporções nunca vistas antes.

 

Cabelos brancos virou charme. Cabelos brancos estão na moda – reflexo do envelhecimento


Os efeitos no movimento espírita: Fonte IBGE e ABRADE

Alguns dados importantes, os espíritas são os que apresentaram melhores indicadores quanto ao nível de escolaridade, como a maior proporção de pessoas com nível superior completo (31,5%). Por outro lado, temos também a maior média etária – 37 anos entre todos os grupos “religiosos”(dados de 2010).

Segundo a Abrade: Associação Brasileira de Divulgadores do Espiritismo, estes dados que citarei aqui podem ser encontrados em sua página oficial: https://abrade.com.br/

“Pela  pesquisa Retratos da leitura no Brasil, 5ª edição, base 2019, o brasileiro lê, em média, 2,4 livros lidos apenas em parte e, 2,5, inteiros. Retirados os livros didáticos e a Bíblia, esse número cai para 1,6 livros. Os leitores espíritas leem mais, 3 a 4 livros espíritas por ano, mas ainda é um número modesto e pode melhorar bastante.”

Ou seja, temos um público interessado em leitura, mas o ICKS, como Editora sofre na venda e divulgação de nossos livros, o que nos motivou a oferecer este saber espírita de forma online e gratuita.

PNP – Pesquisa Nacional para Espíritas 2021 apresenta um dados de que  a idade média dos espíritas está atingindo 50 anos.   A presença de jovens nas casas espíritas tem fortes indícios de estar em baixa há, pelo menos uma década. Boa parte dos novos espíritas possuem mais de 40 anos.

Segundo Franzolim, “talvez para compensar a pequena participação dos espíritas no Brasil (2% no Censo 2021), as estimativas sobre o número de simpatizantes do espiritismo atingem cifras elevadas de 20 e até 30 milhões”. Costumamos chamar estes simpatizantes de clientes, pois eles normalmente vão aos centros espíritas, como bem diz Franzolim – “ Temos de considerar, contudo, que parte significativa desses simpatizantes, procuram as casas espíritas, mais pela possibilidade de receber uma ajuda, do que pelo interesse em sua filosofia ou de melhor compreensão de alguma questão existencial”.

Como trazer mais pra próximos de nós estas pessoas? Nossas casa promovem cursos, desta forma alguns acabam por frequentar e até associar-se aos centros. Isto é importante pois, por mais que sejamos caridosos, não há “jantar de graça”, os centros precisam bancar as suas despesas.

“Uma estimativa mais realista situaria os simpatizantes entre aqueles que realmente começam a cogitar a decisão de se tornarem espíritas. Dificilmente seriam mais do que 1% da população, ou 50% do número atual de espíritas. O que já pode ser considerado uma estimativa otimista”.

Concordamos com esta análise, ser espírita significa uma mudança radical na maneira de ver o mundo, precisamos incorporar a imortalidade dinâmica com todas as suas consequências aqui e agora. Precisamos lançar um olhar sobre o mundo e sobre nós mesmos e agirmos de acordo com estas conexões causais. Somos responsáveis por melhorar o mundo ao nosso redor.

 

“É verdade que a mídia aprecia bastante temas espiritualistas também adotados pela doutrina, como reencarnação, comunicação com os espíritos e outros vinculados pela sociedade ao espiritismo, mas que na compreensão Kardequiana apresenta entendimentos muitas vezes bastante diferentes, como punição, castigo, causa e efeito, trevas, umbral, cidades espirituais, passe, etc.”

Ivan Franzolim - ABRADE


Os Centros Espíritas:

“São otimistas as estimativas na internet, variando entre 15 e 20 mil Centros Espíritas no país. Dados mais realistas, contudo, apontam para um montante menor e uma situação até preocupante... em 2020, baseada na base de CNPJ e código de atividade (CNAE), a quantidade de instituições espíritas era de 11.916. Esse número considera todo o tipo de organização espírita, como fundação, associação, abrigo, creche, orfanato, hospital e apenas os CNPJs ativos.

Este dado tem que servir com um alerta muito importante, menos jovens e menos centros, ainda que a quantidade de declarados espíritas não tenha sido alterada em percentagem, a idade média alta grita que vamos mal. Conforme o dado abaixo o confirma.

“Foram encontradas 2.592 casas espíritas que não existem mais, registradas como “baixadas”, a maioria entre 1990 e 2020, o que representa uma média de 86 instituições extintas por ano.”

 

Os centros espíritas estão 75% localizados nas capitais, ou seja, não penetramos no interior do país.


Gostou? fica aqui o convite a lernosso jornal: Abertura agosto 2023: clique abaixo.


https://cepainternacional.org/site/pt/cepa-downloads/category/31-jornal-abertura-2023?download=248:jornal-abertura-agosto-de-2023


 

 

 

 

quarta-feira, 17 de maio de 2023

Censura prévia nunca mais - por Alexandre Cardia Machado


Censura prévia nunca mais

Está claro para todos que temos um problema: como controlar as redes sociais? Isto me faz pensar nos idos dos anos 1900 quando surgiu o automóvel, cientistas, médicos diziam que “o corpo humano não suportaria viajar a uma velocidade de 40 km/h, sofreríamos um ataque cardíaco”.

Bem, está claro que existem riscos relacionados com os automóveis e seus arredores, mas o ataque cardíaco é o menor de todos. O problema está na maioria das vezes naquele sujeito que fica entre o banco e  o volante.



Automóveis estão envolvidos na morte quer por acidentes de trânsito como em atropelamentos mundo afora, no entanto não existem governos ou ONGs exigindo que se proíba o uso dos automóveis, no entanto existem normas de fabricação e de trânsito, que valem para todos, automóveis, veículos maiores, bicicletas e pedestres. São permanentemente revisadas visando a melhor convivência possível.

Acredito que de mesma forma se faz necessário normalizar o mundo digital, a proteção dos dados e da privacidade, a inviolabilidade das correspondências. Assim deveria funcionar até que um crime seja cometido.

Da mesma forma que para os automóveis, não se pode criminalizar os fabricantes pelo mau uso dos veículos, a menos que se trate de um problema de fabricação, ou violação de normas pelo fabricante.

Portanto por similaridade, é possível propor limites aos algoritmos naquilo em que eles violam as nossas garantias pessoais. Também por similaridade o uso do automóvel ou dos computadores, celulares e tablets deve responsabilizar o motorista ou nestes casos o usuário.

O problema são as pessoas, elas tendem a se agrupar em grupos, coletivos, por afinidades ideológicas, esportivas, culturais e nem sempre em grupos que se reúnem para praticar o bem.

Dito isto as ações do Poder Público devem ocorrer sempre que se cometa um ato ilícito, se no caso do veículo, quando há um acidente, analisa-se as causas específicas e de modo reverso, chega-se aos responsáveis e aí se exerce a força das lei.

Qualquer iniciativa de censura prévia, via algoritmo ou controle policial será inócua, pois o ser humano logo encontrará outras formas de se comunicar que ficarão novamente imputáveis.

Neste momento em que escrevo o Congresso Nacional se ocupa do tema, esperamos que nossos representantes eleitos pelo nosso voto debatam profundamente o assunto, não há como aprovar na correria uma matéria desta natureza. Há que se promover um grande debate, envolvendo todos os atores da sociedade, usuários, provedores, big techs, juristas, policiais especializados em crimes cibernéticos, representantes da sociedade civil. Esta seria uma forma de buscar um consenso sobre o que deve ou não ser normatizado. Revisar o marco legal de internet se necessário, mas de forma alguma, policiar todos os cidadãos através de algoritmos – isto tem cheiro de ditadura.

Do Livro dos Espíritos recorro a questão 828.

“Como conciliar as opiniões liberais de certos homens, com o despotismo que, frequentemente, eles próprios exercem no seu interior e sobre os seus subordinados?

Vejam como uma questão formulada no século XIX pode ser tão presente em nossos dias.

- “Eles tem a inteligência da lei natural, estando ela contrabalanceada pelo orgulho e pelo egoísmo. Eles compreendem o que deve ser, quando seus princípios não são uma comédia representada calculadamente, mas não o fazem ...”

Permitindo-me um aparte – voltando à questão do homem a resposta dos espíritos ainda na mesma questão, segue “ ...- Quanto mais inteligência tem o homem para compreender um princípio, menos é escusável de não aplica-lo a si mesmo. Digo-vos, em verdade, que o homem simples, mas sincero, está mais avançado no caminho de Deus do que aquele que quer parecer o que não é.”

Então concluindo, não vale a pena fazer algo que parece resolver o problema, mas que de quase nada servirá, façamos bem, pois o problema seguirá na consciência de cada um de como usar as ferramentas que o progresso nos proporcionam. A mesma radioatividade que cura o câncer, mata como em Hiroshima.

O espiritismo prega como um dos seus pressupostos básicos a liberdade, entre as Leis Naturais, Kardec propôs a Lei de Liberdade, de forma alguma somos favoráveis à falta de responsabilidade. As nossas ações serão julgadas pelo Poder Público caso provoquem algum tipo de crime.

Publicado no Jornal Abertura de maio de 2023.

Baixe aqui o jornal: https://cepainternacional.org/site/pt/cepa-downloads/category/31-jornal-abertura-2023?download=232:jornal-abertura-maio-de-2023


domingo, 23 de abril de 2023

Medo da Morte por Alexandre Cardia Machado

 

Medo da Morte

Os espíritas não deveriam temer a morte, pois a prática do Espiritismo nos permite o contato constante com o outro lado da vida, ou seja, o Mundo dos Espíritos como bem o denominou Allan Kardec. Assim que sabemos que existe apenas uma cortina entre dois mundos.

Nestes meses de verão tive a oportunidade de ler um interessante livro chamado – A morte é um dia que vale a pena viver - Editoria Sextante, de autoria da médica geriatra Ana Claudia Quintana Arantes, presente de minha filha também médica Beatriz. Creio que o li em uma semana, apesar do tema, que sempre nos impressiona, pois mesmo sem termos medo da morte e sabermos que ela virá para todos, a gente tem uma certa aversão ao tema. Ana Claudia nos leva pelos caminhos da morte onde ela é mais comum, nos hospitais e casas de repouso.



A sensibilidade da autora se destaca pelo valor que ela dá à preparação para o momento da morte, anos ou meses antes, se for possível. Dignificando a pessoa humana que está presente e na maioria das vezes consciente deste processo.

A autora do livro de educação cristã se demonstra ao longo da obra por ter adquirido uma visão de mundo budista, que de certa forma se mostra interessante, pois ao menos no que tange os cuidados com a pessoa que se aproxima do fim desta vida guarda muita semelhança com o que médicos espíritas fariam.

Não quero dar spoiler deixo aqui apenas o convite para aqueles que ainda sentem arrepios, só de pensar no tema, para que enfrentem o livro de 222 páginas.

Quero chamar a atenção ao relato interessante do momenta na vida desta médica, quando, tendo de trabalhar muitas horas de plantão, com a irritação que sua vida  provocava, dormindo mal, cheia de problemas, como de certa forma todos nós podemos ter em nossa vida. No entanto ela encontra a sua vocação, talvez do modo mais improvável, num momento de laser, assistindo uma peça sobre Gandhi. Acho que todos que leram sobre a vida deste personagem importante do século XX, podem ter tido um momento em que pensaram, como alguém pode ser assim? Despojado e focado no bem comum. Pois bem, a autora, nas suas palavras nos descreve o momento: “ Fico em pé, olhando Gandhi com minha alma nua. Uma epifania ... Em poucos instantes, eu compreendi o que estava para ser o grande passo da minha carreira, da minha vida. Naquele dia, eu me dei conta de que a maior resposta que eu procurava havia chegado: todo o trabalho de cuidar das pessoas na sua integralidade humana só poderia fazer sentido se, em primeiro lugar, eu me dedicasse a cuidar de mim mesma e da minha vida. Me lembrei dos meus tempos de carola. Me lembrei de um ensinamento importante de Jesus: “amai o próximo como a ti mesmo”. E cheguei à conclusão de que tudo o que estava fazendo pelos meus pacientes, por minha família, por meus amigos era uma imensa, enorme, pesada e insuportável hipocrisia. Nesse dia, fui tomado por uma fortaleza e uma paz que eu jamais imaginei que morassem em mim. Desse dia em diante eu teria a certeza de estar com os pés no meu caminho: posso cuidar do sofrimento do outro porque estou cuidando do meu”. Esta foi a chave que ela encontrou para fazer cada vez melhor o seu trabalho. A passagem de Gandhi, que a fez dar este salto de qualidade em sua vida, é bem simples- em certo momento uma mãe vai ao seu encontro e lhe pede que diga ao seu filho que não coma açúcar, o pedido é muito simples mas a resposta é surpreendente, Gandhi pede 2 semanas para poder ajudar a mãe. Passadas as duas semanas a mãe com o filho retornam e Gandhi por fim dá o conselho ao filho. A mãe agradece, mas pergunta a ele, porque ele precisou de duas semanas e Gandhi reponde, porque eu precisava primeira passar duas semanas sem comer açúcar para depois poder aconselhar.

O insight da médica é claro, como ela poderia aconselhar seus pacientes se não estava fazendo consigo mesma o que ela dizia.

Mas o mais importante, acredito seja que cada um de nós encontre o seu momento, no qual passe a acreditar que possa fazer a diferença primeiro a si mesmo.

Levamos desta vida, com a nossa alma ao mundo dos espíritos, a vida que a gente leva, No Espiritismo aprendemos que devemos trabalhar até o limite de nossas forças, e devemos fazer isto com gosto, em coisas que nos dão prazer e que podemos ajudar a nós mesmos e com isto ajudar os outros.

A Ciência da Alma, como proposto por Jaci Régis dispões com relação a vida, a morte e nossa transcendência o seguinte:

“Devemos desenvolver um espírito crítico e explorar a realidade essencial do ser humano dentro da lei natural, da naturalidade dos processos evolutivos, através da reencarnação, como uma alma atemporal, imortal e em crescimento, seja no campo íntimo seja no campo social.

Assim, o Espiritismo pretende equacionar o ser humano essencialmente como uma alma, definindo sua natureza, sua evolução, seu destino, dentro de um conjunto metodológico de reflexão, observação e pesquisa.

A ciência espírita elabora seus princípios a partir de um espaço interexistencial, onde a alma desenvolve sua vida atemporal. Nesse espaço, sem fronteiras definidas, coexistem tanto a matéria concreta quanto as energias que constituem o universo. Ali interagem o mundo corporal e  um plano extrafísico.

 Na verdade, o corporal se insere nesse espaço interexistencial como um hiato onde a alma se exterioriza na sociedade organizada como humanidade em transição permanente, isto é, vida e morte.

Homem - o definirá essencialmente como um ser inteligente - um espírito - atemporal temporariamente ligado a um organismo físico.

Essa atemporalidade sugere que o ser inteligente é permanentemente atual. Ele não é de ontem, nem do amanhã é de hoje. Atemporalidade o define como o ser que vive sua atualidade constante.

A imortalidade sinaliza a natureza espiritual do ser inteligente. Ela o define como um ente que permanece. Este ser atemporal não depende de um organismo para ser. Ontologicamente ele é. E vive a sua experiência no nível mental na expectativa de desenvolver potencialidades que lhe são inerentes”.

Como conclusão não devemos temer a morte e devemos sim tentar viver o melhor possível, cuidando de nossa alma imortal.

Se você gostou do artigo, leia mais o Abertura de  março: 

 https://cepainternacional.org/site/pt/cepa-downloads/category/31-jornal-abertura-2023?download=227:jornal-abertura-marco-de-2023 

quinta-feira, 20 de abril de 2023

Racismo e o Espiritismo por Alexandre Cardia Machado

 Racismo e o Espiritismo 

 

Da mesma forma que a sociedade, como um todo, passamos pelo mesmo processo de crítica à literatura, é o caso dos grupos antirracistas, que lutam pela revisão da história, este é um fato recorrente mundo afora e não seria o Brasil um caso diferente.


As obras literárias escritas antes da Segunda Guerra mundial estão sendo criticadas e em muitos casos forçadas a serem alteradas. 


Pessoalmente, quando leio um livro dos anos 80, ou assisto um filme desta época, espero encontrar lá um pensamento desta época. Não me parece que seja necessário escrever, numa nova edição, ou na apresentação de um filme " esta obra representa o modo de pensar da época em que foi produzida" isto é óbvio. No entanto isto atingiu obras de Allan Kardec. 





Não é possível mudar o passado e a mente eurocentrista de escritores do século XIX. 


Podemos e devemos sim escrever artigos novos, ou outros livros que tratem destes fatos. Devemos nos declarar e praticar o antirracismo. Mas existem muitas dúvidas quanto à forma revisora na fonte. 

Os jornais ligados à CEPA estão o tempo todo analisando, criticando e mesmo propondo mudanças na visão espírita. A própria CEPA, juntamente com o CPDoc lançaram a série literária - Livre Pensar- Espiritismo para o Século XXI, atualizando o pensamento com os avanços científicos e sociais.  

No entanto, tempos de indignação são assim mesmo. Passa-se aqui e ali do ponto, entendemos que não com a intenção de adulterar uma obra, mas contextualizá-la, portanto, conviver com notas explicativas, em livros, não parece um problema.  


Nos anos 80, Herculano Pires fez isto, ao traduzir os livros de Allan Kardec na LAKE, adicionou uma série de notas explicativas, não o fazia na forma de revisão, mas sim com o intuito de esclarecer, ou mesmo trazer para o português coloquial do fim do século XX alguns aspectos que podem trair o leitor.

 

Entretanto é inequívoco que Allan Kardec teve sim uma visão científica equivocada na questão dos indígenas e africanos, algo que nós chamamos a atenção, talvez pela primeira vez, já em 1997 no V Simpósio Brasileiro do Pensamento Espírita, em Cajamar -SP, no trabalho “O ser humano e a evolução, uma análise pré-histórica”, não por menos este artigo é o mais acessado no blog do ICKS. https://icksantos.blogspot.com/2011/12/o-ser-humano-e-evolucao-uma-analise-pre.html. Parte deste texto está incorporado em nosso livro – Uma breve história do Espírito - num capítulo de mesmo nome. 

 

“A posição de Kardec, ... os selvagens também fazem parte da humanidade e alcançarão um dia o nível em que se acham seus irmãos mais velhos. Mas, sem dúvida, não será em corpos da mesma raça física, impróprios a um certo desenvolvimento intelectual e moral”. (Gênese,1868) 
 
A utilização de técnicas genéticas - ... Com relação às raças existentes atualmente, comparando as amostras coletadas dos mais diversos grupos étnicos, os cientistas verificaram serem pequenas e triviais as diferenças entre as raças. “A cor da pele, por exemplo, é resultado de mera adaptação ao clima – negra na África, para se proteger do sol forte; branca na Europa, para facilitar a absorção dos raios ultravioleta, que ajudam a produção da vitamina D.” (Revista Superinteressante, setembro de 1988). O que nos leva, portanto, a crer que, antes da expansão do homem moderno os nossos ancestrais comuns eram todos negros. (Celso Lima, A Evolução Humana 1990) 


 

Todas as experiências feitas até hoje com seres humanos de diversas origens jamais conseguiram demonstrar a superioridade racial de qualquer tipo sobre os outros, qualquer ser humano, dispondo de condições semelhantes de alimentação e educação, apresentará resultados médios semelhantes em quaisquer testes psicológicos. É evidente que a comparação direta entre um europeu com um índio semicivilizado do interior da Amazônia, dentro de critérios desenvolvidos por europeus demonstrará uma superioridade muito grande a favor dos europeus, mas o inverso ocorrerá se colocarmos um europeu no meio da selva amazônica. 

 
O racismo é uma criação recente, surgida com os grandes descobrimentos, quando por razões econômicas iniciaram-se as escravidões em massa de negros e índios, no século XVI.  

 

Claro está que os seres humanos brancos, de olhos azuis, são oriundos dos primeiros homens modernos, que eram africanos e de pele negra e que as diferenças na inteligência e na posição social ocupada pelas diversas raças, se originam de sua história natural e não da sua história biológica. Somos todos da mesma família originária há 150 mil anos. 

 
O conhecimento sobre este tema avançou infinitamente, com relação ao que se pensava então, em meados do século XIX. Tanto Allan Kardec como qualquer outro estudioso daquele tempo pensariam da mesma forma na sua época.  

 

Isto é mais uma evidência de que precisamos atualizar o conhecimento, principalmente na forma de produção de conteúdo novos e não revisando obras antigas, pois elas em muitos aspectos estão superadas como não poderia ser diferente. Einstein não revisou Newton, simplesmente apresentou uma nova teoria da relatividade. Seguimos estudando as leis de Newton, naquilo nas quais as mesmas se aplicam perfeitamente, quase ninguém estuda Newton na fonte, razão pela qual não se faz necessária nenhuma alteração na mesma. 

 

Por outro lado, defendendo a tese de que Kardec não era racista estrutural, lá atrás no século XIX ele ressaltava que "na reencarnação desaparecem os preconceitos de raças e de castas, pois o mesmo Espírito pode tornar a nascer rico ou pobre, capitalista ou proletário, chefe ou subordinado, livre ou escravo, homem ou mulher. Se, pois, a reencarnação funda numa lei da Natureza o princípio da fraternidade universal, também funda na mesma lei o da igualdade dos direitos sociais e, por conseguinte, o da liberdade". Uma ideia muito além de sua época. 



 Extraído do editorial do Jornal Abertura de abril de 2023.


Para ler o exemplar do jornal, clique abaixo é grátis e seguro:


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