sábado, 24 de agosto de 2024

Alerta aos Médiuns - Trabalho do II SBPE - Alexandre Cardia Machado

 

Alerta aos Médiuns

Alexandre Cardia Machado

Eng. Mecânico – Membro do GPCEB -  Santos – junho 1991

GPCEB – Grupo De Pesquisas Científicas Ernesto Bozzano

Apresentado no II SBPE – Simpósio Brasileiro do Pensamento Espírita – Santos 1991.

 


Agradecimentos

A Cláudia e Bruna[1] que se privaram de minha companhia para que este trabalho pudesse ser produzido. A elas toda a nossa admiração.

Esclarecimentos

Decidimos digitar este trabalho, a partir do original de 1991, que aquela época foi datilografado em máquina de escrever elétrica, assim permitiremos que muito mais pessoas possam acessar este documento. Eu estava lendo o livro – O Processo Mediúnico – Possibilidades e Limites na Produção do Conhecimento Espírita de Elias Moraes – editora AEPHUS de 2023. Me lembrei deste que foi meu primeiro trabalho apresentado em SBPE – no II SBPE em 1991 na cidade de Mongaguá.

Espero estar contribuindo para que enfrentemos o complexo mediúnico com mais tranquilidade.

1 – Introdução

Este trabalho é parte de um esforço maior elaborado por um grupo de entusiastas espiritas que vem desenvolvendo uma pesquisa juntamente com entidades do Plano Espiritual a respeito do processo mediúnico.

Problemas relacionados à prática de mediunidade no CEAK – Centro Espírita Allan Kardec foram aos poucos sendo observados por nossa equipe e pela equipe Espiritual, que nos enviou uma série de avisos, que gravamos e transcrevemos.

Estas recomendações foram compiladas e distribuídas a todos os médiuns do CEAK que, posteriormente, em reunião, as discutiram, desta discussão destacamos muitas colocações importantes feitas pelos médiuns, em ambiente de descontração e afetividade.

Muitas questões foram levantadas e serão apresentadas neste trabalho, servindo de ponto de partida para outras pesquisas e desenvolvimentos no campo da mediunidade.

Neste trabalho citaremos questões ainda não esgotadas pela literatura espírita, ao menos sob o aspecto científico e que surgiram durante esta dinâmica de grupo, são exemplos:

- A questão da dispersão do médium ou fixação excessiva em algum problema durante a reunião mediúnica, com o consequente prejuízo para a capacidade de comunicação mediúnica.

- A comunicação em línguas desconhecidas ao médium, suas dificuldades.

- A insegurança do médium quando transmite assuntos de cunho científico, medo de não possuir capacidade para tanto.

- A questão da ansiedade do médium face à necessidade quase obrigatória de dar comunicação mediúnica – abusos cometidos.[2][3]

 

2 – Metodologia

Este trabalho foi desenvolvido através da seguinte metodologia, que será logo a seguir devidamente explicada.

1-     Seleção de trechos de gravações das reuniões de pesquisa mediúnica, chamados por nós de “alertas” dados pelos Espíritos.

2-     Preparação do trabalho  - Alerta aos Médiuns”.

3-     Reunião com todos os médiuns (dinâmica) e coordenadores do CEAK.

4-     Gravação de toda a dinâmica em fita cassete.

5-     Elaboração do trabalho para apresentação no SBPE.

3 – Desenvolvimento

O CEAK, localizado na Rua Rio de Janeiro, 31 em Santos- SP conta com aproximadamente cem frequentadores assíduos (sócios) às suas diversas reuniões, dentre elas três mediúnicas.

A preocupação com relação ao comportamento dos médiuns do CEAK vem de algum tempo, desde as primeiras reuniões de desobsessão em que o GPCEB – Grupo de Pesquisas Científicas Ernesto Bozzano participou como observador, isto ainda em 1988, numa fase em que nosso grupo estava pesquisando Kirliangrafia e realizávamos experiências neste sentido com os médiuns do centro.

Aquela oportunidade decidimos iniciar um estudo profundo do Livro dos Médiuns e diversos pontos relacionados à mediunidade saltaram aos nosso olhos com relação ao observado nas reuniões e foram por assim dizer o “start! Para o desenvolvimento de uma ideia de trabalho de pesquisa mediúnica a ser elaborada pelo GPCEB.

Posteriormente quando fomos convidados a participar como membros efetivos de um trabalho novo no Centro, ou seja, a transformação da tradicional Reunião de Desobsessão em uma Reunião Mediúnica de Pesquisa. Necessário se fez acelerarmos estas observações.

Para melhor nos subsidiarmos, inicialmente desenvolvemos uma ficha de acompanhamento dos médiuns, as mesmas foram utilizadas durante o período de 12 de setembro de 1989 a 27 de março de 1990, ao todo foram preenchidos 48 formulários.

Resultados:

Apresentaremos a seguir alguns dados extraídos desta pesquisa são informações estatísticas que podem nos ajudar na analise dos problemas associados ao processo mediúnico.

Os dados mais significativos são:

·         62,5% das vezes em que estiveram mediunizados, os mesmos tiveram sensações físicas do tipo: frio, calor, felicidade, medo ou dor.

·         31% - O medo foi a reação mais observada.

·         43% dos médiuns puderam afirmar ter tido, com relação ao espírito comunicante alguma impressão durante o transe mediúnico, reações como: emocionalmente boa, má ou indiferente. Sendo que 31% deles tiveram uma impressão boa.

3.1 – Seleção de trechos de gravações.

Na medida em que evoluímos no nosso trabalho de compilação de comunicações mediúnicas, podemos notar um grande número de alertas que eram passados aos médiuns pelos Espíritos, chamando-lhes a atenção com relação a uma série de assuntos, tais quais:

·         Pontualidade e absenteísmo;

·         Bloqueio à comunicação por parte dos médiuns que em muitos casos tem dúvidas quanto a presença de um espírito comunicante;

·         Atitudes por parte dos membros da reunião que  prejudicam a manutenção da atmosfera adequada à reunião mediúnica;

·         Distração do médium durante a reunião;

·         Dificuldade do médium durante a reunião em perceber as tentativas de comunicação por parte dos Espíritos comunicantes;

·         Receio por parte dos médiuns em dar vazão às comunicações não ortodoxas, que são programadas pela equipe espiritual.

Estamos destacando aqui um destes “alertas”, esta comunicação foi dada por um Espírito denominado Rafael:

 “ ... gostaríamos que tivessem confiança nos trabalhos, que se não for assim não vamos conseguir chegar até onde desejamos. Sabemos também que as modificações[4] alteram também os próprios médiuns, mas tem que se acostumar com isto pois se se (sic) propuserem a vir até esta reunião para pesquisar, estudar, tirar dúvidas, é importante que cada um participe na melhor maneira possível”.

O GPCEB passou então a compilar estes alertas nas comunicações ocorridas entre 12 de setembro de 1989 a 27 de março de 1990.

3.2 – Preparação do trabalho “ Alerta aos Médiuns”.

Os membros do GPCEB: Ademar Chioro dos Reis, Marcelo Coimbra Régis e Gisela Régis Henrique, leram todas as comunicações dos diálogos gravados pelo grupo, um total de 28 comunicações em média de 45 minutos cada, destacando trechos nos quais os Espíritos faziam menção a problemas relacionados com os médiuns, com os coordenares e membros em geral da Reunião de Pesquisa.

Conforme fomos compilando estes trechos, verificamos que este material poderia possibilitar uma discussão mais ampla, envolvendo inclusive quem participa nas outras duas reuniões mediúnicas do CEAK.

Este material, chamado por nós de “ Alerta aos Médiuns” está como anexo a este trabalho[5].

Após uma reunião com os dirigentes do CEAK decidimos pela dinâmica de grupo envolvendo todos os médiuns do Centro para uma discussão destas mensagens. Esta dinâmica agregaria médiuns de diversos estágios de desenvolvimento.

3.3 – Reunião com os médiuns e coordenadores.

Foi marcada a reunião denominada “ ALERTA AOS MÉDIUNS”  para 14 de setembro de 1990. Todo o material para a dinâmica foi distribuído com uma semana de antecedência afim de que os participantes tivessem oportunidade de preparar-se para a reunião e para a discussão que já esperávamos que ocorresse.

A reunião foi coordenada pelo GPCEB, através dos componentes Alexandre Cardia Machado e Reinaldo de Lucia, contou com a presença do presidente do CEAK, coordenadores de reuniões mediúnicas e pela quase totalidade dos médiuns em atividade no CEAK, ao todo 22 pessoas.

A fim de direcionar o início da reunião havíamos selecionado alguns trechos para provar o debate e estávamos preparados para gravar tudo o que fosse discutido. A reunião teve duração de aproximadamente duas horas onde muitas colocações interessantes foram feitas, dentre as quais transcrevemos as que seguem:

1.      “ A confiança entre o doutrinador[6] e o médium é fundamental para uma boa comunicação mediúnica, em um grupo em desenvolvimento”.

2.      “ Nas reuniões do Centro existem muita comunicações mediúnicas repetitivas, muitas vezes em função dos Espíritos que vem sempre com problemas semelhantes”.

3.      “Pessoas que tem a mente muito dispersa ou fixada não servem para ser médium, o médium tem que estar na reunião – mente seletiva”.

4.      “Comunicação em línguas não conhecidas do médium são difíceis porque o Espírito tem que ditar silaba a silaba” (No livro dos Médiuns os Espíritos colocam que se faz necessário fazer uso do vocabulário do médium, portanto quando estas palavras não existem em sua memória há necessidade de ditar sílaba a sílaba, é o que se conclui de: - “Para traduzir as suas ideias numa linguagem articulada, transmissível, ele utiliza as palavras do vocabulário do médium”[7].

5.      “ O médium deve se colocar à disposição para a comunicação e não ter dúvida em relação à sua capacidade em falar sobre determinados assuntos”. (No caso de comunicações de Espíritos especialistas em determinados assuntos em que o médium não se sente seguro em falar).

6.      “ Muitas vezes a preocupação com o estudo e com a veracidade da comunicação acaba por fazer com que o médium bloqueie a comunicação”.

7.      “Os médiuns mais antigos do Centro tem um excesso de escrúpulos e policiamento muito mais do que o necessário”.

8.      “deveremos ter muito cuidado pela maneira como levamos as coisas aqui dentro porque a mediunidade é muito sutil”.

9.      “Alguns médiuns se policiam, eles acham que bloqueiam as comunicações”.

10. “ Se o médium se policiam, eles acham que bloqueiam as comunicações”.

11. “ A coordenação deve ter o cuidado para não frustrar demais o médium, tem que ter jeito ao falar com ele”.

12. “ Aqui no CEAK realmente tem pouca comunicação, porém, temos trabalhos de qualidade, porque não interessa ter muita comunicação sem interesse prático”.

13. “ Existem médiuns de diversos matizes, existem aqueles que evoluem e existem aqueles que nada acrescentarão”.

14.  “ Por que eu sou diferente dos outros médiuns? Eu não tenho dúvida sobre a origem da comunicação!

15. “ No CEAK nós nunca fomos fascinados pelos Espíritos, os nossos dirigentes espirituais não palpitam sobre coisas sem importância. Não temos guias, nunca haverá chance aqui para um Espírito vir aqui e dirigir o Centro e eles não querem.  O nosso Espírito principal chama-se Rafael e isto tem marcado todo o nosso trabalho mediúnico”. (J.R.)[8]

16. “ Só depois de 25 anos de Espiritismo é que fui trabalhar, ou melhor, participar de uma reunião mediúnica e neste tempo trabalhei muito para o Espiritismo”. ( Palavras proferidas pelo coordenador mais experiente do CEAK).

17. “ Na parte de segunda feira, quando a gente lê aquele trechinho, eu acho ótimo, adoro debate, a leitura é ótima”.

18. “ No começo eu tinha tremores nas mãos, agora não, estou mais calma e a comunicação é mais tranquila”.

19. “Alguns médiuns sentem as vezes alguma aproximação dos Espíritos ao longo do dia”.

20. “Já fui médium, atualmente preciso de um puxão de orelhas”.

21. “Na vida a pessoa para ser bem-sucedida é necessário que sua mente seja seletiva. Se estou aqui agora, só penso neste trabalho, quando em trabalho mediúnico procuro esquecer o resto e dedico-me ao trabalho”.

Analisando os 21 destaques poderíamos sintetizar no seguinte:

·         Em um trabalho mediúnico a relação de confiança entre o coordenador e os médiuns é de suma importância, há que se estar permanentemente avaliando a qualidade da comunicação. O Médium necessita preparar-se para a reunião e manter a sua mente apenas no trabalho a ser desenvolvido. O médium deve estar aberto às comunicações sejam elas quais forem, mormente em se tratando de reuniões de pesquisa. O policiamento deve ser feito quanto às atitudes que o Espírito intui ao médium e não no bloqueio da comunicação, este papel cabe ao coordenador. O trabalho do coordenador deve ser cuidadoso para não frustrar o médium em demasia.

·         O espiritismo reserva uma série de atividades importantes, dentre elas a mediunidade. É importante que o Centro Espírita tenha mecanismos de proteção quanto aos excessos do mediunismo.

Ainda nesta reunião foi perguntado ao grupo de médiuns presentes se algum deles tinha dúvidas sobre a autenticidade de suas comunicações, entre 15 médiuns presentes, 5 tinham dúvidas eventuais com relação a um possível animismo, ou seja 33%.

Allan Kardec a este respeito nos diz que só há um meio pelo qual os pesquisadores podem saber sobre a autenticidade da comunicação: “ Estuda as circunstâncias e a linguagem e distinguirás ... Por isso é  que te digo para observar e estudar”[9] .

Portanto, este é um trabalho constante a ser executado pelo coordenador, chamando a atenção do médium sempre que perceber que a comunicação é anímica para que ele não adquira o hábito de liberar qualquer ideia que lhe venha à mente.

Conclusão

O trato da mediunidade nos Centros Espíritas deve passar por uma revisão, através de uma maior carga de embasamento teórico, tanto por parte dos médiuns como também os coordenadores de reuniões.

A discussão de problemas reais ocorridos com médiuns, a exposição de dúvidas e situações vividas através de uma conversa franca e aberta entre todos os médiuns do Centro se realizada dentro de critérios e frequências adequadas podem eliminar distorções, ajudar o desenvolvimento mediúnico e ser uma base para pesquisas muito interessante, neste impressionante assunto denominado mediunidade.

Muito embora já pratiquemos a mediunidade de uma forma rotineira a mais de um século e muitos livros já tenham sido escritos neste campo, parece-nos que os estudiosos preocupam-se em demasia em classificar e dividir a mediunidade em várias modalidades. Havendo muito pouco material de estudo e pesquisa no campo do processo mediúnico propriamente dito. Quais fatores que afetam? Como ocorre? Etc.

O GPCEB tem procurado explorar exatamente este campo nas suas pesquisas. Nas Reuniões Mediúnicas de Pesquisa realizadas às terças feiras no CEAK, explora-se o grande potencial de conhecimento que representam estas reuniões, através da aplicação do Método Kardequiano.

Clóvis Nunes, no seu livro TRANSCOMUNICAÇÃO – Comunicação Tecnológica com o Mundo dos Mortos, livro este que trata da comunicação eletrônica com o Plano Espiritual, diz: “ as comunicações mediúnicas obtidas através dos médiuns, psicofônicos, psicográficos, de voz direta, etc. também constituem um importante grupo de Transcomunicação Mediúnica”. [10]

Hoje existem estudiosos pesquisando, criando equipamentos sofisticados para tentar uma comunicação direta com os Espíritos. Isto porque os Espíritas que já dispõe desta “facilidade” praticamente abandonaram as pesquisas desde o desencarne de Kardec.

Este trabalho de pesquisa realizado no CEAK retoma o Método de Kardec, buscando em conjunto com a Equipe Espiritual do Centro, desenvolver um trabalho a respeito do mundo espiritual. Mediunidade e as questões relacionadas à morte e a Reencarnação.

Um exemplo relacionado com o que tratamos aqui neste trabalho pode ser observado através da seguinte comunicação:

Espírito FD: data 9 de outubro de 1990.

Questão: O processo mediúnico pode ser considerado dentro da emancipação da alma? O Médium está emancipado? O pensamento entraria na mente e ele estaria em um estado extrassensorial?

FD – É uma sensação diferente e difícil mesmo de se entender e de se explicar. Só quando nós usamos esse intercambio é que damos valor ao encarnado que se predispõe ao uso da mediunidade, porque até então nós não conseguimos atingir como se dá o fenômeno. É uma coisa esquisita. Acredito que muitas vezes da cabeça de vocês poderá estar saindo: não, é o médium que está tentando resolver os problemas e responder as perguntas. Mas do outro lado, nós estamos também, pensando, como é possível o médium estar ali completo e nós queremos e o dele fica truncado e é o nosso que vale ...”.

Vejam como os campos se abrem, nós temos dúvidas e eles (Espíritos) também, estas questões estimulam o processo de pesquisa.

Ainda com relação à fidelidade na comunicação psicofônica nesta mesma reunião perguntamos a este Espírito.

Questão: As palavras que o médium está falando, que estamos ouvindo são exatamente as mesmas que você está pronunciando?

FC – “Nem todas, o médium tem o seu vocabulário e muitas vezes ele usa, apesar de haver uma rapidez, ele uso o seu vocabulário”.

Vejam bem esta limitação, o vocabulário do médium, é um ruído permanente na comunicação psicofônica e, portanto, um fator a ser considerado por médiuns e coordenadores, conforme está colocado no Livro dos Médiuns. “ O Espírito do médium pode alterar as respostas, adaptando-as as suas próprias ideias e as vezes as suas tendencias”.[11]

Como os trabalhos mediúnicos nos Centros Espíritas são basicamente os de desobsessão e de Consulta Espiritual, a precisão das palavras não chega a ser um problema grave, no entanto para a pesquisa avançada o significado das palavras tem toda a sua importância.

Gostaríamos de ressaltar a importância da divulgação dentro do Centro dos trabalhos desenvolvidos entre as diversas reuniões, a exemplo desta realizada no CEAK, para que, desta forma se possa comparar e evoluir nos diversos trabalhos mediúnicos. A este respeito um companheiro do Plano Espiritual que chamaremos da HP, em 15 de maio de 1990, fez a seguinte colocação a respeito de uma apresentação de um trabalho realizado pelo GPCEB e apresentado ao CEAK em reunião de estudos.

Pergunta: Foi feita uma apresentação dos trabalhos realizados aqui no grupo na sexta-feira passada. Qual foi a avaliação do grupo de vocês( Espíritos) desta apresentação?

Resposta HP: Não podemos dizer que foi 100%, mas foi uma apresentação boa, mas gostaríamos que todos participassem. Entenderam? Não só aqueles que expões, mas aqueles que ouvem, que escutam também pudessem dar a sua participação dentro do assunto ... Acho que um grupo maior talvez fosse mais interessante, convocar outras pessoas para outras reuniões e daqui partiria o material para isto”.

Foi exatamente o que fizemos com este “Alerta aos Médiuns” e o fazemos agora a proposta para que outros grupos adotem esta mesma sistemática para o bem dos Centros e da Doutrina Espírita.

Nas palavras de Herculano Pires, “ O conhecimento dos problemas mediúnicos exige estudo incessante das obras básicas de Allan Kardec, particularmente estudos permanentes do Livro dos Médiuns e leitura metódica da Revista Espírita de Allan Kardec ... sem estudo constante da Doutrina não se faz Espiritismo, cria-se apenas uma rotina de trabalhos práticos que dão a ilusão de eficiência. Estudo e pesquisa, observação dos médiuns, exigência de educação mediúnica, com advertências constantes para que os médiuns aprendam a se controlarem, não se deixando levar pelos impulsos recebidos das entidades comunicantes – esse é o preço de trabalhos mediúnicos eficazes” [12]

O próprio mestre Kardec, no Livro dos Médiuns, capítulo XXXI publica uma comunicação de Espírito Massilon que reproduzimos parcialmente a seguir. Esta comunicação tem a ver diretamente com tudo que acreditamos e presta-se muito bem a um ponto final deste trabalho.

“ Com que fim, na maioria das vezes, pedis comunicação dos Espíritos? Para obter belos trechos que mostrais aos vossos conhecidos do nosso talento e conservais preciosamente nos álbuns, sem lhes dar acolhida no vosso coração? Pensais que ficamos lisonjeados de comparecer às reuniões como a um concurso, disputando eloquência para que possais dizer que a sessão foi muito interessante? O que acontece quando recebeis uma comunicação admirável? Julgais que buscamos os vossos aplausos? Pois estais enganados ... a nossa finalidade é vos tornar melhores”.[13]

 

Sobre o GPCEB

Grupo de Pesquisas Espíritas Ernesto Bozano - formado por cinco jovens oriundos da MEEV – Mocidade Espírita Estudantes da Verdade do Centro Espírita Allan Kardec (CEAK) de Santos. Em sua primeira formação faziam parte os engenheiros Alexandre Cardia Machado, Marcelo Coimbra Régis, Reinaldo di Lucia e Vladmir Grijó e pelo médico Doutor Ademar Arthur Chioro dos Reis, posteriormente participa também a biomédica Doutora Gisela Régis Henrique.

II Simpósio Brasileiro do Pensamento -  agosto de1991

Realizado em Mongaguá, deu seguimento ao I Simpósio Nacional do Pensamento Espírita.  Nesta oportunidade os cinco membros do GPCEB apresentaram trabalhos: Ademar Arthur Chioro dos Reis – Mecanismo da Mediunidade – Introdução ao processo de comunicação mediúnica[14]; Alexandre Cardia Machado – Alerta aos Médiuns; Gisela Régis Henrique – Histórico e Método de trabalho sobre a formação de um grupo de pesquisas; Marcelo Coimbra Régis – O Centro Espírita do ponto de vista dos desencarnados; Reinaldo de Lucia – Emissões Energéticas à distância[15].

Fotos do grupo – GPCEB

Apesar da larga produção do grupo, poucas fotos sobreviveram ao tempo.


Foto retirada do Jornal Abertura – Em pé - Marcelo, Reinaldo, Cláudia, Alexandre, sentado Vladimir Grijó.


                                    Foto tirada no CEAK – Reinaldo, Ademar e de pé Marcelo

 

Notas de rodapé:

[1] Em 1991 um pouco depois desta apresentação no SBPE, Beatriz, minha segunda filha viria a nascer.

[2] Este artigo foi apresentado em sessão no SBPE juntamente com o eminente escritor espírita Nazareno Tourinho.

[3] Nota de atualização: Este trabalho foi redigitado e corregido gramaticalmente em agosto de 2024, 33 anos depois de ter sido apresentado no SBPE, por entendermos que ainda pode ser útil, pois os problemas relacionados com a mediunidade na prática, seguem sendo os mesmos.

 

[4] Rafael se referia à mudança da reunião de desobsessão para reunião de pesquisa mediúnica.

[5] Trata-se de 6 comunicações de Espíritos, transcritas como exemplo. Se alguém tiver interesse envie um Email a ickardecista1@terra.com.br que enviaremos o material ao interessado.

[6] Doutrinador aqui se refere ao coordenador da reunião e que em casos de desobsessão assume este papel de “doutrinador”.

[7] Livro dos Médiuns – Capítulo XIX, 17ª questão.

[8] JR – trata-se de Jaci Régis.

[9] O Livro dos Médiuns, capítulo XIX

[10] TRANSCOMUNICAÇÃO – Comunicação Tecnológica com o Mundo dos Mortos – Nunes, Clóvis, página 15.

[11] O Livro dos Médiuns – capítulo XIX.

[12] J. Herculano Pires, O Centro Espírita – página 15.

[13] Kardec, A - Livro dos Médiuns, capítulo XXXI – Dissertações Espíritas.

[14] Trabalho, após apresentação no CPDoc para revisão de pares formou o Livro - Mecanismo da Mediunidade – processo de comunicação mediúnica – Edição CPDoc.2005.

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