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quinta-feira, 24 de abril de 2025

Há 80 anos, o horror atendia pelo nome de Auschwitz por Roberto Rufo

 Há 80 anos, o horror  atendia pelo nome de Auschwitz - Roberto Rufo


"O que aconteceu não pode ser desfeito, mas podemos impedir que volte a acontecer" (Anne Frank).

"Se há dez pessoas numa mesa, um nazista chega e se senta, e nenhuma pessoa se levanta, então existem onze nazistas numa mesa". (Desconhecido).




No dia 27 de janeiro de 1945, soldados do Exército Vermelho, da União Soviética, entraram no campo de concentração de Auschwitz, na Polônia, e testemunharam os horrores perpetrados pelo regime nazista. Eles salvaram cerca de 7 mil prisioneiros com a saúde precária, que tinham sido deixados para trás pelos soldados alemães em fuga. A libertação, que completou 80 anos no dia 27 de janeiro de 2025, escancarou os crimes para o mundo todo. Dos 6 milhões de judeus que foram assassinados no holocausto, mais de 1 milhão morreu em Auschwitz, o maior centro de extermínio administrado pelos nazistas.

Mas neste artigo eu quero falar de uma moça muito especial de nome Sophie Scholl que no dia 22 de fevereiro de 1943 aos 21 anos de idade foi executada na guilhotina em Munique, uma grande cidade da Alemanha. Acusada de espalhar mensagens contra o governo nazista, Sophie Scholl que fazia parte do movimento Rosa Branca, um grupo de resistência que se opunha ao regime de Hitler. Quem teria coragem aos 21 anos de se opor abertamente contra o câncer que tomava a Alemanha? Afirmo que aos 70 anos eu não teria essa coragem. 

Eram tempos tenebrosos na história da humanidade. Repito, era preciso ter muita coragem para bater de frente com o regime nazista,

Mas, Sophie Scholl, a princípio simpatizante da juventude nazista, logo enxergou o imenso perigo representado pelo regime delinquente e racista de Adolf Hitler. E passou a combatê-lo. Pagou com a vida por essa atitude corajosa. Hoje existe um busto na Alemanha em homenagem a Sophie Scholl. Nenhum em homenagem a Hitler.  Infelizmente esse regime delinquente e racista ainda encontra muitos simpatizantes  pelo mundo afora. Inclusive dentro da Alemanha com risco de retorno da extrema-direita de viés nazista ao poder através do partido AFD (Alternativa para a Alemanha); por falar nisso quando esteve na Alemanha o super Elon Musk fez questão de dar o seu apoio pessoal.

E por falar em big tech entendo que a internet e suas redes sociais acabaram prestando um "serviço" a todos nós: desnudaram aquilo que sempre existiu: a maldade, o ódio e a bestialidade. Sempre existiram as Shopie Scholls  e sempre foram sacrificadas e quantas vierem serão eliminadas. Até quando isso vai durar só Deus sabe. Pretendo explorar isso num próximo artigo sobre evolução espiritual em seus vários formatos espiritualistas. 

Enquanto isso eu da direita limpinha estou ao lado de Sophie Scholl. Aliás, eu não gostaria de estar do outro lado.

Com certeza o Espiritismo, uma doutrina humanista e isenta de preconceitos, sempre estará ao lado de pessoas como Sophie Scholl.

Este artigo foi publicado no Jornal Abertura de março de 2025, quer ler o jornal completo, baixe aqui:

https://cepainternacional.org/site/pt/cepa-downloads/category/45-jornal-abertura-2025?download=335:jornal-abertura-marco-de-2025



segunda-feira, 17 de junho de 2019

Admirável Mundo Novo! por Alexandre Cardia Machado


Admirável Mundo Novo!

As vezes precisamos olhar para trás e ver o quanto a humanidade mudou, no livro Homo Deus – Uma Breve História do Amanhã  -Yuval Noah Harari - inicia o livro fazendo uma reflexão quanto os problemas que nosso planeta enfrentou nos últimos 20 mil anos, poderíamos reduzí-los a três aspectos: fome, pestes e guerras.

Como morte por fome é bem mais difícil de documentar, vou me concentrar nestes dois aspectos: guerra e pestes, não precisaremos recorrer à idade média e a peste bubônica, fiquemos apenas com o que ocorreu no século  20 e 21.

Século 20 - Guerras:
1ª Guerra Mundial – 9 milhões de mortes;
Revolução Russa  – estima-se em 40 milhões de mortes;
2ª Guerra Mundial – 26 milhões de mortes;
Genocídio Nazista -  20 milhões de mortes;
Revolução Chinesa – estima-se em 65 milhões de mortes;
Guerra da Coreia – cerca de 2 milhões de pessoas mortas;
Guerra do Vietnan – cerca de 1,2 milhões de mortos;
Guerra Irã – Iraque – cerca de 1 milhão de pessoas mortas;
Guerra dos Balcãs – cerca de 600 mil mortos entre combatentes e extermínios racias.

Século 21 – Guerras
Principalmente a chamada Primavera Árabe – estima-se algo entre 100 e  200 mil mortos nos diversos países onde ocorreram.
No século 20 – 50 milhões de pessoas morreram de Gripe Espanhol, ao redor do mundo logo após a 1ª Guerra Mundial. Os mesmos navios que levavam comida e munição a Europa voltavam trazendo, para todos os portos a gripe.

O século 21 está no começo e a humanidade tem a capacidade de se auto-destruir graças as centenas de armas nucleares que criamos, mas nada indica que isto venha a ocorrer. Apesar de seguirmos atirando uns nos outros, morrem mais pessoas de “acidentes” de trânsito ou de sobrepeso, do que por bala ou por fome, ainda que em pontos isolados do planeta possamos ter situações fora da curva média. Os surtos de gripe asiática, Ébola e outros foram rapidamente controlados. A diferença entre hoje e 100 anos atrás é a existência de tecnologia e investimentos em investigação e uma rede de sustentação mundial, capaz de deter qualquer ameaça.

O que mudou tudo isso? No meu entender o avanço do conhecimento, da telecomunicação, dos organizações internacionais, a ONU, a globalização. Com isto, apesar dos problemas que causamos no meio ambiente, formamos uma rede de interdependência que nos une e torna mais difícil o aparecimento de conflitos entre nações, temos uma grande rede de amortecimento.

Vejam o caso da Venezuela, há 30 anos atrás já estaríamos todos em guerra. Hoje cada cidadão no mundo tem uma câmera fotográfica na mão, que pode enviar imagens imediatamente para o mundo todo. Isso existe há pouco mais de 10 anos e está mudando a nossa maneira de viver. Tecnologia que sempre terá um lado bom, tem também um lado mal, que veremos a seguir é a capacidade de proporcionar um excesso de controle.

Hoje se há um crime, no mundo todo as polícias vão atrás de imagens e programas de identificação de face  ajudam a resolver casos, claro não estamos no mundo ideal, pois o ideal seria não haver crimes. Ou que todos os crimes fossem resolvidos. Mas hoje está muito difícil esconder uma mentira. Tem gente que não se deu conta ainda, ok, vai parar atrás das grades, mais cedo ou mais tarde.
Pela primeira vez, existe uma matriz de informação nas nuvens, nos algorítmos e isto causará mudanças a velocidades impressionantes. Allan Kardec nos falava da aristocracia Intelecto-moral, e que eleas levariam o mundo a um estágio melhor, não me parece que isto ocorrerá por imposição dela, mas em consequência da maneira que nos portamos. Hoje não somos apenas uma pessoa com RG e CPF, somos pessoas com RG, CPF e perfil. Sim, perfil, os bancos, as lojas os algorítmos sabem do que gostamos, onde vamos e com quem nos relacionamos. E damos todas estas informações de graça.

Gostamos da facilidade da tecnologia, mas como já dizia Ulisses Guimarães, não existe jantar de graça, quando uso o waze, que é muito bom, pois não me deixa ficar perdido, no mesmo momento que me diz onde estou, alimenta o algorítmo, eu forneço uma séria de informações para o aplicativo, que serão transformadas em dinheiro. Poderemos explicar em mais detalhes como eles ganham dinheiro em outro artigo.
Voltando à questão da aristocracia intelecto-moral, ouso dizer que teremos a aristocracia tecnologica-moral, andaremos fazendo o certo porque senão o “big brother” vai nos pegar! É mais ou menos como a velha propaganda de biscoitos Tostines– por que eles são sempre crocantes? Porque são sempre novinhos. Por que são sempre novinhos? Porque alguém está sempre comprando e assim por diante.

Acredito portanto que em mais alguns anos estaremos todos vivendo numa grande Singapura, onde hoje ninguém deixa cair um papel no chão, pois há câmaras em todos os lados, reconhecimento facial e multa via internet, assim, logo todos ficam bons cidadãos.
Pode demorar uns 10 ou 15 anos mais esta onda vem. Aristocracia tecnologica-moral, seremos todos mais parecidos, auto controlados e controlados pelo sistema.

Pense nisso.

Editorial Jornal Abertura - Maio 2019

Ficou interessado? O Jornal está disponível no link abaixo:




terça-feira, 24 de novembro de 2015

Não ao ódio - atentado na França


Antoine Leiris, francês que perdeu a esposa no atentado de Paris dia 14/11 escreve carta para terroristas e comove o mundo!


“Vocês não terão o meu ódio.


Na noite de sexta-feira vocês acabaram com a vida de um ser excepcional, o amor da minha vida, a mãe do meu filho, mas vocês não terão o meu ódio. Eu não sei quem são e não quero sabê-lo, são almas mortas. Se esse Deus pelo qual vocês matam cegamente nos fez à sua imagem, cada bala no corpo da minha mulher terá sido uma ferida no seu coração.Por isso, eu não vos darei esse presente de vos odiar. Vocês procuraram por isso, mas responder ao ódio com a cólera seria ceder à mesma ignorância que fez vocês serem quem são. Querem que eu tenha medo, que olhe para os meus conterrâneos com um olhar desconfiado, que eu sacrifique a minha liberdade pela segurança. Perderam. Continuamos a jogar da mesma maneira.


Eu a vi esta manhã. Finalmente, depois de noites e dias de espera. Ela ainda estava tão bela como quando partiu na noite de sexta-feira, tão bela como quando me apaixonei perdidamente por ela há mais de doze anos. Claro que estou devastado pela dor, concedo-vos esta pequena vitória, mas será de curta duração. Eu sei que ela vai nos acompanhar a cada dia e que nos vamos reencontrar no países das almas livres a que vocês nunca terão acesso.


Nós somos dois, eu e o meu filho, mas somos mais fortes do que todos os exércitos do mundo. Eu não tenho mais tempo a dar para vocês, eu quero juntar-me a Melvil que acorda de seu cochilo. Ele só tem 17 meses, vai comer como todos os dias, depois vamos brincar como fazemos todos os dias e durante toda a sua vida este rapaz vai fazer a vocês a afronta de ser feliz e livre. Porque não, vocês nunca terão o seu ódio”.

domingo, 6 de setembro de 2015

A crise árabe - e o menino que pode mudar tudo - por Carol Régis di Lucia e Roberto Rufo

Dentre os muitos horrores que as guerras trazem, nada mais comove do que uma foto de uma criança inocente, morta em decorrência destas desgraças. Vale a pena ler os artigos abaixo, que estarão no Jornal Abertura de Setembro de 2015, mas que pela importância do momento em que vivemos, não podem esperar e devem ser publicados hoje mesmo.

O conflito chegou ao Brasil, uma corveta brasileira que estava no mediterrâneo, participando de missão humanitária na Líbia, socorreu, atendendo a pedido de socorro da Itália, 220 pessoas que estavam a deriva, sem beber água há 2 dias.



Sobre tudo isto vale ler os artigos abaixo:

A foto e o Menino - Carol Régis di Lucia


 E quando vejo aquele pequeno em posição de plácido sono, lembro de meu filho em seu berço quente e seguro. Dormem de modo semelhante: de bruços, braços relaxados para trás, as pernas levemente apoiadas, erguendo-se “chamando o irmão” como diziam os antigos. Porém,  reparo que a imagem mostra a água batendo em seu rosto e um forte instinto me leva a pensar em retirá-lo antes que ele aspire o mar. Mas ele já o fez, algumas horas atrás, quando do naufrágio. E então entendo que ele parece dormir, mas diferente do meu, esse filho de alguém não irá acordar mais...



É assim que mais uma imagem entra para a História terrível das guerras nesse pretenso planeta de provas e expiações. Assim como em outras fotos, uma criança retrata o horror das famílias que largam tudo (ou nada) para fugir dos conflitos em seus países e perdem suas vidas tentando sobreviver. O menino sírio, como ficou conhecido, foi capa de noticiários e chocou o mundo para o óbvio: os refugiados estão morrendo aos montes, todos os dias, a mercê do Mar, dos Desertos, das Fronteiras. E os governos...

Mas desta vez, eles invadiram nossas casas, pela inevitável e perturbadora semelhança do garoto Aylan com nossos filhos. Nos sacudiu os instintos mais primários de proteção, sobrevivência, dor, revolta. E o que fazer? A unicidade nessa foto é justamente trazer o conflito, tão distante e estranho ao nosso cotidiano, para bem perto, em nosso conforto do lar. A foto conscientizou, provocou discussões, chamou a atenção e formou opiniões. Só por isso já é válida.

Retratou o pai, único sobrevivente, como um vizinho ou parente próximo, que levou sua família para ter um futuro melhor. Futuro esse que “escorregou” de suas mãos quando a travessia não deu certo. Mostrou a dor de se perder filhos, mas também de ser renegado, não ser ouvido, não ser ajudado. Tão longe e tão perto.

Vi muitos depoimentos de Espiritas, nas redes sociais, pedindo orações aos garotos mortos e à família, li citações sobre as guerras, textos de mensagens de Chico Xavier. Tudo válido, mas vago. Por outro lado, vi e participei de manifestos, abaixo assinados, discussões práticas de ONGs que zelam por essas pessoas. Uma oportunidade efetiva de ajudar e participar ativamente para a amenização da questão, cobrando soluções aos governos que negam a entrada dessas pessoas em seus territórios.

Creio que esse é o papel do Espirita que compreende a responsabilidade de cada um sobre àqueles que sofrem a violência das tantas guerras que estão em andamento e precisam de amparo – e incluo aqui as guerras urbanas, como as que vivemos no Brasil, ao lado de nossas casas, com tantos Aylans mortos diariamente. Além das orações, temos a obrigação de praticar o auxílio, promover debates, questionar, posicionar-se.

Que a perturbação dessas imagens nos seja mola propulsora à ação. Que nossa indignação não morra na praia, não perca a validade como as capas de jornais. Temos muito o que fazer, seja pelos sírios, seja pelos brasileiros mesmo. Existem grupos esperando nossa ajuda, pessoas necessitando apoio, ações a serem tomadas. Só nos resta deixar a posição de espectadores e fazer parte da fotografia, para que hajam muitos melhores momentos a retratar.


OS REFUGIADOS E A ETERNA QUESTÃO DA IGUALDADE - por Roberto Rufo


“A igualdade pode ser um direito, mas não há poder sobre a Terra capaz de torná-la um fato”. (Honoré de Balzac).
“Os que comem bem, dormem bem e têm boas casas acham que se gasta demais em política social”. (Pepe Mujica).
                                                                                                                                                                   Tragédias do século XXI, mais especificamente em 2015, envolvem a questão dos refugiados de países árabes e africanos, que no desespero de fugir de governos despóticos e cruéis se lançam na aventura de chegar a um porto seguro nos países da Europa. Infâmias se sucedem:

11.02.2015 – mais de 300 imigrantes desaparecem no mar quando os botes em que viajavam naufragaram perto da costa da Líbia. O acidente gerou críticas contra a União Europeia por tratar o incidente com menosprezo.
19.04.2015 – o naufrágio de um barco com imigrantes da Síria e Líbia pode ter deixado até 700 mortos, segundo órgão para refugiados da ONU.
27.08.2015 – os corpos de 71 pessoas, crianças inclusive, são encontrados em caminhão em rodovia da Áustria. Segundo autoridades, eram imigrantes provavelmente da Síria.

Há alguns meses verificou-se uma mudança radical nos itinerários da imigração. Há um ano, o caminho real começava na Sicília. Hoje, a rota de Lampedusa ainda funciona, mas uma nova rota foi aberta. A dos Bálcãs. A Hungria já está providenciando a construção de uma cerca para impedir a passagem de imigrantes pelo seu país.  É muita dor e sofrimento, onde a tolerância, humanidade e solidariedade estão colocadas á prova da nossa evolução espiritual.

Kardec em comentário à pergunta 803 do Livro dos Espíritos (Todos os homens são iguais diante de Deus?) nos fala que todos os homens nascem com a mesma fraqueza, estão sujeitos às mesmas dores e o corpo do rico se destrói como o do pobre. Portanto, Deus não deu, a nenhum homem superioridade natural, nem pelo nascimento, nem pela morte. Diante dele, todos são iguais.  Eis um momento específico da história da humanidade, onde valores como igualdade devem ser provados quanto à sua eficiência no trato das relações humanas.

O pensador José Rodrigues, no XI Simpósio Brasileiro do Pensamento Espírita em 2009, apresentou um trabalho muito instigante de nome “A Crise da Ambição”.

Neste trabalho ele vai à causa raiz do problema dizendo que “as crises sistêmicas da economia mundial refletem formas de ação individual e coletiva que não deixam dúvida sobre as suas causas: a ambição”. Aliás, nunca é demais repetir, no citado Livro dos Espíritos , quando Kardec indaga aos espíritos quais são as duas maiores chagas da humanidade , estes respondem: o orgulho e o egoísmo.
Em se tratando da Europa, especialmente França, Luxemburgo, Alemanha e Suíça, é bom que se lembre de que grandes fortunas “escondidas” nos grandes bancos desses países são provenientes das ditaduras da África e do Oriente Médio. Nunca houve qualquer pudor ou vergonha ética que impediu a lavagem de dinheiro dessas ditaduras em países da chamada democracia ocidental.

Num gesto que até podemos considerar nobre, a primeira ministra da Alemanha, a Sra. Ângela Merkel, quer que a Europa adote regras de tolerância para os que fogem de países em guerra. Outros tipos de refugiados que queiram somente se beneficiar da pujante economia alemã não serão aceitos.

A Alemanha acolheu refugiados de guerra, mesmo porque as famílias alemãs não têm muitos filhos e a indústria e a agricultura carecem de mais braços. Ou seja, a “caridade” tem como sempre nesses casos um viés econômico. Mesmo assim essa liberalidade ocasionou, nos últimos seis meses, duzentos ataques contra centros de acolhimento de refugiados. A primeira ministra foi vaiada pelos grupos neonazistas. Tempos de crise são tempos de muito preconceito.  Mas também tempos de muita solidariedade e amor ao próximo como demonstram grupos de direitos humanos na Europa que trabalham para o alívio do sofrimento dessas pessoas.

Certas frases colocadas por Kardec em comentário às diversas respostas dadas pelos espíritos podem soar piegas aos ouvidos de pessoas que, isentas de espiritualidade, veem o mundo de uma forma unicamente materialista. Todavia como seriam úteis se habitassem os corações de governantes e do mundo financeiro e fossem colocadas em prática. Digo isso, pois no comentário à pergunta 886 do Livro dos Espíritos Kardec diz que o amor e a caridade são o complemento da lei de justiça, porque amar ao próximo é fazer-lhe todo o bem que está ao nosso alcance.

Qual a solução? Provavelmente passa pelos ensinamentos do pensador José Rodrigues, no trabalho citado acima , quando afirma que “enquanto uma expressão exagerada da paixão , a ambição, como fator psicológico, não é considerada nas avaliações e previsões dos agentes econômicos, centradas em dados de predomínio quantitativo".

“O Espiritismo, em sua expressão filosófica, ao tratar das causas dos conflitos humanos, oferece elementos capazes de elucidar e ajudar a superação das crises, pela mudança de sus antecedentes”.  Brilhante.

quarta-feira, 6 de maio de 2015

Sobre a Morte por Ricardo Nunes

SOBRE A MORTE.



“Um desses a quem amais vai morrer. Inclinado para ele, com o coração opresso, vedes estender-se lentamente, sobre suas feições, a sombra da morte. O foco interior nada mais dá que pálidos e trêmulos lampejos; ei-lo que se enfraquece ainda, depois se extingue. E agora, tudo o que nesse ser atestava a vida, esses olhos que brilhavam, essa boca que proferia sons, esses membros que se agitavam, tudo está velado, silencioso, inerte. Nesse leito fúnebre mais não há que um cadáver! Qual o homem que a si mesmo não pediu a explicação desse mistério?” Léon Denis 


O maior problema do ser humano de todas as latitudes geográficas e de todos os tempos é o problema da morte. O homem, entre todos os animais, é o único que consegue antecipar em pensamento o seu fim, é o único que possui consciência de que vai morrer.  Esta autoconsciência de sua própria finitude, fez com que o homem procurasse respostas para esta angustiante questão. Como resultado desta procura, surgiram as religiões que pretenderam responder ao grande enigma e, ao mesmo tempo, trazer conforto diante da precariedade e brevidade da existência humana.

Não apenas as religiões procuraram respostas sobre este tormentoso tema, a filosofia, por sua vez, tentou, desde seus primórdios, elucidar racionalmente esta questão. Grandes pensadores da humanidade, de Sócrates a Heidegger, refletiram sobre o tema, sendo que obtiveram respostas distintas, às vezes, contraditórias.

O espiritismo de Allan Kardec também refletiu sobre o significado da morte e ofereceu ao mundo respostas consistentes. Infelizmente, o espiritismo ainda não foi devidamente valorado nas perspectivas que abre para o conhecimento científico e filosófico de nosso tempo.

 Para o homem contemporâneo, a morte ainda é o grande tabu a ser enfrentado. Vivemos em sociedades materialistas e de consumo, nas quais o brilho da vida está ligado indissoluvelmente a ideia do prazer sensorial e da posse de bens. Vivemos em sociedades hedonistas do culto ao corpo, das cirurgias plásticas e dos silicones.

Nestas sociedades do século XXI, reflexões mais profundas sobre a morte e o morrer são frequentemente descartadas, ignoradas e rejeitadas pela grande maioria das pessoas.  Neste sentido, já dizia o grande compositor brasileiro Gonzaguinha: “ninguém quer a morte, só saúde e sorte”. No entanto, se é natural que a morte não seja uma aspiração ou anseio humano, talvez devamos repensar o extremo pavor que ela nos causa, pois na verdade ainda não sabemos  encarara-la com naturalidade e serenidade.

   A Dra. Elizabeth Kubler Ross, uma das maiores estudiosas da morte e do morrer, diz, em um dos seus preciosos livros: “a morte constitui ainda um acontecimento medonho, pavoroso, um medo universal”. De fato, desde épocas imemoriais o homem assimilou ao fim da vida as ideias de culpa e castigo, daí as oferendas, os sacrifícios, na busca de aplacar a ira divina.

Já Kardec dizia no século  XIX, que associamos  à morte as piores ideias, como aquela de uma caveira com um capuz e uma foice ou então ideias da decomposição pútrida do corpo.  Luc Ferry, filósofo francês contemporâneo, afirma que nossas sociedades laicas se calam à beira dos túmulos, pois as questões de sentido do ser e da vida  ainda estão para serem respondidas. 

 A morte, para o espiritismo, não é o fim. A essência do ser humano, sua alma, seu espírito, consciente e individualizado, sobrevive ao túmulo. A doutrina de Allan Kardec nos ensinou, inclusive, que podemos ter evidências desta realidade através do estudo da mediunidade. Com o espiritismo, conseguimos ir além da fé, e nos direcionamos rumo a uma convicção racional, rigorosamente fundamentada no estudo de uma ampla variedade de fenômenos.

 Quando observamos a lagarta se transformar em um casulo, nossos sentidos dizem que é o fim de tudo, que não há esperança. No entanto, a partir de  um processo de metamorfose invisível e surpreendente, nasce uma  linda borboleta, que ganha livremente os ares colorindo e embelezando a vida. Assim é a morte para o espírita, o ingresso em uma nova fase da existência.

Nota do moderador: ERRATA – artigo Sobre a morte
Infelizmente o Artigo  - Sobre a Morte, saíu na edição de Abril do Jornal ABERTURA como de autoria de Roberto Rufo e na verdade seu autor é Ricardo de Moraes Nunes. O ICKS e o Jornal ABERTURA lamentam o erro e publicam o artigo no Blog com seu verdadeiro autor como pedido de desculpas.


quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

Tolerância Religiosa - postado por Gisela Régis

Tolerância

          

Pierre Bayle, filósofo francês do século XVI, ensinou há mais de trezentos anos que "a tolerância deve ser praticada entre as religiões, e o Estado não pode ser instrumento de perseguição em nome de uma determinada fé."

Cerca de 4 milhões de pessoas foram as ruas contra jihadismo, o fascismo do século XXI, o "islamofascismo", neologismo que descreve com perfeição o fenomeno de intolerância e de imposição pelo terror do totalitarismo em nome da religião criada por Maomé no século VII da era cristã. Provando que o atentado teve efeito inverso ao pretendido. O fundamentalismo e o extremismo pereceram ante a indignação européia. Laços humanos se apertaram em torno de um ideal de liberdade que, naquele solo revolucionário, parece brotar nos momentos mais difícieis. Em suma, não houve vingança do profeta. A satisfação em um plano espiritual, jamais se completaria.

Surgiu, sim, o manto da solidariedade pairando acima da república mais significativa da história, formada contra um regime ainda mais tirânico e conspirador. Apesar do massacre, ainda existe esperança neste mundo. A civilidade venceu!






domingo, 11 de janeiro de 2015

Je suis Charlie - ABERTURA



E você?

Somos parte de uma organização cultural e nossa arma é a razão em suas várias expressões. Não podemos jamais concordar com atos terroristas, vivemos e defendemos a liberdade e os direitos fundamentais do Espírito.

O Jornal Abertura, o ICKS e seu blog demonstram claramente seu desagrado com o ocorrido em Paris, é preciso caminhar na direção do entendimento e da fraternidade.

Dê a sua opinião espírita sobre o ocorrido.

Alexandre Machado

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sábado, 16 de fevereiro de 2013

Os riscos de viver em um planeta – meteoritos e asteroides por Alexandre Cardia Machado

Muitas vezes não nos damos conta que vivemos em um planeta, que viaja no espaço a 40 km por segundo, girando em torno do sol, e que além de planetas, existem objetos menores, como asteroides, cometas e restos de cometas ocupando o mesmo espaço por onde passamos, com isto, todos os dias a Terra coleta cerca de 100 toneladas de detritos espacias, a maioria é muito pequena e pulveriza na alta atmosfera, apenas uma parte muito pequena chega ao solo. Acredita-se que cerca de 100 mil meteoros com mais de 1 quilo entrem na atmosfera da Terra por ano.



Meteoritos maiores, são mais raros, nesta sexta-feira, dia 14 de Feverieiro de 2013 um grande meteorito caiu em uma zona povoada da região russa dos Urais, onde deixou pelo menos 950 feridos e causou pânico entre a população, horas antes da passagem de um grande asteroide que está sendo monitorado pela NASA a 27 mil quilômetros da Terra. "Havia vários fragmentos bastante grandes que chegaram até a Terra", afirmou Vladimir Puchkov, ministro para Situações de Emergência da Rússia. Isto na verdade não foi o que ocorreu, como já dissemos o espaço do sistema solar entre as órbitas da Terra , Marte e Júpiter existem milhões de asteroides e pequenos pedaços que sobraram da construção dos planetas do sistema solar.

No Livro dos Espíritos Allan Kardec chega a discutir um pouco esta questão, vejam a questão:

41: Pode um mundo completamente formado desaparecere disseminar-se de novo no Espaço a matéria que o compõe?

“Sim, Deus renova os mundos, como renova os seres vivos.”



O perigo existe, vejam em detalhes o que o ocorreu na Rússia.

O meteorito de aproximadamente 10 toneladas caiu a cerca de 80 quilômetros da cidade de Satka, por volta das 9h20 local (1h20, horário de Brasília), mas a onda expansiva afetou várias regiões adjacentes e até a vizinha república centro-asiática do Cazaquistão.

"Quando soaram as ensurdecedoras explosões, pensávamos que era um terremoto. As crianças que patinavam no gelo caíram devido à onda expansiva", afirmou Aleksandr Martents, residente na cidade Cheliabinsk.

Feridos

Segundo o governador de Cheliabinsk, cerca de 950 pessoas ficaram feridas devido à queda dos fragmentos do meteorito, enquanto milhares de casas na cidade foram afetadas pela onda expansiva. Em uma primeira contagem, o número era de 500 feridos. As autoridades cifram em 100 mil metros quadrados os vidros das janelas que quebraram pelos ares devido às explosões, o que deixou centenas de casas sem proteção em pleno inverno.

O governador regional de Nas notícias, temos ouvido que aumentaram os níveis de radiação e que é aconselhável ficar em casa e fechar as janelas", comentou uma farmacêutica da cidade de Kopeisk.

No entanto, Puchkov afirmou que "não foi registrado um aumento dos níveis de radiação", o que foi corroborado pelo chefe sanitário russo, Gennady Oníschenko.

Este funcionário pediu para população local que não tenha pânico, argumentando que os níveis de radiação estão dentro da norma e que nas povoações afetadas há calefação, luz e água.

Chelyabinsk disse que a chuva de meteoritos causou danos superiores a 30 milhões de dólares, e, de acordo com o Ministério das Emergências, cerca de 300 edifícios foram afetados.

Segundo o Ministério da Saúde, 112 pessoas foram internadas, sendo duas delas em estado grave, e outras 22 apresentam diversos traumas, ferimentos e cortes, muitos deles provocados por vidros. A maioria dos hospitalizados (cerca de 80) é formada por crianças.

Apesar dos especialistas afirmarem que os fragmentos do meteorito não são radioativos, o Ministério para Emergências aconselhou que a população não se aproxime do objeto.

Os astronautas da Estação Espacial Internacional asseguraram que não viram a queda do meteorito, já que nesse momento sobrevoavam Nova Guiné.

Quanto a uma possível repetição do fenômeno, o especialista em meteoritos da Academia de Ciências da Rússia, Dmitri Badiukov, descartou a hipótese. "Não há ameaça de repetição. Os meteoritos caem de maneira periódica, mas é bem raro. A repetição do dito fenômeno é praticamente impossível", disse.

Para quem quiser ver o meteoro caindo, ele foi filmado e pode ser acessado no link abaixo.



http://noticias.terra.com.br/ciencia/espaco/queda-de-meteoro-causa-explosoes-no-ceu-e-deixa-feridos-na-russia,73ad0eb2d3cdc310VgnVCM3000009acceb0aRCRD.html



segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Tragédia de Santa Maria e os nossos filhos por Roberto Rufo

Uma pequena contribuição de minha parte por esse momento muito triste que passa o país .


SOLIDARIEDADE E REVOLTA .



" Diante da noite carregada de sombras , lembre-se do amanhecer “ . ( Emmanuel , psicografado por Chico Xavier ) .

                                                                     Foto do site Terra


Quando a gente coloca filhos no mundo , estamos cientes das alegrias e tristezas que podem advir deste ato . Mas todos querem ter o prazer de tê-los , pois não há nada tão saboroso do que vê-los crescer , evoluir , tornarem-se adultos , e por sua vez tornarem-se pais , com a chegada dos seus filhos . É a marcha da vida , onde o nascer e o morrer soam tão naturais . E o natural nos parece é irmos embora primeiro , os filhos ficarem e assim sucessivamente .


Infelizmente nem sempre isso acontece . A imprudência , as falhas de fiscalização , a ganância têm o poder de quebrar esse ciclo que nos parece tão natural .  Costumo dizer que se pudesse pedir algo especial a Deus , seria que me levasse primeiro para não ser testemunha da partida , mesmo que temporária de um ente querido . Todavia esse é o desejo de todos os pais .  O Espiritismo tem um forte conteúdo consolador por nos provar a existência de outras vidas e as futuras reencarnações que virão . Isso não impede a dor do afastamento precoce das pessoas a quem amamos tanto . É natural . Além disso , o Espiritismo também nos alerta da enorme consequência dos nossos atos e comportamentos , pois eles certamente têm influência na nossa vida e de outras pessoas .


Uma tragédia como a de Santa Maria ( RS ) , não tem nada a ver com resgate coletivo , ou outras bobagens que se costuma apregoar nos meios espíritas , quando fatos dessa natureza acontecem . Essa tragédia é fruto da negligência , falta de cuidado e total desprezo pelos seres humanos que frequentavam a
boate Kiss em Santa Maria . No momento espero que aquela comunidade gaúcha mantenha a calma , ore por seus parentes , mas que seja também tomada pela revolta , que nas palavras do escritor gaúcho Luis Fernando Veríssimo é a única emoção útil para o porvir , pois pode acelerar consequências .

As demais emoções , completa , são manifestações humanas de solidariedade .


A presidenta Dilma chorou , eu chorei , me colocando no lugar daqueles pais que ligaram centenas de vezes para o celular de seus filhos , na esperança vã de ouvir um alô abençoado . Mesmo tendo já 27 anos , ligo para o meu filho solteiro quando demora para retornar de mais uma balada . Que alegria e tranquilidade ouvir a sua voz do outro lado da linha . Meu amado filho está vivo .


Penso que talvez fosse mais prudente e inteligente aos jovens procurarem outros meios de expressarem a sua vontade de viver , de participar , de se comunicarem socialmente . Hoje temos essa tragédia num incêndio em Santa Maria , ontem inúmeras mortes por acidentes de carro , ao retornarem das baladas muitas vezes embriagados . As estatísticas no Brasil são estarrecedoras .


Se tivesse que dizer algumas palavras aos parentes das vítimas , faria uso da indagação de Allan Kardec se a felicidade terrestre é relativa à posição de cada um e se há uma medida de felicidade comum a todos . Nossos amigos espirituais respondem que para a vida material é a posse do necessário ; para a vida moral é a consciência tranquila e a fé no futuro .  Só resta mesmo nesse momento manter a consciência tranquila e a fé no futuro .


Finalizo com as palavras do poeta e cronista gaúcho Fabrício Carpinejar , e tenho certeza que muitos pais se identificarão com elas :

“ Os adolescentes não vão acordar na hora do almoço . Não vão se lembrar de nada . Ou entender como se distanciaram de repente do futuro “ .


Roberto Rufo .

NR: 27/01/2017: Ainda ninguém foi preso.

A tragédia na boate Kiss, na cidade de Santa Maria, no Rio Grande do Sul, que provocou a morte de 242 pessoas completa quatro anos nesta sexta-feira (27).   
O incêndio, considerado o segundo maior já registrado no Brasil, foi provocado por um integrante da banda Gurizada Fandangueira, que se apresentava no local. Ele acendeu um sinalizador que emitia fagulhas e logo atingiram o teto revestido de espuma, que rapidamente pegou fogo.   
De acordo com o inquérito policial, 28 pessoas foram apontadas como responsáveis, entre elas os dois donos da boate, um músico e o produtor da banda, que são denunciadas por homicídio.   
Além disso, quatro bombeiros foram denunciados. Um foi absolvido, dois condenados pela Justiça Militar por expedição de alvará e outro pela Justiça comum por fraude processual. Todos cumprem penas em liberdade.   
Desde o incêndio, a Justiça já recebeu mais de 370 ações com pedidos de indenização familiares de vítimas e sobreviventes da tragédia. Do total, 250 ainda estão em andamento e 20 processos já foram julgados.   
Na madrugada de hoje, diversas pessoas se reuniram na Praça Saldanha Marinho e caminharam até a frente da boate, onde foi realizada uma vigília. Flores, velas e mensagens foram deixadas em frente ao local. (ANSA)
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A Tragédia da Boate Kiss - por Milton Medran Moreira:






terça-feira, 23 de junho de 2009

O Desastre do Avião da Air France - por ICKS

O DESASTRE DO AVIÃO DA AIR FRANCE

Foi um acontecimento inusitado, trágico.
De repente, o avião que se dirigia a Paris simplesmente sumiu. Provavelmente uma pane total fez com ele se despencasse no oceano, perdendo-se nas profundezas das águas.
Até este momento não se tem noticias precisas, não se sabe as causas.
Simplesmente, até agora o mistério é total.
228 pessoas morreram. Iam para férias, trabalho, retorno às suas casas.
E agora?
A morte é sempre solene. Surpreende nesses casos a crença, a fé em Deus.
Quem não viajou naquela voo por circunstâncias várias atribui essa salvação a Deus.
Foi Deus quem teria evitado a morte de quem não viajou, estando prevista a viagem.
Sob o ponto de vista da naturalidade dos processos vivenciais, o acidente aconteceu porque é possível acontecer, devido a problemas mecânicos, eletrônicos ou atmosféricos. Mesmo sendo muito raro.
Para quem morreu como fica?
Segundo a crença materialista acabou-se a vida.
Para os religiosos em geral, é a vontade de Deus que se manifesta e, portanto, nada a considerar. A não ser o que se sente injustiçado “por que eu?”.
Para os espíritas – laicos e religiosos – tudo tem uma razão, uma explicação.
Para eles a vida é um jogo de xadrez com seu quadrado especifico. As peças se movem dentro de um regido processo de causa e efeito.
Naquele avião estavam brasileiros, franceses, alemães e outras nacionalidades, procedente de origem diversa e objetivando um destino especial.
Mas, nessa visão determinista, fatalista, foram escolhidos a dedo para morrer.
Porque para esses espíritas o desastre estava previsto. A inexorável justiça divina reuniu todos para o ajuste de contas. Para pagar seus débitos com Deus. Para sanar faltas do passado.
O que teriam feito? O pecado cometido foi coletivo, em grupos ou individual? O que importa é que era tempo de pagar.
Ali, naquele mar, naquela noite, equipes de socorristas estavam de plantão para ajudar os recém-mortos. Talvez não aceitem que os Espíritos desencarnados fiquem no fundo do mar.
Para nós a vida é um proceso natural, imprevisto. Na vida terrena só a morte é inevitável. O gênero da morte também é imprevisível.
O desastre não estava previsto.
Não havia equipes socorristas de plantão.
Não se trata de acaso. Trata-se da naturalidade dos processos vivenciais.
De resto, ainda que doloroso, triste, amargo e sofredor, o episódio não representa o fim da vida.
O Espírito é imortal.