quinta-feira, 15 de junho de 2023

Contra o racismo, não bastam palavras. Temos que ser antirracistas - por Roberto Rufo

 

Contra o racismo, não bastam palavras. Temos que ser antirracistas

 

"Ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor de sua pele, por sua origem ou ainda por sua religião. Para odiar, as pessoas precisam aprender, e se podem aprender a odiar, elas podem ser ensinadas a amar". (Nelson Mandela).

"O que eu mais me orgulho em mim mesmo é da minha condição de cidadão". (Ator Marcello Mastroianni).

 

Vini Júnior

É profundamente injusto e nojento o preconceito racial sofrido pelo jogador Vini Jr. na Espanha. O caso expõe a covardia da cúpula do futebol, que se limita a notas ridículas de repúdio e alguns slogans vazios. Esses dirigentes de futebol estão a anos luz de dimensionar os efeitos nefastos do racismo. A dor e a humilhação da vítima não os comovem.

 O Espiritismo tem uma posição clara e definida sobre os preconceitos:

  "Com a reencarnação, desaparecem os preconceitos de raças e de castas, pois o mesmo Espírito pode tornar a nascer rico ou pobre, capitalista ou proletário, chefe ou subordinado, livre ou escravo, homem ou mulher. De todos os argumentos invocados contra a injustiça da servidão e da escravidão, contra a sujeição da mulher à lei do mais forte, nenhum há que prime, em lógica, ao fato material da reencarnação. Se, pois, a reencarnação funda numa lei da Natureza o princípio da fraternidade universal, também funda na mesma lei o da igualdade dos direitos sociais e, por conseguinte, o da liberdade. (A Gênese, cap. I, item 36, p. 42-43. Vide também Revista Espírita,1867, p. 373.)".

 Essa é uma luta que tem de ser protagonizada por todos que se julgam cidadãos do mundo, os quais devem ter sempre atitudes antirracistas, para que desde hoje as pessoas e até às futuras gerações não passem por situações humilhantes como passou o jovem Vini Jr. de apenas 21 anos de idade.

 Mais uma vez o Espiritismo nos oferece um caminho de trabalho cujo objetivo nos torne pessoas melhores do ponto de vista moral:

 "Nós trabalhamos para dar a fé aos que em nada creem; para espalhar uma crença que os torna melhores uns para os outros, que lhes ensina a perdoar aos inimigos, a se olharem como irmãos, sem distinção de raça, casta, seita, cor, opinião política ou religiosa; numa palavra, uma crença que faz nascer o verdadeiro sentimento de caridade, de fraternidade e deveres sociais. (KARDEC, Allan. Revista Espírita de 1863 – 1. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2005. – Janeiro de 1863.)”       

 Allan Kardec indaga na pergunta 795 qual é a causa da instabilidade das leis humanas, e os espíritos respondem que nos tempos de barbárie, são os mais fortes que fazem as leis. As leis vão se aperfeiçoando à medida que os homens compreendam melhor a justiça. As leis humanas se tornam mais estáveis quanto mais se identificam com a lei natural. 

Contra o racismo só há dois caminhos: a aplicação da lei e a sanção moral da sociedade como um todo.

Gostou do artigo - Ele foi o Editorial do Jornal Abertura de junho 2023 - quer ler o jornal todo?

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