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domingo, 25 de fevereiro de 2024

Um pouco sobre a história de Israel e do povo Palestino e suas relações com os árabes - por Alexandre Cardia Machado

 

Um pouco sobre a história de Israel e do povo Palestino e suas relações com os árabes

“ A história judaica é marcada por sucessivas dispersões e diásporas dentro de diásporas” Professor Luis Krausz – USP

Queremos trazer ao nosso público um pouco desta história milenar que envolve, árabes, hebreus e palestinos, não nos cabe concluir quem está com a razão, onde a razão desaparece ante agressões e revides milenares. No entanto entender um pouco da história nos ajuda a ter uma visão mais ampla.



Acreditamos, obviamente que a ONU terá que ter um papel mais forte e decisivo, buscando um entendimento que termine na coexistência de dois estados, um o já existente Israel e outro palestino.

Vamos então ver um breve histórico de 2800 anos: em preto os assuntos ligados aos judeus e em vermelho os assuntos ligados de alguma forma aos palestinos e aos árabes.

1700 a.C – O povo Hebreu foi escravizado e levado ao Egito (Segundo o Velho Testamento - Exodus - Mito).

1200 a.C – Segundo o Velho Testamento – Moisés trouxe os Hebreus de volta à região onde hoje se encontram Israel, Palestina ( Cisjordânia e Gaza) e Sul do Líbano. (igualmente um Mito)

586 a.C – Exército Persa de Nabucodonosor espalhou os Hebreus pela Babilônia – Diáspora.

538 a.C – Ciro II novo Imperador Persa autoriza o retorno dos Hebreus.

450 a.C -  o historiador grego Heródoto chama a região de Palestina pela primeira vez. Era uma referência aos filisteus, um grupo possivelmente indo-europeu que conviveu por séculos com os povos semitas- Veja mais em https://noticias.uol.com.br/internacional/ultimas-noticias/2023/10/29/israel-palestina-judeus-arabes-ocupacao.htm .

70 a 63 a.C – os Romanos lutaram e conquistaram os reinos de Judá e Galileia.

70 D.C – os Romanos espalham os judeus por todo o império Romano – Diáspora.

A Palestina troca de mãos:

644 D.C. - Após a morte de Maomé, seus sucessores, os califas, iniciam uma expansão que tomou territórios dos impérios Bizantino e Persa. Os califas omiadas conquistam o norte da África, península ibérica, Afeganistão, Paquistão e Ásia Central, enquanto os califas ortodoxos avançaram sobre o Líbano, Síria, Egito e Palestina… - Veja mais em https://noticias.uol.com.br/internacional/ultimas-noticias/2023/10/29/israel-palestina-judeus-arabes-ocupacao.htm?cmpid=copiaecola .

1099 D.C. – Os Cristãos europeus conquistam Jerusalém - Os cruzados justificavam a necessidade de "resgatar a Cidade Santa dos infiéis muçulmanos”.

1187 D.C.  - Após o fim do domínio cristão em 1187, a "Terra Santa" volta ao Império Islâmico, passa para os mongóis (egípcios da dinastia aiubida de Saladino).

1252 D.C. - O Império Árabe Islâmico se mantém unificado até 1252, quando os mongóis invadem e destroem Bagdá, fragmentando o império… a região da Palestina passa ao controle Mongol.

1517 – É dominada pelo Império Otomano (Turcos), até  a I Guerra Mundial.

1834 -1919 -  Nascimento do sentimento nacionalista, a população árabe da Palestina se via principalmente como súditos otomanos. A revolta dos árabes na Palestina em 1834 é considerada como o primeiro evento formativo do povo palestino. Na década de 1830, a Palestina foi ocupada pelos egípcios que respondiam ao Império Otomano. A revolta foi precipitada pela resistência popular contra uma forte demandas por recrutas. Os camponeses estavam bem cientes de que o recrutamento era nada menos do que uma sentença de morte.

1834 - A partir de maio, os rebeldes tomaram muitas cidades, entre elas  Jerusalém, Hebron e Nablus. Em resposta, o exército egípcio se deslocou à palestina, derrotando finalmente os últimos rebeldes em 4 de agosto em Hebron. No entanto, os árabes na Palestina permaneceram parte de um movimento nacional panislâmico ou panárabe.

1911 - O jornal de língua árabe Filastin foi fundado em 1911 por cristãos  palestinos. É considerado um marco para o surgimento dos palestinos não judeus. as primeiras organizações nacionalistas palestinas apareceram no final da Primeira Guerra Mundial. Surgiram algumas facções políticas. 

1917 - I Guerra Mundial – O Reino Unido junto com seus aliados derrotam em 1917 o Exército Turco e recebem pela Liga das Nações junto com a França um mandato sobre uma grande área do Oriente Médio em 1922.

1917 - Declaração de Balfour, O Reino Unido se declara favorável a criação de um estado Judeu na Palestina, a partir daí começa a haver migrações de Judeus para esta região, melhorando a economia local.

1919 -  O primeiro Congresso foi realizado em Jerusalém para coincidir com a Conferência de Paz de Paris após a I Grande Guerra. Com a presença na Conferência de Chaim Weizman, que apresentou reivindicações sionistas, foi um gatilho para a convocação do Primeiro Congresso Palestino, a fim de apresentar contra alegações árabes e palestinas na Conferência. Quando o Primeiro Congresso Palestino emitiu seu manifesto antissionista rejeitando a imigração judia.

1920 - De acordo com Benny Morris, o nacionalismo árabe palestino como um movimento distinto apareceu entre abril e julho de 1920, após os distúrbios de Nebi Musa, a conferência de San Remo e o fracasso de Faiçal em estabelecer o Reino da Grande Síria.

1939 -1945 - II Guerra Mundial  – A Alemanha Nazista que já vinha perseguindo os judeus no seu território e nos até então conquistados e  iniciou  o assassinato planejado dos judeus e outras minorias étnicas. Holocausto.

ONU – Organização das Nações Unidas, criada após a II Grande Guerra, substituindo a liga das Nações, em sua Assembleia inicial – dirigida pelo brasileiro Oswaldo Aranha aprovou a criação do estado de Israel em 1947.

1948 – 14 de maio de 1948 – Criação do Estado de Israel.

Guerras árabes – israelenses: (Fonte – Site Brasil Escola - Brasil Escola - O maior portal de educação do Brasil (uol.com.br)) – escolhemos esta fonte por ser amplamente usada no Brasil para pesquisas escolares, assim não buscamos tendenciar os fatos. O leitor que quiser se aprofundar poderá encontrar outras fontes.

1948 a 1949 – 1ª Guerra - Os países árabes que cercam Israel não aceitam a formação do Estado de Israel e iniciam uma guerra que ao final é vencida por Israel que aumenta em 33% o seu território.

1956 – 2ª guerra - O Egito nacionaliza o Canal de Suez ( Presidente Nasser) contrariando os interesses Franceses, Ingleses e Israelenses – que se unem e tomam o Canal de Suez – ao final a URSS e os Estados Unidos propõe a paz, votando o canal à iniciativa privada. Esta foi a única guerra iniciada por Israel.

1967 - 3ª guerra  – Guerra dos 6 dias - ataques dos países árabes em conjunto contra Israel. Acaba com a vitória de Israel.

1973 -  4ª guerra – Guerra do Yom Kippur – ataques dos países árabes em conjunto contra Israel. Acaba com a vitória de Israel.

Intifadas – são ataques organizados por Grupos Palestinos contra Israel – acontecem diverso, sendo os principais os de 1987, 1993, 2000 e 2005. (todas exigindo a saída de Israel dos territórios conquistados nas guerras anteriores).

2023 – 5ª guerra -  Ataque Terrorista do Hamas em 2023 – Israel declara guerra ao Hamas que se localiza na Faixa de Gaza.

Este artigo foi publicado no jornal Abertura de novembro de 2023, quer ler o jornal completo, baixe aqui:

https://cepainternacional.org/site/pt/cepa-downloads/category/31-jornal-abertura-2023?download=270:jornal-abertura-novembro-de-2023

 

 

 

 

segunda-feira, 27 de novembro de 2023

MANIFESTO PELA PAZ NO CONFLITO NO ORIENTE MÉDIO

 

MANIFESTO PELA PAZ NO CONFLITO ISRAEL/PALESTINA


Nós, espíritas laicos e livre-pensadores, associados e amigos da CEPABrasil, instituição filiada à CEPA- Associação Espírita Internacional, no exercício de nossa liberdade de expressão conferida pela Constituição da República Federativa do Brasil e inspirados nos princípios humanistas da filosofia espírita fundada e codificada por Allan Kardec, manifestamos nosso repúdio ao conflito armado entre israelenses e palestinos, deflagrado, nos últimos dias, na região do Oriente Médio.

Apelamos às partes em conflito e à comunidade internacional para que realizem esforços urgentes por um cessar-fogo imediato e pela volta das negociações diplomáticas. Entendemos que israelenses e palestinos necessitam de uma solução negociada que contemple, de forma justa, o interesse de ambos os povos, e temos claro que, sem boa vontade e renúncias recíprocas na construção dessa solução, a humanidade continuará assistindo o terrível espetáculo de dor e morte que tem atingido, especialmente, a população civil de ambos os povos.

Basta de mortes, destruição e sofrimento! Ainda há tempo de resgatar nossa humanidade perdida em meio à brutalidade desse conflito. É hora de recordar dos nobres valores de reverência à Vida que nos foram legados por grandes mestres da espiritualidade que viveram nessa região do planeta, berço das três maiores religiões monoteístas do mundo: o judaísmo, o cristianismo e o islamismo.

Os palestinos e os israelenses são nossos irmãos em humanidade. Ambos, em suas diferenças, têm muito a contribuir com o desenvolvimento intelectual, moral e cultural de nosso planeta. Mas, para essa finalidade, é necessário que se predisponham a uma convivência respeitosa a partir do reconhecimento recíproco e consensual de suas soberanias político-territoriais.

Que os homens e as mulheres com poder de decisão entre israelenses e palestinos e, também, na comunidade internacional, tenham a coragem de largar as armas e de realizar a paz!

Santos/SP, Brasil, 17 de novembro de 2023

sábado, 26 de agosto de 2023

A utilidade do ser humano por Roberto Rufo

 

A utilidade do ser humano.

 

"O bem que você faz hoje pode ser esquecido amanhã. Faça o bem assim mesmo. Veja que, ao final das contas, é tudo entre você e Deus! Nunca foi entre você e os outros". (Madre Tereza de Calcutá).

 "Eu sou uma pessoa útil" (Jaci Régis).

 

Em setembro de 1939 Adolf Hitler mandou invadir a Polônia, dando início à 2ª Guerra Mundial. No inverno de 1942 as tropas dele estavam famintas e congelando nas nevascas da Rússia, onde seu melhor general morreu de enfarto, e os Estados Unidos tinham entrado na guerra. Pela 1ª vez o sonho de Hitler sobre o império alemão durar mil anos ficou incerto. Enquanto Hitler contratava e demitia generais e o inverno ficava mais frio, quinze homens de confiança do III Reich, liderados pelo general da SS Reinhard Heydrich, se encontraram para uma reunião secreta em Wannsee, subúrbio de Berlim. Em duas horas eles mudaram o mundo para sempre, pois ali foi decidido a "Solução Final", que tinha por objetivo eliminar todos os judeus da Europa.

 Recomendo a todos que assistam ao filme "Conspiração 2001" com Keneth Branagh e Colin Firth que trata justamente dessa reunião secreta citada acima, onde por descuido, uma das atas não foi destruída e acabou sendo encontrada após a II Guerra Mundial. O filme é muito bom e requer que se tenha um estômago forte para ver algo que parece inacreditável, qual seja, a maneira tão fria e cruel que se decidiu sobre o destino de 6 milhões de seres humanos.

 Sob o ponto de vista de estratégia, planejamento e execução, poderíamos afirmar que foi feito um "trabalho" perfeito. O "trabalho" dos juristas alemães em estabelecer leis que dessem um arcabouço legal à bárbarie, o "trabalho" dos médicos alemães na criação de métodos científicos de eliminação rápida das vítimas e o "trabalho" dos engenheiros na elaboração da logística de transporte e na construção dos galpões de armazenamento das pessoas a serem eliminadas. 

 Não, para a teoria espírita com seu humanismo à flor da pele, jamais se pode dizer que esses fascínoras fizeram um trabalho digno desse nome. Há algo peculiar, de muita importância na definição do que se possa chamar de trabalho. Entra o conceito de utilidade na análise da questão. Os espíritos nos ensinaram que "toda ocupação útil é trabalho". Mas o que poderia nos guiar no caminho da compreensão do que seja utilidade? O Espiritismo nos diz que o maior exemplo de utilidade seria seguir a moral de Jesus de Nazaré. Não estou falando de Jesus Cristo  que foi sequestrado pelas igrejas, templos e muitos Centros Espíritas. Falo do Jesus que foi concebido através de uma relação sexual entre Maria e José, nasceu de um parto normal e viveu durante 33 anos sem fazer julgamento de quem quer que seja, e praticando atitudes sempre isentas de preconceito.

 Mas onde entra a questão de utilidade? Entra quando Jesus nos fala que servir ao próximo é a chave que abre a porta da evolução espiritual. O maior é o que serve. Jesus de Nazaré, e por extensão qualquer ser humano de bem nunca participariam da reunião dos nazistas em 1942. 

 Em 2001, acadêmicos judeus e católicos que investigavam as relações entre o Vaticano e os nazistas suspenderam sua pesquisa, alegando que muita coisa havia sido escondida deles.

O Vaticano há muito enfrenta críticas por conta da postura do Papa Pio XII, que não teria se pronunciado contra a perseguição nazista aos judeus.

A Igreja Católica também não teria revelado detalhes do possível envolvimento do papa no Holocausto, que provocou a morte de seis milhões de judeus, bem como de ciganos e homossexuais.

Em março de 2000, o Papa João Paulo II pediu desculpas a qualquer postura incorreta dos católicos em relação aos judeus, às minorias e às mulheres durante o nazismo.

 Não consegui localizar como agiram os líderes espíritas no mundo e no Brasil em relação ao nazismo. Se agiram tal como durante a ditadura militar brasileira, quando foram omissos em relação à tortura, a questão da utilidade não teve a importância devida.

 Gostou, veja o exemplar do Abertura de março de 2019:

  https://cepainternacional.org/site/pt/cepa-downloads/category/28-jornal-abertura-2019?download=215:jornal-abertura-marco-de-2019

                                                                                             

quinta-feira, 13 de julho de 2017

Afinal, para que serve o discurso espírita? E a moral de Jesus de Nazaré? por Roberto Rufo

Afinal, para que serve o discurso espírita? E a moral de Jesus de Nazaré? por Roberto Rufo

“A moral dos espíritos superiores se resume, como a do Cristo, nesta máxima evangélica: agir para com os outros como quereríamos que os outros agissem para conosco; quer dizer, fazer o bem e não fazer o mal. ( Allan Karde, Introdução ao Livro dos Espíritos ).

“Como se pode definir a justiça? ( pergunta 875 L.E. )? A justiça consiste no respeito aos direitos de cada um, respondem os espíritos”.

 Imaginemos as seguintes situações, a primeira delas um alto executivo de uma multinacional tendo que tomar decisões que concorrem para o futuro da empresa onde trabalha pressionado pela concorrência ; a segunda delas um líder político com a oportunidade de vender US$ 110 bilhões de dólares em armamento a um parceiro aliado, mesmo que esse aliado seja um país onde vigora uma ditadura. A terceira delas a de um líder popular, geralmente um populista de esquerda ou direita e que necessita de uma ótima quantia monetária para dar andamento aos seus sonhos de poder.

Arrisco a dizer que nenhum deles levará em conta qualquer preceito ético defendido pelo Espiritismo, e muito menos qualquer viés da moral ensinada por Jesus de Nazaré.  

Certa ocasião, há pelo menos vinte anos atrás, quando iniciávamos uma mudança de gestão na empresa, foi contratada uma consultoria para nos situar no que se chamava de Gestão Empresarial Moderna. Lá pelas tantas um funcionário que poderíamos chamar de cristão, se contrapôs a um dos”ensinamentos”dizendo que Jesus Cristo não concordaria com aquela posição conceitual apresentada pela consultoria. Na hora foi severamente admoestado pelo professor líder  “aqui não vamos discutir religião, aqui estamos tratando de negócios”. O rapaz falava apenas de moral.
Num tempo mais recente, o pensador espírita Milton Rubens nos falou de algo preocupante que ocorreu nos dias atuais, que foi a separação do que é campo próprio das ”religiões” e aquilo que pertence às ciências, sejam elas de que matizes forem. Com isso o Espiritismo também ficou nessa amarra de ter o seu conteúdo aprisionado nas religiões.

Portanto, nas decisões empresariais ou políticas, o materialismo que eu chamo de funcional, alicerçado na segunda metade do século XX, é a pedra de toque do século XXI, dominado pelo materialismo, do qual Kardec tinha verdadeiro pavor. Pode até ter crescido o número de seitas evangélicas, todavia seus dirigentes são materialistas ao cubo. 

Quem já teve a oportunidade de ler o livro ”A peste” do escritor argelino Albert Camus, ele aventava o perigo do crescimento da xenofobia e das revoltas populistas diante do perigo do fascismo e do stalinismo. A maior das guerras tinha deixado um gosto amargo nos intelectuais da época. Através de um de seus personagens ele alerta que o bacilo da peste não morre nem desaparece nunca. Pode ficar adormecido por dezenas de anos esperando pacientemente o momento adequado para acordar seus ratos para perturbar a sociedade. O Brasil passa por um desses momentos. Os ratos dominam os discursos. Pessoas como o recém falecido Antônio Cândido são figuras inexistentes nos tempos atuais onde tão somente o dinheiro define a escolha empresarial, o ato político e os sonhos de poder.
Confiemos nos espíritos, pois ao mesmo tempo que nos falam que o orgulho e o egoísmo são o maior obstáculo ao progresso, nos alegram ao dizer que o estado de coisa onde o mal parece dominar mudará à medida que o homem compreenda melhor que há, fora dos prazeres terrenos, uma felicidade infinitamente maior e infinitamente mais durável. A esperança num comportamento equilibrado, fruto do aprendizado na razão progressista e evolutiva parece ser o antídoto para eliminar a sensação de impotência que passamos a ter nas atitudes íntegras e sinceras.  

O discurso espírita e a moral de Jesus de Nazaré não devem ser jogados na lata do lixo. Eles são a solução.



                                                                                                                     Roberto Rufo.

terça-feira, 24 de novembro de 2015

Não ao ódio


Antoine Leiris, francês que perdeu a esposa no atentado de Paris dia 14/11 escreve carta para terroristas e comove o mundo!


“Vocês não terão o meu ódio.


Na noite de sexta-feira vocês acabaram com a vida de um ser excepcional, o amor da minha vida, a mãe do meu filho, mas vocês não terão o meu ódio. Eu não sei quem são e não quero sabê-lo, são almas mortas. Se esse Deus pelo qual vocês matam cegamente nos fez à sua imagem, cada bala no corpo da minha mulher terá sido uma ferida no seu coração.Por isso, eu não vos darei esse presente de vos odiar. Vocês procuraram por isso, mas responder ao ódio com a cólera seria ceder à mesma ignorância que fez vocês serem quem são. Querem que eu tenha medo, que olhe para os meus conterrâneos com um olhar desconfiado, que eu sacrifique a minha liberdade pela segurança. Perderam. Continuamos a jogar da mesma maneira.


Eu a vi esta manhã. Finalmente, depois de noites e dias de espera. Ela ainda estava tão bela como quando partiu na noite de sexta-feira, tão bela como quando me apaixonei perdidamente por ela há mais de doze anos. Claro que estou devastado pela dor, concedo-vos esta pequena vitória, mas será de curta duração. Eu sei que ela vai nos acompanhar a cada dia e que nos vamos reencontrar no países das almas livres a que vocês nunca terão acesso.


Nós somos dois, eu e o meu filho, mas somos mais fortes do que todos os exércitos do mundo. Eu não tenho mais tempo a dar para vocês, eu quero juntar-me a Melvil que acorda de seu cochilo. Ele só tem 17 meses, vai comer como todos os dias, depois vamos brincar como fazemos todos os dias e durante toda a sua vida este rapaz vai fazer a vocês a afronta de ser feliz e livre. Porque não, vocês nunca terão o seu ódio”.