sexta-feira, 25 de julho de 2025

A supervalorização da autoestima por Cláudia Régis Machado

 

A supervalorização da autoestima

Quando pensamos na encarnação de um  novo ser neste mundo tão caótico, nos preocupa qual a melhor orientação para encaminhá-lo para o desenvolvimento de suas habilidades e qualidades, para um crescimento emocional sadio, e também como educá-lo moralmente e espiritualmente equilibrado. Tudo isto dentre outras múltiplas questões. Não temos um manual específico de cada indivíduo reencarnante, mas há uma infinidade de estudos, artigos, uma exploração de temas informativos para reflexão, conhecimento e tomada de consciência.

Inhotim -MG


Como espírita não estamos alheio a nenhuma dessas preocupações, sabendo ainda que este ser reencarnante é um espírito que traz aprendizados e experiências que sem dúvida irão intervir através do tempo na suas manifestações de vida. Lembrando sempre que a reencarnação é a possibilidade e uma grande oportunidade de um recomeço, quando a criança vai construir um novo papel, nova personalidade, experiências e trajetórias que irão somar à sua estrutura de espírito em evolução.

O processo educacional nos dá chance de novos código de conduta (social, moral e espiritual) para o bom e para o ruim.

A importância e responsabilidade do papel ou da função dos pais  é fundamental não é fácil e requer requisitos que muitos são carentes.

A educação é um processo amplo que engloba muitos itens, questões e abordagens porém ouvindo uma fala do filósofo Mario Sergio Cortella e do psicólogo Rossandro  klinjey sobre autoestima e supervalorização, resolvi pensar com mais cuidado e observar o que está ocorrendo nestes tempos.

Um mundo de redes sociais, de influenciadores que estimulam a autoadmiração , a paixão pelo próprio ego e, onde autoimagem é bastante inflada. Fica sempre uma pergunta como educar os filhos para não incorrer nesse exagero? Como construir uma autoestima alta, com confiança em si mesmo e nas suas capacidades?

Autoestima é a capacidade de desenvolver o amor-próprio (gostar de si mesmo),  reconhecer as próprias qualidades valorizando-as. Esse sentimento ajuda a confiar nas suas habilidades e capacidades, o que o  encoraja a enfrentar os obstáculos e as novas propostas da vida.

Ter a autoestima bem construída é de suma importância pois  traz muito benefícios, hoje se reconhece que inferiorizar os filhos humilhá-los, não estimula o crescimento ao contrário traz muitos problemas que impede e dificulta a oportunidade da encarnação que como sabemos tem o objetivo de abrir novas opções para o espírito.

Além de que com alta autoestima a probabilidade de bem-estar e felicidade torna-se maior dando recursos para buscar estímulos e esforços para atitudes dignificantes o que contribui para equilíbrio espiritual. Um impulso para a evolução maior que é a grande meta da vida, nos tornarmos cada vez melhores.

O perigo na construção da autoestima é a supervalorização das capacidades  dos filhos, pensando  que são maiores e melhores o que na realidade leva a uma personalidade narcisista.

Todos os pais consideram seus filho especiais, e este o são, e é importante expressar afeto e carinho por seus filhos, porém não salientando que eles não são superiores a ninguém e que tenham consciência das suas qualidades dos seus filhos de forma equilibrada com o objetivo de ajudá-los a construir uma personalidade saudável.

Em uma leitura do site - soumamae.com.br - diz “Um recente estudo, publicado no Proceedings of the National Academy of Sciences of the United States of America, nos Estados Unidos, explica que os comportamentos narcisistas são mais frequentes em crianças que interiorizam a valorização inflada sobre elas.” 

“Por isso, o que a maioria dos pais deve evitar é supervalorizar os filhos, já que agir dessa forma contribui também na formação de uma autoestima frágil”. Agindo assim cria-se uma imagem distorcida, gera um autoengano que dificulta ao filho mais tarde fazer uma análise madura de si próprio porque na maioria das vezes convertem-se em adultos inseguros e dependentes da opinião e reconhecimento externos para validar suas competências e se sentirem bem consigo mesmo.

O elogio deve existir , tem o seu momento e deve-se respeitar a faixa etária . Elogiar não é driblar as dificuldades, é exaltar o feito, isto demonstra afeto e reconhecimento do esforço e da dedicação, e  quando a criança já tiver consciência estimular o aprimoramento,  com o cuidado para que não se passe a ideia de que nada  o que faz é suficiente. A colocação da melhora deve ser sutil e encorajar o progresso.

A frustação também faz parte da educação, é a realidade, a dinâmica da nossa existência. Todo este processo faz parte de nossa evolução como espírito. O Espiritismo nos dá subsídios para termos uma compreensão maior da vida entendendo que a trajetória evolutiva tem percalços, acertos e erros o que suscita reflexão, leva ao aprendizado para ser utilizado em novas experiencias.

A família é um grupo, um conjunto de indivíduos, um universo que interagem com outros universos, recebe influência de todos e o indivíduo é a somatória das experiencias existenciais. O Espiritismo enfatiza o papel formativo da família ampliando seus horizontes, apresentando orientação segura e positiva e traz novas perspectivas nas bases que fundamenta o pensamento humano com abertura para outros estudos e análises comportamentais que auxiliam a compreensão para a melhora das realizações e interações humanas .

Artigo publicado originalmente no Jornal Abertura de abril de 2025, quer ler o jornal completo, baixe grátis:

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