DESAPEGA
A palavra desapegar é muito usada para expressar a ideia de desprender,
desligar, distanciar e pode ser utilizada tanto para situações e bens materiais
como para comportamentos, atitudes psicológicas, visão do mundo etc.
O desapego pode ser visto como
deixar um problema, que atrapalha a dinâmica da vida, pois quanto mais o
seguramos, de leve torna-se pesado. É pensar no que podemos simplificar naquilo
que incomoda, no entanto neste artigo vamos explorar mais no campo do estilo de
vida, o modo que conduzimos nossa existência.
Uma expressão, talvez, se encaixe melhor nesta
abordagem ‘Abrir mão do que não nos preenche mais” pois parece mais completa
para o nosso enfoque.
Uma premissa para discutirmos
este tema é ter consciência que viver é estar em constante transformação elegendo
o que é mais relevante para uma jornada vivencial positiva. A essência da vida
é o movimento, a evolução, o crescimento do ser, daí as mudanças estarão sempre
presentes.
Olhando para os caminhos
percorridos devemos levar em conta que é da natureza do comportamento humano nos
sentirmos saudosos das coisas vividas, porque é a história de vida de cada um e
porque trouxeram bons resultados deixando-nos adaptados. E na zona de conforto.
Muitos ”chamados” da vida pedem para
abrirmos mão de muitas coisas que não nos preenchem mais como: fim de um ciclo
da vida, amadurecimento, maternidade, paternidade, aposentadoria entre outras
coisas. Cenários que diversas vezes nos colocam face a face com a necessidade
de transições para tornar a existência mais significativa e gratificante com maior
qualidade.
” Todo fechamento de um ciclo é uma passagem para uma nova abertura”.
Neste caso, falamos em desapego
de estilos de vida que contém comportamentos e atitudes que não tem mais o porquê
de serem reproduzidos, pois não trazem felicidade, empatam a vida, não promovem
alegria e fazem a vida sem graça.
Importante ressignificar nosso
estilo de vida, olhá-lo sob novas luzes. Vislumbrar a vida com nova perspectiva
porque a antiga não nos serve mais, não tem maior significado, só há perda de
tempo e energia.
O ser humano tem padrões de
comportamento que se repetem e geralmente nos viciamos nos caminhos automáticos
quebrá-los não é fácil, entretanto alguns acontecimentos como os que foram
citados anteriormente desencadeiam, provocam movimentos de renovação.
Em qualquer idade devemos nos
enxergar como criadores de novos modos de ser e viver. Sair em busca de coisas
que novas que correspondam às novas necessidades.
Acorde sua imaginação, interessante
conversar com projetos novos com calma não se espantando com as crenças
limitantes – “isto eu não consigo”. Abrir mão é uma escolha que deve estar
alinhada a quem somos e queremos ser. Não é uma busca desenfreada e sim
entender o que é necessário, o que importa.
Nesta nova busca é fundamental
incluir sempre a perspectiva espiritual que amplia, aprofunda a dimensão da
nossa realidade.
Abrir mão pode ser visto como uma oportunidade
de entender que “algo precisa terminar
para a existência continuar a florir”.
Toda essa reflexão tem um
paralelo com a Doutrina Espírita que vê o individuo como um espírito reencarnante
com a chance de progredir, aprender para ser uma pessoa melhor sendo básico
para isto ocorrer - mudanças - e com melhor entendimento podemos incentivar a procura,
para estarmos melhores conosco mesmo e consequentemente com o mundo e com as
outras pessoas.
Também podemos ver no desapego a
lei de destruição que tem no fundo a mensagem: tirar algo para que outras
coisas possam ser construídas e estruturadas.”
É preciso que tudo se destrua para renascer e se regenerar o que é chamais de
destruição não é senão uma transformação que tem como objetivo a renovação e o
melhoramento dos seres vivos”.
Artigo publicado no jornal ABERTURA de novembro de 2022
Leia mais - Abertura novembro 2022: https://cepainternacional.org/site/pt/cepa-downloads/category/22-jornal-abertura-2022?download=206:jornal-abertura-novembro-de-2022
Muito esclarecedor este artigo.uma boa reflexão
ResponderExcluirA Cláudia tem clareza no pensar espírita
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