Imortalidade em nossas vidas
Cláudia Régis Machado
Às vezes pensar sobre a
imortalidade nos parece algo distante que só pensamos quando estamos perto da
morte. Mas como inseri-la em nosso dia a dia? Que comportamentos nos fazem
expressá-la?
Primeiro o principal, ter o
conceito que a imortalidade é dinâmica, não é um lugar, ou um estado do plano
extrafísico. A Doutrina Espírita nos dá oportunidade junto do seu arcabouço estrutural
de analisá-la de uma forma distinta da explicada pelo espiritualismo cristão, pois
dentro da visão evolucionista que o Espiritismo nos propõe, de um continuum
existencial, a vida se expressa e acontece em uma dimensão interexistencial no
plano físico e extra físico Isto nos leva a perceber que a imortalidade não é
estável. “A descoberta do plano extrafisico deu sentido à imortalidade e
integrou as dimensões em que se manifesta o ser humano”. (Jaci Régis).
O conceito de imortalidade é de
grande importância, o início, muitas vezes, para a compreensão da idéia
espírita. Este é um do motivo que escrevi o livro – Kadu e o Espírito Imortal –
livro infanto- juvenil que foi elaborado como um jogo, de idas e vindas para
encontrar respostas e entender o fenômeno da morte, compreendendo assim a
imortalidade de forma tranqüila, com leveza e de forma lúdica. O livro também é
para adultos, iniciantes da Doutrina Espírita, que gostam de adentrar no
assunto de um jeito ameno e pedagógico, que com certeza apreciariam, há no
livro fatos da história do Espiritismo, sobre a mediunidade e outros pontos.
Mas voltando, o que a imortalidade
propicia em nosso dia a dia?
Perceber-se imortal é um estado
que é construído pouco a pouco na estrutura mental do espírito e, colocar em
prática este estado é aprender a sua importância em nosso circulo de vivencia. Com
isto seremos favorecidos, através de sua compreensão, um olhar, um sentir, um enxergar
as coisas, os acontecimentos em nossas vidas e as pessoas do nosso redor com
uma lente diferente.
Além do mais, e de suma
relevância, levar a transformar nossa relação com os outros e também a visão de
nós mesmos, porque a imortalidade dinâmica amplia a consciência de quem somos e
o nosso papel e atuação no mundo e isto sem dúvida se reflete em nosso
comportamento.
Esta é uma escolha que deve ser feita
por nós todos os dias para que se torne um estado cotidiano e esteja presente
em nossas reflexões e atitudes.
Concretamente sabendo da existência do plano
extrafísico, está demonstrado que somos imortais e sendo a vida um continum, o
intercâmbio do plano físico e extrafisico torna-se presente onde as vibrações
energéticas interligam e interagem. Como na manifestação da mediunidade de
todas as ordens onde a comunicação com os amigos espirituais é uma realidade e
nos fenômenos que sugerem reencarnação através da lembrança de sua vida
pregressa.
Assim percebemos que ser imortal é
real. “A imortalidade sinaliza a natureza espiritual do ser inteligente. Ela o
define como um ente que permanece”.
A imortalidade se expressa também
quando traz esperança para lidar com os conflitos da vida e quando amplia nosso
ponto de vista para o futuro para a evolução espiritual.
Como coloca o Espiritismo- Ciência
da Alma- o conceito de espiritualidade, de sermos espíritos imortais,
atemporais em nossa estrutura de vida nos traz benefícios e responsabilidades.
O objetivo da Ciência da Alma é
desenvolver a espiritualidade na estrutura da pessoa. Lutar para que a
espiritualidade seja inserida como natural no comportamento humano, sendo assim,
a “Imoralidade ganha um novo sentido e um novo horizonte, como a seqüência
natural da pessoa além do fenômeno da morte”.
Lutar porque sabemos a significância
desse conceito- sabemos aonde queremos chegar, mas há um caminho a percorrer ,
é preciso encontrar ferramentas, estudo, persistência, coragem para alcança-
lo. É uma jornada para se viver melhor.
Artigo foi publicado no Jornal Abertura de maio de 2022.
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