segunda-feira, 14 de outubro de 2024

POLARIZAÇÃO POLÍTICA por Milton Medran Moreira

 

OPINIÃO EM TÓPICOS

Milton Medran Moreira

                POLARIZAÇÃO POLÍTICA



                Não sei onde vai parar essa polarização político-ideológica que tomou conta do Brasil.

                Sei, sim, que, no campo das ideias políticas e sociais, há duas forças que, para todo sempre, hão de se digladiar.

Elas são tese e antítese que alimentam o fluir do processo político. Estão presentes na política porque, igualmente, movem o processo individual de crescimento do espírito humano.

Uma busca preservar os valores conquistados. A outra estimula mudanças mediante a superação do que ontem era um valor e hoje pode ser descartado porque incompatível com os novos tempos.

Allan Kardec expressou esses dois movimentos mediante o que denominou Lei de Conservação e Lei de Destruição.

DIALÉTICA

Entretanto, é justamente desse embate dialético que deve resultar uma síntese, capaz de harmonizar as duas tendências humanas e sociais. Novamente, Kardec! Ele compreendeu as forças componentes desse processo e nominou como Lei do Progresso o estágio capaz de harmonizar e sintetizar os movimentos conservadores e destruidores.

Democracia, tolerância, fraternidade, diálogo são, contudo, elementos que o humanismo introduziu para tornar suportável e eficiente essa luta natural entre a tese e a antítese, abrindo espaço à síntese.

Não é, pois, uma luta entre o bem e o mal. Contudo, o que desvirtuou nosso processo político foi, justamente, a ideia de que quem está de um dos dois lados está com o bem, enquanto o mal caracteriza definitiva e irremediavelmente os do lado oposto.

IDEOLOGIAS

Maus políticos, interesseiros e populistas, valendo-se, mesmo da religião – e esta, sim, calca-se numa base doutrinária fundamentalmente dualista e maniqueísta – é que conferiram às ideologias esses pretensos rótulos de boas e más.

Ideologias são visões de mundo que diferentes grupos sociais têm, buscando proteger seus interesses coletivos. Em princípio, não são boas ou más. São expressas por meio de ideias que formam a base doutrinária de partidos políticos. Partidos são partes de um todo. Protegem interesses coletivos que, necessariamente, não contemplam os anseios de uma nação inteira.

Evidentemente, há ideologias mais generosas que outras e há agrupamentos políticos que oferecem instrumentos mais voltados à igualdade de direito e à justiça social. A eles se tem denominado de progressistas, em contraposição ao conservadorismo de outros. Isso, no entanto, não lhes garante a supremacia e a posse exclusiva do bem e da verdade. Até porque nenhum agrupamento humano, por melhor que sejam as ideias por ele teoricamente defendidas, está infenso, na prática, à manipulação de pessoas inescrupulosas, interesseiras, hipócritas e aproveitadoras.

EM SÍNTESE

Por isso tudo, e em meio, mesmo, aos extremismos dessa polarização a que fomos levados pelo discurso de ódio de maus homens públicos, tenho buscado não medir ninguém exclusivamente pela régua política.

Rejeito a ideia de que quem está ou esteve, em determinado momento, ao lado do político A ou B, seja, necessariamente, igual a ele. Mesmo que eu jamais venha a apoiar quem abrace ideias com as quais, por princípios filosóficos, eu nunca concordaria, procuro não julgar o outro exclusivamente por suas preferências eleitorais.

Posições políticas sempre são precárias. Meras ferramentas na construção do progresso. Atendem interesses coletivos ou individuais válidos para aquele momento histórico. Não convém tomar líderes políticos como mitos, nem ideologias como salvadoras do mundo. Cidadão que assim procede pode estar tendo uma visão muito distorcida da exequibilidade das próprias ideias que defende. Ou, pragmático, esteja vendo seu candidato apenas como o meio capaz de derrubar o ídolo do outro, a seu juízo, pior que o dele.

A vida e o relacionamento plural me ensinaram que quem está do outro lado pode ser um sonhador, um ingênuo, um ludibriado, mas, nem por isso, um mal-intencionado. E frequentemente é nosso próprio pai, um irmão, um amigo querido. É um bom chefe de família, profissional responsável, bom colega, vizinho solícito, bem diferente do candidato que cultua ou do agrupamento político no qual detectamos tanto atraso e, às vezes, muita hipocrisia.

Artigo publicado no Jornal Abertura de outubro de 2024, gostaria de ler o jornal completo?

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sexta-feira, 4 de outubro de 2024

Jornal Abertura de outubro de 2024 - comemora os 25 anos do ICKS disponível online gratuitamente

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Nesta edição:

Matéria Principal – 3 páginas sobre os 25 anos de ICKS

O Espiritismo apoia e depende da democracia – Roberto Rufo

Polarização Política – Milton Medran

Os livros em nossas vidas – Cláudia Régis Machado

O que significa o espiritismo para mim – Alexandre Cardia Machado

Ecos do 24° Congresso da CEPA – Parte 4

Democracia: Uma utopia ainda a ser alcançada – 2ª Parte – Ricardo Nunes


domingo, 29 de setembro de 2024

Outono da Vida - por Cláudia Régis Machado

 

Outono da vida

Com o passar dos anos somos convidados a encarar mais um ciclo da vida, o envelhecimento, que com certeza traz questionamentos e dúvidas de como enfrentar esta jornada.

A Doutrina Kardecista nos coloca que somos espíritos imortais, numa trajetória evolutiva e contínua nos remetendo sempre a construir uma forma sadia para conduzir a existência; aproveitando-a para aprender, crescer e otimizar as oportunidades. O espiritismo sendo um norte, uma filosofia para qualquer conduta perante a vida.

A transição para esta nova estação da vida pede um olhar diferente - o corpo - já não é o mesmo, as limitações se fazem presentes, os desejos mudaram, os pensamentos evoluíram, as características existências e espirituais construídas muitas vezes exigem melhores adaptações.

É um turbilhão que não deve ser levado como um momento estacionário, mas de elaboração prática e aprazível para este novo tempo, pois as mudanças significativas afetam toda a maneira de usufruir o tempo e de como tirar maiores possibilidades das oportunidades que advirão.

Neste ciclo – envelhecimento - há o pensamento da proximidade da morte, mas existe vida, energia e aproveitá-la ou dar continuidade é importante e nesta consiste a nossa proposta.

Não posso dizer que é a melhor idade, mas que como todas as fases da vida há oportunidades para desfrutar, ser produtivo e aprender não necessariamente coisas novas, mas com a evolução do conhecimento e do saber é importante ressignificar o aprendizado, dar um sentido mais maduro às situações e às posturas que adotamos durante outros momentos e ciclos. Não deixando que as coisas do passado o identifiquem de uma forma estacionária, sempre tem algo que dá para melhorar no que somos e no que fazemos.

O caráter pedagógico da vida frase interessante que ouvi, deve estar sempre presente na condução de nossa existência.

Este ciclo da vida deve acompanhar as estações da alma, tem o inverno e tem o verão, interessante é não ver apenas as perdas e o sofrimento que possam ocorrer, mas também contemplar a vida. É um caminho que inclui o otimismo, a resiliência com plasticidade porque é um processo que tem idas e vindas. Num processo de repetição que sem dúvida necessita de vontade e constância.

Ele não ocorre de repente ele vem se mostrando aos poucos, melhor não os ignorar, é um outro momento que se for pensado e planejado com cuidado e com certa antecedência ajuda muito no êxito para que possa transcorrer com alegria e felicidade. Com disposição para enfrentar as surpresas que a vida nos propicia.

Como espíritas devemos planejar o envelhecimento para que a vida ainda tenha flores e alegrias não só doenças e decepções. Muitas vezes neste período, já aposentado profissionalmente, no entanto não constitui se aposentar da vida.

 Enquanto houver vida, mais motivo para se viver - vá em busca. Se sinta ativa. Entrar neste ciclo não é desistir da vida, talvez amenizar em vários aspectos, mas um fator importante é manter a curiosidade, estar ligado nas atualizações do mundo é fundamental.

Cláudia - Albacete - Espanha


“A mudança está sempre presente não temos como ficar estacionado em uma estação da vida”.

 As escolhas devem estar num quadro possível não é necessário seguir padrões em realizar isto ou aquilo, mas faça alguma coisa. Afinal você chegou até aqui não por acaso, você tem uma história, tem experiencia, tem um acúmulo de possibilidades e alguns talentos que podem ser mais bem desenvolvidos em questão a disponibilidade temporal ou empregados em outros situações.

Podemos direcionar o percurso. Talvez que mais norteia filtrar o que é essencial, ter foco. Não precisamos atender os padrões, não há uma única rota, podemos navegar não somos “marionetes do destino” podemos direcionar o percurso da forma possível.

Esteja aberto as novidades. Se reinvente. Aprimore seus conhecimentos. Renove contatos, se necessário peça ajuda muitas vezes.

Seja positivo, tudo na vida é um exercício, um caminho, um percurso que as estações da vida devem acompanhar. Isto tudo pode ser obvio, há muitas publicações sobre este tema, mas sempre é bom refletir e pensar em que momento você está.

Este artigo foi publicado no jornal ABERTURA de junho de 2024

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quinta-feira, 26 de setembro de 2024

Jornal Abertura - Janeiro -Fevereiro de 2024 - baixe aqui grátis

 Jornal Abertura - Janeiro -Fevereiro de 2024


    Chamada para o Congresso da CEPA maio 2024
    Servir: A maior das Virtudes - Roberto Rufo
    Cidades - Milton Medran
    Hora da Colheita - Cláudia Régis Machado
    As Diversas teorias sobre a criação do Universo - Alexandre Cardia Machado
    Jesus este mito que me atormentava - Marcus Videira


domingo, 15 de setembro de 2024

Entrevista e a Palavra da CEPA – feita por Alexandre Cardia Machado ao Presidente da CEPA José Arroyo

 

Destacamos a Entrevista e a Palavra da CEPA – feita por Alexandre Cardia Machado ao Presidente da CEPA José Arroyo 

 

A Palavra do CEPA - Entrevista de Alexandre Cardia Machado com José Arroyo - novo presidente do CEPA.

Resolvemos fazer algo diferente nesta Palavra da CEPA, optamos por entrevistar o novo presidente da CEPA, na conversa José Arroyo nos disse que gostaria de passar a chamar esta comunicação de “ Desde CEPA”, “Palavra da CEPA” passa um tom muito autoritário.

 

José Arroyo - Saudações Alexandre,

Primeiramente, obrigado pela oportunidade de responder essas perguntas para construir uma mensagem que possa ser facilmente lida, estudada e que nos permita comunicar com clareza o que temos feito ou o que faremos, da CEPA – Associação Espírita Internacional.

Alexandre – Quais as suas primeiras impressões ao ser presidente da CEPA? Um coletivo internacional.

José Arroyo – A primeira coisa que posso expressar é que ter sido escolhido para chefiar os planos da CEPA constitui uma honra e uma responsabilidade que levamos muito a sério, como tudo o que fazemos por amor e gratidão ao Espiritismo.

Ouso dizer, sem medo de exagero, que estamos sobre ombros de gigantes. Mulheres e homens de estatura construíram algo que hoje assume uma forma diferente, em sintonia com os tempos, com a maturidade das ideias e com os estilos de interação que nos caracterizam.

Foto com os Ex-presidentes da CEPA Dante Lopes, Jacira Jacinto, Jon Aizpúrua, o atual presidente de azul José Arroyo e Alexandre Machado e Cláudia Régis

Um olhar histórico sobre a trajetória, execução e alcance da CEPA durante estes últimos 78 anos evoca um sentimento de compromisso que nos ativa e motiva. Mas além do institucional, a visão panorâmica acompanhada de conversas adequadas com as pessoas que se nutrem do que a CEPA oferece, pode inspirar e reforçar a vontade de fazer mais. Refiro-me, por exemplo, às pessoas que confessam ter alcançado uma sensação de liberdade, de respirar amplamente, de se permitirem pensar e discordar, ao mesmo tempo que conseguem ser ouvidas e respeitadas, participando em atividades ou aproximando-se da CEPA; em contraste com grupos onde reinava uma intenção unificadora que neutralizava suas aspirações, pensamentos ou ideias que poderiam ser interpretadas como erradas ou incorretas.

Na CEPA, às vezes alcançamos pessoas que, de outra forma, estariam desinteressadas pelo Espiritismo ou ficariam frustradas com o que ele oferece, porque o que encontram não atende às suas necessidades de análise, estudos, debate e diálogo aberto e franco. É claro que o perfil laico, livre-pensador e humanista do Espiritismo, tal como representado pelo CEPA, não é necessariamente o que todo espírita procura, mas é isso que nos permite encontrar aquelas pessoas com ideias semelhantes que precisam vivenciar o Espiritismo como Kardec provavelmente pretendia que fosse: uma filosofia espírita de consequências morais, que se alimentava da ciência e que a escutava para interpretar o mundo e o universo a partir da cosmovisão do Espírito.

Apresentar esta perspectiva, de forma organizada, em diferentes países, regiões, culturas e línguas, é um desafio em si. Porém, tenho a sorte de contar com uma equipe de pessoas dignas de admiração e que sabem transformar uma visão e missão em ação. Isso nos encoraja imensamente e também percebemos solidariedade e apoio sincero, honesto e transparente.

Alexandre – Quais inovações você pensa em implementar?

José Arroyo – Para já estamos a rever todo o maravilhoso trabalho herdado e a familiarizar os novos membros das diferentes equipas ou comissões com o que foi feito e precisamos de manter. É verdade que também temos trabalhado para identificar algumas atividades ou iniciativas que poderiam ser realizadas de uma forma diferente e que oportunamente informaremos ao mundo inteiro.

Também utilizaremos as redes sociais, páginas ou canais da CEPA para poder divulgar o que fazemos, o que somos e o que não somos e não fazemos, de forma dinâmica, respeitosa, ampla e divertida. Isto nos permitirá servir nossas organizações afiliadas como um “Hub” ou espaço central a partir do qual, se alguém nos perguntar sobre grupos, reuniões, cursos ou workshops em seu país ou região, poderemos orientá-los a se comunicarem com um de nossos grupos Cepeanos. Por outro lado, é importante divulgar conteúdos Cepeanos atuais sobre o Espiritismo. Portanto, esta será a cola que unirá as nossas atividades de comunicação.

Alexandre – Após 3 meses de mandato é possível identificar as dificuldades e com base nisso traçar planos de trabalho?

José Arroyo - Estes últimos 3 meses, que se reduzem a 2 meses devido à nossa convalescença com COVID no final da celebração do maravilhoso 24º Congresso que tivemos em Porto Rico, foram para traçar estratégias e planos, recrutar pessoas e identificar ou mover recursos.

É inegável que uma organização com alcance internacional tem desafios únicos ou singulares. Alguns desses desafios incluem:

- Comunicar de forma eficaz tudo o que acontece no mundo da CEPA, que conta com contribuições de várias regiões do mundo.

- Divulgar as iniciativas que podemos desenvolver para apoiar as regiões e grupos, coletivos ou indivíduos da CEPA, permitindo-nos levar uma mensagem coerente em vários idiomas e superando limitações culturais.

- Quando se justificar e houver consenso maioritário, exprimirmo-nos com prudência e sensibilidade relativamente à linha ténue que por vezes separa o apoio aos Direitos Humanos do compromisso dos indivíduos com políticas/líderes ou pseudo líderes partidários, que polarizam estratégica e maquiavelicamente, sem cair nas redes da intolerância.

- O CEPA tem um perfil altruísta, como toda organização espírita deveria ter, mas os recursos financeiros estão em situação desigual em relação a tudo o que gostaríamos de fazer. Portanto, faremos o melhor que pudermos administrando as arrecadações ou doações recebidas com sabedoria, respeito e sucesso.

- Temos recursos humanos de altíssima qualidade e um sentido de compromisso com os nossos ideais que é evidente. Constatei que na CEPA não falta boa vontade, trabalho constante em cada região e criatividade para continuar desenvolvendo uma projeção atual, contemporânea e atual do Espiritismo para a sociedade em geral. Mas precisamos de mais mãos voluntárias, digitalmente qualificadas e atualizadas no uso da tecnologia para promover os nossos objetivos.

Como mencionei, estes são alguns desafios que temos pela frente e já existem ações em torno deles, que serão consolidadas e observadas ao longo dos próximos meses. Caminharemos devagar, mas com segurança. Daremos passos ágeis, mas sólidos. Não hesitaremos em aprender com os nossos erros e ouvir a voz amiga.

Além disso, essa gestão administrativa estará sempre aberta à voz e à inspiração dos Bons Espíritos, que sem dúvida sempre estiveram presentes.

Alexandre – Qual a mensagem otimista que o senhor quer passar aos espíritas livres?

José Arroyo – De norte a sul e de leste a oeste, sem falar de países ou grupos específicos e deixando de mencionar alguém, sentimo-nos acompanhados, apoiados e com grandes expectativas de liderar este grande grupo de pessoas e grupos empenhados.

Recebemos muitas lições boas da nossa ex-presidente Jacira Jacinto da Silva, então tínhamos um bom modelo a seguir. Também nos sentimos acompanhados pelos ex-presidentes da CEPA e isso é vital para nós.

Se eu encerrasse esta entrevista com uma mensagem otimista aos livres-pensadores que nos leem, seria essa: Não se escreveu a última palavra sobre o Espiritismo, mas apenas as primeiras. Agora, no alvorecer do século XXI, temos uma responsabilidade para com as próximas gerações de buscadores da verdade, de caminhantes espirituais, de espíritas insatisfeitos com os movimentos religiosos, de espíritas que raciocinam e questionam suposições, e para com todas as pessoas que não sabem que elas existem. um grupo alteritário, inclusivo, humanista e progressista com uma visão secular em relação às ideias espiritualistas.

Temos convicção de que o Espiritismo é de Kardec e nossa referência primeira é Kardec, apresentando suas ideias, preocupações e propostas à luz da contemporaneidade; Sabemos que podemos, sem medo ou timidez, observar Jesus como modelo de mediunidade e psiquismo equilibrado pela compaixão e solidariedade de quem vive o que prega; Reconhecemos que é um dever com honestidade, ética e verticalidade olhar para a sociedade atual, para além dos fatores económicos, políticos ou culturais, para lhes oferecer uma vida alternativa transbordante de espiritualidade, cheia de amor e sólida nos seus princípios. Para muitas pessoas, outros podem ser os caminhos que atendem a essas expectativas, para nós esse caminho se chama Espiritismo, sem sobrenomes, e faremos o possível para comunicá-lo, expressá-lo e exemplificá-lo.

Essa é a nossa proposta como coletivo, da CEPA, e é também a minha proposta como indivíduo, que assim como você, sou Espírito Espírita.

Gostou? Tem muito mais no Jornal Abertura de setembro.

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domingo, 8 de setembro de 2024

Saiu o Jornal ABERTURA de setembro de 2024

                                                                 Baixem aqui:


Neste edição:
Editorial - A morte de Celebridades
Páginas 2 e 3 - Entrevista do presidente da CEPA - José Arroyo
A Lei de Destruição - Roberto Rufo
30 anos (Jornal Opinião) Milton Medran
Estatísticas do ICKS
O Valor da Amizade - Cláudia Régis Machado
Sobre o GPCEB - Memórias Inesquecíveis
Água em Marte - coluna Abrindo a Mente - Alexandre Machado
Livraria virtual -física e e-books
Ecos do 24° Congresso da CEPA - Parte 3 com link pras palestras
Democracia: uma Utopia ainda a ser Alcançada - Ricardo Nunes




sábado, 31 de agosto de 2024

DEMOCRACIA: UMA UTOPIA AINDA A SER ALCANÇADA! por Ricardo de Morais Nunes

 

DEMOCRACIA: UMA UTOPIA AINDA A SER ALCANÇADA! por Ricardo de Morais Nunes

Temos defendido ao longo dos últimos tempos a importância dos espíritas pensarem as questões da política, da economia e da sociedade com vistas a poderem formar uma consciência mais ampla destas questões, de um ponto de vista filosófico, não partidário, como é obviamente o caso quando tratamos desses temas no âmbito do movimento espírita.

Acreditamos mesmo que tais reflexões podem propiciar aos espíritas um melhor desenvolvimento de seu   pensar político e  social , de um ponto de vista crítico, tendo em vista a uma melhor participação cidadã, de natureza humanista, nas diversas sociedades do mundo em que vivem.

Nesse campo temático se há uma discussão que realmente causa muita divergência, mesmo entre os espíritas estudiosos, é sobre o conceito de democracia. O que é afinal democracia? Conceito fundamental que precisa ser aprofundado, pois não basta dizer que somos a favor da democracia ou que somos contra as ditaduras. É necessário explicar o que entendemos por democracia.

É necessário iniciar a nossa reflexão lembrando que o conceito de democracia remonta à Grécia antiga. A pólis ateniense é o primeiro exemplo de democracia direta no mundo. Desde esse momento passou a ser comum remontarmos a essa origem, cantarmos em verso e prosa a democracia que surge em Atenas.

 Porém, é necessário irmos além e perguntarmos como funcionava essa democracia, era realmente democrática a pólis ateniense? Sabemos que não. Em Atenas apenas o cidadão da pólis tinha direito a se manifestar na Ágora. A maioria da população era de escravos, mulheres e estrangeiros que estavam excluídos da participação nos negócios da cidade-Estado.

A democracia grega, quando olhamos bem de perto, quando observamos a sua estrutura, não era tão perfeita assim. Claro que esses defeitos, olhando em retrospecto, não são suficientes para rejeitamos o grande avanço da proposta democrática grega.

De lá para cá muita coisa mudou. Muita água correu debaixo da ponte.

Tivemos o fim das cidades-Estado na Grécia sucedidas pelas várias dominações imperiais da antiguidade, o domínio teológico e político da Igreja católica, o poder dos monarcas, as revoluções políticas contra o poder dos monarcas, o poder dos burgueses, as revoluções contra o poder dos burgueses.  Passamos pelos regimes político-econômicos do tipo escravocrata, feudal, escravista colonial, capitalista e socialista. Passamos pela revolução agrícola, industrial e hoje digital.

No século XX, tivemos, ainda, ditaduras de direita, de esquerda, repúblicas teocráticas, Estados e legislações de segregação racial, imperialismo moderno, colonialismo, guerras de intervenção estrangeira, guerras civis, golpes militares e revoluções.

Como se não bastasse os fatos acima mencionados, em algumas nações, nas últimas décadas, infelizmente, tem ocorrido uma relação promíscua entre as instituições de Estado e a criminalidade comum, o que, sem dúvida, acentua   os problemas políticos e sociais, dificultando, ainda mais, a busca pela concretização dos princípios democráticos.

 Na grande maioria das nações do mundo, hoje, vivemos no sistema que podemos chamar de democracias liberais, representativas, de perfil econômico capitalista. Há alguns países que ainda ostentam, com maior ou menor intensidade, alguns princípios de seu período socialista, mas é possível contar esses países nos dedos após a dissolução da União Soviética e a queda do muro de Berlim.

O comunismo e o socialismo, em nosso tempo, nessas duas primeiras décadas do século XXI, não são mais ameaças ao sistema capitalista e às democracias liberais como insistem os ultradireitistas desse nosso momento histórico, que se utilizam do absurdo e falso argumento da “ameaça comunista” para solapar qualquer possibilidade de crítica ao capitalismo e a essas democracias.

Enfim, o que podemos verificar, hoje, é que as democracias liberais ainda são extremamente incompletas e que não realizam todo o potencial do ideal democrático. O grande modelo, para muitos, dessa democracia moderna, liberal, são os Estados Unidos da América.

 Porém, se olharmos para a realidade social destas democracias liberais com “olhos de ver” observaremos que essa democracia mínima tem sido tão sintonizada com os interesses do capital que muitas vezes ela se torna uma verdadeira antidemocracia nos países nos quais ela foi adotada.

 E, ainda pior, em nossos dias, mesmo essa democracia mínima, está sendo atacada com vistas a retrocessos inaceitáveis que seguem em direção a concepções neofascistas de sociedade que andam de mãos dadas com teorias e práticas econômicas neoliberais, as quais destroem qualquer ideia de justiça social ou bem-estar social.

Frequentemente, a política contemporânea, em seu melhor sentido, como representativa dos direitos dos cidadãos, tem sucumbido aos interesses do dinheiro, da acumulação e da riqueza de alguns poucos. Há necessidade, hoje, de realizarmos uma profunda crítica às sociedades que giram em torno do capital e esquecem o ser humano.

 Devemos, portanto, dizer, em alto e bom som, que, de um ponto de vista espírita, portanto, humanista, que privilegia o ser ao invés do ter, os interesses do “mercado”, do capital, das minorias privilegiadas em termos econômicos, não devem prevalecer sobre os interesses da sociedade como um todo.

É necessário, sob esse horizonte alargado de sociedade, voltarmos a acreditar que os homens e mulheres de nosso tempo, coletivamente, podem construir um destino político diferente, sendo imprescindível, em nosso entendimento, começarmos a construir um novo ideal democrático tendo em vista o futuro da humanidade.

Para esse objetivo é urgente nos descartarmos da ideia, muito útil aos que mandam no mundo e que estão confortáveis nas situações de injustiça e exclusão dos outros, de que não há outro mundo possível.

Nesta linha de raciocínio, devemos ter como premissa fundamental, que a   democracia ainda é a grande utopia a ser alcançada. Nesse sentido, é necessário elevar o nosso conceito de democracia, não nos contentando, apenas, com as chamadas liberdades formais, aquelas dos direitos e garantias do indivíduo perante as possíveis arbitrariedades do Estado.

2ª parte

Não há que se falar em democracia real sem considerarmos também as necessidades materiais dos cidadãos. Não é possível falar em democracia em um mundo de milhões de marginalizados no sentido do acesso aos bens fundamentais ao desenvolvimento da vida.

É necessário lembrar que, atentar contra a dignidade material das pessoas no nível fundamental da sobrevivência digna, é também atentar contra os direitos humanos. Há países que se dizem “livres” e “defensores da liberdade”, mas que atentam contra os direitos humanos no sentido do absoluto desamparo às condições materiais de vida de seus cidadãos. Liberdade para morrer de fome não é liberdade.

Pensamos que esta maneira de compreender os problemas políticos e sociais de nosso tempo corresponde plenamente aos generosos princípios que podemos encontrar em toda a obra de Allan Kardec, a qual nos convida à permanente transformação individual e coletiva.

 Entendemos que nós, espíritas, podemos auxiliar o processo de transformação dessa ordem de coisas, em primeiro lugar denunciando as sociedades que permitem a acumulação de riqueza nas mãos de uns poucos enquanto milhões, em nossos países e no mundo, se encontram privados do básico para uma vida digna e decente.

 Dessa forma, estaremos dando um primeiro passo fundamental no enfrentamento dessas situações que é o da conscientização do maior número de pessoas sobre esse grave problema de nosso tempo. O movimento espírita, com seus centros e instituições, pode colaborar muito nesse processo,  sendo claro que se não o fizer estará colaborando também, só que em um sentido contrário, favorecendo a alienação, portanto, o status quo, a exploração.

E, em segundo lugar, nós espíritas, podemos auxiliar o movimento geral de transformação social com a nossa participação, sempre pacífica em conformidade com os princípios de não violência ensinados pelo espiritismo, em todas as instâncias da palavra, da ação e da manifestação, que nos forem acessíveis no campo das lutas sociais.

Para isso, é necessário nos livrarmos dos conceitos superficiais e ingênuos de democracia e ditadura. É certo que todo espírita minimamente informado dirá, como um mantra religioso ou como uma verdade metafísica quase que vinda do alto, que é favorável à liberdade e à justiça social. Claro, não poderia ser diferente do ponto de vista filosófico-espírita. Isso é de uma evidência cristalina, mesmo em uma baixa compreensão da filosofia espírita.

Mas o que devemos ter em mente é que a conquista destes fatores, liberdade e justiça social, em sociedade, não ocorrerá simplesmente por gratuidade de Deus ou benevolência dos poderosos. Liberdade e justiça social devem ser conquistadas através das lutas sociais.

 É necessário levar em conta os interesses materiais em jogo, em uma palavra: a luta de classes. Mesmo que essa luta de classes, em nosso tempo, tenha adquirido características e peculiaridades distintas da época em que foi concebida teoricamente.

Sem uma compreensão dialética da vida social, dos conflitos de interesses em jogo, das resistências e pressões no campo prático da vida social, não avançaremos um milímetro nem mesmo na compreensão do que efetivamente acontece em nossas sociedades contemporâneas. E sem compreender, não conseguiremos contribuir.  

 É necessário termos claro que as nossas sociedades capitalistas contemporâneas não estão em conformidade com a ideia de justiça natural que encontramos nas propostas espíritas. E que só poderemos realmente ter um conceito mais amplo de democracia quando extinguirmos, socialmente, economicamente, e politicamente, os abismos materiais entre as pessoas, que as fazem tão diferentes em suas condições de vida, apesar da mesma humanidade.

 Não se trata de um objetivo fácil, é um horizonte a ser perseguido por todos que amam a justiça. Os espíritas entre eles.

Essa condição de maior igualdade, dará mais amplo sentido, até mesmo, ao processo da reencarnação dos indivíduos, porque poderíamos perguntar: de que adianta ao Espírito reencarnar em condições tão desfavoráveis que, muitas vezes, o fazem sucumbir em relação ao próprio objetivo da reencarnação, que é seu autodesenvolvimento intelecto-moral em sociedade?

 Na atualidade, há estudiosos que afirmam que vivemos a época do capitalismo pós-fordista, que privilegia a financeirização da economia ao invés da produção, deixando, portanto, nessa nova fase do capitalismo mundial, milhões de pessoas no mundo sem ter condições de acesso a um trabalho ou tendo como perspectiva apenas trabalhos precarizados.

Última parte

 Em O Livro dos Espíritos, publicado em meados do século XIX, época em que ainda não tínhamos no mundo um capitalismo tão desenvolvido, encontramos uma interessantíssima antecipação crítica às subjetividades que giram apenas em torno do capital, da acumulação, do ter.

 Tais subjetividades, ao longo do tempo, acabaram por criar, em uma união de interesses, um sistema, uma estrutura econômica-social-política, altamente favorecedora do egoísmo pessoal. Assim respondiam os Espíritos às perguntas de Kardec à época:

 Questão 711- O uso dos bens da terra é um direito de todos os homens? R: Esse direito é a consequência da necessidade de viver.

Questão 717- Que pensar dos que açambarcam os bens da terra para se proporcionarem o supérfluo, em prejuízo dos que não têm sequer o necessário? R: Desconhecem a lei de Deus e terão de responder pelas privações que ocasionarem.

Em um livro lançado do inicio da década de noventa do século XX, um teórico político norte-americano, Francis Fukuyama, ao verificar a queda do muro de Berlim e a decadência da União Soviética, propôs que a democracia liberal, de perfil capitalista, representava uma espécie de estágio máximo alcançado pela humanidade, uma espécie de “fim da história” quanto aos modelos políticos e econômicos que disputaram o século XX.

Várias décadas depois do lançamento da famosa obra, verificamos que nossas democracias liberais, ao invés de patrocinarem maior inclusão das pessoas aos seus benefícios, acabaram por acentuar, ainda mais, as contradições materiais no mundo.

A carência alimentar, o desamparo, a falta de acesso à saúde, à educação, ao saneamento básico, ao teto, as guerras e intervenções estrangeiras na soberania dos países e a destruição perversa do meio ambiente por razões econômicas ainda são uma realidade vivida na pele por milhões em nosso mundo, os quais são os “perdedores” desse sistema capitalista e dessa democracia liberal que quer nos convencer que todos seremos “vencedores”.

Acreditamos, portanto, que a história não acabou e que ainda nos cabe construir modelos políticos, sociais e econômicos, efetivamente democráticos, que realizem, concretamente, na vida social, os princípios da liberdade e da igualdade enaltecidos pela filosofia espírita e por todos os humanistas do mundo. Tememos que se não alcançarmos maiores patamares de democracia real, estaremos nos encaminhando para a barbárie.

 

 

Nota da Redação: Este artigo será publicado em três partes no Jornal Abertura de setembro, outubro e novembro de 2024.

 

 

sábado, 24 de agosto de 2024

Alerta aos Médiuns - Trabalho do II SBPE - Alexandre Cardia Machado

 

Alerta aos Médiuns

Alexandre Cardia Machado

Eng. Mecânico – Membro do GPCEB -  Santos – junho 1991

GPCEB – Grupo De Pesquisas Científicas Ernesto Bozzano

Apresentado no II SBPE – Simpósio Brasileiro do Pensamento Espírita – Santos 1991.

 


Agradecimentos

A Cláudia e Bruna[1] que se privaram de minha companhia para que este trabalho pudesse ser produzido. A elas toda a nossa admiração.

Esclarecimentos

Decidimos digitar este trabalho, a partir do original de 1991, que aquela época foi datilografado em máquina de escrever elétrica, assim permitiremos que muito mais pessoas possam acessar este documento. Eu estava lendo o livro – O Processo Mediúnico – Possibilidades e Limites na Produção do Conhecimento Espírita de Elias Moraes – editora AEPHUS de 2023. Me lembrei deste que foi meu primeiro trabalho apresentado em SBPE – no II SBPE em 1991 na cidade de Mongaguá.

Espero estar contribuindo para que enfrentemos o complexo mediúnico com mais tranquilidade.

1 – Introdução

Este trabalho é parte de um esforço maior elaborado por um grupo de entusiastas espiritas que vem desenvolvendo uma pesquisa juntamente com entidades do Plano Espiritual a respeito do processo mediúnico.

Problemas relacionados à prática de mediunidade no CEAK – Centro Espírita Allan Kardec foram aos poucos sendo observados por nossa equipe e pela equipe Espiritual, que nos enviou uma série de avisos, que gravamos e transcrevemos.

Estas recomendações foram compiladas e distribuídas a todos os médiuns do CEAK que, posteriormente, em reunião, as discutiram, desta discussão destacamos muitas colocações importantes feitas pelos médiuns, em ambiente de descontração e afetividade.

Muitas questões foram levantadas e serão apresentadas neste trabalho, servindo de ponto de partida para outras pesquisas e desenvolvimentos no campo da mediunidade.

Neste trabalho citaremos questões ainda não esgotadas pela literatura espírita, ao menos sob o aspecto científico e que surgiram durante esta dinâmica de grupo, são exemplos:

- A questão da dispersão do médium ou fixação excessiva em algum problema durante a reunião mediúnica, com o consequente prejuízo para a capacidade de comunicação mediúnica.

- A comunicação em línguas desconhecidas ao médium, suas dificuldades.

- A insegurança do médium quando transmite assuntos de cunho científico, medo de não possuir capacidade para tanto.

- A questão da ansiedade do médium face à necessidade quase obrigatória de dar comunicação mediúnica – abusos cometidos.[2][3]

 

2 – Metodologia

Este trabalho foi desenvolvido através da seguinte metodologia, que será logo a seguir devidamente explicada.

1-     Seleção de trechos de gravações das reuniões de pesquisa mediúnica, chamados por nós de “alertas” dados pelos Espíritos.

2-     Preparação do trabalho  - Alerta aos Médiuns”.

3-     Reunião com todos os médiuns (dinâmica) e coordenadores do CEAK.

4-     Gravação de toda a dinâmica em fita cassete.

5-     Elaboração do trabalho para apresentação no SBPE.

3 – Desenvolvimento

O CEAK, localizado na Rua Rio de Janeiro, 31 em Santos- SP conta com aproximadamente cem frequentadores assíduos (sócios) às suas diversas reuniões, dentre elas três mediúnicas.

A preocupação com relação ao comportamento dos médiuns do CEAK vem de algum tempo, desde as primeiras reuniões de desobsessão em que o GPCEB – Grupo de Pesquisas Científicas Ernesto Bozzano participou como observador, isto ainda em 1988, numa fase em que nosso grupo estava pesquisando Kirliangrafia e realizávamos experiências neste sentido com os médiuns do centro.

Aquela oportunidade decidimos iniciar um estudo profundo do Livro dos Médiuns e diversos pontos relacionados à mediunidade saltaram aos nosso olhos com relação ao observado nas reuniões e foram por assim dizer o “start! Para o desenvolvimento de uma ideia de trabalho de pesquisa mediúnica a ser elaborada pelo GPCEB.

Posteriormente quando fomos convidados a participar como membros efetivos de um trabalho novo no Centro, ou seja, a transformação da tradicional Reunião de Desobsessão em uma Reunião Mediúnica de Pesquisa. Necessário se fez acelerarmos estas observações.

Para melhor nos subsidiarmos, inicialmente desenvolvemos uma ficha de acompanhamento dos médiuns, as mesmas foram utilizadas durante o período de 12 de setembro de 1989 a 27 de março de 1990, ao todo foram preenchidos 48 formulários.

Resultados:

Apresentaremos a seguir alguns dados extraídos desta pesquisa são informações estatísticas que podem nos ajudar na analise dos problemas associados ao processo mediúnico.

Os dados mais significativos são:

·         62,5% das vezes em que estiveram mediunizados, os mesmos tiveram sensações físicas do tipo: frio, calor, felicidade, medo ou dor.

·         31% - O medo foi a reação mais observada.

·         43% dos médiuns puderam afirmar ter tido, com relação ao espírito comunicante alguma impressão durante o transe mediúnico, reações como: emocionalmente boa, má ou indiferente. Sendo que 31% deles tiveram uma impressão boa.

3.1 – Seleção de trechos de gravações.

Na medida em que evoluímos no nosso trabalho de compilação de comunicações mediúnicas, podemos notar um grande número de alertas que eram passados aos médiuns pelos Espíritos, chamando-lhes a atenção com relação a uma série de assuntos, tais quais:

·         Pontualidade e absenteísmo;

·         Bloqueio à comunicação por parte dos médiuns que em muitos casos tem dúvidas quanto a presença de um espírito comunicante;

·         Atitudes por parte dos membros da reunião que  prejudicam a manutenção da atmosfera adequada à reunião mediúnica;

·         Distração do médium durante a reunião;

·         Dificuldade do médium durante a reunião em perceber as tentativas de comunicação por parte dos Espíritos comunicantes;

·         Receio por parte dos médiuns em dar vazão às comunicações não ortodoxas, que são programadas pela equipe espiritual.

Estamos destacando aqui um destes “alertas”, esta comunicação foi dada por um Espírito denominado Rafael:

 “ ... gostaríamos que tivessem confiança nos trabalhos, que se não for assim não vamos conseguir chegar até onde desejamos. Sabemos também que as modificações[4] alteram também os próprios médiuns, mas tem que se acostumar com isto pois se se (sic) propuserem a vir até esta reunião para pesquisar, estudar, tirar dúvidas, é importante que cada um participe na melhor maneira possível”.

O GPCEB passou então a compilar estes alertas nas comunicações ocorridas entre 12 de setembro de 1989 a 27 de março de 1990.

3.2 – Preparação do trabalho “ Alerta aos Médiuns”.

Os membros do GPCEB: Ademar Chioro dos Reis, Marcelo Coimbra Régis e Gisela Régis Henrique, leram todas as comunicações dos diálogos gravados pelo grupo, um total de 28 comunicações em média de 45 minutos cada, destacando trechos nos quais os Espíritos faziam menção a problemas relacionados com os médiuns, com os coordenares e membros em geral da Reunião de Pesquisa.

Conforme fomos compilando estes trechos, verificamos que este material poderia possibilitar uma discussão mais ampla, envolvendo inclusive quem participa nas outras duas reuniões mediúnicas do CEAK.

Este material, chamado por nós de “ Alerta aos Médiuns” está como anexo a este trabalho[5].

Após uma reunião com os dirigentes do CEAK decidimos pela dinâmica de grupo envolvendo todos os médiuns do Centro para uma discussão destas mensagens. Esta dinâmica agregaria médiuns de diversos estágios de desenvolvimento.

3.3 – Reunião com os médiuns e coordenadores.

Foi marcada a reunião denominada “ ALERTA AOS MÉDIUNS”  para 14 de setembro de 1990. Todo o material para a dinâmica foi distribuído com uma semana de antecedência afim de que os participantes tivessem oportunidade de preparar-se para a reunião e para a discussão que já esperávamos que ocorresse.

A reunião foi coordenada pelo GPCEB, através dos componentes Alexandre Cardia Machado e Reinaldo de Lucia, contou com a presença do presidente do CEAK, coordenadores de reuniões mediúnicas e pela quase totalidade dos médiuns em atividade no CEAK, ao todo 22 pessoas.

A fim de direcionar o início da reunião havíamos selecionado alguns trechos para provar o debate e estávamos preparados para gravar tudo o que fosse discutido. A reunião teve duração de aproximadamente duas horas onde muitas colocações interessantes foram feitas, dentre as quais transcrevemos as que seguem:

1.      “ A confiança entre o doutrinador[6] e o médium é fundamental para uma boa comunicação mediúnica, em um grupo em desenvolvimento”.

2.      “ Nas reuniões do Centro existem muita comunicações mediúnicas repetitivas, muitas vezes em função dos Espíritos que vem sempre com problemas semelhantes”.

3.      “Pessoas que tem a mente muito dispersa ou fixada não servem para ser médium, o médium tem que estar na reunião – mente seletiva”.

4.      “Comunicação em línguas não conhecidas do médium são difíceis porque o Espírito tem que ditar silaba a silaba” (No livro dos Médiuns os Espíritos colocam que se faz necessário fazer uso do vocabulário do médium, portanto quando estas palavras não existem em sua memória há necessidade de ditar sílaba a sílaba, é o que se conclui de: - “Para traduzir as suas ideias numa linguagem articulada, transmissível, ele utiliza as palavras do vocabulário do médium”[7].

5.      “ O médium deve se colocar à disposição para a comunicação e não ter dúvida em relação à sua capacidade em falar sobre determinados assuntos”. (No caso de comunicações de Espíritos especialistas em determinados assuntos em que o médium não se sente seguro em falar).

6.      “ Muitas vezes a preocupação com o estudo e com a veracidade da comunicação acaba por fazer com que o médium bloqueie a comunicação”.

7.      “Os médiuns mais antigos do Centro tem um excesso de escrúpulos e policiamento muito mais do que o necessário”.

8.      “deveremos ter muito cuidado pela maneira como levamos as coisas aqui dentro porque a mediunidade é muito sutil”.

9.      “Alguns médiuns se policiam, eles acham que bloqueiam as comunicações”.

10. “ Se o médium se policiam, eles acham que bloqueiam as comunicações”.

11. “ A coordenação deve ter o cuidado para não frustrar demais o médium, tem que ter jeito ao falar com ele”.

12. “ Aqui no CEAK realmente tem pouca comunicação, porém, temos trabalhos de qualidade, porque não interessa ter muita comunicação sem interesse prático”.

13. “ Existem médiuns de diversos matizes, existem aqueles que evoluem e existem aqueles que nada acrescentarão”.

14.  “ Por que eu sou diferente dos outros médiuns? Eu não tenho dúvida sobre a origem da comunicação!

15. “ No CEAK nós nunca fomos fascinados pelos Espíritos, os nossos dirigentes espirituais não palpitam sobre coisas sem importância. Não temos guias, nunca haverá chance aqui para um Espírito vir aqui e dirigir o Centro e eles não querem.  O nosso Espírito principal chama-se Rafael e isto tem marcado todo o nosso trabalho mediúnico”. (J.R.)[8]

16. “ Só depois de 25 anos de Espiritismo é que fui trabalhar, ou melhor, participar de uma reunião mediúnica e neste tempo trabalhei muito para o Espiritismo”. ( Palavras proferidas pelo coordenador mais experiente do CEAK).

17. “ Na parte de segunda feira, quando a gente lê aquele trechinho, eu acho ótimo, adoro debate, a leitura é ótima”.

18. “ No começo eu tinha tremores nas mãos, agora não, estou mais calma e a comunicação é mais tranquila”.

19. “Alguns médiuns sentem as vezes alguma aproximação dos Espíritos ao longo do dia”.

20. “Já fui médium, atualmente preciso de um puxão de orelhas”.

21. “Na vida a pessoa para ser bem-sucedida é necessário que sua mente seja seletiva. Se estou aqui agora, só penso neste trabalho, quando em trabalho mediúnico procuro esquecer o resto e dedico-me ao trabalho”.

Analisando os 21 destaques poderíamos sintetizar no seguinte:

·         Em um trabalho mediúnico a relação de confiança entre o coordenador e os médiuns é de suma importância, há que se estar permanentemente avaliando a qualidade da comunicação. O Médium necessita preparar-se para a reunião e manter a sua mente apenas no trabalho a ser desenvolvido. O médium deve estar aberto às comunicações sejam elas quais forem, mormente em se tratando de reuniões de pesquisa. O policiamento deve ser feito quanto às atitudes que o Espírito intui ao médium e não no bloqueio da comunicação, este papel cabe ao coordenador. O trabalho do coordenador deve ser cuidadoso para não frustrar o médium em demasia.

·         O espiritismo reserva uma série de atividades importantes, dentre elas a mediunidade. É importante que o Centro Espírita tenha mecanismos de proteção quanto aos excessos do mediunismo.

Ainda nesta reunião foi perguntado ao grupo de médiuns presentes se algum deles tinha dúvidas sobre a autenticidade de suas comunicações, entre 15 médiuns presentes, 5 tinham dúvidas eventuais com relação a um possível animismo, ou seja 33%.

Allan Kardec a este respeito nos diz que só há um meio pelo qual os pesquisadores podem saber sobre a autenticidade da comunicação: “ Estuda as circunstâncias e a linguagem e distinguirás ... Por isso é  que te digo para observar e estudar”[9] .

Portanto, este é um trabalho constante a ser executado pelo coordenador, chamando a atenção do médium sempre que perceber que a comunicação é anímica para que ele não adquira o hábito de liberar qualquer ideia que lhe venha à mente.

Conclusão

O trato da mediunidade nos Centros Espíritas deve passar por uma revisão, através de uma maior carga de embasamento teórico, tanto por parte dos médiuns como também os coordenadores de reuniões.

A discussão de problemas reais ocorridos com médiuns, a exposição de dúvidas e situações vividas através de uma conversa franca e aberta entre todos os médiuns do Centro se realizada dentro de critérios e frequências adequadas podem eliminar distorções, ajudar o desenvolvimento mediúnico e ser uma base para pesquisas muito interessante, neste impressionante assunto denominado mediunidade.

Muito embora já pratiquemos a mediunidade de uma forma rotineira a mais de um século e muitos livros já tenham sido escritos neste campo, parece-nos que os estudiosos preocupam-se em demasia em classificar e dividir a mediunidade em várias modalidades. Havendo muito pouco material de estudo e pesquisa no campo do processo mediúnico propriamente dito. Quais fatores que afetam? Como ocorre? Etc.

O GPCEB tem procurado explorar exatamente este campo nas suas pesquisas. Nas Reuniões Mediúnicas de Pesquisa realizadas às terças feiras no CEAK, explora-se o grande potencial de conhecimento que representam estas reuniões, através da aplicação do Método Kardequiano.

Clóvis Nunes, no seu livro TRANSCOMUNICAÇÃO – Comunicação Tecnológica com o Mundo dos Mortos, livro este que trata da comunicação eletrônica com o Plano Espiritual, diz: “ as comunicações mediúnicas obtidas através dos médiuns, psicofônicos, psicográficos, de voz direta, etc. também constituem um importante grupo de Transcomunicação Mediúnica”. [10]

Hoje existem estudiosos pesquisando, criando equipamentos sofisticados para tentar uma comunicação direta com os Espíritos. Isto porque os Espíritas que já dispõe desta “facilidade” praticamente abandonaram as pesquisas desde o desencarne de Kardec.

Este trabalho de pesquisa realizado no CEAK retoma o Método de Kardec, buscando em conjunto com a Equipe Espiritual do Centro, desenvolver um trabalho a respeito do mundo espiritual. Mediunidade e as questões relacionadas à morte e a Reencarnação.

Um exemplo relacionado com o que tratamos aqui neste trabalho pode ser observado através da seguinte comunicação:

Espírito FD: data 9 de outubro de 1990.

Questão: O processo mediúnico pode ser considerado dentro da emancipação da alma? O Médium está emancipado? O pensamento entraria na mente e ele estaria em um estado extrassensorial?

FD – É uma sensação diferente e difícil mesmo de se entender e de se explicar. Só quando nós usamos esse intercambio é que damos valor ao encarnado que se predispõe ao uso da mediunidade, porque até então nós não conseguimos atingir como se dá o fenômeno. É uma coisa esquisita. Acredito que muitas vezes da cabeça de vocês poderá estar saindo: não, é o médium que está tentando resolver os problemas e responder as perguntas. Mas do outro lado, nós estamos também, pensando, como é possível o médium estar ali completo e nós queremos e o dele fica truncado e é o nosso que vale ...”.

Vejam como os campos se abrem, nós temos dúvidas e eles (Espíritos) também, estas questões estimulam o processo de pesquisa.

Ainda com relação à fidelidade na comunicação psicofônica nesta mesma reunião perguntamos a este Espírito.

Questão: As palavras que o médium está falando, que estamos ouvindo são exatamente as mesmas que você está pronunciando?

FC – “Nem todas, o médium tem o seu vocabulário e muitas vezes ele usa, apesar de haver uma rapidez, ele uso o seu vocabulário”.

Vejam bem esta limitação, o vocabulário do médium, é um ruído permanente na comunicação psicofônica e, portanto, um fator a ser considerado por médiuns e coordenadores, conforme está colocado no Livro dos Médiuns. “ O Espírito do médium pode alterar as respostas, adaptando-as as suas próprias ideias e as vezes as suas tendencias”.[11]

Como os trabalhos mediúnicos nos Centros Espíritas são basicamente os de desobsessão e de Consulta Espiritual, a precisão das palavras não chega a ser um problema grave, no entanto para a pesquisa avançada o significado das palavras tem toda a sua importância.

Gostaríamos de ressaltar a importância da divulgação dentro do Centro dos trabalhos desenvolvidos entre as diversas reuniões, a exemplo desta realizada no CEAK, para que, desta forma se possa comparar e evoluir nos diversos trabalhos mediúnicos. A este respeito um companheiro do Plano Espiritual que chamaremos da HP, em 15 de maio de 1990, fez a seguinte colocação a respeito de uma apresentação de um trabalho realizado pelo GPCEB e apresentado ao CEAK em reunião de estudos.

Pergunta: Foi feita uma apresentação dos trabalhos realizados aqui no grupo na sexta-feira passada. Qual foi a avaliação do grupo de vocês( Espíritos) desta apresentação?

Resposta HP: Não podemos dizer que foi 100%, mas foi uma apresentação boa, mas gostaríamos que todos participassem. Entenderam? Não só aqueles que expões, mas aqueles que ouvem, que escutam também pudessem dar a sua participação dentro do assunto ... Acho que um grupo maior talvez fosse mais interessante, convocar outras pessoas para outras reuniões e daqui partiria o material para isto”.

Foi exatamente o que fizemos com este “Alerta aos Médiuns” e o fazemos agora a proposta para que outros grupos adotem esta mesma sistemática para o bem dos Centros e da Doutrina Espírita.

Nas palavras de Herculano Pires, “ O conhecimento dos problemas mediúnicos exige estudo incessante das obras básicas de Allan Kardec, particularmente estudos permanentes do Livro dos Médiuns e leitura metódica da Revista Espírita de Allan Kardec ... sem estudo constante da Doutrina não se faz Espiritismo, cria-se apenas uma rotina de trabalhos práticos que dão a ilusão de eficiência. Estudo e pesquisa, observação dos médiuns, exigência de educação mediúnica, com advertências constantes para que os médiuns aprendam a se controlarem, não se deixando levar pelos impulsos recebidos das entidades comunicantes – esse é o preço de trabalhos mediúnicos eficazes” [12]

O próprio mestre Kardec, no Livro dos Médiuns, capítulo XXXI publica uma comunicação de Espírito Massilon que reproduzimos parcialmente a seguir. Esta comunicação tem a ver diretamente com tudo que acreditamos e presta-se muito bem a um ponto final deste trabalho.

“ Com que fim, na maioria das vezes, pedis comunicação dos Espíritos? Para obter belos trechos que mostrais aos vossos conhecidos do nosso talento e conservais preciosamente nos álbuns, sem lhes dar acolhida no vosso coração? Pensais que ficamos lisonjeados de comparecer às reuniões como a um concurso, disputando eloquência para que possais dizer que a sessão foi muito interessante? O que acontece quando recebeis uma comunicação admirável? Julgais que buscamos os vossos aplausos? Pois estais enganados ... a nossa finalidade é vos tornar melhores”.[13]

 

Sobre o GPCEB

Grupo de Pesquisas Espíritas Ernesto Bozano - formado por cinco jovens oriundos da MEEV – Mocidade Espírita Estudantes da Verdade do Centro Espírita Allan Kardec (CEAK) de Santos. Em sua primeira formação faziam parte os engenheiros Alexandre Cardia Machado, Marcelo Coimbra Régis, Reinaldo di Lucia e Vladmir Grijó e pelo médico Doutor Ademar Arthur Chioro dos Reis, posteriormente participa também a biomédica Doutora Gisela Régis Henrique.

II Simpósio Brasileiro do Pensamento -  agosto de1991

Realizado em Mongaguá, deu seguimento ao I Simpósio Nacional do Pensamento Espírita.  Nesta oportunidade os cinco membros do GPCEB apresentaram trabalhos: Ademar Arthur Chioro dos Reis – Mecanismo da Mediunidade – Introdução ao processo de comunicação mediúnica[14]; Alexandre Cardia Machado – Alerta aos Médiuns; Gisela Régis Henrique – Histórico e Método de trabalho sobre a formação de um grupo de pesquisas; Marcelo Coimbra Régis – O Centro Espírita do ponto de vista dos desencarnados; Reinaldo de Lucia – Emissões Energéticas à distância[15].

Fotos do grupo – GPCEB

Apesar da larga produção do grupo, poucas fotos sobreviveram ao tempo.


Foto retirada do Jornal Abertura – Em pé - Marcelo, Reinaldo, Cláudia, Alexandre, sentado Vladimir Grijó.


                                    Foto tirada no CEAK – Reinaldo, Ademar e de pé Marcelo

 

Notas de rodapé:

[1] Em 1991 um pouco depois desta apresentação no SBPE, Beatriz, minha segunda filha viria a nascer.

[2] Este artigo foi apresentado em sessão no SBPE juntamente com o eminente escritor espírita Nazareno Tourinho.

[3] Nota de atualização: Este trabalho foi redigitado e corregido gramaticalmente em agosto de 2024, 33 anos depois de ter sido apresentado no SBPE, por entendermos que ainda pode ser útil, pois os problemas relacionados com a mediunidade na prática, seguem sendo os mesmos.

 

[4] Rafael se referia à mudança da reunião de desobsessão para reunião de pesquisa mediúnica.

[5] Trata-se de 6 comunicações de Espíritos, transcritas como exemplo. Se alguém tiver interesse envie um Email a ickardecista1@terra.com.br que enviaremos o material ao interessado.

[6] Doutrinador aqui se refere ao coordenador da reunião e que em casos de desobsessão assume este papel de “doutrinador”.

[7] Livro dos Médiuns – Capítulo XIX, 17ª questão.

[8] JR – trata-se de Jaci Régis.

[9] O Livro dos Médiuns, capítulo XIX

[10] TRANSCOMUNICAÇÃO – Comunicação Tecnológica com o Mundo dos Mortos – Nunes, Clóvis, página 15.

[11] O Livro dos Médiuns – capítulo XIX.

[12] J. Herculano Pires, O Centro Espírita – página 15.

[13] Kardec, A - Livro dos Médiuns, capítulo XXXI – Dissertações Espíritas.

[14] Trabalho, após apresentação no CPDoc para revisão de pares formou o Livro - Mecanismo da Mediunidade – processo de comunicação mediúnica – Edição CPDoc.2005.