sábado, 13 de dezembro de 2025

Série Microfilme história do Abertura - Abertura de janeiro- fevereiro de 2011


Série Microfilme história do Abertura - Abertura de janeiro- fevereiro de 2011

 Estamos iniciando uma série de microfilmes, ou seja, publicando o Jornal Abertura em edições especiais.

Nesta edição especail - Descanso do Guerreiro, Jaci Régis havia desencarnado em 13 de dezembro de 2010.

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páginas 4 e 5 - Biografia de Jaci Régis  - por Ademar Arthur Chioro dos Reis



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página 8 - por Eugenio Lara




quinta-feira, 11 de dezembro de 2025

15 anos sem a presença física de Jaci Régis - por Gisela Régis

 15 anos sem a presença física de Jaci Régis


15 anos sem a presença física de Jaci Régis

Jaci Regis, meu pai querido, muito poderia escrever sobre ele, de quem tive o privilégio de ser filha e mais do que isso, sua admiradora e seguidora. Quinze anos de ausência física, desse pai atencioso, preocupado com a família e importante espírita de nosso tempo.

Poucos da multidão de espíritas puderam realmente conhecer e admirar a personalidade marcante desse incansável trabalhador, quer dos assuntos doutrinários, quer da benemerência dedicada à infância e às mães sofridas carentes à procura de uma vida digna junto de seus filhos.

Possuía uma energia de trabalho e mente criativa para novos projetos arrojados que faziam tremer as bases estabelecidas no pieguismo e nos valores envelhecidos pelo comodismo.

Meu pai, além da dedicação a família, que ao longo período de sua existência se corporificou no casamento, 6 filhos, 11 netos e uma bisneta, trabalhou por 63 anos, nas atividades ininterruptas, diárias, ao movimento espírita. Desde a adolescência ousou contrariar e enfrentar os velhos líderes do movimento espírita santista, cujos centros mais pareciam simulacros de igrejas e templos evangélicos do que casas de estudos e de divulgação da Doutrina Espírita.

Participando, no início, em 1947, da então Juventude Espírita de Santos, transformada em Mocidade Espírita Estudantes da Verdade. Durante seu tempo, acompanhou transformações política, social e tecnológica, com inteligência e flexibilidade. Sua existência terrena se pautou pelo trabalho no movimento espírita. Por ele, aderiu ao Lar Veneranda, onde permaneceu 47 anos e onde solidificou sua estrutura, seu trabalho assistencial, sua destinação. Uma obra de sua vida.

Formatou, também, o pensamento da Mocidade Espírita Estudantes da Verdade e, consequentemente, do Centro Espírita Allan Kardec em cuja direção trabalhou muitos anos, estabelecendo seu rumo doutrinário. Dirigiu o jornal Espiritismo e Unificação, da União Municipal Espírita, por mais de 20 anos. Depois, devido a ruptura, fundou o ABERTURA, em 1987 que continua hoje com a direção de Alexandre Cardia Machado. 

No meio das confusões da ruptura com o movimento religioso, fundou a LICESPE, - Livraria Cultural Espírita Editora, dentro do Lar Veneranda, em substituição à Dicesp que criou e presidiu no esquema unificador. E, enfim o ICKS - Instituto Cultural Kardecista de Santos, uma iniciativa que se encaminha vitoriosa, abrigando o SBPE, Simpósio Brasileiro do Pensamento Espírita, iniciado em 1989, como ousada reação ao fechamento imposto pela USE.

Desde sempre esteve às voltas com livros embora só tardiamente frequentasse a Universidade, obtendo três títulos, a partir dos 39 anos de idade. Laureou-se em três cursos superiores: Economia, Jornalismo e Psicologia, os dois primeiros em horário noturno por causa de sua atividade profissional como empregado da Petrobrás. Psicologia cursou quando já estava aposentado e foi sua última atividade profissional. A iniciação num Espiritismo religioso, cristão, levou a questionamento doutrinários o que o levou a seguir sempre caminho próprio, não atrelado a um ídolo ou ícone. Essa independência lhe rendeu, muitos dissabores, entraves, incompreensão e agressões. Todavia, jamais lhe tiraram o ânimo. Tinha algo a fazer e fez. Os desafios marcaram os seus passos.

O ideal, a inovação, a criatividade, bem como, a libertação dos estritos caminhos do pensar religioso estabeleceram seus caminhos. Analisava os fatos sem preconceitos, aceitar ou rejeitar, duvidar e prosseguir. Um jogo fascinante na busca de um centro de referência e reflexão. O fato de ser kardecista, de ter em Kardec a base do pensar, nunca lhe tolheu ou o cerceou. A crença é um direito e deve ser respeitada. Só que, com a visão, de livre pensador, aberto, progressista. Se tornou escritor, publicando oito livros que continuam sua obra.

Sua existência teve balanço bastante positivo, foi de grande ganho para todos que tiveram o prazer de sua convivência.

Essa pequena síntese que faço ao sabor da memória, me remete a todo um caminho no qual perfilou-se com pessoas de variadas expressões emotivas e intelectuais, com as quais aprendeu a conviver, a superar impulsos e perdoar atritos. Sessenta e três anos completos de trabalho doutrinário sempre com olhar atento e mantendo alto seu estandarte de trabalho. 

Ha 15 anos, sentimos falta de Jaci Régis, fundador do ICKS – Instituto Cultural Kardecista e seu principal líder intelectual, de seu pensamento claro e de seu calor afetivo. Jaci foi o grande incentivador do espiritismo laico, hoje bem sedimentado no continente sul-americano. Idealizador do Simpósio Brasileiro do Pensamento Espírita, que reuniu espíritas de todo o Brasil e de outros países, é sempre lembrado e citado por muitos participantes.

Este é um pequeno relato da vida profícua desse grande pai, desse grande homem. Espero que algumas pessoas, através de seus livros, se interessem e mergulhem nos seus ensinamentos. Eu como filha e que acredita na vida após a morte, sempre converso com ele através de pensamentos sentindo sua presença carinhosa próxima a mim.

 

GISELA REGIS

Artigo publicado no Jornal Abertura de dezembro de 2025. Jaci Régis desencarnou em 13 de dezembro de 2010.

Quer ler o jornal Abertura de dezembro:

domingo, 30 de novembro de 2025

Será que não estamos normalizando o mal? por Roberto Rufo e Silva

 

                      Será que não estamos normalizando o mal?

 

"O mundo não está ameaçado pelas pessoas más, e sim por aqueles que permitem a maldade" (Albert Einstein).

"Quem aceita o mal sem protestar, coopera com ele" (Martin Luther King Jr.)

 

                              

Genocídios são tratados como simples disputas , mera polêmicas. Aceita-se a permanência de uma situação fundada na infelicidade de muitos. Não estaríamos capitulando diante da situação do extermínio na faixa de Gaza, perpetrado por um governante doente e cruel?

Os horrores de George Bush no Iraque, Putin na Ucrânia, e outros malucos do século XX e XXI parecem não produzir nos seres humanos o horror ao terror dos governos, pelo contrário, parece ter produzido nas pessoas a normalização do absurdo. Para nossa felicidade e tranquilidade tanto o Espiritismo e o estoicismo nos indicam um caminho sereno para superação desse ambiente perturbador e além disso nos mantermos serenos.

 Pergunta 877 do Livro dos Espíritos - A necessidade para o homem de viver em sociedade ocasiona-lhe obrigações particulares? Respondem os espíritos: - Sim, a primeira de todas é a de respeitar o direito dos seus semelhantes. Aquele que respeitar esses direitos será sempre justo. No vosso mundo, onde tantos homens não praticam a lei de justiça, cada um usa de represálias e é isso o que faz a perturbação e a confusão de vossa sociedade. A vida social confere direitos e impõe deveres recíprocos. Texto brilhante e muito atual.

Em matéria do site O Antagonista foi abordado o seguinte assunto:

A frase da filosofia estóica que é um guia para o bem viver: o que significa Imperare sibi máximo?

Os ensinamentos da filosofia antiga, especialmente aqueles provenientes do estoicismo, possuem uma relevância que transcende o tempo. E podem nos ser muito úteis nos dias que correm. Segue a matéria do site:

"Os ensinamentos da filosofia antiga, especialmente aqueles provenientes do estoicismo, possuem uma relevância que transcende o tempo. Em um mundo contemporâneo, saturado de pressões e distrações, os conselhos de filósofos como Sêneca adquirem uma atualidade impressionante. A proposta de Sêneca sobre o autodomínio destaca-se por sua simplicidade e profundidade ao afirmar que a verdadeira força está em sermos senhores de nós mesmos.

Sêneca, um dos mais ilustres pensadores estoicos, enfatizava a importância do controle interno sobre o externo. Em sua visão, o poder autêntico não reside na supremacia sobre os outros, mas na capacidade de dirigir nossas próprias emoções e comportamentos. Essa ideia se condensa na célebre frase latina “Imperare sibi maximum imperium est”, que pode ser traduzida como “Governar a si mesmo é o maior poder”. Esse princípio estoico ressalta que a verdadeira liberdade e poder derivam do nosso domínio sobre o que pensamos e sentimos.

A dificuldade que prevejo para a sequência e atualidade do Espiritismo e do estoicismo é o fanatismo político dos dias atuais; hoje existem inúmeros "inocentes úteis" que dão suporte às loucuras dos populistas, demagogos e autoritários que vicejam atualmente no planeta Terra. Temos que superá-los com a certeza dos nossos conceitos, que se traduzem, a meu ver, num humanismo responsável e sereno. 

Concluo com uma frase do matemático e filósofo britânico Bertrand Russell (18.05.1872/02.02.1970): "O problema do mundo é que tolos e fanáticos estão sempre certíssimos, e os sábios, cheios de dúvidas".

Artigo originalmente publicado no Jornal Abertura de novembro de 2025 - gostou, quer ler o Jornal Completo?

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sexta-feira, 21 de novembro de 2025

Jornal Abertura - novembro de 2025

Em função da alteração do site da CEPA - Associação Espírita Internacional optamos por também oferecer o Abertura no blog, em forma de fotografias, os links não funcionarão, mas está permitida a leitura.

Quem preferir pode baixar, ou visualizar no novo site da CEPA:

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quarta-feira, 5 de novembro de 2025

Jornal ABERTURA novembro de 2025 - disponível grátis em pdf

 

Amigos divulgadores do Espiritismo, pedimos que repassem aos seus seguidores este Concurso Literário sobre o Tema – Mocidades ou Juventudes Espíritas, tão crítico ao Movimento Espírita como um todo.

Prorrogamos o prazo de envio de sinopses, agora até 15 de dezembro de 2025

                Quem preferir pode baixar, ou visualizar no novo site da CEPA:

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Baixe aqui - link anterior temporariamente indisponível

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terça-feira, 21 de outubro de 2025

A Questão da Nomenclatura - Reinaldo Di Lucia

 

A questão da nomenclatura – Reinaldo di Lucia

 

Publicado no Jornal Abertura de Santos em agosto de 1992

 

 O II Congresso Internacional de Transcomunicação Instrumental, realizado em São Paulo em maio último acabou sendo um elemento profundamente perturbador na ordem algo monótona do movimento espírita, mesmo sem ter esta intenção.

Esta perturbação deve-se, primeiramente, ao tema do Congresso: o fato de ter sido exposta a um público acostumado a ouvir apenas palestras de cunho evangélico a possibilidade de um contato com o  "Piano Espiritual” através de aparelhagem eletrônica, dispensando-se mesmo  a presença de um médium ostensivo na reunião,  causou um verdadeiro pânico. Que, no entanto, é facilmente explicável se considerarmos que a maioria absoluta das casas espiritas de nosso país baseia sua existência em reuniões mediúnicas de aconselhamento e/ou desobsessão, tendo os principais médiuns poderes quase ditatoriais, que as vezes estendem-se à própria vida dos frequentadores.

 Mas pode-se localizar ainda uma fonte de perturbação: a apresentação de um novo termo -  Transcomunicação Instrumental (TCI) - que mais que uma simples sigla passou a significar quase uma ameaça à Doutrina Espírita. Levantam-se então os defensores de uma suposta “pureza doutrinária” a proclamar que a TCI, tal qual a TVP (Terapia de Vidas Passadas), a Parapsicologia, e outras tantas descobertas modernas são doutrinas espúrias que tentam incorporar-se ao Espiritismo.

Mais ainda, chegam ao ponto de supor que os Espíritos envolvidos na pesquisa dessas paraciências são necessariamente de caráter inferior, já que manifestam algumas posições que contrariam a Doutrina Espírita.

Esta postura, mais do que ama preocupação com a possibilidade de descaracterização do Espiritismo, espelha um outro fator: o verdadeiro pavor que o movimento espirita possui do novo, da possibilidade que novas concepções venham a impor-se com a força da demonstração cientifica, subvertendo o status que e colocando em xeque a posição dos "donos de centro”.

 

E é exatamente nessa posição que reside o perigo de ver a Doutrina Espirita estagnar-se no tempo, estratificar-se em seus próprios conceitos, dogmatizar itens que mesmo Kardec considerava com simples opiniões sujeitas a verificação. Numa palavra, ver a Doutrina Espírita transformar-se  numa seita de cunho religioso, perdendo suas grandes forças, que são o poder de argumentação e a agilidade para acompanhar as descobertas da ciência.

Obviamente, não são defende aqui a tese de que a Doutrina Espírita deva acolher qualquer novidade mística, por mais estapafúrdia que seja, apenas acompanhar modismos. Entretanto, é necessário recordar que ela possui, ao lado de seu caráter filosófico (racional), uma estrutura cientifica (experimental), e  que, se àquela basta teorizar sobre o universo, a esta última cabe o dever de demonstrar suas leis, estando, portanto, sujeita à análise de fatos, por mais exaustivo que isso possa ser.

Esta análise de fato deve obrigatoriamente ser feita em conjunto com as ciências de investigação do universo, para que a ciência espirita não fique enclausurada em si mesma, desatualizando-se. Porém, para que isto ocorra, a ciência espírita deve, antes de mais nada, utilizar um vocabulário que permita o livre trânsito das informações. É por aí que deve iniciar-se a modernização da Doutrina Espírita.  

Analisando-se o Espiritismo em sus perspectiva histórica, observa-se que Kardec, como homem de ciência que era, empregava termos que eram utilizados pelos cientistas da época, como magnetismo, animismo, fluido, entre outros. Entretanto, o meio científico evoluiu sensivelmente desde a metade do século XIX, e a ciência espirita deve acompanhar esta evolução. Para isso, sugere-se, a título de exemplo, algumas alterações necessárias.

 

1) FENOMENOS ANÍMICOS. O termo animismo deve ter sido empregado pela primeira vez por Stahl, em seu sistema médico, considerando a alma como o princípio vital.  Atualmente onde não há a interferência de um Espírito desencarnado.

Na verdade, praticamente todos os fenômenos mediúnicos conhecidos podem ser produzidos por faculdades especiais de determinadas pessoas (comumente conhecidas como sensitivos). Sugere-se então o emprego dos termos FENÔMENO PARAPSIQUICO para aquele em que não há interferência de desencarnados, e  FENÔMENO MEDIÚNICO para aquele em que os desencarnados ocupam o papel preponderante.

2) FLUÍDO: A época de Kardec, vigorava a necessidade de meios materiais para a  transmissão de energias. Um exemplo disto é o conceito  de éter, um material sutil que preencheria o universo e serviria para a transmissão  da luz. A eletricidade e o magnetismo e também considerados fluídos, e Kardec estendeu o uso do termo a todos  os elementos matérias sutis postulados pela Doutrina Espírita.

 

Em nossos dias a palavra fluido é usada nas ciências físicas para designar qualquer líquido ou gás. Percebe-se facilmente a mudança total de sentido em relação à sua utilização por Kardec. O termo atual que mais se aproxima do conceito original é ENERGIA.

 

3) MENTE:  É muito comum, tanto dentro como fora do meio espirita, empregar indistintamente  mente e cérebro para indicar o elemento pensante do ser humano. Entretanto, de ponto de vista conceitual, o Espiritismo considera o Espirito como elemento inteligente, sendo o cérebro nada mais que um instrumento material de transmissão das ideias e controle do corpo. Deve-se tanto quanto possível, utilizar apenas termo ESPÍRITO para designar o princípio inteligente.

4) ALMA: O próprio Kardec define alma como sendo o Espírito encarnado. No entanto, nada difere um Espirito encarnado de um desencarnado, em sua essência. O termo alma, porém, está bastante desgastado, sendo utilizado para expressar os mais diversos conceitos, muitas vezes conflitantes entre si. É aconselhável que se empregue apenas ESPÍRITO.

Os exemplos acima são apenas alguns que se pode citar, dentre os muitos existentes. É importante lembrar que não se pode estabelecer um conceito filosófico sem ter suficientemente claro o significado dos termos usados para exprimir este conceito. É impossível fazer o Espiritismo acompanhar a evolução cientifica sem antes atualizar sua nomenclatura.

Reinaldo Di Lucia é engenheiro e membro do GPCEB

Conhece a homepage do ICKS - www.icks.ong.br

segunda-feira, 20 de outubro de 2025

sábado, 18 de outubro de 2025

O poder da fé e da política por Roberto Rufo e Silva

 

                                                      O poder da fé e da política

 

"A política é um bordel. Sempre foi e sempre será. Na verdade, é pior. O bordel é mais honesto. O sujeito paga e tem um serviço".(Luiz Felipe Pondé).

 "O mal do mundo é que Deus envelheceu e o Diabo evoluiu". (Millôr Fernandes).

 

Roberto Rufo e Silva

 Quem deseja ascender e se manter no poder se utiliza de várias estratégias espirituais ou filosóficas para arregimentar o maior número de seguidores e com isso pôr em prática a ideologia que lhe convém.

A cultura e a política são dois caminhos muito utilizados para se introduzir artigos de fé ou ideologias totalitárias nas mentes e corações dos cidadãos. 

Com seu aspecto mais racional e de equilíbrio emocional o Espiritismo procura, com pouco sucesso, introduzir conceitos que visem a evolução intelecto-moral da humanidade. O Espiritismo não fala às paixões, tão ao gosto dos líderes populistas e demagogos. Daí sua parca percepção junto ao conjunto da sociedade.

A literatura espírita em geral aborda temas como a vida após a morte, a reencarnação e a comunicação com os espíritos. A cultura espírita promove atividades assistenciais e educativas, valoriza a fraternidade, a solidariedade o que deveria influenciar o comportamento e as relações sociais dos seus seguidores. Sem arroubos de fé ou discursos revolucionários de tomada do poder pela força.

De larga influência nos meios de esquerda mundiais o filósofo marxista Antônio Gramsci viu com clareza em sua teoria da hegemonia cultural que o Estado usa , nas sociedades  ocidentais, as instituições culturais para conservar o poder. Logo para se alterar esse quadro urge que os grupos de esquerda assumam o controle dos meios culturais e de comunicação. Sua teoria obteve grande êxito nos países do ocidente, já que no países do leste europeu o estado totalitário sempre teve enorme poder sobre os  meios culturais. O cancelamento é hoje  uma ação muito utilizada em redes sociais por quem detém o poder dos meios de comunicação culturais e artísticos. Atualmente é um alto risco o livre pensar pois a patrulha ideológica, como descreveu o cineasta Cacá Diegues a respeito da crítica cinematográfica de sua época, hoje está instalada nas universidades  federais, nas redações de jornais e no sites. Ouso dizer que o Jaci Regis que conhecemos não teria o mesmo espaço hoje e sofreria na pele o processo de cancelamento. Depois de desencarnado o processo de apagamento já se instalou.

Do lado do "pensamento" espiritual de direita o perigo para a obstrução da evolução racional das pessoas é mais devastador ainda. O novo filme da diretora Petra Costa de nome Apocalipse nos Trópicos, se propõe a examinar a interseção entre a política e as lideranças evangélicas no Brasil. Ela filmou um ato convocado pelo pastor Silas Malafaia e ouviu uma declaração inflamada que lhe chamou a atenção: "Deus deve tomar o Executivo, o Legislativo e o Judiciário, e expulsar a escória desse país". E um dos pastores falava que "deus decretou o fim do governo do ímpio e falava da necessidade de uma guerra espiritual". As músicas eram sobre o apocalipse, os cultos falavam e associavam a pandemia ao apocalipse. Os pastores pediam ao governo Bolsonaro que ele criasse uma situação que aceleraria o fim do mundo e, portanto, a volta de Jesus.

Isso é uma teologia muito presente entre os evangélicos fundamentalistas no Brasil e nos EUA. Os aliados  dominionistas de Donald Trump acreditam nisso, e que acelerar o fim do mundo vai acelerar a volta de Jesus.

Dominionismo, também conhecido como teologia do domínio, é uma corrente teológica e política que interpreta Gênesis 1:28 como um mandado para os cristãos exercerem controle sobre a sociedade e suas diversas esferas, como governo, cultura (olha ela aqui de novo) e economia.

Nos resta o Espiritismo com sua visão otimista da vida, enfatizando a imortalidade da alma, a reencarnação como motor da evolução pela sucessão de aprendizados. A vida passa a ser uma oportunidade de crescimento, mesmo diante de adversidades. Se vai triunfar só saberemos num futuro muito distante.

Artigo Publicado no Jornal de Cultura Espírita - ABERTURA setembro de 2025. baixe aqui abaixo.

https://cepainternacional.org/jornal-abertura-setembro-2025/



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Roberto Rufo é Bacharel em Filosofia, colunista do Abertura e reside em Santos.


o link abaixo está temporariamente indisponível

https://cepainternacional.org/site/pt/cepa-downloads/category/45-jornal-abertura-2025?download=354:jornal-abertura-setembro-2025