ESTUDO EXPERIMENTAL SOBRE OS EFEITOS DO PASSE SOBRE O CRESCIMENTO DE COLÔNIAS DE BACTÉRIAS - Marcelo Coimbra Régis
(ENSAIO CLÍNICO RANDOMIZADO TRIPLO-CEGO )
I, INTRODUÇÃO
A força do método experimental se deve ao controle direto que propicia ao investigador aceitar as situações tais quais elas se apresentam.
Entre os diferentes estudos experimentais em Epidemiologia (“ciência que estuda o processo saúde-doença em coletividades humanas, analisando a distribuição e os fatores determinantes das enfermidades, danos à saúde e eventos associados à saúde coletiva, propondo medidas específicas de prevenção, controle ou erradicação de doenças, e fornecendo indicadores que sirvam de suporte ao planejamento, administração e avaliação das ações de saúde” (ROUQUAYROL e GOLDBAUM, 2003), os ensaios clínicos terapêuticos permitem avaliar a eficácia de um procedimento a partir da análise em sujeitos individuais.
Um ensaio clínico é um experimento onde selecionam-se indivíduos de 3 grupos, um que recebera o experimento e o outros 2 serão o controle. Os indivíduos do grupo experimental acionarão os mecanismos que está se procurando estudar, através da aplicação da emissão energética com a imposição das mãos . O grupo controle 1, funciona como passe-placebo, tentando emitir energia e o 2 grupo controle, não tentará a emissão energética.
O grupo experimental e os controles forma comparáveis em todos os aspectos, exceto naquele da investigação (emissão energética). Procurou-se parear os fatores aos quais se sabe ou se espera, influenciariam nos resultados, tais como idade, sexo, raça, estado de saúde.
I.I - PROTOCOLO
1. Justificativa e antecedentes do ensaio.
2. Objetivos específicos do ensaio.
3. Exposição concisa do desenho para investigação (mascaramento, modelos de aleatórios, tipos e duração do tratamento, número de pacientes).
4. Critérios para incluir/excluir os sujeitos do ensaio.
5. Busca dos procedimentos de tratamento.
6. Definição das técnicas utilizadas: clínicas, laboratoriais, etc.
7. Métodos de garantia da integridade dos dados.
8..Procedimento para aceite consciente dos participantes do ensaio.
9. Procedimento para análise dos resultados.
10. Conclusões.
A opção pelo ensaio triplo-cego, teve o objetivo de impedir problemas na observação.
Dessa forma, dividiu-se as placas aleatoriamente por um técnico que não participou de outras etapas do estudo, bem como, a avaliação microbiológica e a análise dos dados.
1. JUSTIFICATIVA E ANTECEDENTES
O passe (emissão energética próxima) é uma das práticas terapêuticas comumente empreendida pelos espíritos. Adeptos ou não, são atraídos aos Centros Espiritas na esperança de obterem alívios de seus sofrimentos físicos e psíquicos.
A maneira pela qual haveria ação física e psíquica do sujeito emissor (E) para o receptor (R) ainda não foram estudadas. Acredita-se que o passe propicie a mobilização de energia transferida do E para R com resultado terapêutico relativo.
Como fatores condicionantes poderíamos citar: a intencionalidade e capacidade energética do E, e a postura mental, como o desejo de obter melhoria, do R, na construção de um ambiente favorável. Com certeza, mesmo os que acreditam na eficácia do passe, admitem tratar-se de um procedimento subjetivo, mediado pela fé-confiança e vontade entre E e o R.
O GPCEB procurou com este ensaio pesquisar os efeitos do passe, de forma objetiva e experimental, baseados em resultados e trabalhos precedentes na literatura existente.
2. OBJETIVOS ESPECIFICOS DA PESQUISA
Avaliar o efeito da ação/interferência (inibidora ou estimuladora) do passe aplicado sobre colônias de bactérias através de metodologia que esteja adequada ao rigor da pesquisa e do método científico. Para tanto, fizemos a análise estatística dos dados encontrados comparados ao grupo controle.
Além de avaliar a diferença estatística que comprove a capacidade de interferir na ação estimuladora/inibidora em colônias de bactérias de emissores habituais do passe (EP) e outros que não tem essa função (NP) comparáveis em todos os aspectos.
HIPÓTESES EM ESTUDO
EP. # C
EP # NP
NP = C
Procurou-se, neste trabalho, testar estatisticamente, as hipóteses explicativas acima levantadas.
3.DESENHO DE INVESTIGAÇÃO
O desenho de investigação a ser implementado neste estudo foi um ensaio clinico-terapêutico randomizado triplo-cego, esquematicamente apresentado abaixo
Foram selecionadas 300 placas de Petri estéreis com meio de cultura apropriado dentro dos padrões da microbiologia. Nelas, foram semeadas um valor equivalente de colônias da mesma espécie e numeradas (1 a 300). Então, foram separadas em três grupos de 100 placas cada.
O primeiro grupo recebeu a sigla EP e foram acondicionadas em 5 caixas com 20 placas cada. O segundo grupo, de sigla NP e o terceiro de sigla C, também foram separados em 5 grupos com 20 placas cada.
Foram acondicionadas de forma adequada, com o controle de interferências, tais como, temperaturas transporte, contaminação. No laboratório, o técnico procedeu a semeadura das colônias. Por 5 dias consecutivos, sempre no mesmo horário, as caixas foram retiradas das estufas e abertas pelo técnico. Então, o grupo, composto de 5 emissores de passe (EP) fizeram a imposição das mãos sobre as 100 placas EP com o objetivo de inibir/acelerar o crescimento das bactérias. O grupo (NP), composto também por 5 pessoas, não emissoras de passe, também fizeram a imposição das mãos sobre as 100 placas NP também com o objetivo de inibir/acelerar seu crescimento. Este grupo, foi denominado de grupo placebo (passe-placebo. E o terceiro grupo (C) também constituído de 100 placas foi o controle.
A análise da inibição/crescimento das colônias foram registradas em planilha pelo técnico responsável.
4. CRITÉRIOS PARA INCLUSÃO E EXCLUSÃO DOS PARTICIPANTES
O critério para inclusão ou não dos participantes, foi não acumulativo. A escolha e definição foram feitas antes do início do estudo. Essa definição do grupo EP baseou-se nos propósitos do estudo e a facilidade de acessibilidade dos participantes.
Os participantes do grupo EP foram escolhidos pelos seguintes critérios :
- Experiencia prática na emissão energética;
- Viver na cidade de Santos/SP;
- Não ter feito uso de nenhum medicamento antes de 30 dias que antecederam os experimentos;
- Não ter tido qualquer patologia nos 30 dias que antecederam os experimentos.
Os participantes do grupo (NP) forma escolhidos a partir dos seguintes critérios:
- Não serem espiritas ou adeptos de qualquer religião ou crença filosófica que incorpore a prática do passe;
- Não ter frequentado anteriormente entidade que aplique passes, bem como não ter recebido passes;
O pareamento dos grupos EP e NP foi obtido pelos critérios : sexo, idade, grau de escolaridade.
5. PROCEDIMENTO
Os participantes dos grupos EP e NP foram orientados a seguir os seguintes passos:
- Após a abertura das caixas estender as mãos sobre as placas em uma altura de cerca de 30 cm;
- Durante 3 minutos, os participantes deveriam concentrar seus pensamentos com o objetivo de estimular ou inibir o crescimento das bactérias;
- A seguir, as caixas foram fechadas e reconduzidas a estufa;
- Cada caixa ficou a uma distância de 1 metro das demais, inclusive as placas controle (C), com objetivo de evitar interferências;
O técnico responsável pelas analises fez as observações em períodos diferentes e sem a presença dos pesquisadores e participantes dos grupos.
Antes de cada sessão o roteiro e explicações foram orientados nos procedimentos a serem executados.
6. TECNICA E ANALISE LABORATORIAL
A técnica utilizada para a confecção das placas bacterianas foram as usuais pelos técnicos de laboratório. O responsável pela semeadura das placas tem essa única função, não participando de nenhuma outra fase do estudo.
A análise microscópica do crescimento das bactérias, e resultados estatísticos, foi realizado por um técnico, com desconhecimento do propósito do estudo.
O médico responsável pelo laboratório, supervisionou todas as etapas.
7. MÉTODOS PARA GARANTIR A INTEGRIDADE DOS DADOS
Além dos procedimentos descritos anteriormente, a integridade foi garantida pela participação de um investigador externo alheio as etapas do trabalho, para a análise dos dados.
Os potenciais vícios foram controlados tomando-se como essencial o desenho triplo-cego:
- Distribuição das placas aleatoriamente;
- Mascaramento que se faz aos participantes nos ensaios clínicos;
- Análise laboratorial de forma cega;
- Análise estatística dos dados também de forma cega;
8. PROCEDIMENTO PARA ACEITE CONSCIENTE DOS PARTICIPANTES DO ENSAIO
Todos os participantes receberam copias do protocolo e documento assinado de acordo com a participação.
Os participantes do grupo NP foram selecionados com o auxílio do Departamento de Pessoal do Hospital que forneceu uma lista de identificação dos participantes compatíveis com o pareamento.
Não houve remuneração e ou gratificação para quaisquer envolvidos em todas as fases da pesquisa.
9. PROCEDIMENTO PARA ANÁLISE DOS DADOS
Na análise dos dados procurou-se responder quantas vezes mais um grupo interfere nas colônias de bactérias: EP interfere mais que NP?
10 – Conclusões:
Os testes foram paralisados porque a escolha de Placas de Petri com bactérias não era adequada, para as frequências de passes utilizadas, o crescimento era muito rápido. Então o que se aprendeu com isto é, selecionar melhor as bactérias, os meios de alimentação, as frequências de passe e como retardar o crescimento, ou manter a distâncias entre os pontos onde se depositam as bactérias.
NR- Este trabalho foi feito nos anos 90 do Século XX.
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