quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Considerações sobre a Reencarnação - Jaci Régis

A Lei divina não cogita de ética ou moral. Ou seja, Lei Natural não é uma lei moral.


A ética e a moral são estágios criados a partir da racionalidade.




Nos estágios pré-humanos da vida terrena, o princípio da sobrevivência determina o comportamento, sem considerações de reciprocidade. Apenas o treinamento dos fatores que, posteriormente, comporão o comportamento do ser racional.

Na visão evolucionista, o princípio inteligente conhece nos conflitos da experiência que define o seu processo de desenvolvimento, a reciprocidade natural entre ação e reação, nos campos das relações de sobrevivência. Depois, no desencadeamento das mutações, ele sofrerá as consequências do choque da convivência e inscreverá na sua mente perene os rigores das respostas. A decorrência será a estruturação dos valores que se chamarão depois de “ética”, ou seja, a definição básica do certo e errado, bem e mal.

Já a moral é estabelecida pela autoridade, dentro de padrões criados pela observância das necessidades de manter um relativo equilíbrio nas relações humanas no círculo em que se desenvolvem, e também para garantir o poder.

Aí nascem as noções sobre o poder sobrenatural, a delegação de poderes a missionários e profetas, com as noções da culpa e da punição.

Ainda que esses sejam elementos historicamente encontrados nas civilizações de todos os tempos, constituem uma moral relativamente mutável, adaptável.

Não se pode confundir a reciprocidade da lei de causa e efeito com a polarização entre culpa e castigo, que numa serie infinita limitaria drasticamente o desenvolvimento do ser espiritual, perdido na circularidade permanente.

Somente essa perspectiva poderá dissolver a aparente contradição entre o livre-arbítrio como instrumento de expansão e evolução do ser espiritual e a Lei. Isto é, não existem limites morais na Lei. Os limites não estão fora, mas delineados e funcionam inevitavelmente dentro do universo pessoal, nos mecanismo do processo de causa e efeito.

A lei de causa e efeito é o princípio fundamental de balanceamento e reajuste constante da rota desdobrada pelo ser, na trilha evolutiva. Esse jogo permite a construção e reconstrução do equilíbrio interno.

Não se confunde, todavia, a questão da culpa como conseqüência da infrigência dos valores elegidos pessoal ou coletivamente, com o instituto da culpa como ação divina, resultado de um julgamento exterior. A pena de Talião é expediente que o próprio ser promove nos trâmites da culpa e da reparação.

A própria Lei Natural ou divina estabelece os mecanismos de manutenção do equilíbrio, definido como fator de balanceamento dos fatores concorrentes, visando o objetivo de manutenção e expansão positiva do conjunto.

O processo evolutivo do ser é instável porquanto ele estagia no nível de imperfeição natural em constante mutação, gerando desequilíbrio que, na reciprocidade da lei de causa e efeito, promove o equilíbrio, seja internamente, seja na relação com o outro, com o ambiente.

O livre-arbítrio, essa liberdade essencial, poderia levar à anarquia incontrolável, não estivessem gravados na consciência os parâmetros da Lei, construídos no conflito existencial.

Na trajetória evolutiva do ser espiritual, os fatores externos provocam repercussões que mobilizam suas potencialidades, reestruturando níveis mentais e motivações. Esses confrontos causam dor e sofrimentos que produzem situações penosas e insatisfatórias.

O equilíbrio é a felicidade ou a condição de satisfação e compensação do ser, ou se quisermos, podemos chamar de Eros.

A infelicidade é a quebra do equilíbrio com a criação de estados de desconforto e desintegração mental, ou se quisermos, podemos chamar de Morte ou Tanatos.

O interesse de preservação, ou instinto de conservação, que se instala no ser desde o início, e a necessidade que lhe é inerente de participar de relações compensatórias com semelhantes, são as forças propulsoras que o movem para a procura da homeostase.

A “inscrição na consciência” dos valores da Lei se dá, como se viu, na própria vivência dos conflitos e pelo desejo de preservação do ser e constitui, no tempo, os fundamentos da ética, considerada como o fator que estabelece o julgamento dos fatores para a persistência do ser.

No período humano, a ética e a moral se expressam, inicialmente, com o nascimento dos tabus, dos medos diante dos fatores naturais, nos mistérios do nascimento e da morte, e apelação para as forças sobrenaturais, no interesse da preservação pessoal e grupal.

Assim, como as forças do universo energético seguem um curso aparentemente ao acaso, mas permanecem dentro do fluxo orientador da Lei, o ser espiritual também parece seguir uma forma anárquica, sem limitações. Todavia, através dos mecanismos da Lei instalados pela experiência na mente do Espírito, o equilíbrio se faz invariável, mas não imediato.

Na dinâmica do processo, o que, dentro da visão sensorial sugere o caos, o acaso, na verdade, caminha para a busca do equilíbrio. A questão, nessa visão sensorial, se complica pela variável do tempo, cronológico ou sensível.

No modelo que estamos pensando, a evolução do ser inteligente só tem sentido se considerarmos a vida dele como uma estrutura imortal, dotado de um sentido natural de autopreservação, de imortalidade, realizada atemporalmente, da mesma forma que as mutações do mundo energético se impõem como condição de efetivação.

Nesse modelo não cabe o acaso, nem a vacuidade de intenções, pois há sempre a intenção de alcançar o patamar da satisfação, tanto na realização dos fenômenos biológicos e físicos, como nos fenômenos da consciência.

Não fora assim e o universo energético e a vida inteligente não teriam sido possíveis.

Não se trata de nenhuma imposição moral ou retaliação divina. O que se grava na consciência, quer dizer na memória profunda do Espírito, é os resultados das contradições vividas a partir do exercício vital, dentro do básico princípio de causa e efeito. Essa “consciência” retrata a realidade das reações aos atos e ações realizadas que, ao longo da experiência, estabelecem uma reação automática, condicionante, a motivando e ajuste imprescindível para o equilíbrio do ser, no conflito do conforto e desconforto existencial.

Não estamos esquecendo o valor das interações, dos conflitos entre as pessoas e a influência dos mortos na vida dos vivos. Nem a influência de entidades mais equilibradas na indução de encontros e respostas. Estamos enfatizando a auto-evolução, a escolha e principio do certo e do errado na decisão pessoal e coletiva.

Artigo recuperado e publicado no Jornal Abertura em agosto de 2012

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terça-feira, 6 de novembro de 2012

O que eu penso sobre crianças índigos e cristais? por Cláudia Régis Machado


Cláudia Régis Machado



A autora deste artigo é Psicóloga, com Pós Graduação em Psicopedagogia, autora do livro infanto-juvenil - Kadu e o Espírito Imortal e da Revistinha - Desafios do Kadu

Este tema retoma espaço devido à novela das seis horas “Amor, eterno amor” da Rede Globo que trata, como pano de fundo na trama, da existência destas crianças.


Foi uma onda, que começou no movimento “new age” (1982) onde a parapsicóloga Ann Tappe que por ter a possibilidade de ver a aura, observou que das crianças nascidas a partir do final dos anos 70, tínham ,segundo ela, uma aura azul, daí surgiu a expressão índigo. Tornando-se mais popular em 1999 depois da publicação do livro Crianças Índigos (Lee Carroll e Jan Tober) obtido por comunicação mediúnica.

Este tema já foi trazido ao jornal Abertura em agosto 2007 por Marcelo Régis que fez uma reflexão da qual compactuo. Divaldo Franco e alguns do movimento espírita trabalham com a ideia de crianças índigos e cristais como crianças especiais. Uma nova geração de espíritos reencarnantes, vindo de outra estrela, com o objetivo de iniciar a transição do planeta Terra para um mundo melhor.

Lendo como o assunto é abordado no Movimento Espírita, no fundo me entristece, como é possível que se apeguem a comunicações mediúnicas sem qualquer critério de avaliação e sem fundamento científico.Colocam que as publicações que Criança Índigo - são uma condição humana defendida pela pseudociência e a parapsicologia.

Uma Criança Índigo seria aquela que apresenta um novo e incomum conjunto de atributos psicológicos e que mostra um padrão de comportamento geralmente não documentado ainda. Geralmente são crianças irrequietas, inteligentes, onde os limites não são fáceis de serem estabelecidos.

Embora alguns livros tenham sido publicados nos últimos anos, não há comprovação científica sobre o fenômeno, bem como inexiste um sistema de classificação "crianças índigo" e "crianças cristais" , sendo mesmo até rejeitado por conselhos de pediatria e especialistas em educação infantil.

Não encontrei nenhum estudo que analise essas crianças levando em consideração o ambiente social, a modificação dos parâmetros da família, os novos valores da geração ou os novos modelos estruturais das famílias. Geralmente as explicações são cheia de especulações e ilações fantasiosas e místicas. Mostrando espíritas com uma grande dificuldade de ver a população do planeta Terra, capaz de buscar a evolução pelo seu esforço e empenho, insistindo na necessidade da vinda de seres especiais para provocar esta melhora.

Parece que não consideram a evolução como um processo natural aonde cada um vai conquistando a sua melhora com dedicação, persistência absorvendo as modificações culturais, econômicas e de progresso do próprio planeta. Infelizmente os espíritas e o movimento se envolve com assuntos nos quais a abordagem não é consistente e acabam por mostrar uma doutrina arraigada as explicações mediúnicas e religiosas.

Artigo originalmente publicado no jornal ABERTURA em junho de 2012

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Entrevista com a Psicóloga Cláudia Régis Machado

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Resposta da atividade da Coluna Brincando com Kadu


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