Alerta aos Médiuns
Alexandre Cardia Machado
Eng. Mecânico – Membro do GPCEB - Santos – junho 1991
GPCEB – Grupo De Pesquisas Científicas Ernesto Bozzano
Apresentado no II SBPE – Simpósio Brasileiro do Pensamento
Espírita – Santos 1991.
Agradecimentos
A Cláudia e Bruna
que se privaram de minha companhia para que este trabalho pudesse ser
produzido. A elas toda a nossa admiração.
Esclarecimentos
Decidimos digitar este trabalho, a partir do original de
1991, que aquela época foi datilografado em máquina de escrever elétrica, assim
permitiremos que muito mais pessoas possam acessar este documento. Eu estava
lendo o livro – O Processo Mediúnico – Possibilidades e Limites na Produção do Conhecimento Espírita de Elias Moraes – editora AEPHUS de 2023. Me lembrei
deste que foi meu primeiro trabalho apresentado em SBPE – no II SBPE em 1991 na
cidade de Mongaguá.
Espero estar contribuindo para que enfrentemos o complexo
mediúnico com mais tranquilidade.
1 – Introdução
Este trabalho é parte de um esforço maior elaborado por um
grupo de entusiastas espiritas que vem desenvolvendo uma pesquisa juntamente
com entidades do Plano Espiritual a respeito do processo mediúnico.
Problemas relacionados à prática de mediunidade no CEAK –
Centro Espírita Allan Kardec foram aos poucos sendo observados por nossa equipe
e pela equipe Espiritual, que nos enviou uma série de avisos, que gravamos e
transcrevemos.
Estas recomendações foram compiladas e distribuídas a todos
os médiuns do CEAK que, posteriormente, em reunião, as discutiram, desta
discussão destacamos muitas colocações importantes feitas pelos médiuns, em
ambiente de descontração e afetividade.
Muitas questões foram levantadas e serão apresentadas neste
trabalho, servindo de ponto de partida para outras pesquisas e desenvolvimentos
no campo da mediunidade.
Neste trabalho citaremos questões ainda não esgotadas pela
literatura espírita, ao menos sob o aspecto científico e que surgiram durante
esta dinâmica de grupo, são exemplos:
- A questão da dispersão do médium ou fixação excessiva em
algum problema durante a reunião mediúnica, com o consequente prejuízo para a
capacidade de comunicação mediúnica.
- A comunicação em línguas desconhecidas ao médium, suas
dificuldades.
- A insegurança do médium quando transmite assuntos de cunho
científico, medo de não possuir capacidade para tanto.
- A questão da ansiedade do médium face à necessidade quase
obrigatória de dar comunicação mediúnica – abusos cometidos.
2 – Metodologia
Este trabalho foi desenvolvido através da seguinte
metodologia, que será logo a seguir devidamente explicada.
1-
Seleção de trechos de gravações das reuniões de
pesquisa mediúnica, chamados por nós de “alertas” dados pelos Espíritos.
2-
Preparação do trabalho - Alerta aos Médiuns”.
3-
Reunião com todos os médiuns (dinâmica) e
coordenadores do CEAK.
4-
Gravação de toda a dinâmica em fita cassete.
5-
Elaboração do trabalho para apresentação no
SBPE.
3 – Desenvolvimento
O CEAK, localizado na Rua Rio de Janeiro, 31 em Santos- SP
conta com aproximadamente cem frequentadores assíduos (sócios) às suas diversas
reuniões, dentre elas três mediúnicas.
A preocupação com relação ao comportamento dos médiuns do
CEAK vem de algum tempo, desde as primeiras reuniões de desobsessão em que o
GPCEB – Grupo de Pesquisas Científicas Ernesto Bozzano participou como
observador, isto ainda em 1988, numa fase em que nosso grupo estava pesquisando
Kirliangrafia e realizávamos experiências neste sentido com os médiuns do
centro.
Aquela oportunidade decidimos iniciar um estudo profundo do
Livro dos Médiuns e diversos pontos relacionados à mediunidade saltaram aos
nosso olhos com relação ao observado nas reuniões e foram por assim dizer o
“start! Para o desenvolvimento de uma ideia de trabalho de pesquisa mediúnica a
ser elaborada pelo GPCEB.
Posteriormente quando fomos convidados a participar como
membros efetivos de um trabalho novo no Centro, ou seja, a transformação da
tradicional Reunião de Desobsessão em uma Reunião Mediúnica de Pesquisa.
Necessário se fez acelerarmos estas observações.
Para melhor nos subsidiarmos, inicialmente desenvolvemos uma
ficha de acompanhamento dos médiuns, as mesmas foram utilizadas durante o
período de 12 de setembro de 1989 a 27 de março de 1990, ao todo foram
preenchidos 48 formulários.
Resultados:
Apresentaremos a seguir alguns dados extraídos desta
pesquisa são informações estatísticas que podem nos ajudar na analise dos
problemas associados ao processo mediúnico.
Os dados mais significativos são:
·
62,5% das vezes em que estiveram mediunizados,
os mesmos tiveram sensações físicas do tipo: frio, calor, felicidade, medo ou
dor.
·
31% - O medo foi a reação mais observada.
·
43% dos médiuns puderam afirmar ter tido, com
relação ao espírito comunicante alguma impressão durante o transe mediúnico,
reações como: emocionalmente boa, má ou indiferente. Sendo que 31% deles
tiveram uma impressão boa.
3.1 – Seleção de trechos de gravações.
Na medida em que evoluímos no nosso trabalho de compilação
de comunicações mediúnicas, podemos notar um grande número de alertas que eram passados
aos médiuns pelos Espíritos, chamando-lhes a atenção com relação a uma série de
assuntos, tais quais:
·
Pontualidade e absenteísmo;
·
Bloqueio à comunicação por parte dos médiuns que
em muitos casos tem dúvidas quanto a presença de um espírito comunicante;
·
Atitudes por parte dos membros da reunião que prejudicam a manutenção da atmosfera adequada
à reunião mediúnica;
·
Distração do médium durante a reunião;
·
Dificuldade do médium durante a reunião em
perceber as tentativas de comunicação por parte dos Espíritos comunicantes;
·
Receio por parte dos médiuns em dar vazão às
comunicações não ortodoxas, que são programadas pela equipe espiritual.
Estamos destacando aqui um destes “alertas”, esta
comunicação foi dada por um Espírito denominado Rafael:
“ ... gostaríamos que tivessem confiança nos
trabalhos, que se não for assim não vamos conseguir chegar até onde desejamos.
Sabemos também que as modificações
alteram também os próprios médiuns, mas tem que se acostumar com isto pois se
se (sic) propuserem a vir até esta reunião para pesquisar, estudar, tirar
dúvidas, é importante que cada um participe na melhor maneira possível”.
O GPCEB passou então a compilar estes alertas nas
comunicações ocorridas entre 12 de setembro de 1989 a 27 de março de 1990.
3.2 – Preparação do trabalho “ Alerta aos Médiuns”.
Os membros do GPCEB: Ademar Chioro dos Reis, Marcelo Coimbra
Régis e Gisela Régis Henrique, leram todas as comunicações dos diálogos
gravados pelo grupo, um total de 28 comunicações em média de 45 minutos cada,
destacando trechos nos quais os Espíritos faziam menção a problemas
relacionados com os médiuns, com os coordenares e membros em geral da Reunião
de Pesquisa.
Conforme fomos compilando estes trechos, verificamos que
este material poderia possibilitar uma discussão mais ampla, envolvendo
inclusive quem participa nas outras duas reuniões mediúnicas do CEAK.
Este material, chamado por nós de “ Alerta aos Médiuns” está
como anexo a este trabalho.
Após uma reunião com os dirigentes do CEAK decidimos pela
dinâmica de grupo envolvendo todos os médiuns do Centro para uma discussão
destas mensagens. Esta dinâmica agregaria médiuns de diversos estágios de
desenvolvimento.
3.3 – Reunião com os médiuns e coordenadores.
Foi marcada a reunião denominada “ ALERTA AOS MÉDIUNS” para 14 de setembro de 1990. Todo o material
para a dinâmica foi distribuído com uma semana de antecedência afim de que os
participantes tivessem oportunidade de preparar-se para a reunião e para a
discussão que já esperávamos que ocorresse.
A reunião foi coordenada pelo GPCEB, através dos componentes
Alexandre Cardia Machado e Reinaldo de Lucia, contou com a presença do
presidente do CEAK, coordenadores de reuniões mediúnicas e pela quase
totalidade dos médiuns em atividade no CEAK, ao todo 22 pessoas.
A fim de direcionar o início da reunião havíamos selecionado
alguns trechos para provar o debate e estávamos preparados para gravar tudo o
que fosse discutido. A reunião teve duração de aproximadamente duas horas onde
muitas colocações interessantes foram feitas, dentre as quais transcrevemos as
que seguem:
1.
“ A confiança entre o doutrinador
e o médium é fundamental para uma boa comunicação mediúnica, em um grupo em
desenvolvimento”.
2.
“ Nas reuniões do Centro existem muita
comunicações mediúnicas repetitivas, muitas vezes em função dos Espíritos que
vem sempre com problemas semelhantes”.
3.
“Pessoas que tem a mente muito dispersa ou
fixada não servem para ser médium, o médium tem que estar na reunião – mente seletiva”.
4.
“Comunicação em línguas não conhecidas do médium
são difíceis porque o Espírito tem que ditar silaba a silaba” (No livro dos
Médiuns os Espíritos colocam que se faz necessário fazer uso do vocabulário do
médium, portanto quando estas palavras não existem em sua memória há
necessidade de ditar sílaba a sílaba, é o que se conclui de: - “Para traduzir
as suas ideias numa linguagem articulada, transmissível, ele utiliza as
palavras do vocabulário do médium”.
5.
“ O médium deve se colocar à disposição para a comunicação
e não ter dúvida em relação à sua capacidade em falar sobre determinados
assuntos”. (No caso de comunicações de Espíritos especialistas em determinados
assuntos em que o médium não se sente seguro em falar).
6.
“ Muitas vezes a preocupação com o estudo e com
a veracidade da comunicação acaba por fazer com que o médium bloqueie a
comunicação”.
7.
“Os médiuns mais antigos do Centro tem um
excesso de escrúpulos e policiamento muito mais do que o necessário”.
8.
“deveremos ter muito cuidado pela maneira como
levamos as coisas aqui dentro porque a mediunidade é muito sutil”.
9.
“Alguns médiuns se policiam, eles acham que
bloqueiam as comunicações”.
10. “
Se o médium se policiam, eles acham que bloqueiam as comunicações”.
11. “
A coordenação deve ter o cuidado para não frustrar demais o médium, tem que ter
jeito ao falar com ele”.
12. “
Aqui no CEAK realmente tem pouca comunicação, porém, temos trabalhos de
qualidade, porque não interessa ter muita comunicação sem interesse prático”.
13. “
Existem médiuns de diversos matizes, existem aqueles que evoluem e existem
aqueles que nada acrescentarão”.
14. “ Por que eu sou diferente dos outros médiuns?
Eu não tenho dúvida sobre a origem da comunicação!
15. “
No CEAK nós nunca fomos fascinados pelos Espíritos, os nossos dirigentes
espirituais não palpitam sobre coisas sem importância. Não temos guias, nunca
haverá chance aqui para um Espírito vir aqui e dirigir o Centro e eles não
querem. O nosso Espírito principal
chama-se Rafael e isto tem marcado todo o nosso trabalho mediúnico”. (J.R.)
16. “
Só depois de 25 anos de Espiritismo é que fui trabalhar, ou melhor, participar
de uma reunião mediúnica e neste tempo trabalhei muito para o Espiritismo”. (
Palavras proferidas pelo coordenador mais experiente do CEAK).
17. “
Na parte de segunda feira, quando a gente lê aquele trechinho, eu acho ótimo,
adoro debate, a leitura é ótima”.
18. “
No começo eu tinha tremores nas mãos, agora não, estou mais calma e a
comunicação é mais tranquila”.
19. “Alguns
médiuns sentem as vezes alguma aproximação dos Espíritos ao longo do dia”.
20. “Já
fui médium, atualmente preciso de um puxão de orelhas”.
21. “Na
vida a pessoa para ser bem-sucedida é necessário que sua mente seja seletiva.
Se estou aqui agora, só penso neste trabalho, quando em trabalho mediúnico
procuro esquecer o resto e dedico-me ao trabalho”.
Analisando os 21 destaques poderíamos sintetizar no
seguinte:
·
Em um trabalho mediúnico a relação de confiança
entre o coordenador e os médiuns é de suma importância, há que se estar
permanentemente avaliando a qualidade da comunicação. O Médium necessita
preparar-se para a reunião e manter a sua mente apenas no trabalho a ser
desenvolvido. O médium deve estar aberto às comunicações sejam elas quais
forem, mormente em se tratando de reuniões de pesquisa. O policiamento deve ser
feito quanto às atitudes que o Espírito intui ao médium e não no bloqueio da
comunicação, este papel cabe ao coordenador. O trabalho do coordenador deve ser
cuidadoso para não frustrar o médium em demasia.
·
O espiritismo reserva uma série de atividades
importantes, dentre elas a mediunidade. É importante que o Centro Espírita
tenha mecanismos de proteção quanto aos excessos do mediunismo.
Ainda nesta reunião foi perguntado ao grupo de médiuns
presentes se algum deles tinha dúvidas sobre a autenticidade de suas
comunicações, entre 15 médiuns presentes, 5 tinham dúvidas eventuais com
relação a um possível animismo, ou seja 33%.
Allan Kardec a este respeito nos diz que só há um meio pelo
qual os pesquisadores podem saber sobre a autenticidade da comunicação: “
Estuda as circunstâncias e a linguagem e distinguirás ... Por isso é que te digo para observar e estudar”
.
Portanto, este é um trabalho constante a ser executado pelo
coordenador, chamando a atenção do médium sempre que perceber que a comunicação
é anímica para que ele não adquira o hábito de liberar qualquer ideia que lhe
venha à mente.
Conclusão
O trato da mediunidade nos Centros Espíritas deve passar por
uma revisão, através de uma maior carga de embasamento teórico, tanto por parte
dos médiuns como também os coordenadores de reuniões.
A discussão de problemas reais ocorridos com médiuns, a
exposição de dúvidas e situações vividas através de uma conversa franca e
aberta entre todos os médiuns do Centro se realizada dentro de critérios e frequências
adequadas podem eliminar distorções, ajudar o desenvolvimento mediúnico e ser
uma base para pesquisas muito interessante, neste impressionante assunto denominado
mediunidade.
Muito embora já pratiquemos a mediunidade de uma forma rotineira
a mais de um século e muitos livros já tenham sido escritos neste campo, parece-nos
que os estudiosos preocupam-se em demasia em classificar e dividir a
mediunidade em várias modalidades. Havendo muito pouco material de estudo e
pesquisa no campo do processo mediúnico propriamente dito. Quais fatores que
afetam? Como ocorre? Etc.
O GPCEB tem procurado explorar exatamente este campo nas
suas pesquisas. Nas Reuniões Mediúnicas de Pesquisa realizadas às terças feiras
no CEAK, explora-se o grande potencial de conhecimento que representam estas
reuniões, através da aplicação do Método Kardequiano.
Clóvis Nunes, no seu livro TRANSCOMUNICAÇÃO – Comunicação Tecnológica
com o Mundo dos Mortos, livro este que trata da comunicação eletrônica com o
Plano Espiritual, diz: “ as comunicações mediúnicas obtidas através dos
médiuns, psicofônicos, psicográficos, de voz direta, etc. também constituem um
importante grupo de Transcomunicação Mediúnica”.
Hoje existem estudiosos pesquisando, criando equipamentos
sofisticados para tentar uma comunicação direta com os Espíritos. Isto porque
os Espíritas que já dispõe desta “facilidade” praticamente abandonaram as
pesquisas desde o desencarne de Kardec.
Este trabalho de pesquisa realizado no CEAK retoma o Método
de Kardec, buscando em conjunto com a Equipe Espiritual do Centro, desenvolver
um trabalho a respeito do mundo espiritual. Mediunidade e as questões
relacionadas à morte e a Reencarnação.
Um exemplo relacionado com o que tratamos aqui neste
trabalho pode ser observado através da seguinte comunicação:
Espírito FD: data 9 de outubro de 1990.
Questão: O processo mediúnico pode ser considerado dentro da
emancipação da alma? O Médium está emancipado? O pensamento entraria na mente e
ele estaria em um estado extrassensorial?
FD – É uma sensação diferente e difícil mesmo de se entender
e de se explicar. Só quando nós usamos esse intercambio é que damos valor ao
encarnado que se predispõe ao uso da mediunidade, porque até então nós não
conseguimos atingir como se dá o fenômeno. É uma coisa esquisita. Acredito que
muitas vezes da cabeça de vocês poderá estar saindo: não, é o médium que está
tentando resolver os problemas e responder as perguntas. Mas do outro lado, nós
estamos também, pensando, como é possível o médium estar ali completo e nós
queremos e o dele fica truncado e é o nosso que vale ...”.
Vejam como os campos se abrem, nós temos dúvidas e eles
(Espíritos) também, estas questões estimulam o processo de pesquisa.
Ainda com relação à fidelidade na comunicação psicofônica
nesta mesma reunião perguntamos a este Espírito.
Questão: As palavras que o médium está falando, que estamos
ouvindo são exatamente as mesmas que você está pronunciando?
FC – “Nem todas, o médium tem o seu vocabulário e muitas
vezes ele usa, apesar de haver uma rapidez, ele uso o seu vocabulário”.
Vejam bem esta limitação, o vocabulário do médium, é um
ruído permanente na comunicação psicofônica e, portanto, um fator a ser
considerado por médiuns e coordenadores, conforme está colocado no Livro dos
Médiuns. “ O Espírito do médium pode alterar as respostas, adaptando-as as suas
próprias ideias e as vezes as suas tendencias”.
Como os trabalhos mediúnicos nos Centros Espíritas são
basicamente os de desobsessão e de Consulta Espiritual, a precisão das palavras
não chega a ser um problema grave, no entanto para a pesquisa avançada o
significado das palavras tem toda a sua importância.
Gostaríamos de ressaltar a importância da divulgação dentro
do Centro dos trabalhos desenvolvidos entre as diversas reuniões, a exemplo
desta realizada no CEAK, para que, desta forma se possa comparar e evoluir nos
diversos trabalhos mediúnicos. A este respeito um companheiro do Plano
Espiritual que chamaremos da HP, em 15 de maio de 1990, fez a seguinte
colocação a respeito de uma apresentação de um trabalho realizado pelo GPCEB e
apresentado ao CEAK em reunião de estudos.
Pergunta: Foi feita uma apresentação dos trabalhos
realizados aqui no grupo na sexta-feira passada. Qual foi a avaliação do grupo
de vocês( Espíritos) desta apresentação?
Resposta HP: Não podemos dizer que foi 100%, mas foi uma
apresentação boa, mas gostaríamos que todos participassem. Entenderam? Não só
aqueles que expões, mas aqueles que ouvem, que escutam também pudessem dar a
sua participação dentro do assunto ... Acho que um grupo maior talvez fosse
mais interessante, convocar outras pessoas para outras reuniões e daqui
partiria o material para isto”.
Foi exatamente o que fizemos com este “Alerta aos Médiuns” e
o fazemos agora a proposta para que outros grupos adotem esta mesma sistemática
para o bem dos Centros e da Doutrina Espírita.
Nas palavras de Herculano Pires, “ O conhecimento dos
problemas mediúnicos exige estudo incessante das obras básicas de Allan Kardec,
particularmente estudos permanentes do Livro dos Médiuns e leitura metódica da
Revista Espírita de Allan Kardec ... sem estudo constante da Doutrina não se
faz Espiritismo, cria-se apenas uma rotina de trabalhos práticos que dão a
ilusão de eficiência. Estudo e pesquisa, observação dos médiuns, exigência de
educação mediúnica, com advertências constantes para que os médiuns aprendam a
se controlarem, não se deixando levar pelos impulsos recebidos das entidades
comunicantes – esse é o preço de trabalhos mediúnicos eficazes”
O próprio mestre Kardec, no Livro dos Médiuns, capítulo XXXI
publica uma comunicação de Espírito Massilon que reproduzimos parcialmente a
seguir. Esta comunicação tem a ver diretamente com tudo que acreditamos e
presta-se muito bem a um ponto final deste trabalho.
“ Com que fim, na maioria das vezes, pedis comunicação dos
Espíritos? Para obter belos trechos que mostrais aos vossos conhecidos do nosso
talento e conservais preciosamente nos álbuns, sem lhes dar acolhida no vosso
coração? Pensais que ficamos lisonjeados de comparecer às reuniões como a um
concurso, disputando eloquência para que possais dizer que a sessão foi muito
interessante? O que acontece quando recebeis uma comunicação admirável? Julgais
que buscamos os vossos aplausos? Pois estais enganados ... a nossa finalidade é
vos tornar melhores”.
Sobre o GPCEB
Grupo de Pesquisas Espíritas Ernesto
Bozano - formado por cinco jovens oriundos da MEEV – Mocidade Espírita
Estudantes da Verdade do Centro Espírita Allan Kardec (CEAK) de Santos. Em sua
primeira formação faziam parte os engenheiros Alexandre Cardia Machado, Marcelo
Coimbra Régis, Reinaldo di Lucia e Vladmir Grijó e pelo médico Doutor Ademar
Arthur Chioro dos Reis, posteriormente participa também a biomédica Doutora
Gisela Régis Henrique.
II Simpósio Brasileiro do Pensamento - agosto de1991
Realizado em Mongaguá, deu seguimento ao
I Simpósio Nacional do Pensamento Espírita.
Nesta oportunidade os cinco membros do GPCEB apresentaram trabalhos: Ademar
Arthur Chioro dos Reis – Mecanismo da Mediunidade – Introdução ao processo de
comunicação mediúnica;
Alexandre Cardia Machado – Alerta aos Médiuns; Gisela Régis Henrique –
Histórico e Método de trabalho sobre a formação de um grupo de pesquisas;
Marcelo Coimbra Régis – O Centro Espírita do ponto de vista dos desencarnados; Reinaldo
de Lucia – Emissões Energéticas à distância.
Fotos do grupo – GPCEB
Apesar da larga produção do grupo, poucas
fotos sobreviveram ao tempo.
Foto retirada do Jornal
Abertura – Em pé - Marcelo, Reinaldo, Cláudia, Alexandre, sentado Vladimir
Grijó.
Foto tirada no CEAK – Reinaldo, Ademar e de pé Marcelo
Notas de rodapé:
Nota de atualização: Este trabalho foi redigitado e
corregido gramaticalmente em agosto de 2024, 33 anos depois de ter sido
apresentado no SBPE, por entendermos que ainda pode ser útil, pois os problemas
relacionados com a mediunidade na prática, seguem sendo os mesmos.