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quinta-feira, 10 de fevereiro de 2022

EPISTEMOLOGIA E CIÊNCIA ESPÍRITA Contribuição para Debate por Reinaldo Di Lucia

 EPISTEMOLOGIA E CIÊNCIA ESPÍRITA -  Contribuição para Debate por  Reinaldo Di Lucia 

 Trabalho 

Apresentado no IV SBFE, em Porto Alegre - 1995 

 1- INTRODUÇÃO: 

 Indubitavelmente, existe, no Brasil, um movimento espírita, se entendermos por movimento um conjunto organizado de pessoas que se dizem espíritas, ou que, de alguma forma, procuram" seguir" os ensinamentos que nos foram proporcionados por Allan Kardec. Prova disto são os inúmeros centros, casas, núcleos, etc., espíritas, com os quais nos deparamos diariamente, mesmo que alguns deles com nomes que indicam mais um sincretismo religioso - seja de origem afro ou cristã - que propriamente espírita. 

 Entretanto, o que se observa é que tal movimento espírita é, por assim dizer, amorfo. Senão vejamos, em que se baseia sua existência? Apesar das reiteradas afirmações de Kardec sobre a função dos grupos de espíritas, focando-a principalmente no estudo e desenvolvimento do espiritismo (e, conseqüentemente, com o dever de dar séria importância à divulgação dos conceitos espíritas, da maneira mais atualizada possível, o que se observa é o foco no assistencialismo imediatista. Este, mesmo sendo necessário num dado momento, visando atacar problemas agudos que proliferam na sociedade brasileira (tais como a fome, o desabrigo, o desemprego, entre outros); não passa de uma" ação de bombeiro", que apaga o fogo mas não constrói o futuro. 

 E é exatamente neste sentido, o de construção do futuro, que foi dito que o movimento espírita é amorfo. Existem grandes e sérias perguntas que se fazem e que, a contragosto, acabam ficando sem resposta: que contribuição efetiva trouxe a doutrina espírita para a humanidade, considerada em seu todo? 

Qual a influência do espiritismo sobre a cultura, seja nos meios acadêmicos formais, ou informais? 

Que papel vem cumprindo o espiritismo na elaboração de um mundo mais evoluído, onde o homem possa ser mais feliz?

 Nada, infelizmente, ou ao menos muito pouco. Depois de um início fulgurante, onde o espiritismo andava paripasso com a ciência oficial, onde os maiores expoentes espíritas ocupavam postos proeminentes nas academias, onde a principal preocupação dos grupos espíritas era a confirmação formal das teorias - e idéias apresentadas pelos espíritos desencarnados (normalmente através de médiuns com pouco ou nenhum conhecimento), ocorreu uma transformação radical no seio da doutrina espírita. Esta transformação incluiu: 

  O quase desaparecimento do espiritismo na Europa;

  A vinda para o Brasil, onde encontrou campo fértil ao seu florescimento; 

  O sincretismo, no Brasil, com as várias escolas religiosas aqui existentes; 

  A superestimação da ”caridade”, em detrimento do conhecimento; 2

 As conseqüências desta transformação acabaram sendo altamente funestas para o espiritismo, do ponto de vista que estamos abordando. De fato, hoje, o espiritismo é um ilustre desconhecido nos meios culturais. 

Quando muito, e isto no Brasil, refere-se à doutrina espírita como uma religião, ou talvez uma seita, que, portanto, pertence ao campo da mística, ao lado da cromoterapia, cristais, anjos, etc. Dentro do meio espírita, a idéia vigente é que tudo corre da melhor maneira possível. 

O movimento espírita, como conseqüência direta das transformações já citadas, encara o espiritismo como um tripé, constituído de ciência, filosofia e religião. É importante frisar que este é um tripé desigual, onde o aspecto “religião" suplanta com larga margem os demais. 

Em meados da década de 80, observou-se uma reação a este ponto de vista, reação esta que, tendo por base o próprio Kardec, contestava o caráter de religiosidade da doutrina espírita. Desde esta época, a grande questão em pauta é saber se o espiritismo deve ou não ser considerado uma religião. No entanto, muito pouco se discute sobre os demais aspectos expostos. 

Na verdade, é muito difícil contestar o caráter filosófico do espiritismo, uma vez que sua principal contribuição é uma cosmo visão inteiramente nova, antecipando, ao menos na forma como são estruturados os seus princípios básicos, em mais de 100 anos a proposta de uma visão holística, preconizada pela psicóloga francesa Monique-Thoening, em 1980. 

 Assim, até mesmo devido a esta facilidade, o desenvolvimento da filosofia espírita é uma realidade, apesar dos problemas que serão discutidos mais adiante. Já no que diz respeito à ciência espírita, a situação é muito mais nebulosa. A despeito de Kardec encarar a doutrina espírita como uma ciência, e sujeita aos mesmos critérios de validação então vigentes, a noção de ciência espírita tem sido usada, com grande freqüência, de duas maneiras distintas: 

Pelo movimento espírita “oficial”, como sendo uma antecipação de todas as grandes descobertas que serão, um dia, realizadas. De fato, é muito comum ouvir se frases como: “Mais cedo ou mais tarde, a ciência demonstrará que o espiritismo estava certo”. Por aqueles que questionam o caráter religioso, como sendo uma contra posição à postura mística que se observa em grande parte das organizações que formam o movimento espírita “oficial". Como se observa, o aspecto científico da doutrina espírita não é questionado pelos espíritas, apesar das razões diversas apresentadas pelos místicos e pelos não “místicos”. 

 Apesar disto, o meio científico tem solenemente ignorado o espiritismo, remetendo-o, na melhor das hipóteses, ao campo da metafísica. As teses espíritas, mesmo sendo racionais e baseadas em pesquisas realizadas por luminares da história das ciências, não encontram campo para desenvolverem-se nas academias. Em vista disto, será que ainda podemos afirmar que o espiritismo é uma ciência (mesmo se o encararmos como a “ciência do futuro”)? 

Quais são os pré-requisitos indispensáveis  para que uma disciplina possa adquirir o estatuto de ciência? Quais os elementos comprobatórios da cientificidade do espiritismo? 

O que seria necessário para que a doutrina espírita passasse a ocupar um lugar nas academias de ciências? Como seria a epistemologia do espiritismo? 

 Tais são as questões que o presente trabalho se propõe a discutir. Deve-se, no entanto, levar em consideração que tal discussão passa, necessariamente, por: 

  Uma avaliação daquilo que hoje é considerado como sendo ciência, e que, portanto, pode receber a “chancela oficial” das academias. Este é um campo de debate que vem sendo muito abordado pela filosofia da ciência, cujas discussões, de cunho basicamente epistemológico, são deveras complexas. 

  O confronto dos postulados da ciência espírita com os paradigmas vigentes, os quais podem não ser adequados ao seu objeto de estudo. Talvez seja necessário questionar estes paradigmas, e propor a criação de novos, o que também traz uma considerável carga de complexidade. 

  A falta de uma discussão, no meio espírita, da questão metodológica, sem a qual é impossível fazer ciência. A ciência espírita ressente-se muito da ausência desta discussão, que deveria, dada a abrangência do objeto de estudo, envolver vários segmentos do meio espírita. Isto posto, considerando as dificuldades inerentes ao tema, propõe-se que esta primeira apresentação tenha o caráter não de uma tese ou mesmo uma monografia, mas de uma contribuição para debate, que deverá ser posteriormente enriquecida. 

 2- O ESTATUTO DE ClENTIFlCIDADE: 

 Este é, provavelmente, o grande x da questão, e é também a tema mais complexo a ser desenvolvido: quando algo pode ser considerado científico, porquê o pode e como? Para possibilitar esta discussão, vamos partir de algumas concepções que temos a respeito da ciência - ou seja, vamos delimitar os termos a serem empregados. Podem-se encontrar as seguintes concepções de ciência: 

 “1. Conhecimento. 

2. Saber que se adquire pela leitura e meditação; instrução, erudição, sabedoria. 

3. Conjunto organizado de conhecimentos relativos a determinado objeto, especialmente os obtidos mediante a observação, a experiência dos fatos e um método próprio: ciências históricas; ciências físicas. 

4. Soma de conhecimentos práticos que servem a um determinado fim: ciência da vida. 

5. A soma dos conhecimentos humanos considerados em conjunto: os progressos da ciência em nossos dias. 

6. Filosofia. Processo pelo qual o homem se relaciona com a natureza, visando a dominação dela em seu próprio benefício. [Atualmente este processo se configura na determinação segundo um método e na expressão em linguagem matemática de leis em que se podem ordenar os 4 fenômenos naturais, do que resulta a possibilidade de, com rigor, classificá-Ios e controlá-los.] {Seguem-se as seguintes definições: ciência cristã, ciência econômica, ciência infusa, ciências aplicadas, ciências econômicas, ciências exatas, ciências experimentais, ciências físicas, ciências humanas, ciências morais, ciências naturais, ciências normativas, ciências ocultas, ciências sociais}”1 

Para Ernest Nagel, a ciência tem três aspectos obrigatórios: 

  Permitir um controle prático da natureza, que desemboca na tecnologia e nos problemas éticos que dela advem. 

  "(...) algo que se propõe atingir conhecimento sistemático e seguro, de sorte que seus resultados possam ser tomados como conclusões certas a propósito de condições mais ou menos amplas e uniformes sob as quais ocorrem os vários tipos de acontecimentos." 

  Uma forma de conhecimento que parte de um método de investigação " Aspecto .muitas vezes mal interpretado e sempre difícil de descrever com brevidade, mas que é, talvez, seu traço mais permanente e garantia última do crédito que merecem as conclusões da investigação científica." Para Nagel este método" é a lógica geral, tácita ou explicitamente empregada para apreciar os méritos de uma pesquisa. "2 

 Divisão particular do conhecimento, especialmente uma que trabalha com um conjunto de fatos ou verdades sistematicamente arranjadas, e mostrando a operacionalização de leis gerais.”3

 Resumindo, tais definições enfatizam os seguintes pontos, no que tange ao conceito de ciência: 

  Conjunto organizado de conhecimentos, isto é, o saber estruturado de forma a pertencer a uma comunidade.

  Conhecimentos obtidos através da observação, da experiência dos fatos e de um método próprio, o que descredencia o saber obtido fora destes critérios do estatuto de "científico". 

 Ciência como meio de dominação da natureza, isto é, a possibilidade da predição: "ciência, logo previsão, logo ação", como dizia Comte. 

  A obtenção da verdade, a partir da descoberta de leis, equivalendo a reputar como verdadeiro somente o saber adquirido desta forma. Há uma explicação histórica para que a ciência seja, até hoje, vista desta maneira. De fato, apesar de o problema do conhecimento existir no homem desde os primórdios da civilização, as motivações e os métodos que levam ao conhecimento são inerentes à época em que se deram. 5 

O início da jornada do conhecer humano é marcado por uma forma mítica de pensar. O mito é a primeira forma de descrição do universo, cujos principais expoentes foram Hesíodo e Homero. Na descrição mítica (canto), os fenômenos naturais são frutos das ações dos deuses, num momento de paixão (pathos). O objetivo do canto (evocação) é realizar este pathos, através das características próprias de cada deus. A este dizer mítico contrapõe-se o estudo racional (logos) do universo, que teve início no século VI a.C. com Thales de Mileto. 

Entretanto, esta contraposição se faz não tanto no sentido da essência dos pensamentos, mas principalmente, no método4 de estudo empregado. Ainda assim, a. grande novidade desta forma de descrever o universo (que, de resto, era o objetivo último de toda a filosofia pré-socrática), é o desejo de encontrar a arché, ou seja, a substância primordial e fundamental que constituiria o universo, da qual todas as demais seriam derivadas. 

 É, porém, com Sócrates (Séc. V a. C.) e com seu discípulo Platão que o homem volta-se para dentro de si. A mudança de foco que se faz então, deixando de priorizar o objeto cognoscível para focar o sujeito cognoscente (e é, então, que se delineia o humanismo socrático), é uma verdadeira revolução epistemológica, a ponto de só ser inteiramente compreendida séculos mais tarde. A partir da filosofia de Sócrates, e sua busca incansável pela definição precisa dos termos (conceito), Platão cria o idealismo. A proposta é que o homem traz consigo, de forma inata, uma representação do mundo verdadeiro, o Mundo das Idéias, da qual nosso mundo sensório não é mais que simples corruptela (este Mundo é a fonte das idéias inatas que os homens apresentam sem que nada Ihes tivesse sido ensinado). Outra revolução é feita com um discípulo de Platão, Aristóteles. 

Diferentemente do mestre, Aristóteles não aceitava a tese das idéias inatas, considerando que o homem nascia absolutamente ignorante (o homem é uma tabula rasa), vindo a aprender e aprender o mundo através dos sentidos: "Nada existe no intelecto que não tenha passado" antes pelos sentidos". Pode-se dizer que Aristóteles é o primeiro cientista, no sentido moderno do termo: com sua lógica (a qual estuda não o processo - o como - a inteligência chega aos conseqüentes, mas, sim, a correção - a validade - do processo uma vez terminado) ele delimita o conhecimento e suas possibilidades metódicas. 

 Estes dois pontos de vista dissonantes, tanto do ponto de vista do método como do principio do conhecimento (o idealismo - racionalismo de um lado e o empirismo - realismo de outro), tiveram (e a rigor ainda têm) profunda influência em toda a história da filosofia. Na verdade, o primeiro pensador a ocupar-se destas questões sob um prisma diverso é Descartes (1596 - 1650), no século XVII. É claro que estas questões estão mais afeitas à filosofia, tendo ficado por longo tempo afastada das academias de ciência. Os cientistas somente agora, ao final do século XX, é que estão se dando conta da importância capital desta discussão.5 6 

Mesmo assim, estas questões eram parte integrante (talvez mesmo o principal fundamento) das teorias dos precursores do método científico até hoje vigente. Vemos que foi a partir deste debate que Bacon6 , logo complementado por locke7 , define o método empírico como base fundamental da investigação científica, e formula o raciocínio indutivo, cujo método parte de um ou mais dados conhecidos para se chegar a uma conclusão científica (neste conceito, já se percebe um caminho que levará fatalmente à experimentação). 

Mas não se pode esquecer que a principal fonte motivadora desta postura é a oposição às teses de Aristóteles que, através da filosofia tomista (numa tentativa de conciliar a fé e a razão), dominou o cenário intelectual durante toda a idade média. Descartes ocupou-se com outra questão, Preocupado em analisar nem tanto a verdade a ser obtida, mas o modo como se conhece, ele antepõe a epistemologia à ontologia, postura decididamente inédita em toda a história da filosofia, e estabelece como único método possível a dúvida (princípio da dúvida metódica). 

A partir dai. postula a existência de uma coisa pensante, que seria o próprio eu,”Penso, logo existo", Eis definido o racionalismo, poderosa arma a contestar o dogmatismo ainda vigente na época. A seguir, Descartes define seu método, que parte da intuição, utiliza a clareza e a distinção como regras do conhecimento e emprega a decomposição analítica do objeto em seus componentes básicos. Apesar de toda esta carga racionalista, que é fundamental para a construção do modelo mecanicista do mundo, Descartes usa um conceito metafísico (Deus) para validar o seu método. A introdução deste elemento metafísico faz com que ele postule também o dualismo, separando o corpo (res extensa) da alma (res cogitans). 

 A formulação filosófica do moderno método científico estava completa. O arremate viria com as descobertas das leis do mundo físico, realizadas e consolidadas, principalmente, por Galileu e Newton. Galileu Galilei (1564 - 1642), físico, astrônomo e matemático italiano, "foi quem primeiro utilizou a combinação de raciocínio teórico, observação experimental e rigorosa linguagem matemática, que até hoje caracteriza essa ciência básica”.8 

Estabelece as principais leis do movimento, criando o ramo da cinemática (e a conseqüente relatividade galileana), as leis da queda e, através da observação astronômica, validou a teoria heliocêntrica. Teve muita Influência sobre as idéias de Descartes. Isaac Newton (1642 - 1727) matemático, físico, astrônomo e teólogo inglês, é no dizer de Isaac Asimov, o maior cientista que já viveu. 

Criador da mecânica clássica, da física dos fenômenos celestes, das leis da dinâmica (as famosas leis de Newton), de parte da hidrodinâmica, da ótica (principalmente a reflexão e refração da luz), do cálculo infinitesimal, das leis da gravitação universal, e da teoria sobre a natureza corpuscular da luz. Em sua maior obra, Princípios matemáticos da filosofia natural, Newton define o seu método de investigação, inteiramente experimental, baseado na descrição matemática para se chegar à avaliação crítica dos fenômenos. "Graças a Newton, estabeleceu-se de 7 forma refinada e precisa a visão do mundo como tKi1I espetacular e perfeita máquina, movida por leis determinadas, em última instância, por seu Divino Criador.”9 

O modelo mecanicista do universo, base do método científico ainda hoje vigente, completa-se no século XIX, com Auguste Comte (1798 - 1857), filósofo francês. Comte delineia os princípios básicos da ciência, através de uma hierarquização das disciplinas conhecidas e da formulação de um sistema que é, ao mesmo mecanicista (encara o universo como uma máquina), reducionista (o objetivo da ciência reduz-se ao fato positivo, observável) e determinista (busca estabelecer relações causais constantes e necessárias entre os fenômenos). É o positivismo, cujas bases ainda hoje são válidas nos meios acadêmico e científico. Assim, podemos definir os princípios do moderno método científico:

  A experimentação, através da qual se pode comprovar ou não a teoria, e que permite a repetição por qualquer cientista convenientemente aparelhado. 

  A universalidade, isto é, a confirmação dos experimentos em diversos locais por diversos cientistas.

  O critério de falseabilidade, que permite que uma teoria possa ser falseável, para que possa, também, ser convenientemente demonstrada. 

  A quantificação, que permite uma delimitação precisa do "até onde." podemos considerar válida a teoria. A partir da definição do princípio da incerteza, esta quantificação passou a incluir, necessariamente, critérios estatísticos. 

 A evolução do conhecimento, a qual se realizou com uma diretriz científica em direção ao modelo mecanicista, foi despojando o homem de sua condição central no universo, e relegando-o a nada mais que uma máquina. Segundo Kart Jaspers, houve, no decorrer desta evolução, três verdadeiras revoluções científicas que levaram a isto: 

  A primeira, de cunho cosmológico, foi a aceitação do heliocentrismo em detrimento do geocentrismo. (Séc. XVII). 

  A segunda, de cunho biológico, foi a descoberta da evolução darwiniana. 

  A terceira, de cunho psicológico, deu-se com as pesquisas de Wundt, que culminaram com a teoria behaviorista. No entanto, eis que o final do século XIX e início do XX trouxeram uma total inversão dos valores positivistas, notadamente na física. "Duas descobertas no campo da física, culminando na teoria da relatividade e na teoria quântica, pulverizaram todos os principais conceitos da visão de mundo cartesiana e da mecânica newtoniana. 

A noção de espaço e tempo absolutos, as partículas sólidas elementares, a substância material fundamental, a natureza estritamente causal dos fenômenos físicos e a descrição objetiva da natureza - 8 nenhum destes conceitos pôde ser estendido aos novos domínios que a física agora penetrava."10 Além das novidades no campo puramente físico, duas das descobertas causaram (ou ao menos seriam capazes de causar) uma revolução das mais sérias no seio da Teoria do Conhecimento e no método científico: 

  A primeira delas é o Princípio da Incerteza de Heisenberg. Descrito fisicamente como a impossibilidade de podermos determinar ao mesmo tempo a posição e a velocidade de uma partícula subatômica, sua influência na base filosófica da ciência é derrubar a raiz determinista do positivismo. A partir desta descoberta, foi necessário reavaliar toda a relação de causalidade, bem como admitir que uma mesma causa pode redundar em diferentes efeitos. Foi também necessário passar a avaliar a interferência do acaso, (a-caso, sem causa determinada ou conhecida) nos fenômenos naturais. 

  A outra descoberta, realizada por Luis DeBroglie, é a dualidade Partícula: Onda, isto é, a capacidade que determinadas unidades subatômicas têm de se apresentarem ora como partícula, ora como onda, dependendo, a rigor, do tipo de experimento (ou, em linguagem mais poética, do modo como o cientista realiza a pergunta). "A dualidade partícula - onda, que as unidades subatômicas exibem, faz desabar solenemente o princípio da não contradição da lógica formal, que se encontra na base do raciocínio clássico. A é A, e também A é não-A!".11

 Apesar disso, incrivelmente, tais descobertas não foram bastante fortes para causarem uma ruptura do paradigma então (e ainda) vigente. Entretanto, as próprias ciências da natureza, hoje, pouco se apóiam neste paradigma e, mais que isto, apelam para o conhecimento intuitivo do homem para compreendê-Ia: "A resolução, do paradoxo partícula /onda forçou os físicos a aceitarem um aspecto da realidade que contestava o próprio fundamento da visão mecanicista de mundo - o conceito de realidade da matéria. Em nível subatômico, a matéria não existe com certeza em lugares definidos; em vez disso, mostra" tendências para existir", e os eventos atômico não ocorrem com certeza em tempos definidos e de maneiras definidas, mas antes mostram" tendências para ocorrer". 

No formalismo da mecânica quântica, essas tendências são expressas como probabilidades e estão associadas a quantidades que assumem a forma de ondas; são semelhantes às formas matemáticas usadas para descrever, digamos, uma corda de violão em vibração, ou uma onda sonora. É assim que as partículas podem ser, ao mesmo tempo, ondas. 

Não são ondas tridimensionais reais, como as ondas da água ou as ondas sonoras. São" onda.s de probabilidade" - quantidades matemáticas abstratas com todas as propriedades características de ondas - que estão relacionadas com as probabilidades de se encontrarem as partículas em determinados pontos do espaço e em momentos determinados. 

Todas as leis da física 9 atômica se expressam em termos destas probabilidades. Nunca podemos predizer com certeza um evento atômico: apenas podemos prever a possibilidade de sua ocorrência".12 

O efeito que estas descobertas teve pode ser comparado ao de uma bomba na mente dos cientistas. Mais de um deles (mesmo nomes imortais, como Einstein, Heisenberg, Bohr) afirmaram em diversas ocasiões que não estavam preparados para absorver todo o impacto destas novas concepções (apesar de eles mesmos serem seus criadores). E isto levou diretamente às profundas discussões epistemológicas do fim do século (Popper, Kühn, Schlick, Camap) e à formação de um paradigma que pudesse dar conta destas novas questões: um Paradigma holístico. 13 

Se, por um lado, dentro das próprias ciências de investigação da natureza já se levantam dúvidas sobre a validade do modelo científico vigente, a coisa se toma muito mais grave nas ciências ditas humanas.14 Michel Foucault15, por exemplo, acha inteiramente desnecessário considerar as ciências humanas como falsas ciências, uma vez que elas não são, em absoluto, ciências. Nada têm a ver com aquilo que pode ser denominado ciência. A configuração daquilo que define a positividade daquilo que hoje chamamos de "ciências humanas", e que as enraíza na episteme moderna coloca-as fora do estatuto de cientificidade. Os motivos que levam Foulcault a dizer isto baseiam-se, principalmente, na teoria que sua "arqueologia do saber" o conduziu a formular sobre as ciências humanas e no próprio conceito de homem. 

Para Foucault, "O homem é uma invenção cuja data recente a arqueologia de nosso pensamento mostra facilmente. E talvez o fim próximo.“16 A crítica pode parecer muito dura, mas, não deixa de ter uma razão muito profunda. As ciências humanas, visando talvez garantir, a qualquer preço, o direito de ocupar uma cadeira nas academias, fundamentaram-se no positivismo tanto ou mais que as ciências exatas. Falando dos temas gerais da cientificidade das ciências humanas, Japiassu define: "O primeiro tema consiste na preocupação sempre constante de uma referência empírica na base de toda a elaboração do conhecimento; o segundo diz respeito ao esforço intelectual para extrair formas ordenadoras do conhecimento e de constituição dos objetos de pensamento: esquematismo, formalismo, etc.; o terceiro concerne à busca de modelos explicativos, operatórios e preditivos permitindo ao pensamento não somente a leitura inteligente dos dados, mas também uma manipulação da realidade que ela aborda; o quarto, enfim, refere-se ao uso do cálculo e da quantificação.17 Em base ao quanto foi exposto, acreditamos que o único caminho viável para que as ciências humanas possam continuar a pretender manterem-se ciências é uma mudança de vértice, com a assunção de um novo paradigma. E é considerando que a ciência espírita pode perfeitamente encaixar-se no âmbito das ciências humanas que postulamos a necessidade de um novo paradigma para ela. Na realidade, sob um certo ponto de vista, o próprio desenvolvimento do espiritismo justifica esta mudança. 10 

3- O ESPIRITISMO: 

 Historicamente, o espiritismo já surge aspirando o estatuto de científico. Seu codificador, Allan Kardec,o define como: “O Espiritismo é uma ciência que trata da natureza, da origem e da destinação dos Espíritos, e das suas relações com o mundo corporal.”18 Kardec, um cientista imerso no meio cultural de sua época, considerava que o espiritismo deveria seguir uma linha científica positivista. 

Mais de uma vez ele afirmou que o espiritismo não se baseia senão nos fatos observáveis, que são a base do método científico então (e ainda hoje) vigente. Entretanto, o próprio Kardec cai na tentação de considerar a doutrina espírita como uma ciência para o futuro (apesar de não ter permanecido sentado, esperando-o). Talvez tenha sido esta postura do codificador que gerou a inércia em que vive hoje o movimento espírita: "As corporações científicas não têm, e não terão jamais, que se pronunciar sobre a questão (da doutrina espírita - N. do A.); ela não é mais da sua alçada que a de decretar se Deus existe, ou não. Portanto, é um erro fazer delas juízes. O espiritismo é uma questão de crença pessoal que não pode depender do voto de uma assembléia, porque esse voto, mesmo favorável, não pode forçar as convicções. 

Quando a opinião pública estiver formada a este respeito, os sábios como indivíduos, a aceitarão, e suportarão a força das coisas. Deixai passar uma geração e, com ela, os preconceitos do amor próprio em que se obstina, e vereis que ocorrerá com o espiritismo como ocorreu com tantas outras verdades que se combateu, e que agora seria ridículo po-Ias em dúvida. Hoje são os crentes que se chama de loucos; amanhã serão todos os que não creiam; da mesma forma como se chamou de loucos outrora, aqueles que criam que a Terra girava.“19 Entretanto, esta postura de Kardec revela mais uma vez que ele adiantava-se ao seu tempo. 

De fato, a colocação acima, principalmente no que tange ao dogmatismo que se exprime na posição da maioria dos cientistas - sejam do século XIX ou do XX - e que Tho918S Kühn chama de paradogmas (em contraposição aos paradigmas), vem sendo muito discutida pela filosofia da ciência. O espiritismo surge, em meados do século XIX, baseado em dois alicerces:

  A extensa fenomenologia mediúnica que se dissemina em diversos países da Europa e também nos Estados Unidos da América a partir do início do mesmo século: Edward Irving, pastor protestante de uma igreja escocesa em Londres (1830); Andrew Jackson Davis, trabalhador braçal nos distritos rurais de New York, (1844); a família Fox, em Hydesville, New York (1848); Mrs. Hayden, esposa de um jomalista da Nova Inglaterra (1852); Daniel Dunglas Home, em Currie, Edimburgo (1855); o fenômeno das mesas girantes, na França (a partir da década de 1840). Estes fenômenos, impressionantes não só pela sua abundância, mas principalmente pela sua qualidade intrínseca (não do teor das comunicações, mas em relação à produção do fenômeno propriamente dito), formaram uma base na 11 qual foi possível o desenvolvimento do espiritismo sem as características de magia ou bruxaria que poderiam obstaculizar esse desenvolvimento. 

  O desenvolvimento do magnetismo, cuja fenomenologia vinha sendo observada desde o século XV, mas que firmou-se definitivamente como campo de pesquisas entre o final do século XVIII e o início do XIX, com Franz Anton Mesmer, o criador da teoria do magnetismo animal. Nesta teoria, Mesmer "(...) aplica o princípio Newtoniano da atração universal à idéia do fluido universal, teorizando que este exerce sobre o corpo efeitos análogos ao do ímã, devido à presença, nos nervos, de um fluido eletromagnético (...)“20. 

Kardec era um adepto das teses do magnetismo, a ponto de ter aceito, inicialmente, o fenômeno das mesas girantes como sendo promovido por ação magnética. A partir destas bases, e da grande elaboração teórica formulada por Allan Kardec sobre as respostas dos espíritos a questões que ele mesmo preparara, surge o espiritismo sob a forma de um corpo de doutrina, ou antes, de uma filosofia espiritualista, que é como o espiritismo é apresentado no Livro dos Espíritos, porém como já dissemos, com pretensões de cientificidade. Esta postura, cabal em Kardec, que a explicita em mais de um texto em toda a sua obra, foi fortemente deturpada pelos que vieram após, notadamente no Brasil, onde adquiriu uma conotação religiosa, concorrendo com religiões tradicionais, como as diversas denominações evangélicas (e mesmo setores da igreja católica), e com os sincretismos religiosos afro-brasileiros pela aquisição de adeptos, quase prometendo a salvação. 

 É interessante notar que os princípios básicos que alicerçam a doutrina espírita (existência de Deus, existência e imortalidade do espírito, evolução infinita, reencarnação, pluralidade de mundos habitados e comunicabilidade com os desencarnados) não foram trazidas a lume pelo espiritismo. Todos estes princípios já haviam sido expressos por doutrinas, religiões e/ou filosofias anteriores a ele, tanto do oriente quanto do ocidente. 

O grande mérito da doutrina espírita foi unir todas estas idéias num todo indivisível, integrando-as entre si de modo a formarem uma visão de mundo única, na qual alguns pontos de vista muito particulares acabam destacando-se:  A possibilidade de admitir a existência do espírito como princípio inteligente do universo, dissociado, em essência, forma e manifestação, da matéria, sem que esta existência necessite ser admitida unicamente pela fé. A realidade dos espíritos é, se não um fato cientificamente comprovado pela ciência "oficial", ao menos uma tese suficientemente aceitável, uma vez que" (...) nem a razão nem a consciência a repelem.“21 

 A individualização definitiva deste princípio em seres incorpóreos, os quais são responsáveis pelas atividades intelectuais dos homens, sendo imortais e permanecendo eternamente individualizados. 12  O progresso inexorável como lei da natureza, à qual estão submetidos todos os seres, mas que não é concedido sob a forma de graça, devendo ser conquistado com o esforço do próprio ser. 

  A idéia de reencarnação não como punição ou expiação dos erros cometidos, mas como possibilidade de aprendizado do espírito num contato íntimo com a matéria, e, portanto, como necessidade absoluta para sua própria evolução e para a concretização da lei de progresso. 

  O livre-arbítrio como patrimônio inalienável do homem, o qual pode decidir livremente aquilo que deseja para sua vida e seu futuro. porém sabendo que cada decisão provoca efeitos diretos, com base no princípio de ação e reação, e que, portanto, o homem é o único responsável pelos resultados de suas ações. A partir destes pontos, os quais são, esses sim, absolutamente novos na história da humanidade, a doutrina espírita pode desenvolver-se de modo amplo. Se tivéssemos que localizá-Ia entre as diversas filosofias, poderíamos fazê-Io colocando-a entre as idéias radicais de. crença absoluta (misticismo) e não-crença absoluta (materialismo) e também como precursora das tentativas modernas no sentido de uma teoria holística sobre o universo: “O espiritismo é uma proposta equilibrada entre os extremismos místicos e materialistas. Ele os supera dialeticamente, transcendendo-os, buscando a síntese. Como tal, propõe uma visão dinâmica do processo da vida, sem, contudo, apresentar um quadro acabado, final. Ao contrário.

Coloca como definitivo apenas princípios básicos, permitindo que o pensamento e a pesquisa se ampliem, através do tempo, conforme a ciência e o conhecimento cresçam. Isto é, o espiritismo não se aventura a formular hipóteses desvinculadas das possibilidades do entendimento humano porque isso só serve para manter o homem ignorante, confuso, exigindo dele uma crença irracional.”22 Tudo isto faz com que possamos, sem cair no risco de uma segmentação exagerada do espiritismo, identificar dois aspectos pelos quais ele se apresenta: 

  O Espiritismo enquanto doutrina moral: do ponto de vista espírita, do mesmo modo que há um dualismo no universo, representado pelos princípios material e espiritual, há um conjunto de leis específicas para cada um deles. A matéria é governada pelas leis físicas, as quais estão sendo continuamente descobertas pelas ciências de investiga o da natureza (as quais não são da competência específica do espiritismo),23 enquanto que o espírito deve ser governado por leis morais. Rara o espiritismo, moral é a capacidade de distinguir o bem do mal, e, portanto é a adequação às leis divinas, ou naturais, as quais Kardec expôs, didaticamente, no livro III de O Livro dos Espíritos. 

 Uma diferença entre o conceito de moral conforme entendido pela sociologia e aquele defendido pelo espiritismo é que, uma vez que o espiritismo concebe as leis divinas como eternas, a moral, para ele, é absoluta, assim como os conceitos de bem e mal. A relativização da moral pelo homem, para ser utilizada como base aos sistemas legais 13 que regem as sociedades é que provocam as distorções, as quais vão sendo corrigidas com a evolução. 

 Isto posto, vemos que o espiritismo pode ser considerado como uma doutrina moral, na medida em que fornece ao homem noções sobre as leis que o regem, enquanto espírito imortal. Ao mesmo tempo, é uma doutrina fortemente consoladora, uma vez que coloca nas mãos do ser humano os instrumentos (mas também a responsabilidade) para sua própria evolução, postulando que o futuro será aquilo que dele fizermos. Talvez por isto é que o próprio Kardec assumiu, para o espiritismo, o papel do Consolado r citado por Jesus na bíblia24 (ainda que sem o conteúdo de fatalismo presente na maioria das religiões): " Assim, o Espiritismo realiza o que Jesus disse do Consolador prometido: conhecimento das coisas, fazendo com que o homem saiba donde vem, para onde vai, e por que está na Terra; atrai para os verdadeiros princípios da lei de Deus e consola pela fé e pela esperança."25 

 O espiritismo enquanto filosofia: o surgimento da filosofia no mundo dá-se a partir do desejo do ser humano em explicar o universo que o cerca, e as relações entre ele, ser humano, e este universo. Apesar de surgir como contraposição metódica ao dizer mítico (ver p. 4), a filosofia não é exclusivamente racional: "Quando se dá a passagem da consciência mítica para a racional, aparecem os primeiros sábios, sophos (...). Um deles, Pitágoras (séc VI a.C.) que também era matemático, usou pela primeira vez a palavra filosofia (philos + sophia), que significa 'amor à sabedoria'. É bom observar que a própria etimologia mostra que a filosofia não é puro Iogos, pura razão: ela é a procura amorosa da verdade.“26. É nesta ânsia de saber, muitas vezes intuitivo, que o homem cria os sistemas. e escolas filosóficas. Na medida em que o espiritismo procura também explicar o universo e mostrar as relações entre o espírito e a matéria, ele é uma filosofia. No dizer de Herculano Pires, um dos maiores filósofos espíritas, "A Filosofia Espírita sintetiza em sua ampla e dinâmica conceituação todas as conquistas reais da tradição filosófica, ao mesmo tempo que inicia o novo ciclo dialético da nova civilização em perspectiva. 27 E é como filosofia que o espiritismo se destaca, uma vez que traz, através de uma cosmovisão diferenciada - porque livre dos preconceitos que embotam a visão do homem - respostas lógicas a questões até então insolúveis ou relegadas ao campo da fé. Herculano Pires postula a existência de uma ontologia, um existencialismo e uma sociologia espíritas, formando um corpo filosófico único e complexo. 

 Desta forma, não há como negar a existência, muito bem definida e delimitada, da filosofia espírita. Ela se faz a despeito dos próprios espíritas. os quais preferem encarar a doutrina espírita apenas como doutrina moral (e muitas vezes religiosa ou dogmática) a ter de exercitar seu pensamento na filosofia. Já vimos que o espiritismo é uma doutrina moral e uma filosofia. Mas. poderá ele ser considerado uma ciência? E, se puder, quais as suas bases necessárias? 14

 4- UMA DISCUSSÃO SOBRE A CIÊNCIA ESPÍRITA: 

 Allan Kardec considerava o espiritismo como uma ciência, e mais, como uma ciência positiva: “É, pois, resultado da observação, numa palavra. uma ciência; a ciência das relações entre os mundos visível e invisível; ciência ainda imperfeita. mas que diariamente se completa por novos estudos e que. tende certeza. tomará posição ao lado das ciências positivas. Digo Positivas, porque toda ciência que repousa sobre fatos é uma ciência positiva, e não puramente especulativa.“28 

Não podemos esquecer-nos que tais considerações são perfeitamente concordantes com os princípios e a formação de Kardec. Sendo ele um homem de cultura, criado no meio positivista do século passado, não admitia como válido senão aquele conhecimento que proviesse de uma fonte de fatos confiáveis, e que pudessem ser corroborados racionalmente. Assim é que somente interessa-se pelos fatos espíritas quando, presente a uma reunião de mesas girantes, sua inteligência é posta a prova para explicar, a si mesmo, o fenômeno observado; e a partir de então começa a pesquisar. acabando por formular o espiritismo. 

 Outra consideração que se faz necessária é que a época em que o espiritismo surgiu foi marcada pela desmistificação de alguns conceitos, principalmente na biologia, que levaram o homem a relegar toda a metafísica ao campo da religião e, portanto, indigna de ser objeto por parte das ciências. A síntese da uréia em laboratório, em 1831, é um golpe mortal na teoria do vitalismo, reforçando a concepção mecanicista da vida. Estavam em curso as experiências que levariam à destruição do conceito de geração espontânea. O espírito da época era o da necessidade da experimentação como base fundamental do processo científico. 

 O pensar da ciência espírita como uma ciência positiva levava à necessidade do estabelecimento de dois aspectos fundamentais que pudessem alicerçar o seu florescimento: o objeto de pesquisa e seu método. Kardec não se furtou a estabelece-los. e o fez segundo critérios bem definidos:  O objeto de estudo - Quanto a isto, parece-nos não haver o menor problema. O próprio Kardec, ao definir os limites da ciência espírita, delimita o objeto: é o espírito, no que diz respeito à sua natureza, origem e destinação, e as relações este espírito (aqui compreendido como princípio inteligente, e, portanto, distinto da matéria, que é não-inteligente) com o mundo corporal. 

Note-se que esta delimitação coloca como objeto da ciência espírita uma gama muito larga de teorias, fenômenos e entes, tais como: o ser inteligente e tudo aquilo que lhe diz respeito (e, portanto, englobando aqui todas as assim chamadas ciências humanas), os modos de relação entre este ser inteligente com o mundo que o cerca (abarcando, então. os fenômenos produzidos devido a esta interação. a saber, não somente os fenômenos mediúnicos e anímicos, mas também as partes das ciências físicas nas quais o observador é participante essencial do processo) e os fenômenos do mundo corporal que têm interferência direta no ser inteligente (o que abrange também as chamadas ciências biológicas). Bem entendido, não estamos defendendo a criação de uma física espírita. de uma 15 biologia ou medicina espírita, de uma psicologia espírita; afirmamos apenas que o espiritismo tem algo a dizer em conjunto com todas estas disciplinas. 

  O método da pesquisa - Para que uma ciência possa aspirar este título. é absolutamente necessária a definição do método, isto é, o modo pelo qual se espera atingir os resultados da pesquisa. Ao mesmo tempo, é também imprescindível que se delimite os critérios de validação, em base as quais serão verificados os mesmos resultados, visando comprová-Ios ou negá-Ios. Tanto os métodos quanto os critérios de validação da ciência "oficial" já foram expostos no item 2. 

O que pretendemos discutir aqui é exatamente este tema no que tange à ciência espírita. Kardec também não se negou a efetivar esta definição. Uma vez que os critérios tradicionais de validação não eram aplicáveis à nova doutrina que se criava, ele estabeleceu seus próprios critérios, sem, contudo deixar de empregar a idéia básica vigente, a de experimentação contínua e diversificada de todas as possibilidades. 

No dizer de Herculano, “Kardec não se perdeu, como Wundt29, Weber30 e Fechner31, no sensível das pesquisas epidérmicas do limiar das sensações. Percebeu logo que os métodos não podiam ser aplicados a fenômenos extrafísicos e estabeleceu o princípio da adequação do método ao objeto.“32 Para tanto, Kardec estabelece que as pesquisas espíritas só teriam validade se fossem baseadas na experimentação mediúnica (isto é, os dados da pesquisa deveriam ser obtidos por meio de discussão direta dos temas com os desencarnados, através de médiuns), ou seja, ele define a mediunidade como método da pesquisa espírita. Para validar este método, postula que os resultados assim obtidos só seriam considerados verdadeiros se fossem igualmente recebidos por vários experimentadores, através de diferentes médiuns em diferentes partes do mundo (critério de universalidade do ensino dos espíritos). 

 Paralelamente, o codificador emprega o crivo da razão (critério da racionalidade das comunicações espíritas) como validador complementar: “Os Espíritos são o que são e nós não podemos alterar a ordem das coisas. Como nem todos são perfeitos, não aceitamos suas palavras senão com reservas e jamais com a credulidade das crianças. Julgamos, comparamos, tiramos conclusões do que observamos e os seus próprios erros constituem ensinamentos para nós, uma vez que não renunciamos ao nosso discernimento.“33

 Não há dúvida que, ao tentar resolver este problema, Kardec realizava um pensar metodol6gico sobre a doutrina que estava criando. Ainda assim, parece-nos que ele próprio percebeu a dificuldade que enfrentava, de fazer a ciência espírita aceita universalmente, como demonstra no seguinte texto: “Talvez nos contestem a denominação de ciência, que damos ao espiritismo. Ele não teria, sem dúvida e em nenhum caso, as características de uma ciência exata, e precisamente nisso está o erro dos que pretendem julgar e experimentar como uma análise química ou um problema de matemática; já é bastante que seja uma ciência filosófica. 

Toda ciência deve basear-se em fatos; mas estes, por si sós, não constituem a ciência; ela nasce da coordenação e da dedução lógica dos fatos: é o conjunto das leis que os regem. Chegou o espiritismo ao estado de ciência? Se se trata de uma ciência acabada, sem dúvida será prematuro 16 responder afirmativamente; mas as observações já são hoje bastante numerosas para permitir pelo menos deduzir os princípios gerais, onde começa a ciência.”34 

A nosso ver, o grande problema da ciência espírita reside no fato de ela não ter sabido transformar a novíssima cosmovisão trazida pela filosofia espírita, a qual se fundamenta nos pontos básicos que nos referimos acima (p. 10) num paradigma verdadeiramente científico que pudesse embasá-Ia e às suas descobertas. 

Não possuindo este paradigma, ou ao menos a sua proposta, a ciência espírita, por tratar de temas que são verdadeiros traumas para os cientistas, que os encaram como mera superstição, não consegue penetração suficiente na cultura para que possa vir a ter influência nas academias. Ao mesmo tempo, outro problema se apresenta. 

Para que a mediunidade possa ser empregada convenientemente como método de pesquisa, é necessário que saiba enfrentar as teorias alternativas, hoje existentes, que se propõem a explicar o fenômeno mediúnico sem a participação dos espíritos desencarnados. Os critérios de universalidade e racionalidade postulados por Kardec, se apresentam válidos para uma crítica do conteúdo das comunicações, e conseqüentemente da identidade do espírito comunicante, partem do princípio da veracidade do fato mediúnico e da possibilidade da imortalidade da alma, elementos ainda não demonstrados de maneira cabal. 

 Assim sendo, à guisa de conclusão, podemos afirmar que é absolutamente necessário que a ciência espírita não só defina um novo paradigma, que poderá sem problemas ser chamado de um paradigma espírita, mas que faça-o aceito nas academias de ciências. Para a definição deste paradigma, será necessária uma ampla discussão entre os setores culturalmente mais avançados dos diversos movimentos espíritas existentes, uma vez que é muito improvável que ele possa surgir de um insight pessoal. 

Não podemos esquecer, contudo, que já temos, na filosofia espírita, a base necessária para a criação deste novo paradigma, uma base tão distinta de tudo o que ainda hoje existe que sua aceitação seria, para usar a terminologia de Kühn, uma ruptura revolucionária não-cumulativa, ou seja, uma verdadeira revolução científica. Ao mesmo tempo, é necessário que a ciência espírita crie, a partir deste paradigma, novos métodos de pesquisa e critérios de validação que possam ser facilmente e convenientemente empregados por todos os cientistas espíritas. Isto serviria para que a ciência espírita pudesse consolidar-se, e assim demonstrar cabalmente seus princípios básicos. 

 É claro que se pode argumentar que a própria ciência "oficial" tem, também, seus problemas metodológicos, e que o paradigma sobre a qual ela se baseia repousa em princípios bastante frágeis. Tal argumentação é correta. Entretanto, só conseguiremos mudar um ponto de vista falho se tivermos outro para substituí-Io, além de força de vontade e conhecimentos suficientes para impo-Io. Se nós, cientistas espíritas ficarmos parado aguardando que o desenvolvimento científico eIou cultural comprove nossas próprias teses, perderemos o trem da história e correremos o risco de sermos engolidos pela própria evolução intelectual que tanto desejamos. 17 

REFERÊNCIAS 

 1 Aurélio BUARQUE DE HOLANDA FERREIRA, Novo dicionário da língua portuguesa. 

 2 Ernest NAGEL, Filosofia da Ciência. 

 3 New Webster's Dictionary of lhe English Language (tradução livre) 

 4 Etimologicamente, a palavra método (do grego meta + hodós) significa “percorrer um caminho" ou seja, como chegar ao fim desejado a partir do estado atual. Já metodologia (meta + hodós + logos) é a problematização do método, é perguntar-se se há um caminho a ser percorrido, e como ele pode sê-Io. Esta diferença etimológica leva-nos a concluir que, apesar de haver problemas de método na ciência espírita, há, principalmente, uma quase que total ausência de metodologia. Trataremos mais profundamente desta questão futuramente, durante a revisão deste texto. 

 5 Uma outra discussão, a qual não cabe neste trabalho, mas que é também fundamental num questionamento sobre o conhecimento, refere-se à existência de uma Verdade absoluta, independente do ser humano, pré existente e eterna, e da possibilidade de o homem atingir esta Verdade. A alternativa é a impossibilidade do conhecimento desta Verdade, mas somente de uma verdade relativa. Esta discussão é sintetizada por Kant, com seus postulados de coisa-em-si (númeno), inefável, e coisa-em-nós (fenômeno), cognoscível. 

 6 Sir Francis Bacon (1561 - 1626), pensador inglês, barão de Verulan, escreveu o Novum Organon Scientiarum, óbvia oposição ao Organon de Aristóteles. 

 7 John Locke (1632 - 1704), filósofo inglês, criador do empirismo científico, escreveu Ensaio sobre o entendimento humano, no qual procurava descrever uma teoria completa do conhecimento 

 8 Roberto CREMA, Introdução à visão holística, p. 30. 

 9 Ibidem, p.34 

 10 Fritjof CAPRA, O ponto de mutação, p. 69. 

 11 Roberto CREMA, opus citatus, p. 41. 

 12 Fritjof CAPRA, opus citatus, p. 75. 

 13 A questão do paradigma holístico é sobremaneira importante para a ciência espírita, uma vez que indica um caminho que ela mesma (ciência espírita) pode seguir em direção à definição de seu próprio paradigma. Entretanto, devido à profundidade exigida por esta questão, sua discussão será deixada para a continuação deste trabalho. 

 14 A denominação ciências humanas nos parece inadequada, e talvez seja inadequada mesmo a denominação anteriormente usada, ciências da natureza. Afinal, se uma ciência deve possuir método e objeto, ambos incluem o homem (compreendido como "ser pensante") em seu trabalho. Uma possibilidade (mas talvez esta seja uma sugestão um tanto ousada!), seria o emprego, respectivamente, dos termos ciências do espírito e ciências da matéria, coerentemente com a postura de Kardec. 

 15 Michel FOUCAUL T, Les mots et les choses, cap. X (citado por Hilton JAPIASSU, Introdução à epistemologia da psicologia, p.15). 

 16 Ibidem, p. 16. 

 17 Hilton JAPIASSU, opus citatus, p.19. 

 18 Allan KARDEC, O que é o espiritismo, p.10. 

 19 Ibidem, p. 34. 

 20 Reinaldo DI LUCIA, Passes: discussão e propostas, monografia apresentada no III Simpósio Brasileiro do Pensamento Espírita, 1993, p.2 

 21 Allan KARDEC, O livro dos médiuns, p. 19. 

 22 Jaci RÉGIS, Uma nova visão do homem e do mundo, p.2 

 23 Deve-se entender por "leis sendo descobertas continuamente" como pesquisas incessantes sobre os mecanismos que regem o universo físico. Porém não se pode esquecer que, ultimamente, estas pesquisas têm levado a conceitos de organicidade (em oposição ao mecanicismo) e probabilidade (aceitação do acaso), os quais contrariam a visão positivista do universo, como já foi aqui relatado. 

 24 Evangelho de João, cap. XIV, w. 15 a 17 e 26. 

 25 Allan KARDEC, O evangelho segundo o espiritismo. p. 135. 

 26 Maria L. de A. ARANHA e Maria H .P. MARTINS, Filosofando: Introdução à filosofia. p. 72. 18

 27 J. Herculano PIRES. Introdução à filosofia espírita, p.28. 

 28 Allan KARDEC, Revista espírita. novembro 1964, p. 323. 

 29 Wilhelm Wundt (1832 - 1920) é considerado o criador e sistematizador da psicologia como ciência experimental, através de seu livro Manual de psicologia fisiológica. 

 30 Weber, fisiólogo inglês, foi o realizador dos primeiros estudos sobre o tempo de reação psicomotora, uma das bases para o estabelecimento da psicologia experimental. 

 31 Fechner, a partir das pesquisas de Weber, elabora uma série de métodos para a obtenção de medidas quantitativas das sensações, formulando a lei de Weber - Fechner: “A intensidade da sensação aumenta por igual, quando a razão dos estímulos continua a ser igual, em todos os sentidos.“ 

 32 J. Herculano PIRES, Ciência espírita, p. XV. 

 33 Allan KARDEC, Revista espírita, julho de 1859, p. 195. 

 34 Allan KARDEC, opus citatus, janeiro de 1858, p. 2. 

 BIBLIOGRAFIA 

 1. Alves, Rubem. Filosofia da ciência, 58 ed, São Paulo, Brasiliense, 1981 

 2. Arruda Aranha, Maria Lúcia e Pires Martins, Maria Helena. Filosofando: introdução à filosofia, 28 ed, São Paulo, Modema, 1993 

 3. Capra, Fritjof. O ponto de mutação, São Paulo, Cultrix, 1982 

 4. Conan Doyle, Arthur. História do espiritismo, São Paulo, Pensamento 

 5. Crema, Roberto. Introdução à visão holística, 18 ed, São Paulo, Summus, 1989 

 6. Garcia Morente, Manuel. Fundamentos de filosofia, 88 ed., São Paulo, Mestre Jou, 1980 

 7. Gauld, Alan. Mediunidade e sobrevivência, São Paulo, Pensamento, 1982. 

 8. Hempel, Carl G. Filosofia da ciência natural, 28 ed, Rio de Janeiro, Zahar, 1974 

 9. Herculano Pires, José. Ciência espírita, 28 ed, São Paulo, Paidéia, 1981 

 10. Herculano Pires, José. Introdução à filosofia espírita, 28 ed, São Paulo, FEESP, 1993 

 11. Japiassu, Hilton. Introdução à epistemologia da psicologia, 38 ed, Rio de Janeiro, Imago, 1982 

 12. Kardec, Allan. O evangelho segundo o espiritismo, 918 ed, Rio de Janeiro, FEB, 1944 

 13. Kardec, Allan. O livro dos espíritos, São Paulo, Pensamento. 

 14.Kardec, Allan. O livro dos médiuns, 528 ed, Rio de Janeiro, FEB, 1944 

 15. Kardec, Allan. O que é o espiritismo, 58 ed, São Paulo, Instituto de Difusão espírita, 1978 

 16. Kardec, Allan. Obras póstumas, 18 ed, São Paulo, LAKE, 1975 

 17. Kardec, Allan. Revista espírita, Sobradinho, Edicel, volumes dos anos de 1858, 1859 e 1864 18. Kühn, Thomas. A estrutura das revoluções científicas, in Coleção Os Pensadores, 

18 ed, São Paulo, Abril Cultural, 1975 

 19. Lantier, Jacques, O espiritismo, Lisboa, edições 70 

 20. Nagel, Emest. Filosofia da ciência, São Paulo, Cultrix, 1968 

 21. Popper, Karl. A lógica da investigação científica, in Coleção Os Pensadores, 18 ed, São Paulo, Abril Cultural, 1975 

 22. Régis, Jaci. Uma nova visão do homem e do mundo, 18 ed, Santos, Dicesp, 1984 

 23. Ronan, Colin A. História ilustrada da ciência - a ciência nos séculos XIX e XX, São Paulo, Jorge Zahar Editor, 1987 

 24. Tinoco, Carlos Alberto. Parapsicologia e ciência: origens e limites do conhecimento parapsicológico, 18 ed, São Paulo, Ibrasa, 1993 

 25.Vergez, Andre e Huisman, Denis. História dos filósofos ilustrada pelos textos, 48 ed, Rio de Janeiro, Freitas Bastos, 1980

domingo, 16 de maio de 2021

Estudo Metodológico da Mediunidade de Cura – revisão 2021 - por Alexandre Cardia Machado

 

Estudo Metodológico da Mediunidade de Cura – revisão 2021

Alexandre Cardia Machado

IV – SBPE – Simpósio Brasileiro do Pensamento Espírita, Porto Alegre, RS – 12 a 15 de outubro de 1995.

 

Introdução à revisão de 2021:

Resolvemos redigitar este trabalho 26 anos após a sua apresentação no IV SBPE, o fizemos pois não existe muita produção disponível online sobre este tema de mediunidade de cura, fato este que torna este estudo relevante. Ao fazer esta releitura e digitalização manual acrescentamos algumas notas de esclarecimentos que nos pareceram importantes. Originalmente havia 33 notas de rodapé e ao terminarmos a revisão aumentamos este número para 64 com alguns esclarecimentos adicionais, estas notas novas estão identificadas com a notação NN ao princípio de cada uma delas.

A partir de um questionário inicial, os membros do GPCEB – Grupo de Pesquisas Científicas Ernesto Bozzano - acrescentavam outras questões de forma a conseguir avançar na dúvidas em função da interação com os médicos espirituais.

É necessário agradecer aos Espíritos que se comunicaram e claro aos médiuns do CEAK. Sem eles este trabalho não poderia ter sido realizado.

Não poderíamos deixar de estender os agradecimentos aos nosso voluntários, jovens da MEEV – Mocidade Espírita Estudantes da Verdade, que além de nós mesmos, membros do GPCEB transcreveram, na década de 1990 não apenas estas fitas cassetes relacionadas a este trabalho, mas outras tantas, pois nos reuníamos semanalmente, sempre arguindo os Espíritos, usando os diversos questionários que usávamos para as múltiplas pesquisas que realizávamos.

Todos os trabalhos dos SBPEs anteriores à edição de número VIII só existem na forma impressa em seus respectivos anais, o que torna a pesquisa de interessados, dos temas apresentados nos primeiros Simpósios muito mais difícil.

Neste espaço de tempo houve uma reforma ortográfica e tratamos de atualizar o trabalho para o português corrente.

Desta forma subiremos este trabalho no blog do ICKS e o deixaremos à disposição dos internautas. A seguir o trabalho original.

Alexandre Cardia Machado


 

Estudo metodológico da mediunidade de cura

Índice:

a.       Apresentação

b.       Desenvolvimento

c.        Elaboração do questionário

d.       Evocação dos médicos Espirituais

e.       Aplicação do roteiro de curas mediúnicas

a)       Objetivos

b)      Marco teórico referencial

c)       Diagnóstico

d)      Ambiente cirúrgico

e)       Instrumentos

f)        Descrição técnica (Metodologia)

g)       Prognósticos

h)      Mecanismos em diferentes manifestações de doença

i)         Formação dos Recursos humanos

j)        O processo do desencarne

f.        Conclusão

g.       Bibliografia

 

A - Apresentação

 

O GPCEB – Grupo de Pesquisas Científicas Ernesto Bozzano - de Santos[1] - SP durante o período em que elaborava a pesquisa de campo do médium e Espírito Bernardino/ Frieermann[2] [3] tratou de arguir um conjunto de médicos Espirituais a respeito de uma série de questões relacionadas à mediunidade curadora e seu processo.

Este trabalho aborda a cura sob o ponto de vista dos desencarnados, utilizando o método GPCEB de pesquisas[4] que é uma adaptação do método de Allan Kardec.[5]

A forma de apresentação deste trabalho segue a tradicional apresentação das obras de Allan Kardec, ou seja, através de perguntas e respostas. Sempre que cabível são apresentados comentários, no entanto procuramos censurar[6] ao mínimo as respostas dadas pelo Espíritos comunicantes.

B - Desenvolvimento

Para a realização deste trabalho se fez necessária a consulta das transcrições de 10 sessões mediúnicas nas quais concorreram 5 médicos Espirituais e 1 biólogo. São eles:

Dr. Frieermann (3 sessões); Dr. Porchat (5 sessões), Biólogo João Neves Prado (1 sessão), Dr. Sérgio da Mota (3 sessões) de São Paulo, cirurgião, Dr. Ivon Mesquita Veil e Dr. Ângelo Antônio Pereira (2 sessões) especialista em Patologia Clínica em Bauru.

O Dr. Frieermann como já relatado, opera através do médium Bernardino, em Santos. O dr. Porchat (DP) trabalha no Centro Espírita Allan Kardec (CEAK) também em Santos há muitos anos de maneira discreta, ajudando a comunidade sem que de maneira alguma participar de operações mediúnicas. Os senhores João Neves Prado (JN), Dr. Ângelo (DA), Dr. Sérgio da Mota (DS) e Dr. Ivon Mesquita (DM) foram convidados pela equipe Espiritual do CEAK para responderem as nossas perguntas.

C- Elaboração do Questionário

O questionário básico utilizado foi elaborado visando a pesquisa com o Dr. Frieermann tendo sido por nós aproveitado para esta pesquisa com outros médicos Espirituais, o que vem de encontro com o método de Allan Kardec que procurou cruzar o mais que pode as informações obtidas por diversos médiuns a fim de garantir a validade das afirmações.

O questionário básico constava de 52 questões, que desdobradas durante as cerca de 15 horas de sessões, resultando em um total de 107 questões, para as quais obtivemos 160 respostas, com uma média de 1,49 respostas por questão.

D - Evocação dos Médicos Espirituais

Quando decidimos aprofundar a pesquisa tratamos de informar à equipe Espiritual do CEAK da necessidade de contarmos com um grupo de médicos Espirituais que nos possibilitassem ampliar o grupo pesquisado. Isto foi prontamente atendido, fato que deve ser destacado porque, de uma forma geral a evocação direta, não tem sido bem sucedida, nas nossas reuniões de pesquisa.

Durante este período de pesquisa pudemos contar com várias reuniões onde tivemos 3 médiuns atuando ao mesmo tempo, permitindo o debate entre as entidades e a equipe do GPCEB.

Adotamos a codificação[7] abaixo para identificação dos Espíritos que responderam às nossas questões, estamos adotando este procedimento com o objetivo de facilitar a análise, uma vez que os mesmos em determinadas situações, apresentam posicionamentos distintos[8].

DF - Dr. Frieermann.

DP - Dr. Porchat.

JN - Biólogo João Neves Prado;

DS - Dr. Sérgio da Mota;

DM - Dr. Ivon Mesquita Veil e

DA - Dr. Ângelo Antônio Pereira.

 

E – Aplicação do roteiro de Curas Mediúnicas

A partir deste momento, passaremos a apresentar as questões formuladas aos Espíritos e suas respectivas respostas.

E.1 – objetivos:

1) Qual a perspectiva da medicina espiritual, uma vez que não é suficiente para tratar todos os enfermos?

DP (19/06/90) – Às vezes é difícil de se tocar nessa ferida, mas a maioria dos Centros gosta de ter um médico e um médium que receba esse médico. Nosso irmão Bezerra, por exemplo, está dividido em mil pedaços, ou dez mil ou cem mil, porque numa hora só, ele realiza diversos receituários, comunicações, no mesmo instante. Poderia ser? Vamos dizer que é uma equipe de Bezerras? Também seria grosseiro de nossa parte, porque então ele ficaria com todas as equipes e não deixaria nenhuma para ninguém. Então, isso tudo é vaidade do ser humano e isso põe em risco a Doutrina Espírita, poque a maioria dos Centros querem ter sempre alguém conhecido. E esse foi sempre o nosso medo e a nossa cautela. E, é por isso que, nos colocamos sempre com cuidado e sempre com um pé atrás no receituário e na abertura às pessoas que vem pela primeira vez à casa.

DA (12/05/92) – Gostaria de dizer que trabalhava com patologia. O objetivo da Medicina espiritual é o de uma ação no Espírito principalmente através do perispírito com o objetivo de se refletir no físico, sanando muitas vezes problemas urgentes que necessitam de uma intervenção imediata. Nem sempre se pode, por uma série de motivos, agir no físico até pelos recursos de comunicação em determinados pacientes, clientes não se dá, atuando-se desta forma nos diversos recantos onde temos a oportunidade de entrar e nesta outra área que não é a vida, conseguimos atender ao paciente sem que ... [9].

DP (12/05/92) – Há uma infinidade de criaturas que dependem deste milagre, muitas vezes este milagre falha, põe por terra os anseios, as necessidades das criaturas é por isso que vemos que é um trabalho de muita responsabilidade mas também é uma demonstração para o homem de que a vida continua após a morte.

1.1) Vocês têm a possibilidade de curar doenças que a medicina normal não consegue?

DA (9/07/91) – “Quantas vezes nós participamos de casos onde o médico largou o paciente, não é largou, modo de dizer, largou achando que não tinha mais cura e que era um caso em que não precisava mais se preocupar, estava terminado ali a sua tarefa o seu trabalho e você sabe que nem todo mundo fica conformado com aquele – é assim mesmo – e então, o apelo, os pedidos, embora as pessoas às vezes não são credoras de religiões, não acreditam, mas sentem necessidade de sobreviver. De continuar a sua existência, e somos solicitados de ir até eles, e quantas vezes conseguimos levar com vitória esta tarefa de operações, por que não?

E.2 – Marco Teórico Referencial

2) Quais as bases da cirurgia espiritual em termos conceituais?

DP (9/07/91) – Temos um material completamente diferente do que vocês usam. Mas usamos os instrumentos que são necessários, nosso campo é mais atuante no campo vibratório, nós conseguimos armazenar as vibrações dos amigos que estão neste grupo e vamos levar a estas criaturas[10] (refere-se às pessoas que estão sendo tratadas) tudo aquilo que nós conseguimos, e durante a noite, muitas vezes o tratamento é demorado, não é imediato, não é um processo milagroso também, onde se toca e a ferida cessa, não. Muitas vezes temos o trabalho bem longo.

3) Quais as bases da cirurgia espiritual em termos conceituais?[11]

Sem respostas.

4) Onde age a intervenção, nestes casos, e em que nível?

DP (23/07/91) - A operação é direta no corpo. Se o corpo está doente, ele deve ser tratado, juntamente será também o perispírito.

DS (25/05/91) – Eu trabalho nos dois lados, quando eu parto para o lado externo (físico) nas minhas curas, se você tirar uma radiografia, encontrará uma cicatriz interna.

5) Qual o mecanismo de ação destas cirurgias?

DF (02/10/91) – Prova maior da cura é desaparecer, comprovadamente, desta forma, sem cortar, do que abrindo. Os opositores podem alegar hipnotismo e, desta forma, através de provas, radiografias, pode-se demonstrar a cura. Uma mão aparentemente vazia, aí está a prova do fenômeno sensacionalista e não se apercebem que a entidade não mais quer cortar, mas ele (médium) se auto programa e trabalha por si só. A entidade então se afasta e o médium fica sozinho, ou tirando do arquivo de outra vida o conhecimento médico, secundado por entidades que se comprazem.

6) Qual a definição que as equipes envolvidas neste tipo de trabalho possuem de saúde? E de doença?[12]

Sem respostas.

7) Qual a relação entre doença e perispírito?

DP (23/07/91) – No caso atuamos primeiro no corpo físico que está doente, atinge-se também o perispírito, algumas vezes precisamos mesmo fazer trabalho no perispírito, é um trabalho mais delicado.

7.1) No caso de câncer, vocês atuam aonde?

DP (9/07/91) – Na área direta.

7.2) No perispírito ou no corpo físico?

DP (9/07/91) – Nos dois, curamos primeiro o corpo físico, mas trabalhamos com o perispírito, porque senão ele não haveria cicatrizado.

7.3) O perispírito não se recupera sozinho, se você curar o corpo físico ele não teria condições de se adaptar?

DP (9/07/91) – Às vezes não, ficam marcas porque ele passou por um processo muito doloroso de quem tem uma doença destas.

DM (24/05/93) – Se um paciente desencarnado chega no hospital com o perispírito lesado por um tumor, nós atuamos em duas instâncias, atuamos em primeiro lugar convencendo-os de que não existe mais o tumor (neste caso a pessoa acabou de desencarnar em função deste tumor), que guardam a impressão deste tumor e fazemos um trabalho médico no tumor em si, que permanece no perispírito. Em muitos casos a doença ultrapassa o limite da morte. Trata-se a mente e o corpo perispiritual.

7.4) Vamos admitir que vocês consigam extirpar o mal do corpo, e deixar o perispírito como esta, o perispírito pode retornar ao físico o mesmo mal?

DP (9/07/91) – Pode, porque ele causou um trauma no perispírito e isto precisa ser curado, precisa ser sanado.

7.5) A metástase estaria relacionada a isto? Por exemplo, você tem um câncer gástrico aí vai e faz uma gastrectomia total, não tem nada, está limpinho, como é que fica?

DP (9/07/91) – Veja bem, desde que a pessoa aceite, desde que ela mantenha o seu pensamento de que está curada, de que mais terá um retrocesso da doença, nestes casos o perispírito não é lesado.

7.6) – Pelo que eu estou ouvindo aí, está havendo uma separação grande entre espírito, perispírito e corpo, doenças que não são corporais, doenças que são perispirituais e eu vejo aí, acumulação da energia espiritual na etiologia destes processos, né? Eu não sou médico evidentemente, mas eu acho que esta medicina chamada espiritual, ela está muito ligada a estes processos puramente terapêuticos, cirúrgicos, quando a gente supunha que estes processos patológicos tivessem uma ideologia mais mental, não no sentido de etéreo, mas de formulações energéticas. Existe uma teoria inclusive que considera o câncer como um congelamento da energia psíquica e são coisas que não tem sido explorada pelos Espíritos. É a mesma história da medicina (transferem para o corpo perispirítico a doença física) ... É, inclusive os Espíritos que se comunicam por estas operações não inovam nada, porque eles fazem a parte puramente teatral e não explicam nada, fica tudo no campo do milagre.

DP (9/07/91) – É isto que eu estou dizendo, tem que ver bem a separação, não há milagre mas nós não estamos fazendo diferença aqui, não estamos dividindo, como você disse, o corpo, perispírito e espírito, estamos dizendo sim que, o espírito fica mesmo com aquela sequela da doença que o corpo físico adquiriu, mas ele pode estar perfeitamente equilibrado, desde que, o espírito sinta-se encorajado e liberto de seus sofrimentos.

7.7) – Eu li, no trabalho do Dr. Frieermann a seguinte afirmativa: Que eles operavam no perispírito. Ele não diz que opera no corpo, diz que opera no corpo, diz que opera no perispírito. A operação é feita no corpo ou no perispírito, afinal?

DP (23/07/91) – A operação é direta no corpo.

7.8) Eles não estão sabendo disto, por que eles dizem que é no perispírito?

DP (23/07/91) – Se o corpo que é doente, é porque o corpo tem que ser tratado, juntamente será o perispírito, mas no momento as operações são feitas no corpo.

7.9) – Então ele enfia a mão na pessoa, aperta e tal e atinge o órgão fisicamente?

DP (23/07/91) – Então, ele não vai poder pôr a mão e atingir o perispírito, de maneira nenhuma!

7.10) – Mas o perispírito não está ali presente também?

DP (23/07/91) – Está, mas ele está agindo dentro do corpo da pessoa, no corpo da pessoa.

7.11) – O perispírito se adapta automaticamente ou precisa fazer algum trabalho nele?

DP (23/07/91) – Às vezes precisa ser trabalhado este perispírito.

7.12) Mas existe dois grupos trabalhando ao mesmo tempo? Enquanto um faz a operação no corpo físico o outro vai fazendo no períspirito?

DP (23/07/91) – Não, primeiro é feita uma depois a outra. O trabalho com o perispírito é depois. É um trabalho mais delicado ainda.

7.13) – Quando médium-espírito se utilizam de um bisturi, na verdade é um objeto que pode ser dispensado. É um vício do médico?

DP (23/07/91) – Não vou dizer que é vício, seria de minha parte uma maneira deselegante dizer isto, há uma necessidade ainda, eu diria, é uma necessidade do médium, é uma necessidade da equipe que se forma ali, de ter um bisturi, porque ele vai, de uma maneira ou de outra, exterminar a doença, de uma maneira que melhor se adapte e para ser utilizada por aquele corpo. Eles precisam efetivamente cortar, usando um objeto cortante.

7.14) - Existe relação de funcionamento entre corpo perispiritual e corpo físico, mesmo após a morte?

DM (24/05/93) – São distintos, a mente é mais importante para este corpo espiritual do que os tecidos em si. Os tecidos do perispírito, após a morte do corpo físico, se mantém através da organização da mente, é como se fosse o novo corpo da pessoa.

8) Qual a relação entre estado mental, emocional e doença?

DS (16/06/92) – Muitas vezes a doença se manifesta por um desequilíbrio próprio da pessoa. Ela abre campo na culpa, na consciência. Ela como que estimula a queda da defesa.

8.1) Seria como se houvesse uma remodelação do campo mental pela postura mental do indivíduo?

DP (9/07/91) – Mas muitas vezes, resta dúvida, resta aquela incerteza dos anos, que poderá voltar, é uma coisa muito marcante, não é fácil não. Falar àqueles que não tem nada é fácil, mas, falar àqueles que já mantém a doença é diferente.

8.2) A doença tem uma relação energética tão forte assim como as demais doenças puramente orgânicas ou ela é uma relação direta do Espírito?

DS (16/06/92) – Os dois juntos. Há um desequilíbrio que acarreta, pelo próprio Espírito, pela própria pessoa, que não há doença cíclica aparecendo. Vocês podem fazer qualquer exame, não vai aparecer porque aí quem vai estar enlouquecido é o espírito e há desequilíbrios provenientes do próprio organismo. Está perfeitamente lúcido e não consegue uma relação normal.

8.3) Ele fica lúcido mesmo?

DS (16/06/92) – Quando é apenas na parte física. Única coisa que pode acarretar é se ele for uma pessoa impaciente, uma pessoa revoltada. Ele prejudica muito o trabalho, como prisioneiro sacudindo as grades de tentar se libertar.

DA (16/06/92) – Numa desestruturação só dentro do espírito, como não há uma doença só do corpo, as coisas se unem, se interagem. Isto é um todo vivenciando na Terra. Nós somos o todo, quando encarnados, nós somos o todo vivenciando na Terra. Emoções, alegrias, tristezas e tudo se inter-relaciona.

9) Qual a relação entre campo mental e doença?

DS (12/05/92) – Um toque que se dê ao corpo reflete no espírito. Uma alegria que se causa ao Espírito reflete no corpo, somos um todo. Isso nós temos que aprender sempre. Somos um todo inter-relacionado. Quando conseguimos melhorar o ânimo do Espírito do paciente, refletimos na sua energia física. Tudo se relaciona.

9.1) O comprometimento mental se traduz num maior desequilíbrio energético ou não? Em relação às outras doenças é uma desorganização mais acentuada?

DA (12/05/92) – Desorganiza o fluxo. Algumas vezes criando doenças, você não tem, muitas vezes, alterações gástricas? Isso o que é? É uma desestruturação espiritual que influenciou.

10) Qual a relação entre corpo mental[13] e doença?

DS (25/05/92) – Quando há necessidade de cura mais radical no plano carnal, eu ajo assim: Se for na parte energética, atua-se mais no perispírito. Não precisa avanças tão adentro. Quando o mal não se irradiou tanto pelo corpo físico, eu extirpo apenas a parte espiritual, apenas a parte afetada e procuro também influenciar a parte mental do paciente para que ele não atue de novo e prejudique o trabalho. Se não houver uma mudança de pensamentos, aquela parte voltará a ser afetada e a cura não se completará.

11) Quais as similitudes e diferenças entre as sessões de cura mediúnica e a de efeitos físicos (materializações etc.)?[14]

12) Que elementos (dos planos físico e extra físico) são manipulados numa sessão de cura e qual a finalidade de cada um deles no processo mediúnico de cura?[15]

13) Qual a função do ectoplasma nas operações espirituais?

DP (9/07/91) – Neste caso não há manipulação de ectoplasma, há manipulação de energia. Numa operação espiritual onde muitas vezes o paciente nem toma conhecimento as coisas são feitas de uma tal maneira que ele nem percebe, ele sabe que mais tarde ele ficou livre daquilo mas, não sabe explicar, muitas vezes ele tem dentro de si uma recordação como se fosse um sonho. Como se alguma coisa se passou com ele. Ele seguiu alguma coisa, uma leve picada, ele sentiu um “talhozinho”, há nele uma percepção de alguma coisa diferente, agora na operação mediúnica, geralmente é extirpada mesmo o material doentio e colocado à disposição de quem quer ver. É diferente uma coisa da outra.

13.1) Seria possível provocar uma emanação ectoplásmica visível?

DF (08/01/92) – Quando necessário sim.

13.2) A exteriorização ectoplásmica inicia no médium, ou no grupo todo?

DF (2/10/92) – Inicialmente no médium pelo qual agora me manifesto, secundariamente pelos outros médiuns.

14) – A cura mediúnica pode ser efetuada pela equipe espiritual à distância? De que forma?[16]

15) Em que difere uma cura mediúnica da magnética?

DF (08/01/92) [17]Como já visto, o Fluído Cósmico Universal é o elemento primitivo do corpo carnal e também do Espírito, os quais são simples transformações pela identidade de sua natureza, este fluído condensado, o perispírito pode fornecer o princípio reparador ao corpo.

O Espírito encarnado ou desencarnado é o agente propulsor de vida do corpo deteriorado quando a substancia de seu envoltório fluídico, a cura se opera mediante a substituição de uma molécula mal sã por uma sã, alguma explicação facilmente se dá para compreender o que passa nesta substância, são o Fluído Magnético pode dar a certa substância propriedade ativo (sic) particular nesse caso, quase de certo modo como agente típico modificando o estado molecular.

É de se admirar que possa modificar o estado de certo órgão, ainda mais quando o Fluído usado como agente terapêutico é um fluído oriundo do Espírito benfazejo o poder da cura estará portanto ligado diretamente à pureza da substância inoculada e depende também da energia e da vontade, e quanto maior força de penetração, dará ao fluído são, extremamente variados a ação fluídica sobre o doente algumas vezes é lento e o programa tem tratamento prolongado. Como no magnetismo ordinário era como uma corrente elétrica entrando o polo nesta faculdade em infinitos matizes prolongado.

Como o magnetismo ordinário  era uma corrente elétrica entrando num polo, nesta faculdade, em infinitos matizes todas as curas desse gênero são variedades do magnetismo que diferem pela ação de intensidade, o princípio é sempre o mesmo o Fluído que desempenha o papel de agente terapêutico, cujo efeito está subordinado à sua qualidade em circunstâncias, após entre o magnetizador e o médium curador está diferença capital. O primeiro magnetiza com o seu próprio fluído e o segundo com o fluído depurado do Espírito de onde se diz que, de esses últimos dão seu composto a quem quer e quando quer e pode recusar e consequentemente, terá aquele que abusasse ou desviasse de um fim humanitário.

16) A fé é fator limitante ou indispensável no processo de cura mediúnica? Qual a sua importância?[18]

17) Por que a origem germânica dos chefes da grande maioria das equipes espirituais?

DP (9/7/91) – “E um assunto muito delicado que não podemos dar opinião sem verificarmos não é verdade?”

18) O que diferencia um médium com potencialidade para o trabalho de cura?[19]

18.1) Como foi o processo de adaptação ao médium para que ele fornecesse o ectoplasma?

DF (2/10/92) – Antes de atuar neste médium atuava em outros tantos médiuns, só que com estes outros, a cirurgia psíquica ou espiritual era com instrumento de cortar fisicamente. Em uma reunião de cúpula ficou decidido que iríamos dispensar todos os equipamentos físicos, só iríamos utilizar o magnetismo, o ectoplasma. E a instrumentação apesar de ser matéria está na forma mais quintessenciada, nem por isto deixa de ser matéria.

Por 18 anos observando o médium [20]... função mecanismo diverso feito no corpo espiritual, como no corpo físico para compactação do ectoplasma, trabalhando no centro de força ... energia ... o médium exterioriza,  consequentemente o físico humano, o ectoplasma para este Espírito, que aperfeiçoou esta técnica que elimina o instrumento físico[21], esta cirurgia ectoplásmica com aparelhos no corpo físico[22] ... que instrumento seria este? Este como tudo é fluído e, quando em contato com o perispírito e consequentemente o corpo físico é acionado, uma parte do magnetismo humano, que é dinamizada e é por causa desta dinamização, tanto do magnetismo humano, quanto do ectoplasma que oferecem meios, ... a função do ectoplasma, geralmente, quando vai iniciar a cirurgia, na manhã, conforme a hora da cirurgia vai se aproximando, o próprio médium, já vai propiciando a exteriorização de forma que, quando no transe mediúnico, quando ele perde a chamada consciência, durante o estado sonambúlico, fica comigo e a comando meu, começa a exteriorização do ectoplasma, geralmente em forma não perceptível e algumas vezes começa a exteriorizar de forma tangível, visível, pelos ouvidos e narinas.

Então pelo a uma auxiliar que pegue um guardanapo. Quando encontra o órgão, o corpo estranho não age somente o magnetismo, começa a mudança de ... até alcançar o objetivo. O ectoplasma muitas vezes desmaterializa e rematerializa.

19) É necessária alguma substância especial para que um médium possa ser médium de cura? Qual a sua natureza e função?[23]

20) Nas operações espirituais diretas, como é possível o armazenamento das vibrações do médium?

DP (9/7/91) – Veja bem, não há necessidade de um médium presente, a energia é retirada do cosmo, o universo está cheio dela[24].

21) Qual a metodologia utilizada para pesquisa e análise do trabalho executado por médicos espirituais?

DP (9/7/91) – Vocês têm que estar acompanhando todas as reuniões levando com vocês uma pessoa que vocês soubessem da doença de difícil acesso aos médicos terrenos e que fosse com vocês fazer parte do grupo, submetendo também a este tipo de operação, que como diz você, eles fazem, aí vocês iriam aos poucos vendo este processo acompanhando também a pessoa, no caso o paciente, através de perguntas, acredito que vocês teriam respostas, vocês poderiam sim, ir acompanhando este processo. [25]

Mas num caso destes, de uma pessoa que vocês não tem participação em sua vida, como poderão vocês saber se é verdade ou não é verdade, teria que estar com vocês mesmo uma pessoa mesmo carente e que acompanhasse um desses trabalhos e que fosse mesmo submetida a este processo.

21.1) Sabemos que existem dificuldades relacionadas com o diagnóstico, com a história natural da doença e com o tratamento estatístico, como reverter isto?

DP (9/7/91) – Vamos ser mais simples e imediatos, vamos supor um caso de câncer. Então, um caso de câncer, por que não tentar isto? Você já tem o diagnóstico, sabe, a pessoa já foi submetida às operações, é mais simples para vocês, não estamos aqui querendo que vocês levem uma pessoa para fazer adivinhação, se vocês nem sabem o que ela tem, um diagnóstico, nós não queremos isto, queremos uma pessoa com um diagnóstico já comprovado, aí sim vocês poderão tirar as suas dúvidas ou mesmo pesquisar. Porque vocês terão liberdade para conversar com a pessoa, perguntar do andamento do caso, como se sente, como está reagindo, é um processo muito mais fácil para vocês.

E.3 – Diagnósticos:

22)  Como são realizados os diagnósticos pelos médicos espirituais nos encarnados?

DP (19/06/90) – Eu responderia que podemos observar diretamente e que também não podemos. Dependeria muito da condição do momento. Para um caso desses de diagnóstico, teríamos que ter um ambiente muito propício para isso. Temos que ter uma equipe bem aprovada, não só do nosso lado, no de vocês também uma proposta muito séria e muito honesta. Mas quase sempre podemos ver sim. E ficamos até angustiados, pois que, estamos vendo o ponto afetado e não temos condições de modificar a situação e isso nos deixa muito triste.

DP (23/07/91) – Para nós, nós temos uma facilidade maior para observação direta, não é? Observa-se, exemplificando, vamos dizer que fosse um corpo de vidro, então você olha para dentro e vê, temos neste momento essa facilidade.

Para casos como leucemia por exemplo, temos instrumentos, estudamos o caso, as coisas não são feitas assim no ar.

JN (25/05/92) – No meu caso eu visualizo logo todo o sistema reprodutor, visualizando se existe alguma obstrução. Eu busco sempre obstruções nos canais, se os vasos não têm dificuldades, de permitir a passagem do esperma e dos elementos reprodutores. Muitas vezes pelo próprio excesso de gordura, há constrição dos vasos e não há possibilidade de uma atuação normal.

DS (25/05/92) – Sinto uma energia, visualizo na parte do modelo energético e vejo o desequilíbrio, onde se localiza e onde se irradia. Depois eu analiso e procuro ver a parte mais material, como ela se irradiou para esse lado, onde prejudicou e procuro então ver o melhor tratamento possível.

DF (01/10/91) – O diagnóstico pelo espírito é feito notadamente com a utilização de um aparelho que se chama Perisfísico[26], como o nome diz. Este aparelho pode atuar, tanto no corpo perispiritual também corporizado, como no copo físico. Paralelamente o corpo propriamente dito físico, apresentando alguma anomalia o qual acusa imediatamente a leitura do técnico[27], que passa ao responsável e este a um terceiro que sou eu.

22.1) Como você faz essa visualização?

JN (25/05/92) – Vendo mesmo, percebendo o sistema como um todo. Centralizo ali minha atenção e vejo.

23)  - Qual a importância do diagnóstico para o trabalho da equipe espiritual?

DS (25/05/92) – Como realizar o tratamento sem saber o que posso fazer primeiro, qual a causa afetada? O médico na Terra está impedido pela matéria, ele precisa ter mais informação do paciente. Aqui, nós podemos ir mais fundo, e baseado nessa observação, eu sim, eu posso[28] ... o tratamento, não preciso da informação do paciente para mim.

JN (25/05/92) – Constato, muitas vezes, alguma irregularidade, faço com que o profissional, médico, faça perguntas, induzindo perguntas de maneira que a informação necessária para o próprio possa diagnosticar com segurança.

DF ( 8/01/92) – Uma coisa é bom ficar claro, para nós o diagnóstico oficial, médico não tem uma importância capital, poque nem sempre o diagnóstico está exato, pode entrar com câncer, um sarcoma, um epitelioma ou entrar com um diagnóstico, insisto que para nós, quase não importância (sic) do médico profissional. Para nós muitas vezes é apenas ilustrativo, pode dar ou[29] ... e a reorganização se dar por aqui, é muito complexo. Está claro? Eu posso tentar desmaterializar um osto-sarcoma atuando por aqui, para ver o quanto é complexo.

24) DE que forma são efetuados e/ou confirmados os diagnósticos pela equipe espiritual?

DS (25/05/92) – Como eu já disse, eu trabalho com modelo, eu acredito que a doença vem da parte do perispírito, para se irradiar para o corpo, a não ser em caso de acidente, de intoxicação. Esse é meu processo de trabalho. Para mim é importante esse lado, é muito importante para mim a visualização.

DF (8/01/92) – Temos um aparelho chamado - perisfísico – acoplado simultaneamente ao corpo físico e ao perispírito, atuando, procurando muitas vezes a percepção vem pelo perispírito do médium, captação feita a nível perispiritual tiver 100% acoplado. Já entra uma margem de erro, é como se uma peça se encaixa perfeitamente, não há margem a engano.

E.4 – Ambiente Cirúrgico:

25) O que é verificado nos pacientes minutos antes das operações?

DS (25/05/92) – De preferência, que não tenham se alimentado muito, isso nós vemos pela observação. Não se intoxicarem com medicamentos, com bebidas, cigarro. Para mim prejudica, seria como atuar sobre uma pessoa que não está desinfetada.

O paciente tem que vir para uma cirurgia como ele vai para uma cirurgia na Terra, não é brincadeira, os mesmos cuidados, mesmas precauções, porque senão pode haver reações.

DF (25/05/92) – Em casos onde a gravidade existe, a urgência de uma tratamento existia, muitas vezes é realizado no mesmo instante a cirurgia, ficando para a data pré-determinada aqueles que o quadro obedece a data sem maiores complicações, procurando manter toda a integridade física, estes retornando no dia pré-determinado, chegando com 30 a 45 minutos, uma hora de antecedência ao início do ato cirúrgico, inicia-se a preparação que é individual e a profilaxia pré-operatória que é igual a todos e seria um (sic) certa quantidade de ectoplasma para órgão enfermo preparando para ser cirurgiado (sic). Isso quando o médium adentra é recomendado, é orientado, as pessoas recolherem-se e ficam 15 a 20 minutos em meditação, nesse campo atmosférico é criado (sic), inicia-se a exteriorização da ectoplasmia.

26) Em relação ao preparo, qual a diferença para uma reunião mediúnica comum?

DS (23/07/91) – Há na assepsia do ambiente, uma proteção maior, no preparo cirúrgico mesmo do ambiente. Há uma equipe que vai na frente, procurando já esterilizar o ambiente, modificar os pensamentos. Numa operação de alguma coisa mais grave, mas delicada, ela requer um tipo de energia mais apurada, purificando, centralizado(sic).

27) E a proteção do ambiente?

DP (23/07/91) – No caso observado[30] havia 15 se colocando próximo ao médium[31], os demais estão distribuídos pelo salão, para que possam, não vamos dizer controlar cada pessoa que ali se encontra, seria impossível, mas para colocar um pouco mais de tranquilidade, mesmo, no ambiente, que se torne um ambiente completamente, não vamos dizer perturbado, porque não chega a tanto, mas é um ambiente onde diversas criaturas, cada uma com o seu motivo, com a sua doença, com os seus problemas, são pensamentos diversos, são pensamentos que não são harmônicos porque cada um pensa por si e cada um quer só para si. Então esse grupo se propõe a harmonizar, a tentar fazer com que fiquem um pouco mais harmonizados esses pensamentos. No total havia cerca de 40 Espíritos[32] trabalhando.

DS (25/05/92) – Aqui nesta reunião necessita-se de proteção para não haver perturbações, mas não vamos lidar com saúde de paciente. Não vamos lidar com saúde de paciente. Não vamos lidar com curas, com energias que podem ser prejudicadas por um mau uso, por uma intoxicação, por um mau preparo. Há diferenças gritantes para mim. Aqui nós precisamos também da boa vontade. Lá[33] nós precisamos também da boa vontade de parte espiritual, de uma equipe bem maior para proteção, amparo e sustentação. Há toda uma terapia, toda uma mecânica, toda uma experimentação que é necessária, aqui não precisa disto. Aqui é mais cabeça-cabeça, energia-energia, pensamento -pensamento.

27.1) Nos casos onde as operações são realizadas fora dos centros, durante a noite, em residências, como é preparado o local?

DP (9/07/91) – No caso da nossa irmã[34], ela estava em sua residência, nós transportamos o que era necessário, os instrumentos, a equipe e companheiros do grupo afetivo da paciente, já desencarnados. Mas há um processo de ajuste, é preparado o ambiente para isto, veja bem, você não pode decidir de imediato e realizar uma operação de maneira nenhuma. Você tem que preparar a criatura, você tem que preparar o ambiente e não é de uma hora para outra, que as vezes levam dias, até meses para você preparar os amigos e aqueles companheiros que vão se colocar no momento exato para ajudar. É semelhante a uma pessoa que vai para um centro cirúrgico.

E.5 – Instrumentos:

28) Quais os equipamentos disponíveis no Plano Espiritual relativos à medicina?

DS (25/05/92) – Os instrumentos existem e são reais e os que não trazemos conosco, procuramos criar, utilizando-nos da energia do ambiente para a necessidade daquela operação. São todas aquelas parafernálias de mesa cirúrgica. Não vou dizer para vocês todos os nomes porque há um empecilho muito grande de comunicação, mas todos os tipos de cortes, serras, dilatadores, sutura e até alguns que nós criamos para a ocasião, porque aqui nós temos essa oportunidade, de manipular, de afinar ou alargar, aumentar a força, a extensão, é mais plasmático.

DF (8/01/92) – Estes aparelhos são inseridos para realizar a modificação no Fluído Cósmico Universal (FCU). Este outro instrumento é para agregação do fator ectoplasmático dos médiuns. O magnetismo humano intervindo noutros momentos no corpo físico o órgão fica, a área comprometida vai percorrendo à outra área apresentando, já como consequência do quadro. No contato físico o órgão humano físico ocorre tão somente um [35]... impulso elétrico-magnético e um aporte ectoplasmático humano, envolvendo o órgão e iniciando um process, ato cirúrgico[36].

DF (02/10/91) – Os instrumentos são introduzidos tanto no corpo físico, como no perispírito, energéticos acumpunturais ou não. Este instrumento dá um adicionamento(sic) ectoplasmático magnético, é introduzido no corpo, atingindo o corpo e no momento do começo, em si, do processo, como se, um impulso eletromagnético ... mui (sic) usado em cálculo, o impulso eletromagnético humano do médium, encontrar uma matéria ... ser compatível com uma vibração aproximada daquela mesma energia, compactado com matéria ...

28.1) – Este instrumental usado na operação, de origem espiritual, usado na operação eles não existem a priori, eles são formulados no momento?

DF (08/01/92) – Alguns sim, outros trazidos.

DA (16/06/92) – Isto está apenas disponível para nós. Nós fabricamos. É bom que se diga isso para eliminar ilusões.

28.2) E como eles são feitos?

DF (08/01/92) – Eles são fabricados através de manipulação de fluídos outros e uma variação modificada do FCU a comando mental.

29) Descreva os instrumentos e discrimine a sua função, natureza e objetivo:

DS (25/05/92) – A utilização de serra se dá porque existem no perispírito partes mais duras, não seria um osso propriamente dito, mas uma maior dificuldade. Para mim existem dificuldades várias e aqui eu trabalho como se aí estivesse, abrindo delicadamente e depois suturando de dentro para fora. Para mim há vários tecidos espirituais que chega, até a vossa matéria, trabalhando, extirpando e alcançando o mal, completando a cura na medida do possível[37].

DA (16/06/92) – Mede velocidade de fluxo de energia. Pequenos velocímetros colocados no paciente. Rapidez, já tive dificuldades no contato inicial hoje e estou tendo dificuldades para passar estas questões também. Mas são aparelhos onde há um visor e se mensura isso.

Muitas vezes essa região de fibra de transmissão[38] ...  são maiores ou menores, mas é um elemento de contato onde toca o corpo e o visor. Simples! Maneja-se. O diâmetro desse instrumento é 4 cm. Coisa pequena, de fácil transporte, manuseio. É importante que tenha essa base sensível que toca a pele. É nesse “tocar a pele”, nessa região que é feita a leitura.

DS (16/06/92) – para mim parece mais um aparelho de pressão. Eu não entendo muito de termos técnicos. Não me especializei nisso.

29.1) A medição é feita do global ou de partes específicas do corpo físico ou do corpo espiritual?

DA (16/06/92) – Do global. Trabalhamos mais na parte afetada. Mas a ideia[39] ... porque você sabe que a energia flui. Há um ... de energia no corpo.

DS (16/06/92) – Da parte específica para o global.

29.2) O estado de saúde do paciente parece ser analisado por esta medição. Isto é correto?

DS (16/06/92) – A minha equipe trabalha mais nesse sistema. Eu trabalho mais na observação direta.

29.3) Fica difícil entender como um médico entra em uma cirurgia sem conhecer os aparelhos?

DS (16/06/92) – Existe um especialista para tudo.

29.4) Existe um conhecimento mínimo necessário para se trabalhar em grupo?

DS (16/06/92) – Exatamente, cada um faz a sua parte. Eu não vou dar anestesia em você e nem vou me preocupar em aplicar. Essa parte da anestesia, quando precisa, quando não precisa ... essa matéria eu passei por alto.

29.5) Um cirurgião conhece anestesia por alto?

DS (16/06/92) – Para mim é assim. Eu já te disse que eu não era muito consciente. Ou você pensa que os meus problemas de consciência são por quê? Poderia ter sido mais consciente comigo mesmo e com os outros.

29.6) Vocês já ouviram falar do perisfísico?[40]

DA (16/06/92) – Minha equipe trabalha com muitos aparelhos, não sei o nome de todos, nunca me preocupei com isso.

DF (8/01/92) – Temos um aparelho chamado - perisfísico – acoplado simultaneamente ao corpo físico e ao perispírito, atuando, procurando muitas vezes a percepção vem pelo perispírito do médium, captação feita a nível perispiritual tiver 100% acoplado. Já entra uma margem de erro, é como se uma peça se encaixa perfeitamente, não há margem a engano.

29.7) Qual a função deste aparelho e que tipo de doença ele pode detectar?

DF (08/10/91) – Ele detecta tanto doença de fundo perispiritual como somático, como meramente físico, sem ter uma causa, ou quando os dois atuam com todo o seu potencial. É um equipamento semelhante, analogamente a um aparelho de tomografia computadorizada, onde o percentual de erro é bem pequeno.

O equipamento fica num determinado local, fios condutores acoplados simultaneamente analisando a função meramente física, acoplado ao físico, cobre sistema por sistema, órgão por órgão, verificando o seu funcionamento normal ou não e que poderá dar vazão a um sarcoma, um epitelioma a um neuroblastoma, consequentemente, quando há um fundo perispiritual também, o procedimento já é diferente, combater o (sic) causa a não consequência. Quando o problema é restrito o tratamento é direto e não complexo.

O paciente deve estar aqui no Centro, 30 a 45 minutos antes e eles são avaliados caso a caso[41].

30) Como é possível a vocês obter variáveis físicas dos pacientes (por exemplo – pressão arterial)?

DS (25/05/92) – Sim, temos instrumentos para isso. No entanto nós agimos mais na intuição e na observação direta. Para a medição de pressão arterial não são equipamentos idênticos aos vossos, eles agem mais na parte de interação energética e não preciso de um termômetro dentro da pessoa, ele age mais pelo contato, é como se fosse uma fita, vocês têm algo similar. Na pressão seria mais na parte da circulação, porque para mim é aí está a pressão. Não preciso dar a volta a um braço de paciente, nem colocar debaixo do braço se eu trabalho na forma de energia.

31) Como é possível a ação espiritual, com instrumentos ou outros resultados espirituais, num corpo de natureza físico-biológica?

DP (23/07/91) – O bisturi espiritual[42], digamos assim, é manipulado para isso. Ele não vai extirpar, porque extirpar dá ideia de ser retirado e ele não vai retirar. Ele vai colocar, veja bem, ele vai dar condições para que aquele tumor possa ser eliminado, na maioria das vezes, pelo próprio organismo do paciente. Ele vai dar, buscar uma maneira de uma acomodação, e esse paciente vai aos poucos eliminando sem se aperceber. Ele dissolve lentamente. Pode-se fazer uma correlação com um laser.

Veja bem, se existe um bisturi, há necessidade para eles que esse bisturi exista, se existe algodão, se existe gaze, se existe outros componentes é porque há necessidade dentro de um centro cirúrgico.

DS (25/05/92) – É como eu já falei para você, eu consigo alcançar por várias camadas, chegando quase ao plano físico, mas eu trabalho mais na parte de energia. Nessa parte quando chega a cicatrizar é porque a coisa está muito grande, muito irraizada. Normalmente eu atuo no plano espiritual, no modelo[43], e a cura se irradia, depois, para a parte material.

32) Como vocês observam o interior do corpo físico?

DP (9/07/91) – Vamos fazer uma comparação: quando você está num avião você pode observar melhor uma cidade não pode? Quando você vai atuar, veja bem, na criatura, para operar os médicos aqui na Terra, eles usam radiografias, marcar suas radiografias, marcar o paciente onde há necessidade de ser cortada. Tudo detalhadamente para que não haja erro, então há um cuidado tremendo para que aquele local seja cortado, para que não vá afetar outra área, para não lesar a criatura.

Para nós se torna um pouco mais fácil porque nós temos uma facilidade de ver. Não precisamos ir com tanto medo porque estamos observando tudo e estamos vendo tudo como se estivéssemos dentro de um avião sobrevoando uma cidade. Então se torna mais fácil e usamos instrumentos, mas temos através de fluídos uma cicatrização quase instantânea.

DF (08/01/92) – O Espírito ... não existe opaco, agora passar para o médium chega a ser 100%, ... é o Espírito através do aparelho acoplado nela e no médium. Técnicos especialistas me passam, averiguo o quadro e pelo perispírito transmito ao médium em estado inconsciente e ele passa para o agora é captar com a total coesão do perispírito do médium comigo[44].

E.6 – Descrição da técnica (metodologia)

32) Quais os exames pré-operatórios básicos?

DS (25/05/92) – Para mim, observação como eu já disse antes. Eu trabalho mais no nível de observação e energia. Umas duas sessões para mim, para avaliação, a menos que o caso seja de emergência.

32.1) Seria possível, didaticamente, descrever e explicar as várias fases da cirurgia espiritual e mediúnica?

DP (23/07/91) – Nós vemos eles manipularem certos bisturis, vemos pegá-los, mexer, como dizer, num material como que se fosse gaze, para vocês algodão, isto para nós é fácil, explicar torna-se difícil, entender também, mas aceitar seria melhor.

Dizer que há bisturi, ele há. Dizer que há algodão e uma gaze, há! Formada diferente não é do vosso material, podemos dizer que é um material que corta, pois nós neste caso só estamos observando[45]. Não estamos ali cortando um espírito, estamos cortando matéria que está doente, está sendo submetida a um tratamento. Se essa matéria está sendo submetida a um tratamento e se ela possui alguma coisa que está lhe incomodando e que precisa ser exterminada aí temos que usar o objeto que atinge e que tenha as mesmas condições que teriam na Terra, vocês usariam, então não estamos, embora veja bem há médiuns que fazem uso mesmo do objeto material, direto. Há médiuns que fazem a sua mesa composta de todos os elementos que são usados materialmente, na maioria das vezes por aí, a utilização deles aí então torna-se mais fácil para aceitar, não é verdade?

Aí não poderíamos chamar uma operação mediúnica, mas poderíamos chamar de que? Uma operação normal, tendo apenas um elemento que não é médico, é médium, fazendo através de outro que é médico.

DS (25/05/92) – Partimos da parte periférica, externamente e vamos abrindo em camadas separando o tecido, musculatura, vasos, ligando, procurando não haver hemorragia na parte material, pinçando, atuando por pressão, tamponagem e vamos nos aprofundando. É aí que digo que entra a serra, porque existem tecidos duros para nós, procuramos selecionar, separar e adentrar o mais profundamente possível na parte energética. Chegando próximo à parte material para extirpar o mal. Depois suturamos as partes bem delicadas e finas, artérias, vasos e nervos e vamos voltando para trás, completando em camadas as suturas e reconstituições até chegar à parte mais alta, fechando completamente. Atuando no perispírito e corpo.

33) Discriminar o processo de analgesia minuciosamente:

DS (25/05/92) – Atuo mais na parte medular, para mim, é o caminho de tudo, Aplico na parte do nervo central, (uma parte da piriritária (sic)[46], do cortical), irradio pela parte medular e faço isso até o ponto necessário, neste ponto a analgesia fica mais forte, mas para mim o mais importante é o nervo central, ele comanda tudo.

A ativação é feita energeticamente, utilizando-se também a energia dos circunstantes. Ela é ativada como se fosse uma bobina vibrando, ele aumenta seu poder de irradiação, estimula as glândulas e vai como que endorfina. Ela é ativada e passa à circulação dos nervos, é levada até este organismo. Se o nervo não sente, não há dor. Faz-se isto localizadamente.

33.1) Se vocês estão operando a mama de uma paciente e eu estimular dolorosamente os braços e as pernas ela vai sentir? Só não vai sentir no local da mama?

DS (25/05/92) – Do jeito que eu atuo sim. Por que o resto? A menos que ela precise, no caso de a pessoa chegar muito nervosa, então estimulamos mais amplamente. Se a pessoa for muito nervosa, agitada, ela precisa de uma sedação mais profunda. Mas isto é visível para quem está assistindo, a pessoa relaxa completamente.

34) Discriminar o processo de hemostasia[47] minuciosamente:

DP (9/07/91) – Então se torna mais fácil e usamos instrumentos, mas temos através de fluídos cicatrizações quase instantânea.

DP (23/07/91) – Há casos que você pode fotografar em que há sutura, outros casos não. Não existe hipnose em hipótese nenhuma, é um processo natural que, quando o paciente se achega naquele momento. Ela já se sente completamente anestesiado, então não há tempo de ser hipnotizado. A sala é preparada para que os espíritos que aqui estejam possam receber condições de um trabalho tranquilo, uma reunião que possa ter proveito. Vocês não veem, mas existe um trabalho de preparação. Vocês sentem que o ambiente é diferente, vocês sentem que há alguma coisa diferente, não é difícil se dizer e se entende o que se passa.

DS (25/05/92) – Por fechamento de vasos e estimulação da energia. Há como um intumescimento. Há como um bloqueio da circulação para aquele sistema para que não haja hemorragia. Procuramos desviar, diminuir o fluxo para que não haja excesso de linfa nem de sangue. Procuramos desviar para a periferia. O fígado atuando de forma energética.

34.1) Como vocês conseguem fazer isto e não ter uma lesão a nível celular? Se vocês estão operando um tumor no cérebro e fazem um desvio do sangue desse jeito, vocês podem provocar uma lesão no coração e provocar um infarto.

DS (25/05/92) – Eu não disse desvio, eu disse a não aglomeração. Desviamos quando é uma parte menos sensível, mas ali, é uma espécie apenas de bloqueio no local. Eu já disse que eu sou contra agir em grande escala para não prejudicar. Mas sim em micro escala. Apenas o local é afetado. Se for o caso de uma hemorragia, é diferente. Aí não procuramos cortar ali o fluxo, mas se você trabalha em micro escala, pequenos vasos, pequenos dutos, você não vai prejudicar o paciente. Você trabalhando aquele nível específico.

35) Discriminar o processo de assepsia / antissepsia minuciosamente.

DS (25/05/92) – Isso é trabalhado antes, o ambiente tem que ser preparado antes e o paciente também. É a parte energética. Procuramos matar toda a fauna e toda a flora daquele lugar. Aquela fauna microscópica, aqueles organismo virulentos, são, não digo, anulados na hora, são acalmados, adormecidos, atenuados, eles não podem agir naquele momento. Depois são destruídos, os necessários e ativados as defesas do corpo para destruir o restante. O corpo é uma grande máquina de defesa, utilizamos, muitas vezes, o próprio na defesa do corpo.

36) Discriminar o processo de cicatrização e consolidação das feridas ou procedimentos cirúrgicos:

DS (25/05/92) – Vocês têm um similar aqui na terra. Eu poderia utilizar o termo de “raio laser”. É uma cicatrização a laser espiritual por assim dizer. É um similar muito razoável. À medida que vamos fechando, vamos cicatrizando e cauterizando e o processo de cicatrização depois se faz naturalmente pela própria renovação de energia e de cuidados pós operatórios. Similarmente à Terra, o laser é utilizado para cicatrização, abertura, cauterização e depois a cicatrização se faz naturalmente.

36.1) Como são removidos tumores cerebrais?

DP (9/07/91) – O tumor foi cortado, foi desfeito, não houve desmaterialização, só que o organismo é que expeliu através do sangue, o organismo expeliu, nós não tiramos à mão e jogamos para o ar.[48]

36.2) Como o organismo consegue expelir um tumor? Como uma célula consegue entrar dentro da corrente sanguínea e ser expelida?

DP (9/07/91) – Estou dizendo para vocês que nós temos um processo diferente, há toda uma preparação, energias, fluídos onde nós conseguimos vamos dizer, filtrar melhor esta passagem e por fim, o organismo vai se recompondo, através do sangue, então ele vai expelindo na passagem, ele vai expelindo até que aquilo some ... pelo fígado, é um processo lento, não é um processo imediato. Pode ser observado por ultrassom ou radiografia, ao longo do tempo.

DS (25/05/92) – erradicando-o como aqui se faz. Procuro tirar toda a parte afetada, sem qualquer tipo de desmaterialização, eu tiro mesmo, depois de retirado é que ele é desintegrado. A parte de desintegração externa faço apenas quando atuo na parte espiritual. Aí sim, eu posso ativar forças de desintegração. Quando só está afetando o perispírito.

No caso de um tumor físico ele é extirpado e desmaterializado gradualmente, quando é tirado para fora. Se for muito grande, que não possa ser desmaterializado, ele é depois reabsorvido pelo organismo, porque a parte que possa afetar já foi removida. Ela vai depois, ser eliminado na urina e nas outras excreções.

DF (8/01/92) – Eu vai (sic) explicar um detalhe o magnetismo humano o qual o médium é portador como todos os médiuns, ter (sic),  um limite que aumentado mutas vezes pela ação perispiritual, mas em alguns casos canalizamos toda a energia para provocar a desmaterialização ou a cura e se opera pela substituição de uma molécula má por uma molécula sã.

DF (2/10/91) – Desmaterializar o câncer, osteosarcoma[49], o paciente terá que tomar várias aplicações quimio e radioterápicas, que poderá beneficiar, em contrapartida poderá deixar sequelas outras[50].

36.3) Como é removido um cálculo renal?

DF (20/07/91) – Vamos imaginar a seguinte figura: como o cálculo é um mineral, atua-se na pedra, mas em outras doenças atuaríamos como que provocando uma mudança de fase, como por exemplo de sólido para líquido, ou de líquido para gasoso.

DP (23/07/91) – É justamente, onde o próprio organismo vai expelindo, entendem, porque o organismo não poderia, vamos dizer, o tumor, o organismo não poderiam expelir imediatamente, de maneira nenhuma. O próprio cálculo não poderia ser eliminado rapidamente, porque, veja bem, muitas vezes ele não tem posição para ser eliminado, então ele tem que ser destruído e ele é destruído.

36.4) Vocês têm capacidade individual de agir fluidicamente e desmaterializar uma célula?

DS (16/06/92) – Não é uma questão de capacidade, é uma questão de não necessidade. Se aquele corpúsculo for atacado por uma célula do próprio corpo, um anticorpo, vai ser eliminado naturalmente.

36.5) Como vocês atuam em casos mais simples, como doenças normais, queimaduras, um braço quebrado, ou um dedo quebrado?

DF (2/10/91) – Em caso de dedo quebrado, a renovação do tecido ósseo ele atua renovando o que não existe. O ectoplasma existente, o zooplasma (sic), ectoplasma de origem animal, o fitoplasma (sic), o mineroplasma (sic) de origem mineral, não esquecendo que ele é portador de grande quantidade de proteínas.

36.6) Você poderia explicar um pouco o que seria este mineroplasma?

DF (2/10/91) – Ectoplasma de origem mineral[51].

36.7) São essas funções que são atribuídas energias curativas, como dizem possuir os cristais, se baseariam neste “mineroplasma”?

DF (2/10/91) – Como a radiestesia.

37) Qual seria o tempo médio para uma cirurgia espiritual?

DP (23/07/91) – As velocidades são maiores porque há facilidade, é diferente. Você não está trabalhando com um paciente anestesiado. Você não está com receio de que seu coração tenha uma parada. Você não está com problema de que o paciente tenha uma pressão alterada, mesmo porque, há um trabalho completamente diferente. São posições diferentes, veja bem, você está trabalhando com um tipo de serviço completamente diferente. É um paciente que é anestesiado espontaneamente, não há alteração em seu quadro clínico, isso vocês podem observar através de mediações de pressão, ou qualquer outro tipo de monitoração durante a operação.

DS (25/05/92) – Depende da extensão e da gravidade da doença. Para mim, uma meia hora quando é extenso, às vezes 15 minutos se for coisa mínima, depende da extensão da lesão. Quanto a cicatrização e recuperação é similar à terra, recomendando-se sempre um cuidado pós operatório.

DF (2/10/91) – A grande maioria leva três minutos, há casos em que o órgão afetado necessita uma carga magnética semi-humana ou humana maior.

38.1) Quais são os cuidados pós operatórios necessários?

DS (25/05/92) – A pessoa não pode cometer abusos, a pessoa que opera o estomago não pode sair por aí comendo feijoada, sedo incoerente. Ela tem que cuidar da saúde, mas o mais importante para mim é eliminar a causa que ocasionou a lesão: mudança de hábitos alimentares, cuidados com o seu tônus vibratório e de nervos, porque esses cuidados vão fazer uma cura mais apressada e evitar o retorno da doença.

E.7 – Prognósticos:

39) quando um caso é considerado incurável pela equipe espiritual?

DP (16/6/92) – Eu te faria a mesma pergunta [52], embora você não sendo da nossa área. Quando você percebe que um paciente já não tem mais condições de vida, você vê que não corresponde mais a tudo aquilo que você procura fazer por eles e não apresenta mais reações. Que vamos fazer? Esperar. Deixá-lo, também, morrer sem assistência, não achamos que isso seja correto.  Talvez, nós tenhamos mais facilidades de perceber com mais clareza, com mais prontidão, quando uma vida está para terminar, percebemos (pois temos esta facilidade) veja bem, nem sempre podemos fazer nada. Porque não podemos amarrar esse corpo que já não apresenta condições de suportar aquele Espírito. A nossa tarefa única é preservar o Espírito e deixamos a incumbência do corpo àqueles responsáveis por essa tarefa.

Agora se percebemos, veja bem, que aquele corpo ainda pode resistir, que ainda tem condições de sobrevivência, aí sim, procuramos de todas as maneiras, através de uma intuição, através de uma ajuda. Intuímos companheiros e podemos dizer assim, companheiros que são responsáveis por aquela vida. Mas, para nós fica mais fácil observar tudo isso. Já para os encarnados, muitas vezes, há uma certa dificuldade de só conseguir mesmo através de aparelhos. Os encarnados precisam de aparelhos para saber quando um paciente não tem mais condições de vida.

39.1) Tivemos oportunidade de acompanhar o desencarne de uma companheira do Centro, que teve um câncer de mama com metástase pelo corpo todo e teve oportunidade de passar por vários médicos espirituais que faziam operações mediúnicas, por que ela não conseguiu a cura?

DP (9/07/91) – Porque não tinha que ser curada, não podemos infringir a Lei de deus, se fosse assim, ninguém morreria.

39.2) Neste caso temos um problema metodológico, temos uma variável qualitativa e não quantitativa, alguma coisa como merecimento ou destino?

DP (9/07/91) – No caso da senhora B[53]. nós acompanhamos bem o caso, suas idas e vindas, vamos dizer assim, quase que curandeiros, não vamos dizer charlatões, mas sim curandeiros, tanto foi a lugares que se fosse vontade do Pai ela estaria curada. Mas ela tem um prazo de vida como qualquer criatura tem, como todos vocês tem, como eu tive, e não podemos também fazer ...

39.3) Quer dizer que não existe uma metodologia independente da vontade do paciente, se o paciente estiver esgotando a sua vida vai ter mais dificuldade de ser curado?

DP (9/07/91) – Existe, mas não vai influenciar o paciente, veja bem, não vai alterar aquele processo de vida do paciente.

39.4) O processo da vida é com data fixa?

DP (9/07/91) – Não é com data fixa, mas você não pode curar eternamente, pode?

39.5) Não claro que não, mas o que é a morte, é um processo de degeneração, de cessação de fluído vital?

DP (9/07/91) - Chega uma hora que ele cessa.

39.6) Num caso em que o desencarne é inevitável, porém ocorrerá lentamente, neste caso é possível efetuar o prognóstico, como fica neste caso?

DP (9/07/91) – Um processo lento, veja bem, os órgãos estão doentes. Vamos dizer que estão infectados por qualquer problema sério. Mas, eles não deixam de funcionar todos ao mesmo tempo. Mesmo que um esteja funcionado mal, que esteja levando o paciente a um estado de, vamos dizer, “reagir normal”. Mas, os outros órgãos estão funcionando, mesmo que lento. É um processo diferente. Você poderá ter um paciente terminal, vamos dizer, até 2 anos. E você poderá achar que é um quadro terminal, mas ele vai se arrastar por 2 anos. Ele é terminal por quê? Porque não poderão as suas células se recomporem. Elas não têm mais condições disso, não encontram elementos naquele corpo para se refazerem, para se multiplicarem.

40) De que forma é possível distingui-los, uma vez que os Espíritos não precisam de aparelhos, como conseguem distinguir um corpo com condições de sobrevivência e outro sem condições?

DP (16/6/92) – Podemos perceber que o corpo não está reagindo mais, o organismo não está funcionando. Há como que uma própria dispersão. O Espírito não consegue mais se agrupar àquele corpo. A tendência toda dele é afastar-se. Muitas vezes, ele nem sabe o motivo, mas há como que uma repulsa do próprio corpo que vai “empurrando”. Ele não tem mais condições de manter porque as células não funcionam mais. Muitas vezes, as “paradas”, que vocês sabem muito bem, são retomadas através de choques, de infiltrações ... são um rim que não funciona. É um baço que é muito importante e não corresponde mais, é um coração que deixa de pulsar no ritmo certo. Então, o Espírito não tem mais condição de estar ali. E ele está sendo como que mandado para fora daquela casa que tanto tempo lhe serviu.

O discernimento se dá através do funcionamento dos órgãos dessa criatura. Eu posso até lhe dizer que esse doente aqui está num estado terminal. Por Quê? Vamos dizer que, o seu rim parou totalmente de funcionar. Então, se o rim para de funcionar em um paciente que já não tem o outro rim em condições, não é morte?

DA (16/06/92) – Uma coisa que estamos esquecendo é a questão da estimulação. Uma das formas de obtermos como está o estado geral do paciente é através de estimulação. Trabalhamos bastante com a estimulação. Se o organismo responde, sabemos que há possibilidades. Quando sentimos que o organismo não mais responde, as nossas esperanças desvanecem.

Muitas vezes, registramos cada medição que se faça dos estímulos e quando percebemos que essa – degenerescência (sic) de energia é fatal, que não há como estimular mais. Aí a desesperança é grande porque percebemos que não podemos mais atuar na vida ou retomar a vida.

40.1) Qual é o estado do perispírito nesses casos?

DP (16/6/92) – Já dissemos mais de que uma vez que o corpo-perispírito leva sempre uma mancha, então, já lhe dissemos mais de uma vez que o perispírito tem que ser tratado para que esse problema que agravou-se no seu organismo dentro do corpo físico, possa de sua mente ser extirpado. Tudo isso para nós, é um conjunto, é uma sucessão.  E, se eliminarmos um temos que tentar também eliminar o outro.

DS (16/6/92) – O trabalho que tentamos elaborar na parte espiritual, perispiritual não corresponde. É como um tratamento que é repelido pelo próprio organismo. As energias vão se atenuando, as ligações vão se rompendo e percebemos pela quantidade de vitalidade – resposta que nos é importante no tratamento – que a energia está se esgotando, não mais correspondendo ao tratamento realizado. E, percebemos, como se a energia perispiritual fosse se acumulando fora do corpo num desencarne progressivo, como se as ligações fossem se rompendo e completando-se apenas do lado de fora.

Quando você vê uma fotografia dupla e aquela parte que seria a irradiação mãos forte do que aquela que o corpo produz. Pelo menos para minha visão, eu sei que aquele indivíduo não vai resistir mais tempo porque a energia já está sendo consumida pelo perispírito.  Ela não consegue mais chegar ao corpo. Ela vai sendo repelida e como que o corpo se separa, chegando aos casos que, no final, só está ligada aos órgãos vitais. O indivíduo passa a ter quase uma dupla vida. Quando finalmente o órgão que corresponde a vida, o coração, se não for mantido, vamos dizer, sem aparelhos, para, entrando em colapso ... então rompe-se a ligação.

DA (16/06/92) – É o conjunto, não se trabalha apenas o corpo ou o perispírito, porque sabemos da influência que ele tem no corpo, da ligação estreita. Mas olhamos o conjunto sempre!

41) Quando um caso é considerado possível de cura e quando é por vocês considerado curado?

DA (16/6/92) – Quando o retorno positivo, estimulamos determinada região, há um reflexo maior de energia. Está curado quando a – degenerescência – (sic) do tecido desaparece. Isso ao final do processo e quando há possibilidade. Há casos em que apenas mantemos sob controle ao longo de muitos anos.

42) De que forma são efetuados os acompanhamentos (follow up) dos pacientes submetidos a cirurgia?

DS (16/06/92) – Eu tenho uma equipe preparada para isso. Apenas em dias específicos me desloco para o local para fazer curativo e observação. Mas. Eu tenho uma equipe. Como aqui vocês utilizam os enfermeiros nós também temos os nossos. Seria até inviável para mim, sair para todos os lados. Além de ter as operações realizadas eu tenho outros trabalhos, outros núcleos que trabalham. Eu descumpro uma ordem de serviço em caso de necessidade, de um descuido do paciente, muitas vezes, do próprio familiar que não entende ou que não faz o tratamento que prescrevemos. Eu recebo uma chamada e eu vou. A minha equipe mesmo se comunica comigo.

DA (16/06/92) – Nós fazemos medições de energia. Temos auxiliares que fazem essa medição diariamente. E fazem, vamos dizer, uma mensuração de velocidade de como essa energia se desloca dentro do organismo do paciente ou no próprio perispírito.

Essas medições são diárias, às vezes, mais de uma vez por dia. Segundo, até critérios de predisposições mentais do paciente que, as vezes recebe uma visita de que goste, isso altera. Então depois desta visita fazemos uma outra medição para ter uma forma de acompanhar todo processo do paciente. Essas medições são realizadas por auxiliares.

42.1) É possível observar posteriormente através de exames tipo radiografia, tomografia, os resultados das operações espirituais?

DP (23/07/91) – Tem caos, alguns casos que sim, outros vocês vão comprovar apenas uma não aparição mais da doença.

E.8 – Mecanismos em Diferentes Manifestações de Doenças:

43) Na sua opinião, qual a origem das doenças?

DP (9/07/91) – O próprio organismo, as vezes, o próprio espírito, a própria condição às vezes pode mutilar, pode trazer já uma sequela e passa também, não podemos dizer ao certo o corpo físico como você vê, como médico é a forma mais divina que Deus criou e qualquer célula que se [54]... ela pode gerar um processo muito grande de deformação naquele físico e a criatura pode estar propensa a uma doença ou poderá estar propensa a outra isto faz parte mesmo do físico do organismo e o perispírito tem que estar sempre equilibrado para não participar deste sofrimento, quando ele participa muito, quando ele está ligado demais a este  processo aí então a lesão se agrava mesmo. Às vezes é difícil ser perfeito.

As doenças têm causas físicas muitas vezes elas são formadas mesmo pela despreocupação da pessoa por não cuidar de seu corpo, por não cuidar de sua alimentação, abusos mesmos, agressões ao físico, o que poderia surgir daí, uma lesão. E a parte mais sensível da criatura é aquela que é lesada.

O Câncer muitas vezes ele vem de uma célula que adoece, mas porque muitas vezes de um abuso da alimentação também. Infelizmente o homem. Infelizmente o homem não se cuida como deveria, ele abusa de tudo e não sabe como deve ser o momento de “chega”, de parar ou ir adiante, então o que vai acontecer? Ele lesa o seu corpo através da má alimentação, vai provocar uma úlcera que é um estágio para virar câncer e daí partimos para diversas doenças.

Vão dizer que é carma? Tudo é carma? Tudo está determinado? Não. O homem determina aquilo que quer pela sua ganância, pela sua gulodice, pela sua continuidade de seus erros, muitas vezes, aquele câncer não precisava ter a sua existência, aquele enfisema também não. Mas cada um acha que é dono de si mesmo e não adianta que lhe deem conselhos, que os médicos lhe falem que os amigos também lhe aconselhem. Então ele lesa, lesa mesmo e muitas vezes esta lesão chega ao perispírito e lhe acompanha por muitos anos, muitas existências. Nós temos casos que acompanhamos onde muitas vezes nós pedimos às pessoas: “ parem de fumar, parem de beber, diminua a sua gulodice” as pessoas não mudam, ficam cegas, não querem saber, é um processo todo mesmo, o organismo não consegue reagir.

DS (25/05/92) – Para mim, muitas doenças são da parte do perispírito mesmo, e se irradia para o vosso lado. E quando aqui some, some do vosso lado.

43.1) Qual o mecanismo utilizado na cura de doenças crônicas-degenerativas[55]?

DS (16/06/92) – Cercando a expansão há um órgão lesado. Trabalhamos as energias, energizando fundamentalmente a região ao redor deste órgão ou tecidos não lesados desse órgão e fazemos com que não haja uma expansão. De maneira que haja um fortalecimento e até um recrudescimento da doença. Conseguimos fazer com que muitas vezes algumas células degeneradas sejam eliminadas e haja um reciclar da vida.

Vamos supor que temos aqui um organismo todo degenerado, uma região, uma área, e com esse fortalecimento, o fígado, esta área toda e há um pequeno trecho degenerado, nós fortalecemos toda a região, fundamentalmente, a região ao redor dos tecidos degenerados e muitas vezes, conseguimos recrescê-los (sic)[56] do problema. Fechamos. Em muitos casos conseguimos eliminar o problema. Porque, você sabe, há uma renovação celular.

DA (16/06/92) – Muitas vezes no próprio cérebro, porque os estímulos vêm daí, no hipotálamo e no sistema nervoso central.

43.2) E nos casos de doenças crônico-degenerativas sistêmicas? Por exemplo o diabetes mellitus?

DS (16/06/92) – Trabalhamos no pâncreas, no caso de diabetes e no sistema circulatório para a pressão arterial. Procuramos harmonizá-los, ativando suas células, regenerando-as, eliminando aquelas que estão causando problemas. Mas, no caso da diabetes, agimos diretamente no pâncreas e no sistema circulatório, no tônus vital todo.

44) Qual o mecanismo utilizado na cura de doenças agudas?

DA (16/06/92) – Fica a atuação mais pronta, mais imediata, porém, é mais difícil reverter o quadro, mas o trabalho é sempre de recompor o equilíbrio geral, muitas vezes trabalhando através da complementariedade. Se você tem um sistema lesado, muitas vezes trabalhar o sistema que está trabalhando bem. Você energiza ele, e no todo há uma melhora. Compreende? Se meu sistema circulatório não funciona, eu trabalho um outro sistema energizando de maneira que isso venha a ter uma influência no todo. Se a parte urinária está com alguma dificuldade, vamos para outra área correlata que possa facilitar o processo de recuperação da área urinária. Sempre assim, o organismo.

DS (16/06/92) – Ativamos a harmonia do organismo estimulando o corpo a reagir na área afetada e, quando há necessidade de intervenção, eu vou e intervenho.

DA (16/06/92) – O cérebro desempenha papéis, é uma região sensível em que podemos muitas vezes trabalhar ali, sem atuar em outra região, simplesmente no cérebro, na mente, renovando, muitas vezes, essa mente toda de formas, de condução.

DS (16/06/92) – Não esqueça que muitas vezes no estado agudo é proveniente da parte perispiritual. Se você eliminar esse problema, automaticamente o corpo se recompõe.[57]

45) Qual o mecanismo utilizado na cura de doenças infecciosas (agudas ou crônicas)?

 DS (16/06/92) – Não muda o tratamento, tecidos são tecidos.

DA (16/06/92) – Mas se você renova um tecido, uma célula, você pode eliminar as células que estão danificadas.

45.1) Há uma ação espiritual antimicrobiana, antiviral?

DA (16/06/92) – Não.

DS (16/06/92) – Há uma estimulação do próprio corpo para a produção de anticorpos correspondentes. Como a homeopatia.

45.2) Mas vocês não caçam anticorpos ou bactérias?

DS (16/06/92) – Não há necessidade disso. O organismo não vai chegar até lá.

DA (16/06/92) – Muitas vezes atuamos no próprio cérebro.

45.3) No caso do HIV não foi ainda desenvolvido um anticorpo capaz de exterminá-lo?

DS (16/06/92) – Estimula-se a defesa do organismo apenas, na medida do possível. Não estou muito em contato com este vírus.

DA (16/06/92) – Você sabe que muita está vivendo mais do que o esperado, não é verdade? Isto está acontecendo porque estamos estimulando o corpo, apenas estimulando, infelizmente.[58]

46) Qual o mecanismo utilizado na cura de doenças mentais?

DS (16/06/92) – Aí depende do Espírito. Quando é uma questão de Espírito ...

DA (16/06/92) – porque, em geral, há um tratamento químico bem forte. Isto altera a nossa ação. Altera todo o processo energético do indivíduo.

Há que pegar momentos em que o paciente não está sedado, muitas vezes está dentro de um processo de convulsão, até, e nesse momento nós podemos determinar onde estão os problemas mais graves.

O processo de sedação seda a forma de manifestação plena, não seda o espírito, seda a forma de manifestação desse Espírito. Como você vais se manifestar num corpo inerte?

Poderíamos atuar no Espírito emancipado, sim. Mas aí é outra forma. E como fazer a leitura das energias num corpo sedado?

DS (16/06/92) – Todo mecanismo forte, agressivo, dificulta nossa parte. Porque do mesmo jeito que ele procura ajudar uma, prejudica muitas outras coisas.[59]

46.1) A base da cura pode ser a fé?

DP (9/07/91) – Não acho que seja fé.

46.2) Não existe um trabalho psicológico de sustentação, uma orientação, neste processo de crescimento, ele vai com a fé e toda fé é dúvida? A fé aguenta até um certo ponto, não?

DP (9/07/91) – Veja bem, ele se submetendo a este processo, vamos supor num caso de operação mediúnica, nesta operação espiritual, uma vez submetido a este processo da operação espiritual, ele passou antes por um processo de médicos, exames, foi comprovada a doença, passa ele à segunda fase da operação espiritual logicamente que ele vai querer ter uma comprovação, se ficou curado ou se não ficou, o que vai fazer então, vai novamente voltar aos médicos e se submeter a todos os exames para ser comprovado. Agora, compete a ele conseguir manter seu espírito liberto da doença para que um vai ajudar ao outro.

47) Existe correspondência para os tratamentos que chamamos “Clínico-espirituais”, subentendendo, neste caso, que não ocorre procedimento clínico-cirúrgico?

DP (23/07/91) – Existem casos onde o processo de cura se dá unicamente por ação de irradiação mental dos espíritos, mas isto varia de grupo de médicos e de tipo de doença. Principalmente em casos que não podem ser detectados via exames clínicos normais como radiografias, tomografias etc. Pode-se usar a mente em células, onde conseguimos uma transformação, aí não precisaremos usar bisturi.

48) Qual a diferença encontrada no trabalho com doenças mentais quando existe processo obsessivo e quando não existe?[60]

48.1) Normalmente temos milhões de cirurgias feitas por médicos humanos, nestes casos o problema se estende ao perispírito?

DP (9/07/91) – Não, normalmente não, depende da criatura.

48.2) Qual a influência de componentes reencarnatórias nas patologias?

DA (16/06/92) – Não tive conhecimento de pessoas que pensam assim.

DS (16/06/92) – Preocupo-me com o trabalho. Nunca me preocupei com esse sentido.

DP (16/06/92) – Eu não poderia deixar passar isso em branco, porque estou dentro do movimento da Doutrina há muitos anos. E se eu dissesse que não são os casos reencarnatórios, desses sofrimentos que os espíritos vão se purificando. Porque o corpo é apenas cedido. É uma casa que se não souber cuidar, veja bem, se não tratar ela vai cair. Então para mim muitos casos são reencarnatórios. E são casos em que eles vêm aos poucos corrigindo os erros, muitas vezes de criaturas que se suicidaram através da bebida. Então o que acontece? O fígado incha até que estoura. O coração também passa a ter as suas consequências nas suas batidas, no seu crescimento. O pulmão sofre a consequência do fumo exagerado. E quando não os drogados que levam anos e anos as consequências de seus atos. Então, eu não poderia dizer que não é um processo reencarnatórios que vem marcando as criaturas. E o que passam elas, aos poucos pelo menos, livrando-se dos seus atos criminosos que pratiquem em defesa de si mesmo.

48.3) De que maneira isto é observado sob o ponto de vista espiritual? Existe diferença para o doente, por causas espirituais e para os doentes, por causas materiais? Como vocês percebem isso? Por exemplo nos casos de câncer no pulmão?

DA (16/06/92) – Essa facilidade percebemos, mesmo que ele não tenha um livro anotado de tudo aquilo que ele fez em encarnações passadas que esteja ali do seu lado, mas, ele liberto, emite e é fácil para nós conseguirmos perceber que aquele problema é um problema reencarnatórios.[61]

DS (16/06/92) – É uma área mais fácil no organismo.

DP (16/06/92) – Dá para perceber, não estamos nos referindo a todos, mas, os casos reencarnatórios sim, percebemos. E temos, veja bem, as criaturas não estão soltas à mercê dos tempos. Elas são acompanhadas de outros, muitas vezes, são aqueles amigos que se empenharam para que não fumassem ou bebessem ... [62] E dentro daquela família, embora sofrida, sempre tem um coração amigo que vai acompanhá-la após o seu desencarne.

E tudo isso para nós é fácil, porque estamos acompanhando, estamos sempre em conjunto com equipes, eles também têm as suas equipes. E, às vezes, as equipes deles são terríveis! São aqueles espíritos que vampirizam as criaturas, que estão ali sugando, que eles podem, que eles desejam. Muitas vezes, através de sexo desvairado, muitas vezes através das drogas.

DA (16/06/92) – É meio difícil para mim, o meu conhecimento com esses dados de leitura de vidas passadas. Isso não faz parte do meu cotidiano.

E.9 – Formação dos Recursos Humanos

49) Como se dá o processo de treinamento dos médicos espirituais?

DP (19/06/90) – Nos reunimos em grupos de pesquisa que, na busca de soluções para resolver todos os casos difíceis. E eu não poderia deixar de lado essas oportunidades pois para mim é muito importante.

DP (9/07/91) – Um médico desencarnado se tiver interesse ele pode adquirir os conhecimentos e um médium que tenha facilidade ele poderá atuar.

DP (23/07/91) – Não há a transformação de médicos, há apenas uma continuidade da medicina, onde ele procura um trabalho mais tranquilo, onde ele procura um trabalho que ele possa se entregar. É indispensável a formação acadêmica anterior.

Os médicos espirituais que se colocam para fazer esse trabalho de curas, eles não fazem de um dia para outro, não. Eles fazem cursos mesmo. Ele tem que estar muito bem preparado para que não lhe suba também à cabeça a vaidade e veja bem, não é só o ser humano que é vaidoso, ele pode cair nesta faixa também. Os espíritos também se melindram, quando são atacados e quando não são aceitos, então eles fazem cursos mesmos para manipularem esses seus conhecimentos, eles gostam disto.

DM (24/05/93) – Eu quando desencarnei tinha 35 anos e era um médico pouco experiente, tinha tido poucos pacientes, tanto é que as atividades que desempenho hoje são atividades simples, dentro do meu nível de conhecimento no que tange a medicina. Pouco mais sou que um enfermeiro com conhecimentos maiores e faço os atendimentos iniciais.

50) Como é composta a equipe cirúrgica?

DP (19/06/90) – Temos um grupo muito grande, formado por Espíritos de Santos, são Paulo e interior, somos uma equipe de 30.

DP (23/07/91) – No caso do Dr. Frieermann encontrei vários médicos e enfermeiros, encontrei mesmo dois amigos que conosco compartilharam aqui na Terra. Estão felizes, conversei com eles e eles se sentem realizados nesta tarefa.

O grupo é formado pelos responsáveis por isso, os demais auxiliam, não há uma troca de um por vez não, há um grupo responsável, os outros são os auxiliares, que ajudam através da energia, através das vibrações, pulsionando (sic) mesmo, ajudando também ao paciente, isto é muito importante, é nesta hora que há a necessidade de um equilíbrio grande. Então este grupo se coloca neste momento exato a ajudar aquele que vai receber para que tenha confiança, para que a vontade de Deus se faça.

Existe este grupo de 15 Espíritos que agem na manipulação de ajuda dentro da sala, naquele momento exato, com o paciente do momento, não os demais, então há necessidade de eles trabalharem com os pensamentos também dos presentes manipulando energias, manipulando o andamento dos trabalhos que muitas vezes o que parece fácil, torna-se difícil. Um descuido pode-se por a perder toda uma reunião, todo um trabalho. É manter naquele momento, a pessoa que é atendida a não ter dor, a ter confiança e se deixar para que tudo saia da melhor maneira possível.

DF (02/10/91) – A equipe física é formada por um número determinado de integrantes, todos eles são orientados a ter um comportamento que colabore com os Espíritos, como abstenção de determinada conduta que inclui a alimentação.

A equipe espiritual médica é composta toda entre médicos, técnicos e colaboradores, um total de 60 Espíritos, entre aqueles que me auxiliam de forma mais direta, temos o Dr. Paul, Dr. Pierre Gilgert, Dr. Mathaus, Dr. Suzuki, companheira Niegie, Dr. Napoleão Laureano[63] entre outros, temos uma equipe que fica responsável pela guarda, tem uma equipe responsável pela assepsia, porque adentram portadores de vários quadros, muitos deles portadores de vírus em contato com o ar local, aparentemente fechado, poderia ocasionar um contágio.

Um grupo ainda responsável pelo homeostático, um outro grupo responsável para quando se necessita de anestesia, conforme ter (sic) apertar, um processo brusco, conforme a especialidade para o lado ortopedista ou quando, tem que raspar uma catarata com unha, um grupo ainda voltado para a doutrinação, desobsessão, esclarecimento.

Ainda uma equipe que faz uma ronda pala área, podendo em alguns casos trazer pacientes recém desencarnados ou não, ou mesmo que uma prévia feita apenas pela equipe espiritual, precisa ser operado, ou tratado e durante o chamado sono físico quando o corpo descansa, ele é trazido para receber inúmeros tratamentos.

51) Qual a importância do médium neste trabalho?

DP – (23/07/91) – Ele executa a operação.

52) Qual a importância dos assistentes (encarnados) neste trabalho?[64]

53) Existem muitos médiuns curadores?

DP – (9/07/91) – Como nós dissemos, é um campo quase isolado e quando ele surge, é fantástico, é maravilha e é correria, é por isto que já dissemos e estamos reafirmando, comprovar um caso destes só com pessoas que se submetem mesmo, que queiram fazer, submeter com muita responsabilidade, para que vocês possam comprovar e ir acompanhando o caso, porque é muito fácil você entrar num lugar destes e vai haver uma operação e vai haver uma cura e nós vamos ver um milagre e milagre não existe.

54) A morte é um processo de repulsa energética? De que forma os Espíritos conseguem distinguir isso?

DP (16/06/92) – Veja bem, e estamos acompanhando um caso, vamos dizer que estamos acompanhando um indivíduo que sabemos de toda a sua condição, seu organismo, como está funcionando. Esse organismo começa a sofrer “paradas”, entende? Há uma facilidade nossa, isso vocês têm que concordar. Não estamos precisando de aparelhos, embora, muitas vezes, fazemos uso desses aparelhos. Mas temos uma facilidade de observar.

Observamos então, uma parte desse organismo não está correspondendo. Então, começamos a ver aí, uma morte lenta, porque começa a se separar. Alguma coisa se separa.

F – Conclusões:

Podemos constatar a grande dificuldade em tentar desvendar os mistérios do além, obstáculos de toda sorte se impõe aos pesquisadores, dentre os quais destacamos:

·         Vocabulário inexistente para descrever a vida e os objetos do Plano Espiritual;

·         Dificuldade dos médicos Espirituais em descrever os procedimentos médicos por eles vivenciados;

·         Bloqueio à comunicação e interferência no processo por parte dos médiuns;

·         Perdas de partes das comunicações por troca de fita cassete e pela dificuldade de transcrição;

·         Respostas muitas vezes antagônicas ou de conteúdo duvidoso sob o ponto de vista doutrinário;

·         Perdas no vocabulário utilizado, uma vez que nem todos os médicos espirituais eram espíritas;

·         Excessivo número de questões sem resposta – dez.

De todo modo esperamos ter conseguido acrescentar algum conhecimento á questão tão polêmica quanto a mediunidade de Cura e o aspecto espiritual envolvido.

G – Bibliografia:

1.       MACHADO, Alexandre C. – Caso Frieermann – pesquisa de um caso que sugere cura espiritual através de médium; GPCEB, III SBPE, Licespe, Santos, SP. 1993.

2.       HENRIQUE, Gisela R. – Histórico e método de trabalho sobre a formação de um grupo de pesquisa; II SBPE, Licespe, Mongaguá, SP. 1991.

3.       LUIZ, André, Evolução em dois mundos, psicografado por Xavier, F. C. e Vieira, W. FEB, 9ª Edição 219 p, 1988.

4.       Dellane, Gabriel. – Evolução Anímica.

 

 

 

 

 

 

 



[1] NN - Nosso grupo era formado na época por: Ademar Arthur Chioro dos Reis, Alexandre Cardia Machado, Marcelo Coimbra Régis, Reinaldo di Lucia, Vladmir Grijó e Gisela Régis Henrique se juntou ao grupo.

[2] Caso Frieermann – pesquisa de um caso que sugere cura espiritual através de médium, Alexandre Cardia machado 0 GPCEB, III SBPE, santos, SP. 1993.

[3] NN - No ano de 1991, fazíamos parte do GPCEB – Grupo de Pesquisas Científicas Ernesto Bozzano, formado por cinco jovens oriundos da MEEV – Mocidade Espírita Estudantes da Verdade do Centro Espírita Allan Kardec (CEAK) de Santos e fomos procurados pelo médium de curas que reside em Santos – Bernardino Pereira Via Júnior, então com 24 anos. Ele veio ao CEAK indicado pelo médium Chico Xavier, que lhe dissera, procure o CEAK, por que lá eles estudam os fenômenos espíritas.

[4] Histórico e Método de Trabalho sobre a formação de um grupo de pesquisa, Gisela Régis Henrique – GPCEB, II SBPE, Mongaguá, SP. 1991

[5] NN - Quanto a metodologia, para a elaboração do questionário recorremos a leitura de livros escritos sobre os médiuns Arigó e Edson Queiróz, além de reportagem em revistas especializadas.

[6] NN – Queríamos dizer – evitar de criticar

[7] NN - Esta codificação é usada no trabalho para identificar o Espírito que está respondendo a cada questão.

[8] NN - Os Espíritos que se comunicaram não trabalhavam junto, talvez nem se conhecessem, à exceção do DP que pedimos que fosse assistir a uma sessão de cura do DF. Estes dois nós evocamos ou conversamos de forma programada. Os demais foram trazidos à sessão de estudo pela equipe Espiritual do CEAK.

[9] NN - Problemas com a fita cassete.

[10] Refere-se às pessoas que estão sendo tratadas.

[11] Não obtivemos resposta à esta questão.

[12] NN -Não obtivemos resposta à esta questão.

[13] O termo – Corpo Mental – é definido por André Luiz como o envoltório da mente, ele não é o reflexo do corpo físico, porque, na realidade é o corpo físico que o reflete. Evolução em dois Mundos, página 25.

[14] Não obtivemos resposta.

[15] Não obtivemos resposta.

[16] Não obtivemos resposta

[17] NN - O DR Frieermann é de origem alemã e a transcrição apresente uma certa discordância gramatical

[18] Não foi obtida resposta à esta questão.

[19] Não foi obtida resposta à esta questão.

[20] Problema na transcrição da fita cassete.

[21] Trata-se de bisturis, facas etc.

[22] NN - Troca da fita cassete no gravador

[23] Não obtivemos resposta à esta questão.

[24] DP trata, neste caso, de operações realizadas, apenas pelos médicos Espirituais, sem a participação ativa de um médium de incorporação.

[25] NN - DP se refere à pesquisa que o GPCEB estava realizando com o Médium Bernardino e o espírito DF. Vide item 1 – bibliografia.

[26] Vide questão 24 para maior entendimento.

[27] DF faz referência à sua equipe.

[28] NN - Problema com a fita cassete.

[29]NN - Problema com a fita cassete.

[30] O DP foi, a pedido do GPCEB, assistir a uma sessão de curas do DF, através do Médium Bernardino. Este relato refere-se a estas observações;

[31] NN - O DP se refere a Espíritos.

[32] NN - Utilizamos a normatização de Allan Kardec para a Codificação: Espíritos em maiúscula quando nos referimos a almas específicas e espíritos em minúscula quando nos referimos ao elemento espiritual da natureza.

[33] NN - Em reuniões de cura.

[34] O DP relata um fato ocorrido com um paciente do CEAK, seu nome é por nós omitido.

[35] NN - Problema com a transcrição.

[36] Esta resposta o DF nos deu durante a execução de uma sessão de curas, enquanto ele operava. Foi extraída de uma Fita de VHS. DF utilizava-se de aparelhos invisíveis aos nossos olhos.

[37] O DS dá a entender que a textura do perispírito, para os desencarnados, seria semelhante à textura do corpo físico, como este se apresenta aos encarnados.

[38] NN - Problema na transcrição.

[39] Da tenta dizer algo como quantum ou quantidade de energia no corpo.

[40] Esta questão refere-se à afirmativa de DF de que se utilizava deste equipamento – copiamos a resposta novamente aqui.

[41] Os pacientes são analisados com o aparelho durante o período que antecede a operação.

[42] NN - DP não se refere a médiuns-espíritos curadores que se utilizam de bisturi real nas operações, como foram os casos de Dr. Fritz.

[43] DS, pela segunda vez utiliza a expressão – modelo – para referir-se ao perispírito. Esta expressão foi criada pelo engenheiro Ernani Guimarães de Andrade (Modelo Organizador Biológico), em 1971. Já o termo Organizador Biológico, foi criado por Gabriel Dellane, no livro Evolução Anímica em 1895.

[44] NN - É difícil de entender, o médium fala com sotaque acentuado alemão, engolindo palavras, muitas vezes, a frase fica sem sentido.

[45] DP novamente refere-se às operações processadas por DF.

[46] NN- Não encontramos significado para esta palavra, talvez glândula pituitária.

[47] NN -Inexistência de sangramento.

[48] NN- DP está se referindo a operações executadas sem instrumentos cortantes.

[49] NN - Osteosarcoma ou sarcoma osteogênico é o tipo mais comum de câncer que se desenvolve nos ossos. Assim como os osteoblastos do osso normal, as células que formam esse tipo de câncer produzem a matriz óssea. Mas a matriz óssea de um osteosarcoma não é tão rígida quanto à dos ossos normais.

[50] NN- DF se refere, neste caso ao tratamento médico normal feito por radioterapia ou quimioterapia.

[51] NN - Não temos conhecimento de referência ao termo, bem como fica muito difícil imaginar a correlação entre ectoplasma e mineroplasma.

[52] DP responde a Dr. Ademar, membro do GPCEB.

[53] Estamos omitindo o nome por razões éticas.

[54] NN - Problema na transcrição da fita.

[55] NN – “Doenças crônico degenerativas são aquelas que, aliadas a um conjunto de fatores, levam à deterioração progressiva da saúde. A sua etiologia é multifatorial e sabe-se que existe uma interação entre comportamento, meio ambiente e perfil genético” (fonte – Google - Fiocruz).

[56] Esperávamos que dissesse o contrário.

[57] NN – Ver resposta de DA na questão 43.1 – basicamente a mesma resposta – ambos estavam se comunicando por médiuns distintos na mesma sessão.

[58] NN – Já desde 1987 estava-se empregando o AZT – Google – “Embora a primeira manifestação da Aids em um brasileiro tenha sido confirmada em 1982, apenas em 1987 o medicamento AZT começou a ser utilizado pelos pacientes porque ajudava a evitar o enfraquecimento do sistema imunológico”. Ou seja, já havia algum tipo de tratamento médico que prolongava a vida em 1992 ano das respostas dos Espíritos.

[59] DS Está se referindo ao uso de sedativos.

[60] Não obtivemos resposta à esta questão.

[61]Estranho, porque na pergunta anterior o mesmo DA respondeu desconhecer quem assim procedesse.

[62] NN - Troca de fita cassete.

[63] NN – na edição original a transcrição da fita tinha uma vírgula entre Napoleão e Laureano – revisando no Google, pois o nome em conjunto dizia respeito a um médico – preferimos colocar esta nota -  Napoleão Rodrigues Laureano (Natuba22 de agosto de 1914 – Rio de Janeiro31 de maio de 1951) foi um Médico oncologista brasileiro. atendia seus pacientes carentes de graça, ficando conhecido como médico dos pobres. Em 1945 entrou para a política, para ajudar mais na área da saúde da capital paraibana, sendo o primeiro presidente da câmara municipal de João Pessoa. Logo após, adoece de câncer, na época a Paraíba, não tinha nenhuma estrutura para tratamento da doença no estado. Usando sua influência e sua vida, passar a lutar contra a doença e para a implantação de um hospital de câncer em João Pessoa. Após sua morte, doa todos os seus bens, em prol da luta contra o câncer em todo o Brasil.

[64] Não obtivemos resposta à esta questão.


Nota: Artigo originalmente publicado no Jornal Abertura de Santos.

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