sexta-feira, 18 de abril de 2014

                       




                                                    Foi no dia 18 de abril de 1857, na cidade de Paris, capital da França, que veio a lume "O Livro dos Espíritos", a obra basilar do Espiritismo, ditada pelo mundo invisível e compilada, separada, classificada e codificada pelo professor Hippolyte Léon Denizard Rivail, que, propositadamente, adotou o pseudônimo de Allan Kardec, a fim de que a obra pudesse ser reconhecida  pelo seu conteúdo e não por quem a assinava, já que era ele muitíssimo conhecido e reconhecido, como professor e como autor de diversos livros, vários dos quais adotados pela Universidade de Paris, notadamente os que versavam sobre educação.   
                                         Teve considerável peso também, na adoçãodo pseudônimo, o fato de que o livro foi ditado pelos Espíritos Superiores, daí o título "O Livro dos Espíritos", não sendo obra dele, professor Rivail, portanto, não obstante tenha nela lançado inúmeros comentários e observações pessoais.      
                                                     Nota-se, assim, por esses detalhes, a conduta reta e ilibada do professor Rivail, o codificador do Espiritismo, que foi discípulo de Johann Heinrich Pestalozzi, famoso educador e fundador do Internato de Yverdon, na Suíça, e, posteriormente, seu substituto predileto, tendo sido considerado pelo célebre astrônomo francês Camille Flammarion "o bom senso encarnado", que, acrescente-se, sempre procurou agir com seriedade e sem rejeições apriorísticas, características do verdadeiro cientista. Constituía traço característico de sua personalidade, por igual, a preservação da ética, sempre, em suas múltiplas e variadas expressões. 
                                        De 1855 a 1869, quando desencarnou em 31 de março, o eminente e ilustrado professor Rivail consagrou sua existência ao Espiritismo. Em seu túmulo, no Cemitério Père Lachaise, em Paris, uma inscrição sintetiza a concepção evolucionista da Doutrina Espírita: nascer, morrer, renascer ainda e progredir sem cessar, tal é a lei! Por outro lado, decorridos 154 anos, não se pode deixar de reconhecer que os ensinos contidos em "O Livro dos Espíritos", em sua essência, permanecem absolutamente aplicáveis aos dias atuais, o que, por si, recomenda a leitura, a releitura e, sobretudo, a reflexão, em torno de tão preciosa obra, que contém os princípios da Doutrina Espírita sobre a imortalidade da alma, a natureza dos Espíritos e suas relações com os homens, as leis morais, a vida presente, a vida futura e o porvir da Humanidade.
                                            Por outra parte, enfatiza lições seculares, procurando demonstrar com exemplos e com fatos que "a semeadura é livre, mas a colheita obrigatória" e que "a cada um será concedido de acordo com as suas obras". 
                                        Consola, ao salientar que ninguém será condenado irremediavelmente pelos erros, males e equívocos cometidos, por quanto até mesmo em outra reencarnação, que detalha e aprofunda, poderá repará-los, parcial ou totalmente, até quitá-los integralmente, contando com todas as oportunidades de que necessite para tal, uma vez que Deus a nenhum de seus filhos abandona ou desampara.

                                    Consola, igualmente, ao demonstrar cabalmente que as Leis Naturais são perfeitas e por isso mesmo imutáveis, advindo daí a certeza de que a Justiça Divina, que nelas se baseia, é absolutamente imparcial, não havendo seres privilegiados na Criação ou privilégio de qualquer espécie a quem quer que seja, prevalecendo a convicção de que Deus não pune, não castiga e não premia a ninguém, sendo, assim, soberanamente bom e justo, Ele que é a inteligência suprema do Universo, causa primária de todas as coisas!
                                               Aliás, esta sentença de Jesus também ensina que para que amemos ao próximo é absolutamente indispensável que nos amemos. Agindo com amor e praticando o Bem, ensina-nos a Doutrina Espírita, ingressaremos na estrada que nos conduzirá à perfeição relativa e à felicidade suprema, destino final dos seres humanos, sendo certo que, assim, sem dúvida, seremos muito mais felizes, desde agora, aqui mesmo na Terra!
                                                Por fim, nestas rapidíssimas observações, o Espiritismo ensina que o amor é a lei maior da vida, consubstanciada por Jesus na sentença que constitui o seu ensino máximo:   "amar ao próximo como a si mesmo", vale dizer, aconselhando que façamos ao próximo aquilo que gostaríamos que ele nos fizesse, porque quem assim procede estará, por esse mesmo motivo, "amando a Deus sobre todas as coisas".    

                                  Verdadeira síntese do conhecimento humano, é um tesouro colocado em nossas mãos, que merece ser lido e refletido de capa a capa, palavra por palavra.Com efeito, para dizer o mínimo, convém salientar que o Espiritismo nada impõe a seus profitentes, e muito menos a terceiros."           
                              Ao contrário, procura orientar sempre, pela palavra escrita ou falada, que somos dotados de livre-arbítrio, da faculdade de decidir livremente sobre quaisquer assuntos, esclarecendo ao mesmo tempo que, exatamente por isso, somos responsáveis pelas decisões que tomemos, sejam quais forem e nos mais variados campos, e naturalmente responsáveis pelas suas conseqüências.         


Antônio Moris Cury

Um comentário:

  1. O Livro dos Espiriitos e sim o livro base,pois contém os princípios do Espiritismo que deve ser lido e até atualizado.Considero o livro uma obra de Allan Kardec pois foi ele que elaborou as perguntas,redigiu e revisou a primeira edição onde acrescentou novas perguntas.Ele e o fundador do Espiritismo e não só codificador .

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