NOVO PENSAR
SOBRE
DEUS, H0MEM E O
MUNDO
Um novo pensar sobre Deus começará por
deixar de lado o Deus Jeová, as afirmativas bíblicas e, de modo geral, as
teorias que fazem dele uma pessoa.
As palavras do louco de Nietzsche
sobre a morte de Deus não devem ser tomadas como blasfêmia mas como a
exclamação maior da decepção com o amor de Deus.
O Deus que Nietzsche matou é esse
criado à semelhança das pessoas e cultuado, imposto pelas teologias de todos os
tempos.
Isso não significa a completa e satisfatória resolução da
questão divina. Nem elimina a crença em Deus.
O que colocar em nossa mente a
respeito de Deus. em substituição ao modelo rejeitado? É difícil fugir da
realidade sensorial. Quando pensamos criamos imagens. Atendendo a essa
necessidade do ser humano, todas as crenças criaram imagens concretas dos entes
invisíveis.
Pensamos em Deus como “alguém”. Mas um
“alguém” transcendendo o delineamento
corporal que nos dá o sentido das coisas. Deus continua invisível. O silêncio é
a resposta das preces e imprecações. Há até um ditado “uma imagem vale mais do
que mil palavras”. Daí a dificuldade de pensar num Deus sem face, sem corpo,
sem imagem.
Mas Deus é o que é, não o que queremos
que seja.
Isso nos autoriza a pensar em Deus sem
imagem, limitações e sem ser uma pessoa.
O que seria então?
Não temos como saber, atualmente.
Todavia, a sua presença se faz na
visão macro da vida, no encaminhamento através do tempo, que resulta
invariavelmente no benefício da pessoa. Tudo começa no nível microscópico num desenrolar dinâmico, atemporal dos
elementos envolvidos para surgir, depois, um corpo, um animal, um primata, um
homem, como conseqüência da seleção das espécies, da sobrevivência dos modelos
mais resistentes transmitindo DNA que cria a cadeia genética.
O novo pensar vê nesse extraordinário
poder de desenvolvimento seqüencial dos
seres a presença da inteligência divina. Na semente, como no embrião, existem
códigos perfeitos que no ambiente adequado produzem a árvore e os frutos, o
feto, a criança, a pessoa humana.
Assim como a ciência não sabe como
esses fatores começaram a interagir, assim também não sabemos como a
inteligência divina intervém para dotar
a natureza de princípios básicos, genéticos, que redundaram no panorama atual
da Terra.
Entretanto, o novo pensar sobre Deus
refaz o entendimento da relação divina com o ser humano.
Liberta-nos das cadeias de pecado,
punição, morte e castigo que definem o Deus Jeová travestido no Deus cristão de
amor, misericórdia e justiça.
O crente pergunta, onde está o Deus
onipotente que não atua para eliminar o mal, punir os que praticam crimes e não
salva e cura livrando-nos da morte?
A decepção provém do que se fala e diz
sobre o amor de Deus.
A natureza não é lírica, mas objetiva,
eficiente. Todavia não é perfeita. Esse paradoxo precisa ser entendido: a imperfeição dentro da perfeição.
Ou seja, a perfeição absoluta atribuída à divindade
comporta a imperfeição dinâmica dos processos evolutivos.
Um novo pensar sobre Deus nos conduz à
compreensão de que a dinâmica da vida, em qualquer dos setores em que se
manifesta, prima pela criação de
ambientes de oportunidade, seleção e superação.
Podemos questionar porque as coisas
são assim. Todavia elas são assim.
O novo pensar sobre Deus pensa que o
objetivo da vida é a felicidade.
A inteligência divina proporciona
meios para isso, no tempo, através da lei da evolução.
A singularidade individual se envolve
no processo para adquirir a sua própria identidade como ser único, imortal,
progressivo, atemporal. O novo pensar sobre Deus tenta harmonizar a presença
divina com as necessidades do ser
humano, oferecendo um conjunto de leis e sistemas vivenciais que abrem
oportunidade de resolução dos problemas.
Dar atributos morais a Deus e sua
transformação numa pessoa é fruto da criação da divindade à nossa imagem. Neste
modelo não existe espaço para a personalização do Ser Supremo, nem cabe o
estabelecimento de atributos, que o humanizariam, porque o paradigma disponível
para pensar as virtudes é o humano.
O novo pensar começará por estabelecer
que o universo não é estruturado, mas delineado. Seria, metaforicamente talvez,
uma projeção da intenção divina, inteligência suprema e causa primária, centro
ordenador e controlador, manifestado através da Lei Natural. Porque onde há Lei
existe necessariamente controle.
A Lei Divina ou Natural está na base
do universo, regulando a vida. Ela exprime a sabedoria divina na condução da
humanidade, só apreciada ao longo do tempo.
A Lei divina ou natural, não cogita de
julgar, condenar. Ou seja, Lei Natural não é uma lei moral. Ela controla a vida
universal estabelecendo uma diretriz positiva que sobrevive e se impõe no
aparente caos e nos limites do livre arbítrio.
E a Lei Natural está inscrita no
Espírito através do processo evolutivo.
A existência da Lei Natural como
centro irradiador do pensamento divino, é fundamental para compreender como o
universo pode ser simultaneamente controlador e caótico. Para argumentar sobre
essa polarização, poderíamos aplicar a
definição do elétron que pode ser substância e onda, sem alterar a estabilidade
universal.
A Lei Natural exprime a sabedoria
divina, com mecanismos extremamente competentes, estabelecendo o ritmo e a
sucessão dos fatores com o fim de equacionar, no universo energético, tanto
quanto no universo inteligente, o princípio do equilíbrio. Atuando através da
lei de causa e efeito ou ação e reação, ferramenta de busca do equilíbrio, pela
reciprocidade dos fatores.
Reside no campo moral, no campo das
inteligências menores que somos nós, nos nossos anseios e esperanças, medos e
expectativas, o principal problema.
Quem somos e porque somos. Eis a questão.
NR:
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