Uma vez meviano … sempre meviano - 70 anos do grito
Não há como não
personalizar este artigo, hoje tenho 34 anos de Movimento Espírita, a segunda casa espírita que frequentei foi o
CEAK entrando, claro pela MEEV – Mocidade Espírita Estudantes da Verdade, conto
esta história que é uma entre muitas histórias pessoais e coletivas que os mevianos
poderiam contar.
Impossível citar
todos e desde já peço desculpas, pois só para nomear aqueles que por lá
passaram, o espaço desta coluna não seria suficiente.
A MEEV foi capaz
de gerar várias gerações de expoentes espíritas, a primeira geração de Jaci
Régis, Egydio Régis, José Rodrigues, Antônio Ventura, Mauricy Silva e muitos,
muitos mais só para citar alguns e suas companheiras incansáveis, traçaram o
caminho, montaram a estrutura crítica e de estudos sistematizados.
Seguiram-se
gerações e gerações de filhos e pessoas que foram se aproximando, como eu.
Passaram por lá Valéria, André, Júnior,
Roberto, Marcelo, Paulinho, Carlinhos, Reinaldo,
Ademar , Sandra, Natal , grandes amigos e hoje são os netos daquela primeira
geração que a levam nesta jornada.
Nasceram de seus
frequentadores a Espiritnet do Henrique, o GPCEB de Marcelo, Vladmir, Ademar,
Reinaldo, Gisela e eu do conjunto Faról de Milha dos mevianos Paulo, Eduardo e Gláucio e
porque não o ICKS, 100% formado por Mevianos.
Gostaria de contar
a minha história, como uma das muitas histórias daqueles que tiveram o
privilégio de passar pela MEEV.
Estava eu no meu
primeiro ano em Santos, trabalhava na COSIPA, estava terminando meu treinamente
como Engenheiro Trainee, tivemos 1 dia sem atividades, enquanto a empresa
estava decidindo para qual área da Siderúrgica cada um dos 56 engenheiros iría.
Portanto eu aproveitava o tempo livre para ler o Livro dos Médiuns, neste
momento passa por mim Eliane Régis e diz as 4 palavras mágicas: Gaúcho, você é Espírita? Ela namorava
meu grande amigo e também Cosipano Édson Almeida com quem ela se casaria alguns
anos depois.
Imediatamente Eliane
me convidou a conhecer a MEEV. Cheguei e vendo a forma estruturada como estudava-se
o Espiritismo, o grupo animado, gente bonita, em menos de um mês eu já
frequentava e namorava a Cláudia, isto ainda em 1984. No ano seguinte ela se
tornaria a segunda mulher presidente da MEEV, a primeira havia sido a Lydia
Régis muitos anos antes.
Foram apenas 2
anos na MEEV, saímos Cláudia e eu por limite de idade, uma característica
importante da mocidade, os jovens decidem os seus passos sem muita
interferência do Centro, muito bom para o desenvolvimento da liderança, por
isto a importância de haver a saída dos mais velhos.
Outras gerações
nos sucederam, 16 anos depois, primeiro Bruna, depois Beatriz, nossas filhas
entraram na MEEV. Ambas foram vice-presidentes e Bruna tornou-se a segunda presidente
da MEEV em nossa família.
A importância da
MEEV é reconhecida internacionalmente, como está muito evidente no afetuoso
depoimento espontâneo de Jon Aizpurua, ex-Presidente da CEPA ao grupo de whasap
que Roseli Régis, presidente do CEAK, criou para divulgar o aniversário da MEEV
que transcrevo aqui.
“Queridos amigos, me somo
com especial alegria espiritual à celebração dos 70 anos de atividade ininterupta
da Mocidade Espírita Estudantes da Verdade.
Acompanho a MEEV há quase
50 anos, quando apenas somava 17 anos de idade e tive a oportunidade de conhecer
da sua existência pelo jornal
Espiritismo e Unificação que já então chegava ao CIMA da Venezuela. Ainda
que eram outros tempos e, todavia o valoroso
grupo de espíritas laicos santistas não se havia separado do movimento
federativo oficial, já se fazia evidente que naqueles jovens ardia uma chama de
entusiasmo e libertade na proposta de um
Espiritismo diferente ao que sustentavam as instituições tradicionais com seu
ranço evangélico, um Espiritismo que fomentava o estudo e análise do pensamento
de Kardec e de outros autores; um Espiritismo fresco, aberto ao mundo, com uma
mensagem de progresso moral e social; um Espiritismo que não asfixiava e nem castrava
a natural rebeldia e irreverência dos jovens.
Conheci integrantes de
varias generações da MEEV, e independentemente das particularidades de cada um,
há um fio condutor em todos os que passaram por suas filas, desde os fundadores
até quem agora conduz o grupo. É um
vínculo espiritual que nasce do legítimo sentimento, de orgulho, no bom sentido
desta palavra, de ser Meeviano!
Vocês são um exemplo
para o Movimento Espírita brasileiro e internacional de como há de ser um grupo
juvenil espírita, kardecista, laico, moderno, e aberto às transformações que o mundo
contemporâneo demanda.
Sigam em frente. Tomem em
suas mãos as bandeiras brilhantes daqueles que os predecederam e entreguem-las quando corresponda à seguinte
geração com o mesmo entusiasmo. Nós que nesta encarnação, estivemos antes nas tarefas espíritas,
lhes dizemos, parafraseando ao inspirado poeta e novelista grego Nikos
Kazantzakis: Ajudem-nos a chegar até onde nós não pudemos!
Uma saudação fraternal,
com todo meu carinho e admiração, a
todos os membros da MEEV, de antes, de agora e de sempre. Jon Aizpúrua”.
Esta corrente de
união, nos faz fortes, nos dá a segurança de pensar que o ideal jovem estará
sendo realimentado a cada ano, pela liderança daqueles que assumem a sua
presidência, neste momento sob a batuta animada de Rafael Régis. Parabéns MEEV
pelos 70 anos fazendo a diferença.
Alexandre Cardia
Machado – Editor-Chefe do Jornal Abertura
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