domingo, 5 de novembro de 2017

15° SBPE Sucesso de Sempre

15° SBPE –  um simpósio que olha para o futuro

Foram  dois anos de preparação que se realizou em uma festa de conhecimento, amor e amizade. Mais de 70 pessoas puderam comparecer e desfrutar desta tertúlia espírita kardecista. Estiveram reunidos de 2 a 4 de novembro, nas dependências do Colégio Angelus Domus, apoiador cultural do Jornal Abertura.
Fotos de uma parte do grupo presente




Roberto Rufo deu as boas vindas a todos
A abertura do evento foi feita pelo Presidente do ICKS, Roberto Rufo que agradesceu a presença de todos e desejou que pudessemos realizar um excelente evento. A seguir para dar a conotação deste simpósio de transformar ideias ( lâmpada) em amor ( coração), como expresso no cartaz de boas vindas. A organização do evento apresentou duas músicas através de animações no data show.
What a wonderful world - cantada por Israel Kamakawrwo’ole, havaiano já desencarnado e mostrando imagens da abertura do documentário – Planeta Azul – da BBC, que clama pelo respeito a diversidade da vida selvagem e sua preservação.

Perhaps Love – Cantada por Plácido Domingo e John Denver – com uma animação sobre o amor de uma criança pelos seus sonhos.


Após esta abertura artística, tivemos a apresentação do trabalho do ICKS - Somos Progressistas? – que focou a cargo de Alexandre Cardia Machado representar todo o grupo de estudos do ICKS.
A pesquisa realizada pelo grupo de estudos do ICKS – formado por 10 pessoas, Alexandre Cardia Machado, Antonio Ventura, Cláudia Régis Machado, Lizette Silva Saldanha Conde, Lucy Régis Conde, do lar,Maria de Lourdes Rodrigues Silva, Mauricy Antonio da Silva, Palmyra Coimbra Régis, Roberto Luiz Rufo e Silva, Valéria Régis e Silva. Buscava responder a pregunta proposta no título, através de uma pesquisa em todos os números do Jornal Espiritismo e Unificação e Jornal Abertura. Ao todo 420 artigos foram revisados sobre temas que hoje se constituem atividades foco do progressismo social.

Coquetel de abertura:

Um tradicional coquetel foi oferecido aos participantes do 15°SBPE, pois apesar de todas as multiplas atividades que todo este grupo tem, conseguir estar aqui, muitos pela 15ª vez é algo a comemorar, são 28 anos de história, desde o remoto ano de 1989, onde começamos esta jornada.


Sexta-feira 3 de novembro - segundo dia do evento.


Primeira palestra: Da crise moral da humanidade a transição do planeta   - pelo Engenheiro José Carlos de Souza. O tema discorre sobre o momento do planeta Terra da hipótese de transição planetária, que só ocorrerá através do esforço pessoal de cada espírito encarnado na Terra, ainda que o mundo dos Espíritos nos envie mensajeiros mais evoluídos para nos influenciar.


José Carlos de Souza a direita e Marco Videira dividiram o primeiro bloco de sexta-feira



A segunda palestra foi proferida pelo Administrador de Empresas Marco Videira que apresentou seu trabalho - Jesus, este mito que me atormenta. Videira percorreu os caminhos da criação do mito “ Jesus x Cristo”, tendo ele nascido católico e se tornado espírita, pode ver muito bem as diferenças na visão espírita e em especial na visão laica espírita. Todos os apresentadores do SBPE tiveram 30 minutos para apresentar seus trabalhos e a cada bloco, 20 minutos foram dedicados a responder perguntas formuladas pelos presentes.


Intervalos – coffe-breake

Este é um momento muito esperado nos simpósios, pois é o momento de conversar, fazer contatos, aprofundar a amizade, foram váriso durante o evento.

Muita conversa, compra de livros e animação


Segundo bloco: O senso de justiça e de cidadania a partir do ethos espírita por Jacira Jacinto da Silva e Quem foi padre Germano? Por Marissol Castelo Branco, coordenadas por Cláudia Régis Machado.

Jacira, Marissol e Cláudia

Neste bloco pudemos saborear dois trabalhos com objetos bem distintos, Jacira propõe uma nova Justiça, baseada numa visão mais social em suas palavras:

 Houve um passeio por alguns conceitos básicos da filosofia espírita com o fito de suscitar a indagação sobre a relação que temos mantido, a despeito do convívio com essas lições, com as questões relacionadas com justiça e cidadania, e uma suposta ética construída com base nesses postulados. 
Uma tímida investigação à visão contemporânea de direito/justiça permitiu questionar a possibilidade de desconstruir as velhas bases sobre as quais se sustenta a Justiça ainda nos tempos atuais.
O estudo da ética limitou-se a parcas pesquisas que mais serviram a compreender o significado da palavra e algo sobre a construção do conceito do ponto de vista social e jurídico, abrindo a possibilidade de trabalhar as contribuições trazidas pela filosofia espírita, em especial os principais parâmetros extraídos das Leis Morais de O Livro dos Espíritos.”

Marissol faz uma pesquisa sobre a vida do Padre Germano, em suas palavras:

Sempre houve a preocupação em comprovar a imortalidade da alma e a comunicabilidade com os espíritos encarnados e desencarnados através do mecanismo da mediunidade. Muitos livros são escritos através da mediunidade onde um espírito desencarnado é o autor, mas não há como saber com certeza se realmente foi um espírito desencarnado ou apenas uma manifestação anímica.
Um padre católico francês com o pseudônimo Germano escreveu vários capítulos de um romance de maneira mediúnica na Espanha anos após a sua morte. Contou episódios de sua última existência onde as circunstâncias na qual se encontrava não o permitiram revelar a verdade enquanto encarnado. Apesar do cuidado em não revelar os nomes verdadeiros das pessoas, às vezes, deixava escapar o nome de uma cidade e descrevia cenários e locais que ainda hoje foram preservados.
Nesse trabalho procurei encontrar qual personagem verdadeiro na história francesa que pudesse coincidir com os relatos do espírito Germano em “Memórias do padre Germano”. Após a identificação, levantei várias biografias que se fizeram ao longo dos séculos XIX e XX sobre o pároco francês. E após essa garimpagem pude encontrar muitas coincidências que levaram a uma mesma personalidade: o Cura de Ars.”


Terceiro bloco – aquí tivemos duas apresentações muito interesantes sobre os temas: “Reflexões acerca do Homem e da Natureza” pelo arquiteto Ciro Pirondi e Ricardo de Moreas Nunes – “O papel dos espíritas frente as questões sociais e políticas”.


Ciro Pirondi de pé e Ricardo Nunes sentado

De Ciro extraímos este parágrafo de seu trabalho:

“Nós temos de surpreender a natureza, inventar coisas a partir de sua contemplação, como se a víssemos pela primeira vez. Como dizia o poeta T.S. Eliot:
“– Não deixaremos de explorar. E o fim de toda a nossa exploração será chegar aonde começamos. E conhecer o lugar pela primeira vez (...)”.

Penso ser a ideia contínua e itinerante da vida um saber de fronteiras, uma forma peculiar de construção de esperança e paz. Ao mesmo tempo, uma inquietação e uma responsabilidade, pois há um só tempo estamos mergulhados, em um presente contínuo perpétuo, nos relacionamos com o passado e com o futuro, inevitavelmente, neste presente.”

Ricardo reflete sobre a necessidade de trazer para dentro das casas espíritas as discussões sobre que país queremos:
“É evidente, como já foi dito anteriormente neste artigo, que a corrupção é um câncer que fragiliza o organismo social e deve ser combatido sem trégua.
Porém, defendo nesta reflexão que talvez este não seja o maior problema da vida social brasileira no momento. Entendo que o fortalecimento do neoliberalismo com a sua insaciável busca de destruição do chamado Estado de bem-estar social, que foi uma conquista importante da humanidade no século XX, é o principal perigo que vivem as sociedades do Brasil e do mundo no momento. E este perigo normalmente é silenciado nos principais meios de comunicação.
Finalmente, pensar o neoliberalismo é pensar o capitalismo em sua face mais agressiva. E esta reflexão nos leva necessariamente a uma questão mais profunda. Chegamos ao fim da história? O sistema capitalista de produção é o que de melhor a humanidade pode atingir? Devemos nos conformar com a eterna separação entre uma pequena minoria de incluídos e uma grande maioria de excluídos dos benefícios da civilização? Um dia teremos um mundo sem explorados e exploradores? Neste início do século XXI este mundo melhor é uma utopia, mas muitas vezes a utopia de hoje se torna a realidade de amanhã”.


Quarto bloco


Neste bloco a médica Alcione Moreno a o Engenheiro Agrônomo Argentino Gustavo Molfino apresentaram respectivamente os seguintes temas: “Pensamento Sistêmico e Espíritismo” e “Desenvolvimento sustentável x desenvolvimento consciente”.




Roberto Rufo coordenando Alcione e Gustavo


Alcione nos proporcionou refletir sobre o pensamento sistémico, apenas uma gota de seu trabalho para degustação:
De acordo com a visão sistêmica, as propriedades essenciais de um organismo, ou sistema vivo, são propriedades do todo, propriedades que nenhuma das partes possui. Elas surgem das interações e relações entre as partes. Estas partes não são isoladas, e a natureza do todo é sempre diferente da mera soma das suas partes.
Desta forma podemos pensar na integração do meio físico com o extra físico, ou como nos ensina Kardec do mundo corpóreo para o incorpóreo, do plano físico e do plano espiritual, tudo se integra numa grande rede, a Teia da Vida.
Esta teia consiste em redes dentro de redes, vida corpórea e vida espiritual integrada e ligada uma as outras, interagindo com outros sistemas.
Utilizei também como referência bibliográfica a autora Ana Maria Llamazares, numa tradução livre de minha parte.
Minha pretensão é que possamos entender o pensamento sistêmico e colocar o Espiritismo nesta grande teia da vida, pois o espírito é imortal, tudo está conectado, em conexão, em contínuo aprendizado, contínua modificação, contínua evolução”.

Gustavo Molfino, em espanhol nos trouxe sua visão sobre o desenvolvimento consciente, sua apresentação foi traduzida para o portugues por Jaílson Mendonça, extraímos:

“O desafio é importante e compremete toda a humanidade, seu resultado determinará o destino comum de nossa espécie e dos que dividem o planeta conosco.
Como seres pensantes e espíritos com esperiência encarnatória nos corresponde tomar nossas próprias decisões, elas determinarão o ritmo de nosso progresso, a qualidade e profundidade de nossa mudança moral e em definitivo refletirão nossa própria capacidade de adaptação às condições que se impõe neste plano.
Este grande aporte que recebemos do mundo espiritual nesta tarefa é sem dúvida, a força e energía do amor universal que está ao nosso lado, impulsionando e motivando a renovação e o progresso.
Sejamos sábios, apliquemos este precioso conhecimento espírita que nos foi deixado e analizemos sem  prejuizo a complexa realidade, este mundo que nos cabe moldar, respeitar, cuidar e melhorar”.


 Mesa Redonda

Espiritismo Livre-pensador na prática. Convidados: Reinaldo di Lucia, Roberto Rufo, Ademar Chioro dos Reis, Homero Ward




Roberto Rufo – Homero Ward – Reinaldo di Lucia – Ademar dos Reis

Mesa Redonda

Espiritismo Livre-pensador na prática. Convidados: Reinaldo di Lucia, Roberto Rufo, Ademar Chioro dos Reis, Homero Ward



Foi um execelente momento onde pensamos o futuro do nosso movimento, no campo prático, uma dicussão que apenas inicia. Várias foram as propostas que precisarão ser mais exploradas, quem sabe em Foruns do Livre-Pensar.

Um momento interessante foi a fila de pessoas que queriam fazer perguntas, ou propor assuntos.


Roseli Régis – Mauro Spinola – Ciro Pirondi – Jacira Jacinto – Sandra Chioro


3° dia – Primeiro bloco

No último dia tivemos 3 trabalhos sendo apresentados num mesmo bloco, seguido do encerramento do evento.

O Espiritismo que queremos – por Caról Regis di Lucia, uma oficina sobre - Revisão sistemática da literatura e outras ferramentas modernas para apoio à pesquisa espírita por Mauro Spínola e do discurso à ação e o comportamento Espírita por Jaílson Mendonça.



Carol – Mauro - Jaílson

Caról Regis assim descreveu a motivação que lhe acometeu para desenvolver este exercício.

Foi uma constante inquietação que norteou as bases para o surgimento deste trabalho. Um sentimento não recente, fruto de vivências, observações, diálogos, leituras, alimentado por um olhar sobre o Espiritismo pratico diário, as casas, os Espíritas, as relações, as instituições. Uma observação filosófica sobre o caminho que estamos trilhando, com um amedrontado vislumbre do caminho que temos pela frente. Qual o foco do Espiritismo atual? E, principalmente, qual foco ele deveria ter daqui pra frente?

As respostas a esses questionamentos passam por inúmeros pontos: a Doutrina em si, sua tão necessária atualização, seus pontos imutáveis (ou não), a comunicação usada para transmiti-la, o comportamento – em grupo e individual – daqueles que escolheram o Espiritismo como filosofia a ser seguida, o planejamento para as próximas décadas e o trabalho com as próximas gerações. Mas passa, principalmente, por um ajustar de lentes, uma definição de foco sobre um tema imediato, urgente e aparentemente generalizada: a retomada da humanização do Espiritismo, colocar o Espírito encarnado como personagem principal da prática doutrinaria”.

Mauro Spínola nos trouxe uma introdução aos métodos modernos de pesquisa de textos, imprescindível para trabalhos científicos e que pode sim, ser usado no espiritismo na produção de trabalhos.

“Revisão sistemática da literatura como instrumento de pesquisa com temática espírita. Crescentemente utilizado nas várias áreas da ciência, a revisão sistemática contribui para compreender o estado da arte de uma área ou um tópico de conhecimento, com base em pesquisas qualificadas já realizadas e publicadas.
Inicialmente, é a apresentada a discutido o método de revisão sistemática. Em seguida, é discutida a sua aplicação em pesquisa espírita. Um exemplo é apresentado, visando a compreender o processo e os seus potenciais resultados.
O estudo é inicial e deixa várias questões em aberto, em especial as relacionadas com a aplicação prática do método, mas contribui para que se possa avaliar o potencial desse método para o conhecimento espírita”.

Jaílson Mendonça inicia desta forma seu trabalho:

“Consideramos interessante a capacidade que temos de nos indignar momentaneamente quando recebemos uma notícia ou um post nas redes de informação em especial as sociais, as quais muitas vezes nos causam tristeza, revolta mesmo, enquanto em outros nos levam à reflexão sobre nossa própria vida, valores, potencialidades e limitações.
Em alguns casos no sentido positivo, nos embebêssemos de uma vontade que antes não estava presente, como se fora um impulso, um pensar o que não havíamos pensado, um querer assumir e acreditar que somos capazes de realizar. Em outros, no sentido negativo, nos sentimos fragilizados, as vezes impotentes, mas que nos incita pra fazer, mudar, realizar, mas que no geral se vai esvaindo e voltamos ao nosso estado de ser tentando nos conformar de que não podemos fazer mais do que já estamos fazendo. Será?!”.

Este espaço não permite a reprodução de todos os trabalhos apresentados, são mais de 240 páginas, mas se você tem interesse em ler na sua forma integral, entre em contato com o ICKS.





Redação Jornal Abertura 



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