A curiosidade humana e a adrenalina
“O homem, que procura nos excessos de todo gênero o
requinte do gozo, coloca-se abaixo do bruto, pois que este sabe deter-se,
quando satisfeita a sua necessidade. Abdica da razão que Deus lhe deu por guia
e quanto maiores forem seus excessos, tanto maior preponderância confere ele à
sua natureza animal sobre a sua natureza espiritual...” (Livro dos Espíritos
questão 714)
O ser humano é curioso por natureza, graças a isto,
nossos antepassados ultrapassaram desertos, montanhas, inventaram a navegação e
mais recentemente, conseguimos aprender a fazer equipamentos capazes de voar e
submergir.
Necessidades de pesquisas, resgate de tripulações em
submarinos militares levaram alguns países a desenvolver submarinos capazes de
atingir grandes profundidades, 10 vezes maiores que os usados para fins
militares.
Atualmente está sendo criada uma demanda cada vez maior por aventuras de todos os tipos, viagens ao espaço, mergulhos cada vez mais profundos, hotéis pendurados em montanhas e assim vai. Não é de surpreender que um acidente gravíssimo como o ocorrido com o submarino Titán, tenha levado a morte dos 5 tripulantes que foram ver os destroços do Titanic.
Hoje está na moda viver experiências, fazer, cada vez mais
o inusitado, ou o que foi realizado apenas por poucos. Querem sentir vertigens,
subir o nível de adrenalina no sangue. Tudo ocorre com uma aura de segurança,
mas onde cada turista, ou usuário assina sempre um termo de responsabilidade e
ciência dos riscos que isenta os organizadores de indenizações. Mas porque se
importariam, a vida é uma só, pensam eles, temos que aproveitar. “Quem não arrisca não petisca” velho ditado.
Como deveríamos pensar como espíritas? Sabemos de
nossa imortalidade dinâmica, logo, poderíamos arriscar até mais, não? Porém,
sabemos que para nós, viver é muito mais do que acumular emoções, é construção
familiar e comunitária é pensar no bem comum. Não queremos dizer que não
correremos riscos, mas sim, que devemos analisar os riscos com o máximo de
cuidado possível. E tomar decisões racionais.
Mas porque sabendo dos riscos,
assim mesmo alguns vão em frente? Parece que uma parte da humanidade tem este
tipo de comportamento. São espíritos inquietos. Gostam de inovação. Este comportamento como já falamos tem nos
permitido expandir horizontes. Só que aqui e ali, muita gente desencarna.
Neste caso específico, o equipamento precisa
resistir a pressões enormes, passando por ciclos de pressurização e
descompressão. Gerando fadiga. Logo, inspeções precisam ser feitas, para
identificar o aparecimento de trincas.
Engenharia existe para nos guiar em como construir equipamentos e como mantê-los funcionando adequadamente. Para isto existem códigos de projetos a serem seguidos, organizações de especialistas etc.
Talvez isto tenha passado a impressão de que
existia risco, mas que, com sorte, não aconteceria nada. Sorte e azar não combinam
com pressões altíssimas. Que sirva de alerta aos desavisados, arriscar a vida,
pode resultar em morte.
Este foi o Editorial do Jornal ABERTURA de Santos -SP de julho de 2023.
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