Uma série de grupor espíritas progressistas publica um manifesto denunciando o massacre em Gaza.
quarta-feira, 30 de julho de 2025
segunda-feira, 28 de julho de 2025
MEMES DE FRANCISCO E MUJICA - por Milton Medran Moreira
MEMES DE FRANCISCO E MUJICA - coluna Opinião em Tópicos
-Milton Medran Moreira
As
mortes do Papa Francisco e de Pepe Mujica, acontecidas no espaço de uma semana,
deram origem a muitos “memes” nas redes sociais. Alguns deles retratam a
presença dos dois, na dimensão espiritual, compartilhando, descontraidamente, o
mate, bebida típica da região onde nasceram.
Se
a gente for raciocinar a partir da doutrina do primeiro, esse encontro seria
impossível. A fé cristã sustenta que somente serão salvos aqueles que creem. E
a crença fundamental tem por objeto a divindade, que se apresenta em três
pessoas, uma das quais seria o único salvador.
Na tradição
cristã, o ateísmo é o mais grave dos pecados, e a história da Igreja está
repleta de episódios de condenação à morte impingida aos ateus.
Mujica
não cria em Deus - pelo menos no deus de configuração cristã, e sua morte,
assim, não poderia fazê-lo encontrar-se com Francisco.
PEPE
E A RELIGIÃO
O
ex-presidente do Uruguai, por outro lado, ao que se saiba, também nunca
demonstrou qualquer convicção acerca da sobrevivência após a morte. Um lugar
paradisíaco, extensão da chácara onde tinha sua morada terrena, igualmente,
pois, seria inimaginável para ele.
Apesar disso tudo, Mujica deu-se muito bem com
Bergoglio, platino como ele, durante a vida terrena. Até podem ter tomado
alguns mates juntos, mas, suponho, nenhum deles imaginou viessem a fazê-lo após
a morte.
Diferentemente
da ideia fundamental da religião, a de que estamos num “vale de lágrimas”, por
força do pecado original, e que a felicidade estaria reservada, pela “graça”,
apenas a alguns, após a morte, Pepe lutou a vida toda para que o bem-estar
social e a justiça, intrínsecos à felicidade, atingissem a todos, num clima de
igualdade e fraternidade, por aqui mesmo. Para ele, a religião não
levaria a isso, eis ser “uma forma de consolo e não de transformação”.
FRANCISCO
E A JUSTIÇA SOCIAL
O
cardeal argentino que comandou a Igreja de Roma por 12 anos passou todo o seu
papado tentando conciliar a fé cristã com a justiça social.
Essa
sua visão encontra óbices difíceis de transpor, por força, mesmo, daqueles
fundamentos doutrinários a que antes me referi. Com base neles, o cristão deve
suportar resignadamente as injustiças sociais, transformando-as em crédito para
a salvação: “Bem-aventurados os que são perseguidos por causa da justiça,
porque deles é o reino dos céus”.
Querer fazer da sua Igreja um instrumento de transformação
social é postura vista por segmentos conservadores, nela expressivamente
existentes, como desvio de seus fins. É coisa de “comunista”, expressão com a
qual muitos tacharam Bergoglio.
HUMANISMO – O TRAÇO DE UNIÃO.
As contradições entre Francisco e Pepe, ou entre a fé e a
justiça social, só podem ser superadas por uma visão mais otimista acerca do
ser humano. Nessa perspectiva, estão superlativamente presentes o que a
Modernidade definiu como direitos inalienáveis e fundamentais do ser humano.
O humanismo, ou seja, o reconhecimento de que o ser humano
nasce livre, sujeito de direito ao bem-estar, sob a garantia do Estado
Democrático de Direito, é o único caminho a conciliar ateus ou agnósticos com
aqueles outros que vislumbram no homem/espírito uma origem e um destino
transcendentais.
Para nós, espíritas, não deve existir nenhuma contradição
entre justiça social e espiritualidade. Uma é parte integrante da
outra, e a luta na busca da felicidade deve se dar, progressivamente, por todos
os estágios da caminhada do espírito.
Um humanismo capaz de transcender à matéria plasma, assim, o
cenário ideal a unir espíritos da qualidade de Francisco e Mujica. E permite –
por que não? - imaginá-los mateando juntos, em alguma aprazível chácara deste
universo infinito.
Nota da Redação: Este artigo chamou muita
atenção e levou a manifestações positivas e negativas, parece que é sempre
difícil conviver com o oposto.
quer saber mais leia o Jornal Abertura de junho página 4) e
julho (página 5).
Abertura junho 2025:
Abertura julho 2025:
sexta-feira, 25 de julho de 2025
A supervalorização da autoestima por Cláudia Régis Machado
A
supervalorização da autoestima
Quando
pensamos na encarnação de um novo ser
neste mundo tão caótico, nos preocupa qual a melhor orientação para
encaminhá-lo para o desenvolvimento de suas habilidades e qualidades, para um crescimento
emocional sadio, e também como educá-lo moralmente e espiritualmente
equilibrado. Tudo isto dentre outras múltiplas questões. Não temos um manual
específico de cada indivíduo reencarnante, mas há uma infinidade de estudos,
artigos, uma exploração de temas informativos para reflexão, conhecimento e
tomada de consciência.
Como
espírita não estamos alheio a nenhuma dessas preocupações, sabendo ainda que
este ser reencarnante é um espírito que traz aprendizados e experiências que
sem dúvida irão intervir através do tempo na suas manifestações de vida. Lembrando
sempre que a reencarnação é a possibilidade e uma grande oportunidade de um
recomeço, quando a criança vai construir um novo papel, nova personalidade,
experiências e trajetórias que irão somar à sua estrutura de espírito em
evolução.
O
processo educacional nos dá chance de novos código de conduta (social, moral e
espiritual) para o bom e para o ruim.
A
importância e responsabilidade do papel ou da função dos pais é fundamental não é fácil e requer requisitos
que muitos são carentes.
A
educação é um processo amplo que engloba muitos itens, questões e abordagens porém
ouvindo uma fala do filósofo Mario Sergio Cortella e do psicólogo Rossandro klinjey sobre autoestima e
supervalorização, resolvi pensar com mais cuidado e observar o que está
ocorrendo nestes tempos.
Um
mundo de redes sociais, de influenciadores que estimulam a autoadmiração , a
paixão pelo próprio ego e, onde autoimagem é bastante inflada. Fica sempre uma
pergunta como educar os filhos para não incorrer nesse exagero? Como construir
uma autoestima alta, com confiança em si mesmo e nas suas capacidades?
Autoestima
é a capacidade de desenvolver o amor-próprio (gostar de si mesmo),
reconhecer as próprias qualidades valorizando-as. Esse sentimento ajuda a
confiar nas suas habilidades e capacidades, o que o encoraja a enfrentar os obstáculos e as novas
propostas da vida.
Ter
a autoestima bem construída é de suma importância pois traz muito benefícios, hoje se reconhece que inferiorizar
os filhos humilhá-los, não estimula o crescimento ao contrário traz muitos problemas
que impede e dificulta a oportunidade da encarnação que como sabemos tem o objetivo
de abrir novas opções para o espírito.
Além
de que com alta autoestima a probabilidade de bem-estar e felicidade torna-se maior
dando recursos para buscar estímulos e esforços para atitudes dignificantes o
que contribui para equilíbrio espiritual. Um impulso para a evolução maior que
é a grande meta da vida, nos tornarmos cada vez melhores.
O
perigo na construção da autoestima é a supervalorização das capacidades dos filhos, pensando que são maiores e melhores o que na realidade
leva a uma personalidade narcisista.
Todos
os pais consideram seus filho especiais, e este o são, e é importante expressar
afeto e carinho por seus filhos, porém não salientando que eles não são
superiores a ninguém e que tenham consciência das suas
qualidades dos seus filhos de forma equilibrada com o objetivo de ajudá-los a
construir uma personalidade saudável.
Em
uma leitura do site - soumamae.com.br - diz “Um recente estudo,
publicado no Proceedings of the National Academy of Sciences of the
United States of America, nos Estados Unidos, explica que os
comportamentos narcisistas são mais frequentes em crianças que interiorizam a
valorização inflada sobre elas.”
“Por
isso, o que a maioria dos pais deve evitar é supervalorizar os filhos, já
que agir dessa forma contribui também na formação de uma autoestima frágil”. Agindo
assim cria-se uma imagem distorcida, gera um autoengano que dificulta ao filho
mais tarde fazer uma análise madura de si próprio porque na maioria das vezes convertem-se
em adultos inseguros e dependentes da opinião e reconhecimento externos para
validar suas competências e se sentirem bem consigo mesmo.
O
elogio deve existir , tem o seu momento e deve-se respeitar a faixa etária .
Elogiar não é driblar as dificuldades, é exaltar o feito, isto demonstra afeto
e reconhecimento do esforço e da dedicação, e
quando a criança já tiver consciência estimular o aprimoramento, com o cuidado para que não se passe a ideia de
que nada o que faz é suficiente. A
colocação da melhora deve ser sutil e encorajar o progresso.
A
frustação também faz parte da educação, é a realidade, a dinâmica da nossa existência.
Todo este processo faz parte de nossa evolução como espírito. O Espiritismo nos
dá subsídios para termos uma compreensão maior da vida entendendo que a trajetória
evolutiva tem percalços, acertos e erros o que suscita reflexão, leva ao aprendizado
para ser utilizado em novas experiencias.
A
família é um grupo, um conjunto de indivíduos, um universo que interagem com
outros universos, recebe influência de todos e o indivíduo é a somatória das
experiencias existenciais. O Espiritismo enfatiza o papel formativo da família ampliando
seus horizontes, apresentando orientação segura e positiva e traz novas
perspectivas nas bases que fundamenta o pensamento humano com abertura para
outros estudos e análises comportamentais que auxiliam a compreensão para a melhora
das realizações e interações humanas .
Artigo publicado originalmente no Jornal Abertura de abril de 2025, quer ler o jornal completo, baixe grátis: