Entendendo Flávio Gikovate
Em entrevista dada ao jornal o Estado de São Paulo para a
divulgação de seu mais recente lançamento, o livro Mudar- Caminhos para a
Transformação Verdadeira- o médico psiquiatra Flávio Gikovate fala das mudanças
pessoais como transformações possíveis que podem ser verdadeiras, mas que são
muito trabalhosas.
Coloca ainda que “graças a tecnologia as pessoas estão
ficando mais individualistas e isto pode ser o fim do egoísmo”. Defende a tese
que o egoísmo é necessariamente ruim e que sua matriz é a generosidade. O
egoísta é aquele que recebe mais do que dá. E para que ele receba mais do que
dá, alguém tem que dar mais do que recebe (generoso).
Tem fundamento esta colocação, mas será que o egoísta recebe
mais necessariamente? E o generoso dá mais do que recebe?
Neste prisma que ele analisa principalmente nas relações
parentais mais próximas isto pode ocorrer “uma mãe generosa tende a criar
filhos egoístas, folgados naturalmente”. É uma possibilidade que pode ocorrer
ou não.
É próprio do egoísta não se colocar no lugar do outro, ele é
um explorador que não tem sentimento de culpa.
Os avanços tecnológicos geram mudanças no estilo de vida,
sendo a sociedade moderna individualista, cria a necessidade de autossuficiência
e leva a situações não planejadas como o desenvolvimento de recursos próprios,
desenvolvimento de habilidades, diminuindo a interdependência entre o egoísta e
o generoso.
O individualismo é o maior
inimigo do egoísmo trazendo o seu fim.
Esta é uma análise do ponto de vista psicológico do egoísmo
e não do ponto de vista moral.
O egoísmo nos dois aspectos não é nada bom, mas uma
abordagem não obstrui a outra, pelo contrário, o entendimento fica mais
consistente e amplo.
Mas e a generosidade? Como fica neste mundo de
transformações.
Na Doutrina Kardecista onde a mudança e as transformações
são traços necessários e fundamentais para a evolução do homem e do mundo, vemos as mudanças em relação ao servir ao próximo como possibilidade de abrir-se para outros prismas, tanto na atuação como no conceito.
Almejamos e trabalhamos para uma sociedade melhor que
alcance outros patamares, onde a pobreza material não mais exista, onde não
seja necessárias instituições de caridade, onde cada sociedade e indivíduo
possa suprir suas necessidades e não necessitar de ajuda material.
O generoso, o solidário, o que gosta de servir terá um olhar
diferente e mudará a sua forma de atuar.
Nós já começamos a observar essa mudança na atuação em
muitos setores da sociedade, suprindo as mais diversas necessidades do ser
humano que não ficam apenas no material. Muitos estilos de atuar para o bem
comum que prezam acima de tudo a promoção social e não a interdependência que, é
algo que diminui as possibilidades de cada um, e que não auxilia no crescimento
pessoal e espiritual.
Cláudia Régis Machado
um bom artigo! Faz pensar em outras perspectivas.
ResponderExcluirO blog com este artigo mostra sempre que esta atualizado.
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