Fazendo a Diferença: O Valor de Uma Biblioteca
Estamos em tempos
novos, onde tudo ou quase tudo é digital, as pessoas não querem mais ter bibliotecas
e descartam com facilidade os livros que leram. É compreensível, não que todos
sejam iguais, mas aqueles que guardam seus livros muitas vezes são chamados de
acumuladores.
Mas não foi sempre
assim e bibliotecas, tem sim, um papel importante na história do conhecimento
humano e em sua universalização.
Com toda a
modernidade, computadores, “smartphones”
e “tablets”, a velocidade de aceso a conteúdo livre é enorme, não resta nenhuma
dúvida que isto é incrível e que facilita em muito a nossa vida, no entanto,
ainda há espaço para o conhecimento impresso. Podemos citar vários exemplos
práticos, mesmo em instalações super modernas como plantas de geração de
energia, ou centrais nucleares, é impressindível ter os documentos críticos
impressos, para os casos de emergência, como falta de energia ou ataque
cibernético. Num momento destes os desenhos impressos são os mais indicados.
Na história,
principalmente nos séculos XIV e XV quando a civilização européia, pelo contato
com os árabes que a estavam invadindo pela península hibérica ou pelos balcãs, puderam
voltar a entrar em contato com obras originais gregas, que eram mantidas fora
do alcance dos pensadores europeus pela centralização do conhecimento pela
Igreja Católica. Ao serem traduzidas, causaram a segunda grande revolução do
conhecimento humano, o renascimento. A primeira foi sem dúvida o
desenvolvimento da escrita que nos tirou da pré-história. Este conhecimento de
obras dadas como perdidas de grandes filósofos gregos, só foi possível pela
existência da grande biblioteca de Alexandria, no Egito e por outras menores
espalhadas por seus sudanatos.
A importância dada
ao conhecimento no oriente contrastava com o que ocorria na Europa no mesmo
período, pensar sobre isto hoje, nos demonstra que o livre-pensamento é
importantíssimo e que a religião como forma de opressão do pensamento é também
capaz de produzir uma inversão cultural entre ocidente o oriente, hoje na área
dominada pelo Islã, em muitos países, livros são queimados, por serem
considerados impúros, tremenda ironia.
Biblioteca da Cidade do Nova Iorque
É verdade que
quase ninguém quer ter, nos dias de hoje enciclopédias, pois a velocidade do
crescimento do conhecimento, torna uma obra destas obsoleta muito rapidamente.
Para aqueles que cresceram ao lado delas e que gostavam de ler, ou pesquisar nas
enciclopédias, sabem bem como era legal descobrir as coisas, ficar maravilhado.
Isto, é verdade, não acabou, podemos fazer isto usando os navegadores da
internet, apenas precisamos tomar o devido cuidado de verificar as fontes pois
dizem que 50% do que está publicado na web é de conteúdo duvidoso.
O mesmo acontece
com jornais e revistas que sofrem ao competir com o conteúdo “online”. Nosso
jornal necessita buscar o tempo todo por novos leitores, para se manter viável,
sites de grandes jornais limitam o acesso ao seu conteúdo online como forma de
buscar mais assinantes, ou alguma forma de compensação. Agora qualidade tem
preço, bons conteúdos, científicos, para serem acionados é preciso que as
pessoas se inscrevam e paguem por isto. As bibliotecas virtuais, profissionais,
custam muito dinheiro, pois precisam funcionar 24 horas por dia, 7 dias por
semana, com velocidade de busca, ocupando grandes espaços virtuais, que custam
dinheiro.
A elaboração de
trabalhos científicos, obriga a leitura e referência de artigos confiáveis,
recentes, isto seria impossível, nos dias de hoje, se eles não fossem de acesso
virtual, no entanto grandes cidades como Nova Iorque, Paris ou São Paulo,
possuem grandes bibliotecas reais, com acervos e coleções importantes de livros
originais, registros históricos importantíssimos e que não puderam ser digitalizados.
Institutos como o
Instituto Cultural Kardecista de Santos, por exemplo, possuem acervo de
trabalhos e obras produzidas por seus sócios, bem como uma pequena biblioteca
espírita e de assuntos correlatos, para suas pesquisas, possuímos também o
acervo completo dos jornais publicados pelos periódicos espíritas Espiritismo e
Unificação e Abertura. Pequisadores podem acessar com hora marcada, bastando entrar
em contato pelo email do ICKS. Mesmo entre nós, muitos se perguntam, mas por
que guardar tudo isto?
A resposta é
simples, para que não cometamos os mesmos erros do passado, para manter acesa a
chama da busca permanente do conhecimento e do desenvolvimento do livre-pensar.
Artigos
importantes de nosso jornal, são publicaos em nosso blog, assim em qualquer
lugar do planeta, podem ser lidos, mas não temos recursos suficientes para
digitalizar tudo, de uma forma que permita uma consulta por palavras como por
exemplo podemos fazer no “google”, mas quem sabe, não possamos um dia vir a ter
isto também. Quem sabe usando resumos dos textos que sim poderiam ser
encontrados por navegadores e desta forma asceder a uma cópia digital mais
simples do artigo.
Na pesquisa que
estamos realizando para o trabalho do ICKS no 15° SBPE, coletamos muito
material, digitalizamos e em algum momento poderemos disponibilizar. São
artigos relativos a assuntos onde nosso grupo de pensadores tem demonstrado
serem progressistas.
Jornais são também
marcadores do tempo. Pensem nisso. Só não se esqueçam de um pequeno detalhe,
para que tudo isso seja viável, há que ter gente que o faça.
Nota: Artigo publicado no Jornal Abertura - Agosto de 2017
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