Na edição
de Junho de 2017, publicamos na página 8 do jornal um artigo chamado “ O Futuro
do Espiritismo” que tratava do dilema que sempre ocorre, quando estamos
envolvidos num trabalho intensamente e paramos para pensar, se o mesmo terá
continuidade.
Repito
abaixo o último parágrafo do artigo, lembrando ao leitor que já não possui mais
o jornal do mês passado que poderá econtrar o texto completo no blog do ICKS.
“... Também temos
receio do que acontecerá com nosso movimento livre-pensador, não vemos muitos
jovens. Tememos que termine em 20, 30 anos. Mas a análise da história nos
permite dizer que prosperará, encontraremos formas de chegar aos mais jovens,
certamente aparecerão muitas coisas diferentes, novas mideas, novas formas de
atingí-los.
Este é o grande
desafio do momento, penetrar na mente e no coração dos mais jovens, trazê-los
para as ações espíritas, em nosso grupo, em especial, para o pensar espírita.”
Buscando algumas
respostas a como fazer com que aparecem coisas diferentes e que motivem o
ingresso de novos pensadores na nossa cadeia produtora de ideias, chegamos a
alguns pontos que precisam ser explorados:
- Como penetrar na
mente e nos corações dos jovens para trazê-los para dentro do movimento?
- Como seria um
Centro Espírita moderno, reinventado? - Na década de 90 do século passado,
mudamos muitas de nossas casa de Centros Espíritas para Centros de Cultura
Espírita, este modêlo pode ser considerado um modêlo de sucesso?
- O ICKS durante
10 anos, por ter tido uma localização favorável, em uma avenida de grande
movimento, na cidade de Santos, buscou disseminar a ideia Espírita laica,
através de cursos voltados para simpatizantes espíritas, foram mais de 500
pessoas que passaram por nossas salas. Qual o resultado prático disto no
fortalecimento de nosso grupo?
- Desde 1995,
quando no IV SBPE um grupo gaúcho apresentou uma metodologia nova, chamada Estudo
Problematizador” uma onda de reuniões de estudos centradas em grupos similares
a este se espalhou por casas espíritas livre-pensadoras, passou-se a discutir
tudo, questionar tudo, aprofundar tudo, mas não obtivemos uma maior
participação jóvem neste modêlo, por que?
Mais recentemente
o ICKS demonstrou que é possível desenvolver trabalhos de pesquisa, profundos,
bem elaborados por grupos formados com pessoas acima de 70 anos, destacamos
dois trabalhos importantes produzidos: Um caderno Cultural - Análise da evolução do conceito de Reencarnação ao longo das obras de
Allan Kardec, apresentado inicialmente no XXI Congresso da CEPA em Santos e que
viorou Caderno Cultural. A seguir produzimos “Pode o Espiritismo ser considerado Ciência da Alma?
Uma análise epistemológica da proposta
do pensador espírita Jaci Régis “
apresentado no 13° SBPE. Se conseguimos fazer isto com um grupo de maior idade,
o que nos limita, por que não temos a mesma produção dos jóvens de mocidades?
Vou arriscar um
pouco de conceitos gerencias aqui, nosso movimento livre-pensador é
eminentemente livre, desconectado, feito à partir de inicitivas isoladas e em
muitos casos individuais, nos falta coordenação e planejamento estratégico.
Os Centros
Espíritas são realmente células autônomas e pertanto não se engajam muito em
atividades municipais ou estaduais, não tem um cronograma de ações conjuntas,
entende-se isto pois saímos exatamente de entidades federativas, para termos
mais liberdade, portanto este movimento um tanto caótico é uma característica
deste tipo de grupo semi-autônomo.
Consequência
imediata do modêlo atual é a falta de incentivos aos jóvens para que troquem
experiências entre grupos, a exemplo das antigas confreternizações como a
COMELESPs, no caso do leste do estado de São Paulo. Onde os jóvens iam
apresentar temas e discutir as ideias então em moda. Foram anos de abertura
mental no Brasil. Nosso momento atual não é menos provocador, mas nos faltam
mecanismos de concentração e discussão para jóvens.
Nos anos 80 e 90
do século passado, nasceram os debates sobre aborto, homosexualismo, liberdade
da mulher, ser ou não ser religião, divórcio, toda uma gama de assuntos de
vanguarda hoje totalmente incorporados nas leis e nas práticas cotidianas,
quais são as discussões atuais que motivarão os jóvens?
A CEPA, em sua
gestão passada fez um grande exercício de Planejamento Estratégico que terminou
por implantar apenas um capítulo – destinado a descentralização, o que
permitiria uma maior velocidade de tomada de decisão, mas acreditamos que
questões centrais como a que propomos aqui, de como seremos em 10, 20 ou 30
anos não tem um forum de discussão e por conseguinte, nenhuma ação coordenada é
tomada. A CEPA hoje se concentra na realização de eventos, o que é importante
para despertar as pessoas e fazê-las pensar mas não é sufuciente para
disseminar ações novas e/ou para gerar novos pensadores.
O 15° Simpósio
Brasileiro do Pensamento Espírita irá propor esta discussão, através de uma
Mesa Redonda. Você leitor que comparecerá ao evento, traga as suas questões e
propostas.
Artigo publicado no Jornal ABERTURA agosto de 2017
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