Introdução
à Doutrina Kardecista
Livro publicado
pela LICESPE em 1997, escrito por Jaci Régis continua importante e deveria ser
amplamente divulgado.
Afim de
familiarizar os leitores com esta obra, publicamos aqui o primeiro capítulo,
chamado Abertura onde o autor deixa claro os objetivos do livro.
O texto não estará entre aspas por ser
intencional a sua publicação neste jornal sem deixar campo a dúvidas de que o
texto é do autor.
Abertura
Para que tenhamos
informações consistentes do trabalho básico de formulação do Espiritismo,
torna-se necessário conhecermos a personalidade de Allan Kardec e o tempo em
que ele viveu.
Herdeiro imediato
da Revolução Francesa, agitado pela insurgência do movimento socialista e
comunista, o tempo de Kardec foi também o do surgimento das ciências, do
positivismo, do racionalismo, da irradiação da revolução industrial.
O quadro político,
social, religioso, científico da Europa, onde afinal aconteciam as coisas, era
caótico. O mundo europeu deixava de ser apenas agrícola, rural. A explosão
urbana, propiciada pela industrialização, inaugurava os tempos modernos,
iconoclasta por natureza.
Como hoje,
desmoronavam os suportes de uma sociedade mantida pela opressão, pela
apropriação do trabalho, pela separação das classes sociais. A Revolução
Francesa enfraqueceu o poder da Igreja. Na verdade, o clero, aliado a
aristocracias, era o símbolo da tirania. Contra o poder que ainda lhe restava e
contra o seu conluio com os segmentos opressores e apropriadores das energias
sociais que a sociedade nova se levantava. Iniciava-se o fim do domínio mental
e moral sobre as populações.
A Filosofia, com
sua grande asa, abrigando quase todas as ramificações do conhecimento, via
esvaziarem-se seus domínios, conforme as ciências adquiriam autonomia e
caminhava a despeito dos dogmas e das tradições. Por sua vez, dominada pelo
gênio de Descartes, balançava entre o materialismo e o espiritualismo.
Não tem sido
analisado, com isenção, o fato de o Manifesto do partido Comunista e os fenômenos
de Hydesville terem ocorrido no ano de 18848. Uma visão maniqueísta diria que
os fenômenos eram uma “resposta” espiritual ao materialismo histórico que
surgia. Uma visão holística, sistêmica, verá nessa aparente coincidência, a
indicação da polaridade em busca da síntese, do que se convencionou chamar de
“espiritual” e “material”.
É possível apontar
a metade do século XIX como o ponto de partida para uma futura e agora
contemporânea valorização do homem. Como disse Marx, no Manifesto do Partido comunista,
“tudo que é sólido se desmancha no ar”, significando
que daí para frente as coisas entrariam num processo acelerado de reconstrução,
que exige, antecipadamente, um surto de aparente destruição.
No espaço de 10
anos, de 1848 a 1958, o mundo foi abalado pelas propostas marxistas, pela
intervenção darwinista e pela instalação do kardecismo.
Se Darwin punha
por terra ancestrais conceitos religiosos sobre a criação e a posição do homem
no quadro biológico, Marx propunha novos tipos de relacionamentos sociais e,
por fim Kardec apresentava a natureza espiritual da criatura humana.
Essa
extraordinária reconsideração sobre a natureza bio-sócio-espiritual do homem é
a marca de uma era que se iniciava e que terá seguimento e contínua
consolidação.
As mutações deste
século XX mostram que, realmente, o que se supunha sólido escoou como areia
pelos dedos da história.
Este é Jaci Régis
que não fugia de nenhum tema e estava sempre nos provocando e nos obrigando a
refletir.
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Esta matéria foi veiculada no Jornal Abertura de outubro de 2019 - se quiser ler o jornal completo:
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