Onde vamos?
O mês de novembro nos trouxe algumas boas notícias no movimento espírita
livre-pensador nas terras brasileiras e países vizinhos. Tivemos a realização do I Fórum do Livre
Pensar em São Paulo que acabou por ocorrer mais ou menos na mesma época em que
antes realizávamos o SBPE, com características muito diferentes é claro, mas
igualmente importante e produtivo.
Houve também uma iniciativa interessante de um grupo de espíritas
brasileiros e argentinos que foram ao Uruguai e realizaram o Primeiro Encontro
Espírita Uruguaio – Brasileiro.
O momento me inspirou a buscar alguns pensamentos de Ciro Pirondi que vou
me apropriar. Ciro escreveu logo após a desencarnação
de Jaci Régis um texto afetivo e profundo sobre algumas de suas
características, ao artigo denominou de – Jaci, Construtor de Barcos - que está
disponível no Blog do ICKS. O texto foi originalmente publicado no Jornal ABERTURA de Janeiro - Fevereiro de 2011.
Fui buscar neste artigo a perspectiva de Ciro da importância da
liderança, do sentido de direção que dirigentes espíritas precisam ter para
manter os militantes focados no que realmente interessa. Assim se referia Pirondi:
“Jaci tem o sentido da direção, percepção dada a poucos. Uma espécie de
norte interior.
“Esta clareza vezes é confundida com rigidez e intolerância. Nada mais
normal para um dos maiores pensadores espíritas de vanguarda do século XX. Nos
anos setenta (do século passado) o pensamento espírita estava estagnado. Alguns
poucos – Herculano Pires, Deolindo Amorim – tentavam uma teoria filosófica para
conciliar religião e ciência; revelações mediúnicas e pensamento crítico. Sem a
metodologia acadêmica, natural dos dois outros grandes filósofos, Jaci chega
com textos claros, diretos: fala da família, do casamento, de sexo e dos problemas
cotidianos.
“Como um construtor de barco, sábio de seu ofício, mas cujo objetivo
maior não é a construção da nau, mas a viagem, o processo no tempo, que ela
proporciona: novas paisagens, outros hábitos, novos afetos, um olhar mais
sensível e tolerante.”
Precisamos urgentemente definir que viagens faremos no ano 2020 e com
que recursos.
Teremos uma grande oportunidade com a realização do XXIII Congresso
Espírita da CEPA Internacional que será realizado em Salou na Catalunha,
Espanha. Evento que tem como tema central: O
Espiritismo ante os desafios humanos. E porque não - O espiritismo ante os
desafios internos, pois temos problemas estruturais.
Nossa opção na CEPA é de não sermos formalmente ligados, funcionamos
como grupos orgânicos com existência independente. Este modelo de grupos
orgânicos por ser leve, é fácil de levar, como um barco pequeno muito
manobrável. Mas como cada grupo, ou centro é totalmente independente, tende a
cuidar de seus problemas locais que lhes parecem muito mais importantes do que
trabalhar para coordenar ações nacionais e internacionais.
Como boa convivência, isto funciona, mas é pouco produtivo, no sentido
mais amplo de penetração de ideias e ações coordenadas. Precisamos de barcos
maiores. Quem sabe deste congresso de 2020 possam sair alternativas efetivas de
trabalho coordenado e que nos concentremos no que pode ser feito para superamos
os desafios e aumentar a nosso impacto na sociedade.
Isto só será possível com interação, muita ação e comprometimento. Quando
um movimento é ágil. Os espaços são ocupados.
Temos muitos construtores de barcos em nosso grupo, nos falta um censo
de navegação conjunta, como se fossemos fazer uma navegação de longo curso,
fazemos uma viagem aqui, outra ali, ... navegar é preciso ... já dizia Fernando
Pessoa mas o que buscamos é a construção de um navio capaz de nos levar em uma
travessia segura, que garanta a troca de ideias e que agregue todos os
segmentos do livre pensar espírita. Se isto ocorrer estaremos dando os passos
certos para o sucesso que buscamos.
Esta matéria saiu no Jornal Abertura de dezembro - quer ler clique abaixo:
Nota: Artigo
originalmente publicado no Jornal Abertura de Santos.
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